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A ideia duh! de 2012

1 Fevereiro, 2013

A propósito disto e disto:

No final de 2010, princípio de 2011, sabia-se que o défice real tinha sido de pelo menos 10%, talvez mais. Supondo uma redução optimista do défice de 2% ao ano, era já na altura previsível que a dívida aumentaria pelo menos até 2014. Os défices prováveis nesse cenário seriam de:

2011 – 8% (aumento de dívida de 8%)

2012 – 6% (aumento acumulado de dívida de 14%)

2113 – 4%  (aumento acumulado de dívida de 18%)

2014 – 2% (aumento acumulado de dívida de 20%)

Alguém que a meio de 2012 andou a dizer “o défice está a descer, mas a dívida está a subir”, como se fosse possível baixar a dívida com défices de 6%, pura e simplesmente não fazia a mínima ideia do que estava a dizer. Durante esse ano, e muito provavelmente ao longo deste, aquela frase foi (e é) um indicador fácil de ignorância económica. Não são necessários gráficos nem dados actualizados para saber que a dívida está a subir. Já se sabia em 2010.  É uma ideia morta porque não tem o significado que normalmente lhe é atribuído nem prova o que quem habitualmente gosta de salientar que a dívida está a subir  pensa que prova. O actual aumento da dívida resulta de asneiras feitas há vários anos.

13 comentários leave one →
  1. 1 Fevereiro, 2013 12:37

    A meta do déficit pretendida para este ano foi revista em alta de 4,5 para 6% e, para dar a aparência que a cumpria, o governo teve de juntar as receitas da privatização da ANA e maquilhar as contas. Isto apesar de ter levado a cabo uma política de cortes sistemáticos nos gastos do Estado. As receitas dos impostos ficaram muitíssimo abaixo do esperado.
    O que se pretende saber é se o governo reconhece que FALHOU na redução do déficit, que o abaixamento dos salários e o aumento do desemprego NÃO está a conduzir a nenhum aumento mensurável do investimento e que por este andar vai falhar todas as metas para 2013 como FALHOU as de 2012.
    Tudo o resto é areia para os olhos.

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  2. Fincapé permalink
    1 Fevereiro, 2013 14:18

    Aprecio estes remoques entre os nossos “liberais”, tal como apreciava antigamente os remoques entre os grupos de extrema-esquerda. Mas como vou sendo ativista do Blasfémias tenho de tocar a reunir contra os grupelhos que nos atazanam. Bora lá marchar contra os (outros) maus! 😉

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  3. André permalink
    1 Fevereiro, 2013 15:43

    Esperemos que o Estado consiga fazer a redução do défice para 2013, talvez até possa reduzir maisum pouco, mas já é altura de se começar a cortar nas mordomias da classe dirigente, o que não vai acontecer, note-se que foi criada uma nova secretaria de Estado.
    .
    P.S.: No seu texto está escrito 2113 em vez de 2013. Um pequeno erro que pode dar azo a especulações no contexto.

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  4. murphy permalink
    1 Fevereiro, 2013 15:44

    E explicar a alguém que o perímetro orçamental actual é diferente do perímero orçamental de 2010?… Quando será que este povo vai perceber, que as opções ideológicas só são possíveis se forem compatíveis com as regras da matemática?! Sejam de esquerda ou de direita, quando as despesas superam em muito as receitas, os decisores só podem optar por cortes ou impostos.
    http://jornalismoassim.blogspot.pt/

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  5. Ricciardi permalink
    1 Fevereiro, 2013 16:30

    Pois, mas isso já toda a gente sabe, JM. O problema é que a redução do defice não é real. Já em 2014 o governo vai ter de repôr os cortes em salários no valor de 2,5 mil milhoes de euros. Então, o caminho traçado, é o errado. Não resolveu estruturalmente o problema do país. A despesa voltará, e com mais vigor.
    .
    Mas o problema não se fica por aqui. Isso é que era bom. O problema é que o esforço economico para colocar o defice ao nível que está foi de 1,5 maior do que aquilo que devia ter sido. Os desmultiplicadores, enfim. Quer dizer, atiraram-se impostos de uma forma tão desmesurada que a eficácia inicial que se pretendia se cifrou num esforço muito maior do que o que devia ter sido. Por cada EURO e MEIO lançado em impostos o governo consolidou UM EURO na diminuição do defice.
    .
    Isto é má gestão. Gestão danosa, aliás. E devia dar prisão porque foi intencional. E nessa prisão deviam lá estar à espera deste, pelo menos UM primeiro-ministro anterior… e diversos ministros.
    .
    Rb

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  6. Ricciardi permalink
    1 Fevereiro, 2013 16:58

    Em suma, o governo devia ter começado ao contrário: devia ter começado a cortar despesa e devia ter baixado impostos. A esta hora, teriamos a despesa estruturalmente consolidade e, na volta, com crescimento económico . Da forma como agiu desperdicou momentum. Deprimiu a actividade económica (produção industrial, confiança, PiB) através de aumentos massivos de impostos e agora, cereja em cima do bolo, pretende lascar gorduras ao morto de fome.
    .
    É uma questão de bom senso. Primeiro cortasse nos gastos. Para não deprimir em demasia a economia reduz-se os impostos e espera-se que a mãozinha invisivel faça o resto.
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    De outro modo, do modo de agir deste governo , matasse a mão invisivel primeiro e depois logo se vê se a carne é aproveitável ou não. Os portugueses, claro, deram a resposta mais racional possivel. Deixaram de pagar impostos (a economia paralela aumentou) e emigraram. O governo que se desamerde com as asneiras que fez. Um dia, quem sabe, o pessoal regressa.
    .
    Rb

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  7. Grunho permalink
    1 Fevereiro, 2013 17:01

    Este post também é a continuação de asneiras ditas há vários anos.

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  8. A C da Silveira permalink
    1 Fevereiro, 2013 18:21

    O facto de se recorrer a receitas extraordinárias para baixar o défice, não é necessáriamente um falhanço, porque isso representa um sacrificio menor para os portugueses. O que é necessário e fundamental, é que o recurso a r.e. seja menor de ano para ano. É tão dificil perceber isso, como perceber que se há défice, a divida aumenta.

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  9. A Republica Cadáver permalink
    1 Fevereiro, 2013 19:22

    Na verdade, e assumindo a minha ignorância económica, penso que a perentagem de aumento da dívida total em 2014 não pode ser calculada simplesmente pela soma dos parcias anuais (défices) porque esse valor incide sobre o total da despesa desse ano que, supostamente, deveria diminuir. Também poderá haver uma diferença na interpretação do valor da da dívida se estivermos a pensar nela em termos do PIB… por isso penso que, apesar de ser algo verdadeira, a presente análise não é muito rigorosa…

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  10. anonimo permalink
    1 Fevereiro, 2013 19:51

    Ac Silveira, não nos venha atirar areia para os olhos.O objetivo de toda esta brutalidade fiscal foi aumentar as receitas.Quando usamos receitas extraordinárias é porque a politica fiscal falhou, sem mais nem menos!Logo usar receitas extraodinárias é um fracasso sim.Realmente as laranjinhas estão podres…

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  11. Duarte permalink
    1 Fevereiro, 2013 19:58

    Esta ideia do JM fazer balanços de fim de ano em que todas as suas conclusões estão correctas e todas as conclusões dos outros estão erradas como se fosse uma analise independente é peregrina.

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  12. Luís permalink
    2 Fevereiro, 2013 04:16

    A dívida só terminará a sua ascensão, nesta condições, com saldo positivo e redução dos impostos. Ora para que haja essas condições o famoso corte de 4 mil milhões é claramente insuficiente. Será necessário muito mais, e em boa verdade o Governo já vai tarde nesse esforço reformista.
    A minha proposta de carga fiscal seria esta.
    1) IRC inferior ao pratica na Irlanda.
    2) Redução da taxa máxima de IVA para um valor inferior ao praticado em Espanha. Esta medida teria efeitos no comércio das cidades e vilas próximas da fronteira, mas também na competitividade do turismo.
    3) Redução do IVA na restauração e golfe para um valor inferior ao praticado em Espanha.
    4) Queda na taxa máxima de IMI.
    É preciso saber que economia queremos. Se o caminho é a exportação, então a redução da carga fiscal é vital. Mas na área do turismo também poderemos ir muito mais longe. Mas para tal é também fundamental reduzir impostos. Uma carga fiscal atractiva será um atributo a ter em conta pelos reformados nórdicos que decidam viver no Sul da Europa.

    Estou obviamente a falar de um corte em torno de 15 mil milhões, ou por outras palavras, de uma redução da despesa para valores de 2000.

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  13. lucklucky permalink
    2 Fevereiro, 2013 17:52

    O actual aumento da dívida resulta deste Governo ser Soci@lista e da Constituição ser ainda mais Soci@lista. Tão Soci@lista que baniu a Aritmética e a capacidade das pessoas conheceram o que é o Défice como se relaciona com a Dívida…A Escola Publica não ensina nada que possa incomodar os políticos.
    .
    Mas os Ingleses não estão melhores, outro Soci@lista da Direita, o PM David Cameron veio dizer que estava apagar a Dívida.. isto com défice gigantes:

    Dave Denies Debt Truth


    .
    O pobre homem julga que reduzir o défice quer dizer que está a reduzir a dívida…
    .
    É este o nível de qualidade do complexo político-jornalista…

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