Pérolas – uma causa fracturante

Pérolas. Uma dádiva da natureza ou a exploração de mergulhadores? Mulheres e homens, sujeitos a condições sub-humanas (e marinas), mergulhando por 90 ou 120 segundos sob permanente risco de morte para mero deleite de ricos burgueses capitalistas do mundo ocidental… E destes, quem fala destes mártires do capitalismo?
O que torna uma sociedade vulnerável a este mercado neoliberal, a esta economia de casino e à exploração do homem pelo homem, vendendo a dignidade de uns pela vaidade de outros?
Toda a gente conhece os perigos da exploração do homem pelo homem, nas Chinas e Bangladesheses deste mundo. Pessoas exploradas por T-Shirts com o Che Guevara estampado, com as mãozinhas em risco de deformação irremediável, síndrome do túnel carpal ou pior, espondilose de arrozal; gente que recebe indignamente, oprimida por maleitas que empestam este universo em que a dignidade de uns é prostituída por uma míngua de pão ázimo ou 200 dólares por mês. Ou algo assim.
Dos mergulhadores das pérolas, sujeitos a terríveis condições de trabalho, talvez inconstitucionais, morrendo nos países capitalistas como a Austrália, sem sindicato, sem apoio jurídico-constitucional, disso ninguém fala. Este flagelo, que tanto assola mergulhadores hetero- com homossexuais, esta vergonha colonialista, imperialista, redutora aos padrões hegemónicos ocidentais, é um pacto de agressão imposto por este sistema capitalista com fim anunciado.
É preciso combater esta iniquidade. Revolta-te, camarada. Diz não às pérolas.

A Raquel pregou-lhe uma grande partida, Vítor. Então, acha que aquilo são pérolas verdadeiras, daquelas de nácar?
E acha mesmo que a Raquel precisa de pérolas verdadeiras?
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Raquel? Ah, a imagem? Não sei, apenas procurei uma imagem de uma mulher bonita, burguesa, com pérolas.
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Então, se fez essa pesquisa, porque pôs pérolas de fantasia?
Digo eu, que de pérolas só sei que resultam da defesa de certos moluscos contra micro-invasores.
Já quanto à mulher bonita, acertou. Aguardo os moralistas do costume.
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a estratégia da aranha, e aqui o fincapé caiu que nem uma mosquinha
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Tem a certeza que caí, Oberon? 😉
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Tome lá esta… com nome.
http://www.sitiodolivro.pt/pt/autor/raquel-varela/38223/
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Este blog mudou muito e não me parece que fosse para melhor…. Agora temos uma senhora “burguesa” criticada por usar um colar… Que podia ser de semi-preciosas (ui), de ouro (ui, ui), de diamantes (ui, ui, ui) ou talvez de plástico, que assim já não era “burguesa”
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Victor , porque hão-de os mergulhadores venderem as perolas ao preço da chuva , mesmo sabendo que aquilo há-de valer milhões? porque hão-de os pescadores venderem na lota os carapaus por um euro, para você e eu os comprarmos a 5 euros? etc etc.etc. Porque não se organizam para que haja mais justiça do suor do seu trabalho?
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É oferta e procura. Os preços das coisas são balanceados dessa forma, por muitas distorções que os estados criem.
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Acima, falava-se de anjos. Eis que encontro aqui o anjo Vítor Cunha que pensa que existe oferta e procura, de acordo com a chamada lei. O que existe é um sistema que impede na base qualquer possibilidade de inclusão do valor do trabalho justo. Grande parte das matérias primas surgem nessas condições. Depois chegam a uma bolsa, seja em Nova Iorque seja noutro lado, e há uns jogadores que fazem de conta que tudo se trata de oferta e procura. Alguns Estados, por vezes, tentam evitar essas distorções, só que dificilmente conseguem.
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O que é o “valor do trabalho justo”? Sei lá: quanto vale um estudo da Raquel Varela?
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O valor do trabalho justo não sei bem o que é. Mas sei o que não é. Não é um produto sair das mãos de trabalhadores a cêntimos e chegar ao “mercado” a dezenas de euros, ou muito mais, sem lhe ter sido acrescentado nada.
Aqui, um exemplo de outro tipo de “mercado justo”, acabadinho de decidir por uma organização americana. Este é o dos medicamentos e da vida privada dos cidadãos. Vinha na primeira página do Expresso.
http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=3239202&especial=Revistas%20de%20Imprensa&seccao=TV%20e%20MEDIA
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O problema então é o lucro ou a própria existência do intermediário? Em qualquer dos casos, se uma alface passar a custar 0,01€ e um Porsche 400€, donde vem o dinheiro para os hospitais?
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Ah! Sobre a Raquel. Então, apesar de continuar a considerar que ela não atuou da melhor forma, não quer saber que já lhe dou alguma razão? Porquê? Porque a direita diz-se de valores como a verdade, a educação tradicionalista, o rigor, a seriedade e agora vejo, perante a dúvida ou mesmo factos sobre a atividade do criativo empresário do Prós e Contras, essa mesma direita a bajulá-lo como um herói à moda antiga. Está igual ao que critica à esquerda. 😉
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Eu sei que esperava que um rapaz de 16 anos já tivesse montado uma grande praça industrial, que não importasse, fabricasse tudo, até as ovelhas para tosquiar, manualmente, sem maquinaria alemã. Empregaria centenas de designers e analistas de mercado, uns filósofos e costureiras (m/f), marketeiros e relações públicas, gente que o prepararia para uma intervenção mais bondosa quando confrontado com investigadores subsidiados do trabalho no gulag.
Assim poder-se-ia taxar o rapaz o suficiente para se mudar para a Irlanda e agora poderíamos estar aqui a dizer mal do tipo que não faz nada pela vida dos compatriotas.
Como no A Vida de Brian: “que é que os romanos fizeram por nós”?
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O problema não é o lucro. É a exploração dos que trabalham. Os intermediários poderão ser um problema ou não. Ninguém produz uma alface por um cêntimo, porque só a água da rega custará muito mais do que isso. O Porshe até poderia vir para 440 euros que o meu interesse seria igual. Isto é não seria. Mas reconheço que tem tecnologia, material e trabalho para mais do que esse valor. Logo, continuaria a haver dinheiro para os hospitais. 😉
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Falácia “desvio da questão”. 🙂
Não falei naquilo que o rapaz faz que, sinceramente nem me interessa. Falei no que ele disse sobre o seu trabalho, as empresas portuguesas que o fazem, contribuindo para o emprego, e a felicidade que estas lindas inverdades deram à direita.
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Falhou desta vez uma vírgula, fora as outras… vezes.
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O Fincapé começou a criticar a gramática. Bom, bom! Daqui a dois ou três posts poderá ser o meu relógio.
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Vitor, desculpe lá. A falta de vírgula era minha a seguir a “sinceramente” no penúltimo comentário.
——-
Olhe, estava ao mesmo tempo a comentar noutro lado (FB) sobre o mercado da Monsanto. E tinha também estado a pensar nos proprietários dos meus genes que fizeram a mastectomia à Angelina. Que mercadão, heim! 🙂
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Esta é gira. Fiz autocrítica e o Vítor amuou.
Lá ficou o meu direito individual à autocrítica severamente reprimido por um liberal. 🙂
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Eheheheheheheh! O VC (discurso na 3ª pessoa, à Jardel) nunca amua.
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bonita, efetivamente, boa a escolha, Vítor, que se não são pérolas, mesmo, essas, Racquel as faz verdadeiras …
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São falsas. São feitas no Vietname, por trabalhadores explorados que ganham 1 dólar por dia.
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Talvez sejam feitas nalguma fábrica do empresário Martim. 😉
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Bem visto, sim senhor!
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À falta de argumentos sempre vais fazendo figura de parvo.
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À falta de capacidade para aceitar ideias diferentes das suas, recusa-se a ouvir os argumentos dos outros e, principalmente quando a falta de senso das suas “ideias” se torna por demais evidente, vai fazendo figura de parvo ao acusar os outros de não terem argumentos.
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Para mim pérolas, marcham mesmo as de fantasia desde que sejam bonitas!
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De fantasia podem ser feitas na China.
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Não me tinha ocorrido essa hipótese… 😦
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nem era preciso pegar nas pérolas , que se calhar são de cultura , bastava a maquilhagem e pinturas … a maior parte das multinacionais de betume ,que a senhora parece usar bastante , deslocalizou-se para a india e china 🙂 ,
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os dois últimos posts de vcunha fazem parte de algum tirocínio para um emprego na imprensa-cor-de-rosa 🙂
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Discípulo: Sábio Mestre, poderia
ensinar-me a diferença entre a
pérola e a mulher ?
MESTRE: A diferença, humilde
gafanhoto, é que numa pérola pode-
se enfiar por dois lados, enquanto
numa mulher somente por um lado.
Discípulo (um tanto confuso): Mas
Mestre, longe de mim contradizer
vossa himalaia sabedoria, mas ouvi
dizer que certas mulheres permitem
ser enfiadas pelos dois lados!
MESTRE (com um fino sorriso): Nesse
caso, curioso gafanhoto, não se trata
de uma mulher, mas sim de uma
pérola.
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Eu sou dos que raramente comenta mas, depois de ler, não podia deixar de lhe dizer, Vitor, que este texto sim, é uma pérola. Parabéns !
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A linda e elegantíssima écharpe branca (será de seda?…) que a senhora Dona Raquel Varela usava em redor do pescoço, não teria sido fabricada na China ou no BanglaDesh, por trabalhadores com salários de miséria, muitíssimo abaixo do salário mínimo nacional?
A esta pergunta, a Madame Raquel Varela respondeu :
“É de seda e fabricada em França. Compreia-a porque nem eu nem quem a fabricou ganha o ordenado mínimo. É sempre possível nivelar por baixo ou por cima. Chama-se escolher.”
Assim que temos de concluir:
– a lindíssima écharpe que tornava glamourosa a Madame Raquel Varela deve ter sido comprada em Paris, onde costuma ir às compras;
– a alva écharpe pode ter sido comprada em França, mas o tecido, isto é a seda, é muito provável que tenha sido manufacturada na China, na Ìndia ou no Bangladesh, onde os trabalhadores da indústria têxtil auferem salários de miséria.
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Ai, ai. A Raquel deu a volta ao Vitor
e cuide-se
Camões – Sete anos de pastor Jacob servia
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prémio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assi negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida;
Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: – Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida!
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Que importa o trabalho escravo se compramos uns jeans por cinco euros?http://bandalargablogue.blogs.sapo.pt/383452.html
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“É preciso combater esta iniquidade. Revolta-te, camarada. Diz não às pérolas”.
Digo não às pérolas, digo sim à raquel, camarada é que nunca serei.
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“A guerra da Síria – aliás, a guerra imposta à Síria – revelou a que ponto o chamado Ocidente abdicou da velha autoridade moral e civilizacional que arremessava a qualquer adversário.”-Combustões
.
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A maioria das pérolas que chegam ao mercado não são apanhadas por mergulhadores… já lá vai o tempo. Hoje o processo é industrial para garantir a procura do mercado. centenas de viveiros onde as ditas aguardam que lhes depositem um grão de areia. mas acho que sim. Abaixo as pérolas, onde é que já se viu explorar as ostras… Aproveito para recordar o grande número de agricultores que morrem ao manobrar os tractores, nos seus campos. Acho que aqui em Portugal é um por semana e tanto quanto sei também se sentem explorados. O problema é que lá se ia o pãozinho da mesa.
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Quanto às pérolas,
só sei que não se devem dar a porcos.
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logo, não ofereçam pérolas ao Piscoiso…
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Na verdade prefiro as ostras às pérolas.
Quanto ao zezito, deve estar a pedir para lhe mudarem a fralda.
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Não é preciso ir tão longe! Porque não falar dos apanhadores de ameijoa, nos
nossos rios? Resumindo; conversa da treta!!!
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