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Brincando de Revolução

18 Junho, 2013
“A raiva e o delírio destroem em uma hora mais coisas do que a prudência, o conselho, a previsão não poderiam construir em um século.” (Edmund Burke)
Não vou sucumbir à pressão das massas. É claro que eu posso estar enganado em minha análise cética sobre as manifestações, mas se eu mudar de idéia – o que não só não ocorreu ainda, como parece mais improvável agora – será por reflexões serenas na calma de minha mente, e não pelo “linchamento” das redes sociais.
Ao contrário de muitos, eu não vejo nada de “lindo” em cem mil pessoas se aglomerando nas ruas. Tal imagem me remete aos delicados anos 60, que foram resumidos por Roberto Campos da seguinte forma: “É sumamente melancólico – porém não irrealista – admitir-se que no albor dos anos 60 este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: ‘anos de chumbo’ ou ‘rios de sangue’…”
Eu confesso aos leitores: tenho medo da turba! Eu tenho medo de qualquer movimento de massas, pois massas perdem facilmente o controle. Em clima de revolta difusa, sem demandas específicas (ao contrário de “Fora Collor” ou “Diretas Já”), o ambiente é fértil para aventureiros de plantão. Um Mussolini – ou um juiz de toga preta salvador da Pátria – pode surgir para ser coroado imperador pelas massas.
Leia mais aqui.
5 comentários leave one →
  1. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    18 Junho, 2013 15:23

    Analise interessante e muito pertinente !

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  2. Carlos Velasco's avatar
    18 Junho, 2013 15:52

    Rodrigo, chegou a hora de se apelar aos militares. Se eles não agirem, o poder cairá na rua e haverá uma disputa pela carcaça do Brasil. Há muitos os actores internacionais vêm se preparando para isso. Por outro lado, vale a pena lembrar que por enquanto é a classe média que está a se manifestar. Quando isso se alastrar para aqueles que desejam “invadir a sua praia”, a coisa vai ficar braba. Há quem já tenha percebido isso entre as altas patentes:

    http://ogladio.blogspot.pt/2013/06/manifesto-do-general-azevedo-pereira-ao.html

    Mas é preciso “dar um empurrão”…

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  3. Aryan's avatar
    18 Junho, 2013 16:05

    Óptima análise. Só poderiam vir das Terras de Vera Cruz. Saudações

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  4. Trinta e três's avatar
    Trinta e três permalink
    18 Junho, 2013 20:56

    “Alguns celebram a ausência de liderança, se é mesmo esse o caso. Cuidado com aquilo que desejam: sem lideranças, há um vácuo que logo será preenchido”.
    .
    Boa lição para dar aqui aos colegas de blogue, que criticam qualquer movimento que tenha uma direção (sindical, partidária) identificada.

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  5. deluci's avatar
    deluci permalink
    18 Junho, 2013 22:37

    Também eu temo a turba ordeira, em manifestações esporádicas de atraso manso, e prefiro a revolta célere de tomada de consciência .

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