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Rob Peter to pay Paulo(*)

25 Junho, 2013
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(*) Roubar ao Peter para pagar ao Paulo

Há uns 5 ou 6 anos, na região de Bordéus, conheci um casal de reformados, ingleses, oriundos de Derbyshire. Antes do rebentamento das crises de dívidas soberanas, naquele ponto em que já levávamos com mais de uma década de anúncio do colapso do sistema de reformas português, Gordon continuava irredutível na crença que a melhor solução para o Reino Unido seria a adesão ao euro. Para isso, o banco central emissor teria que ter regras bem definidas para a expulsão de estados que não cumprissem os requisitos de manutenção salutar de uma moeda. De acordo com a nomenclatura actual, seria um conservador-liberal-europeísta, o que quer que isso queira dizer.

Liz explicava-me “we don’t save, we just spend1, com o afinco da formiga que planeou a reforma com planos poupança; estes permitem-lhes viajar e realizar os planos adiados durante anos de trabalho a amealhar.

Esta é a Europa que se critica em Portugal. Estes são os europeus que queremos sobrecarregar com a nossa despesa incomportável. Sempre que exigimos mais tempo, mais dívida, mais “investimento”, mais “clusters“, mais “estratégia”, estamos a exigir ao casal Gordon e Liz que abdiquem do que planearam para sustentar as cigarras que não conseguem ver além do hoje e agora.

Não vai resultar. Há demasiados Gordons e Elizabeths a eleger governos nacionais, felizmente. É a estes, aos que elegem os governos nacionais, que governos têm que prestar contas. Reformados ingleses (ou alemães), nada têm que abdicar para que continuemos com as nossas despesas incomportáveis. É aos nossos reformados e aos nossos funcionários públicos que a “solidariedade” (palavra tão mal usada) tem que ser exigida. Da mesma forma, Gordon e Liz são chamados a participar nas más escolhas do governo britânico; Pedro e Inês não são2.

As nossas opções são ajustar ao euro ou sair do euro. Dito de outra forma, as escolhas são a convergência ou a divergência com a produtividade europeia.


1 “Nós não poupamos, só gastamos”.
2 Pedro e Inês nem as despesas da Madeira querem pagar, que dizer do jornal gratuito Sunderland Star?

42 comentários leave one →
  1. Grunho's avatar
    Grunho permalink
    25 Junho, 2013 11:54

    Ainda não explicaste quem são essas cigarras que fazem as “nossas” despesas incomportáveis.
    Será que fugiram todas para o teu amado governo?

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  2. jo's avatar
    25 Junho, 2013 11:58

    Está explicado. Os portugueses devem abdicar da reforma para que pouparam porque os ingleses não podem abdicar da deles.
    Ou se fores reformado português estás a viver acima das tuas possibilidades mas se fores inglês já não faz mal.
    As reformas portuguesas eram completamente sustentáveis até virem uns iluminados dizer que só seríamos ricos se fossemos pobres e fizeram tudo o possível para baixar os salários e aumentar o desemprego. Como as reformas não são pagas pelos lucros das empresas (que também caíram) o sistema está a entrar em rutura. Mas não faz mal, basta dizer aos reformados que daqui a vinte anos serão ricos.

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    • JoaoMiranda's avatar
      JoaoMiranda permalink*
      25 Junho, 2013 12:10

      ««Os portugueses devem abdicar da reforma para que pouparam »»
      .
      Não percebeu como funciona a Segurança Social.

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    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      25 Junho, 2013 12:12

      Os ingleses do caso reportado fizeram planos de reforma. Está no texto.

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      • jo's avatar
        25 Junho, 2013 15:18

        Os planos de reforma que os ingleses fizeram vão ser pagos pelas pessoas que estão a produzir hoje.
        Pensa que no caso de um plano de reforma de um jornalista por exemplo, são guardadas notícias que são passadas quando eles são velhinhos?
        Experimente perguntar aos americanos que foram apanhados pelas falências de 2008 onde estão as suas poupanças.
        Os sistemas de capitalização só funcionam se existir riqueza suficiente para alocar a eles.
        Se os portugueses reformados tivessem feito planos de reforma neste momento a conversa da treta seria: “lamentamos mas os vossos ativos desvalorizaram e não lhes podemos pagar o valor combinado”.
        Porque o que está a acontecer é que pararam 20 % da força de trabalho e fecharam milhares de empresas que poderiam estar a produzir e não produzem.

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  3. André's avatar
    André permalink
    25 Junho, 2013 12:06

    No outro dia, por acaso, também estive a conversar com um alemão no autocarro (quando ia para as aulas de Latim) e ele estava fascinado com Portugal.
    Primeiro, não conseguia perceber por que razão o Estado tinha investido tanto em energias renováveis, quando a rede de distribuição era ineficiente (a estrada rural em que estávamos tinha aqueles postes de eletricidade tortos, enquanto se via os modernos moinhos eólicos ao longe). Respondi-lhe que isso era normal em Portugal.
    Depois, não percebia como era possível uma empresa de transportes ter preços tão caros (4,10€ até Lisboa, por quarenta quilómetros de viagem no máximo) com um serviço tão mau, que na Alemanha seria ilegal (uma boa parte dos passageiros iam em pé, numa estrada rural, porque a empresa se recusa a colocar mais camionetas naquele horário, já para não falar de que devíamos estar a andar num autocarro de meados dos anos 80). Respondi-lhe que isso deve-se ao facto de que a empresa privada de transportes colocar os lucros à frente do bom serviço que deveria ser prestado, com o consentimento da administração corrupta do país.
    Já na autoestrada, o alemão disse-me que nós não podíamos andar assim na autoestrada. Afinal, o autocarro ia a 40km/hora em plena A8, segundo ele, na Alemanha aquela empresa perderia o direito a funcionar, uma vez que não cumpre requisitos mínimos. A isto respondi-lhe que alugasse um carro, que não tem outra solução para fugir àquela empresa de transportes quando vai à zona oeste.
    No fim disto tudo, ele disse-me que percebia por que razão Portugal devia tanto dinheiro: segundo ele, Portugal não pode funcionar enquanto continuar a ter uma administração corrupta e uma classe partidária conivente. A isso respondi-lhe que nesse caso, nunca iríamos pagar a dívida, porque nunca deixaremos de ter corrupção.
    É risível que numa hora de viagem, um alemão tenha chegado à conclusão que este país não evoluirá porque é corrupto, seja qual for a teoria económica que aplicar. Pode ser que ele diga aos compatriotas o que viu ao sair uns quilómetros da capital (sem ser para ir ao Algarve). Talvez eles comecem a exigir o combate eficaz (com penas de prisão perpétuas e devolução de fundos desviados com juros) à corrupção nos países do sul.

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    • manuel's avatar
      manuel permalink
      25 Junho, 2013 12:18

      André: Considerando que com o nossso empreendorismo privado não vamos lá ,estou de acordo consigo ,antes de investimento estrangeiro e público , a ministra da justiça tem de alterar o emquadramento penal para a corrupção e não discordo de perpectuas, quando os recursos forem públicos. Efectivamente a corrupção deu cabo deste país.

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      • André's avatar
        André permalink
        26 Junho, 2013 07:40

        “e não discordo de perpectuas, quando os recursos forem públicos”. Quando os recursos forem públicos e privados. As empresas também perdem muito dinheiro, entrando muitas vezes em processos de falência que levam milhares de pessoas para o desemprego e obrigando o Estado a dar subsídios e apoios sociais. A corrupção é má em qualquer lado, mas quem a combata, é quase como se estivesse a combater o tráfico de armas, ou seja, é melhor passar a andar de comboio.

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  4. Ricciardi's avatar
    Ricciardi permalink
    25 Junho, 2013 12:09

    «Reformados ingleses (ou alemães), nada têm que abdicar para que continuemos com as nossas despesas incomportáveis. »
    .
    Eu diria mais: Reformados portugueses nada têm que abdicar para que o estado continue a torrar dinheiro dos contribuintes em parcerias, parceiros, rentistas, rendeiros, instalados e velhacarias várias tais como bpn, bpp, swaps, freeports, expo’s, euro’s de futebol…
    .
    Anyway, os reformados ingleses (ou alemães) não deram um tostão aos reformados portugueses. Um único tostão que não esteja a ser pago. Ora, se é pago é porque não é dado. É emprestado. Com juros.
    .
    Mais a mais, em matéria de incumprimento lembro ao Vitor que, no espaço de 200 anos, desde que se fazem registos desta natureza, a Alemanha incumpriu por 8 vezes, ao passo que Portugal fê-lo menos duas vezes. Recordo ainda que, foram os reformados portugueses (e outros) que pagaram 30% dos custos de integração dos reformados da alemanha de leste aquando da unificação.
    .
    Rb

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    • Pedro's avatar
      Pedro permalink
      25 Junho, 2013 12:14

      O Vitor está muito preocupado com o casal de velhinhos ingleses. Este post é uma novela neo-realista de partir o coração.

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    • Pedro's avatar
      Pedro permalink
      25 Junho, 2013 12:34

      Esse simpático casal de idosos, de uma região tão bonita como é o Derbyshire, não terão recebido uma parcela dos biliões a fundo perdido que foram dados pela CE, isto é incluindo os portugueses, para o seu pais, talvez para a sua bem tratada quintinha? Mas eu compreendo que o Vitor não tenha coragem de perguntar nada a um casal de velhinhos tão simpático, que diz que os portugueses e demais preguiçosos do sul os roubaram

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        25 Junho, 2013 12:39

        Não há secretaria de estado do turismo que resolva os problemas que este discurso cria.

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      • Pedro's avatar
        Pedro permalink
        25 Junho, 2013 13:04

        Hahaha, Vitor, isso só lhe fica bem, sim senhor. Mas não se preocupe, eu não trato mal os velhinhos, nem eles frequentarão o Blasfémias. Se vierem aqui e ficarem escandalizados, o Vítor pede-lhes imensa desculpa e diz que eu sou uma das tais sanguessugas, no problem. Apenas respondi ao seu post. Os habitantes do Reino Unido receberam já muitos biliões de fundos europeus. Não estou a falar de empréstimos, mas de subsídios a fundo perdido para a agricultura, infraestruturas, saúde, educação, etc. Este actual resgate, é devolvido e bem pago.
        Deveria cada um viver com os seus recursos? Ora bem, isso é que é bonito, frugal e honesto. Agora, essa de o pobre Peter ser roubado pelo sacripanta do Paulo, bem…

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  5. tric's avatar
    tric permalink
    25 Junho, 2013 12:51

    “Esta é a Europa que se critica em Portugal. Estes são os europeus que queremos sobrecarregar com a nossa despesa incomportável. Sempre que exigimos mais tempo, mais dívida, mais “investimento”, mais “clusters“, mais “estratégia”, estamos a exigir ao casal Gordon e Liz que abdiquem do que planearam para sustentar as cigarras que não conseguem ver além do hoje e agora.”
    .
    tadinhos do casal Gordon e Liz…

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    • tric's avatar
      tric permalink
      25 Junho, 2013 12:58

      “…estamos a exigir ao casal Gordon e Liz que abdiquem do que planearam para sustentar as cigarras que não conseguem ver além do hoje e agora.””
      .
      sim casal Manel e Maria tambem estão a abdicar, forçadamente é claro, do que planearam para sustentar essas visões milagrosas económicas promovidas pelo FMI/BCE e apoiadas pelos Liberais…Casal Gordon e Liz…lol

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    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      25 Junho, 2013 12:59

      Ou dito por romenos, tadinhos do Manel e da Maria.

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  6. tric's avatar
    tric permalink
    25 Junho, 2013 13:01

    Planos de Reforma…. o Estado ficou com as reformas dos Bancos…e agora vai apoiar a criação de planos reforma pelo sector financeiro??!! estes gajos drogam-se…

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    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      25 Junho, 2013 13:17

      Eu sei que parece uma ideia mirabolante, mas funciona assim: todos os meses, as pessoas depositam dinheiro numa conta pessoal que vai sendo capitalizada ao longo dos anos. Envolve alguma aritmética.

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      • Pedro's avatar
        Pedro permalink
        25 Junho, 2013 13:41

        Não envolve alguma aritmética, envolve dinheiro. Uma explicação útil para quem não tem experiência prática no assunto: O melhor matemático do mundo, a transbordar de aritmética, se receber o salário mínimo e tiver família para sustentar, não consegue depositar todos os meses o suficiente para ter uma reforma decente.

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        25 Junho, 2013 13:47

        Óptimo: acabou de denunciar os socialistas que querem aumentar consumo.

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      • Pedro's avatar
        Pedro permalink
        25 Junho, 2013 14:13

        São socialistas, não se espera outra coisa. Eu sou da liga de temperança do meu bairro. Aumentar consumo é mau, porque provoca vícios. É por isso que os salários e prestações sociais devem ser reduzidos ao mínimo, até porque temos de pagar o que devemos ao tal casal de velhinhos do derbyshire. Depois o Vítor faz a coleta e entrega-lhes o dinheiro, enquanto se fustiga por ser habitante de um país tão moralmente miserável. O tal gajo da matemática de que eu falei, por exemplo, deveria ter sido mais empreendedor.
        Agora o Vítor vai explicar mais coisas sobre PPR, fundos de investimento, etc.

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    • neotonto's avatar
      neotonto permalink
      25 Junho, 2013 13:28

      Há uns 5 ou 6 anos, na região de Bordéus, conheci um casal de reformados, ingleses, oriundos de Derbyshire. Antes do rebentamento das crises de dívidas soberanas

      .

      Crises de dívidas soberanas? A quem con** interessa esse necio assunto?. O que necesitamos investigar e urge portanto averiguar o que fazía o Vitor e o casal ingles (que nao era no Eurodisney, nao, nao) era pela regiao de Bordeus …

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  7. Portela Menos 1's avatar
  8. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    25 Junho, 2013 13:33

    cada vez mais pessoas levam menos a sério os rapazes do blasfémias e o slogan do “viver acima das possibilidades”.

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  9. gastão's avatar
  10. Pffff !'s avatar
    Pffff ! permalink
    25 Junho, 2013 14:03

    Vitor !
    Faz as malas moço !
    Está quase a abrir a “Universidade de Verão do PSD”.
    Faço votos, para que fiques na turma do PSD’s da Madeira…
    Olha que o curso promete !
    Tema principal:
    Como rebentar com um país, em menos de 2 anos !

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  11. Piscoiso's avatar
    25 Junho, 2013 14:13

    É curioso que na semana passada estive no Algarve e conheci um casal de Bordéus, que conheceu o “casal” Gordon e Liz. Mathieu e Geneviève, conheci-os num restaurante, estavam na mesa ao lado. Saboreava eu uma cataplana de marisco, quando ouvi um “parlez-vous français?” a mim dirigido. Consegui expelir um “oui” entre umas ameijoas que mastigava. Perguntou-me pelo vinho que estava a beber, um Esporão branco bem fresquinho. Reparei que ele também estava a beber Esporão, mas tinto, acompanhando uns lombinhos de porco com conquilhas. Começou por dizer maravilhas do vinho português, que por igual qualidade custa o dobro do preço em França. Depois foi desbobinando a sua vida em Bordéus, onde tem um bistrot. Aí veio à baila um “casal” inglês, que todos os anos os visitavam, Gordon e Liz, dando uma gargalhada de cada vez que os nomeava. Trata-se de um “casal” homossexual, ambos alcoólicos, que gostam de falar do Excel.
    Bebi a bica e despedi-me, mas ele ofereceu-se para beber um Remy Martin que não pude recusar, onde ele foi dizendo que Liz era um “garçon très sympa” mas Gordon “un gros con”.

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  12. 1berto's avatar
    1berto permalink
    25 Junho, 2013 16:58

    Ouvi dizer que o governo está a promover o país aos reformados estrangeiros, baixando inclusivamente o IRS. O Vítor não tem de se preocupar. O Gordon e a Liz já estão a fazer as malas enquanto rebolam de riso. Afinal as poupanças ainda vão render mais do que esperavam.

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  13. Trinta e três's avatar
    Trinta e três permalink
    25 Junho, 2013 18:54

    “Dito de outra forma, as escolhas são a convergência ou a divergência com a produtividade europeia”.
    .
    Este é o ponto. Mas é precisamente sobre isto que poucos falam, limitando-se a maioria à questão da tributação e dos cortes na despesa (que dão mais na receita).

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  14. Fincapé's avatar
    Fincapé permalink
    25 Junho, 2013 21:29

    “Liz explicava-me “we don’t save, we just spend“1, com o afinco da formiga que planeou a reforma com planos poupança; estes permitem-lhes viajar e realizar os planos adiados durante anos de trabalho a amealhar.”
    – A sorte que Gordons e Elizabeth tiveram por não terem falido as seguradoras dos planos poupança. Pelo menos, evitou-lhes terem de exigir do Estado o dinheiro posto na seguradora.
    – Ou não. Porque, tendo o sistema inglês reformas como aqui em Portugal, mas muito maiores, se calhar eles estavam mesmo é reformados. Pelo menos é isto que tenho visto em reportagens sobre o sistema inglês, explicado por ingleses.

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    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      25 Junho, 2013 21:31

      Acha que eu ia inventar, Fincapé? Onde encaixaria depois a linda alegoria sobre responsabilidade (e risco, como salienta) pessoal?

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      • neotonto's avatar
        neotonto permalink
        26 Junho, 2013 07:27

        Há uns 5 ou 6 anos, na região de Bordéus, conheci um casal de reformados, ingleses, oriundos de Derbyshire.

        .

        Como também dize o Vitor isso era lá nos tempos antigos de antes do rebentamento das crises de dívidas soberanas que é como dizer no século passado.
        O Vitor deveria actualizarse para acomodar em uns recentes reformados que ainda que sejam british 100% e com pedigree a bom seguro que um tal de Camaraone de andou nas suas reformas ainda que fossem “planificadas” tipo antiga URSS e tal. Actualizese, homem, s´il vous plaît

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      • Fincapé's avatar
        Fincapé permalink
        27 Junho, 2013 01:44

        Pode ter-se “perdido na tradução”. Coisas do cinema estrangeiro . 🙂
        A linda alegoria sobre responsabilidade pessoal será sempre uma alegoria. Imagine-se dois indivíduos com o mesmo rendimento a escolherem duas instituições idênticas para depositar as suas poupanças durante 40 anos de trabalho. A possibilidade de qualquer delas durar esses 40 anos só mesmo para pessoas de fé. Mas vamos supor que uma delas aguenta e que a outra vai à falência. As hipóteses de qualquer popular conseguir tirar o seu dinheiro antes, também só para pessoas de muita fé. Quem por vezes consegue isso são os gestores e amigos.
        Logo, temos duas pessoas que em igualdade de situação, com a mesma responsabilidade individual, com decisões semelhantes, uma ficará reformada até a sua seguradora também falir. A outra nunca terá reforma e terá de trabalhar até ao fim da vida, nem que seja aos 115 anos.
        Ora, este seria um sistema em que a lotaria estaria sempre presente nas decisões individuais. Ninguém quer um sistema de lotaria. Isso era antes da invenção dos antibióticos. Quem tivesse o azar de apanhar uma infeção morria, quem não tivesse esse azar viveria mais um tempo. Lotarias só mesmo por desporto. 😉

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