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Regular o regulador

27 Junho, 2013

Imaginemos, por um momento, que não existe ASAE. O progressista já imagina um conjunto de consumidores a comerem rissóis com carne de ratazana e a morrerem com leptospirose. Mas, seria este cenário dantesco o mais provável?

Intervencionistas, imaginando sempre o pior nas livres transacções entre pessoas, não estão dispostos a correr ou sequer analisar o risco, crendo ser pelo bem comum a defesa preventiva (o uso desta palavra, defesa, é importante) de potenciais abusos de confiança no estabelecimento de contratos. Assim, cria uma polícia que vigia, recorrendo a normas e procedimentos tabelados que afastam o escrutínio caso-a-caso num protocolo o mais inclusivo possível. Tem falhas, claro: ninguém se lembraria de todas as possibilidades causadoras de dano aos consumidores nem estas são imutáveis.

Quais são as consequências? Pessoas honestas que fariam e venderiam os seus rissóis de carne da melhor qualidade são afastadas do processo mercantil informal, passando a estar sujeitas ao escrutínio legal preventivo e sob alçada de actividade formalmente vinculada a prestações fiscais. Ou, mais provável, não se dar ao trabalho e despesa, simplesmente abdicando do micro-negócio.

Este texto não é sobre a ASAE e seus (eventuais) méritos e deméritos; é sobre a regulação extrema dos progressistas e as distorções que provocam – e em particular por se limitarem às áreas que envolvem transacções voluntárias, descartando as transacções executadas involuntariamente pelos cidadãos sob o nome colectivo do “O Estado”. Aqui volta a relevância da palavra “defesa” do primeiro parágrafo: é tudo feito em nome da defesa de alguma coisa presumivelmente pública (outra palavra fundamental) – da ordem pública, da higiene pública, da saúde pública, da escola pública, da participação no debate público, da causa pública.

Ao Estado são permitidas transacções, por exemplo de endividamento externo, não reguladas por regras ou fiscalizadas pela “polícia do défice”. Não existe um protocolo, como o que impõem para quem confecciona rissóis, que impeça que esta dívida seja realizada sem escrutínio dos contribuintes. Sim, há eleições, mas votam todos: contribuintes e não-contribuintes, incluindo os receptores de contribuições. Dir-me-ão que a Constituição é o regulador máximo mas responderei que “o Orçamento prevê as receitas necessárias para cobrir as despesas” (Artigo 104, ponto 4) soa mais a livre trânsito que a política de gestão. Por outro lado, basta seguir as propostas da oposição (inclui facções de partidos no governo), todas elas baseadas em promessas de crescimento com dívida ou, dito de outra forma, crescimento (ou não, quem sabe?) à custa de impostos futuros.

Precisamos da ASAE? Talvez sim, talvez não: de forma pragmática e afastando ideologias, dependerá do histórico de casos de morte com rissóis causadores de leptospirose. Mas temos uma ASAE, não temos é um regulador para as despesas do Estado; e sobre estas, diga-se de passagem, parece existir uma miríade de exemplos que demonstram maior plausibilidade para abusos do Estado que de fazedores de rissóis portadores de leptospirose. Prevendo já o “foi a crise internacional” ou o “olha para esta micro-janela de uma país qualquer que parece que cresce durante um período com crédito e emissão de moeda“, alerto que essa reacção é admissão de que o que descrevo como abuso é, de facto, um abuso.

De partida para férias, correndo o risco de comer carne estragada no estrangeiro, deixo-vos uma questão: e se o ponto 4 do artigo 104 fosse rescrito para constar como “o Orçamento prevê as despesas que possam ser executadas com as receitas não-extraordinárias do ano anterior“?

62 comentários leave one →
  1. Luís Marques's avatar
    Luís Marques permalink
    27 Junho, 2013 08:49

    Não devia ir de férias, espero que coma a tal carne estragada. Cumprimentos

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  2. André Gonçalves's avatar
    André Gonçalves permalink
    27 Junho, 2013 09:17

    A ASAE é apenas uma pressão económica, tal como todas as pressões que o mercado livre exerce sobre um agente económico. É uma pressão económica que é exercida sobre factores que a economia de mercado não exerce directa ou indirectamente, e que tem um efeito positivo na qualidade dos serviços prestados.

    Será que um cliente de um restaurante pede para ver as arcas frigorificas antes de pedir uma refeição? Será que analisa a carne? Será que faz vistorias à cozinha para saber se verificam as condições básicas de higiene? Não. E por vezes custa-lhe no corpo.

    Sem a pressão económica exercida pela ASAE os prestadores de serviços que lucram por cortar cantos em factores que não são directamente reflectidos no mercado onde operam, como casos de falhas de higiene clamorosas que não são directamente observáveis pelo cliente, beneficiam de vantagens ilegítimas sobre os concorrentes que prestam serviços de qualidade.

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  3. consumidor's avatar
    consumidor permalink
    27 Junho, 2013 10:51

    É óbvio que a ASAE é extremamente necessária (sobretudo num País de vigaristas …) , mas como tudo em Portugal , funciona mal …

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  4. MJRB's avatar
    27 Junho, 2013 10:55

    Neste país povoado por inúmeros trafulhas, a ASAE é indispensável para garantir a defesa do consumidor.
    Provas não têm faltado de prevaricações e chico-espertice no pequeno comerciante ou num hiper…

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    • Carlos's avatar
      Carlos permalink
      27 Junho, 2013 12:10

      Esses trafulhas são os únicos que têm negócio, pois são os únicos que procuram andar à volta do sistema, e até o infringir. Certamente há uma tendência para esses serem melhor sucedidos que os honestos. Assim, como a tendência é essa, e num universo de um país inteiro, é natural que sejam os desonestos a vender produtos. Não culpe as pessoas, culpe o sistema regulatório. Além de que a ASAE não é precisa para nada – uma instituição que apreende comida doada por pessoas aos idosos de lares (como marmelada, pão fresco, doces, etc), pelo simples facto de ser comida caseira.

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      • Cáustico's avatar
        Cáustico permalink
        27 Junho, 2013 12:14

        Carlos:
        Queira detalhar, com exemplos, essa sua última frase (apreensão, pela ASAE, de comida doada). É que nunca ouvi falar.
        E, se não for maçada, dizer qualquer coisa sobre o sistema imunitário dos idosos.
        Antecipadamente grato.

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      • Carlos's avatar
        Carlos permalink
        27 Junho, 2013 12:28

        Por exemplo: http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=1012092&especial=ASAE&seccao=SOCIEDADE

        Eu acho que na altura não o vi aqui, foi uma notícia mais detalhada, mas pode ler essa. Quem tem de se preocupar com o sistema imunitário dos idosos são eles próprios ou então a família deles. Se proibisse o meu avó de comer queijo por ele ter colesterol elevado, ele dizia-lhe uma quantas. Chega de ter pessoas que me dizem o que tenho ou não de fazer para o meu bem. Eu escolho o que é o meu bem, independentemente de me fazer bem ou mal no futuro. É o meu corpo, é a minha escolha.

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      • Carlos's avatar
        Carlos permalink
        27 Junho, 2013 12:36

        Acho que foi este artigo que li na altura: http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=1012112&especial=ASAE&seccao=SOCIEDADE

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      • Cáustico's avatar
        Cáustico permalink
        27 Junho, 2013 12:41

        O exemplo foi mal escolhido. Só há a posição do padre; falta a opinião da Asae. Parece, também que os alimentos não obedeciam a algumas normas (aconselho-lhe, a título de exemplo, a leitura do DL 28/84, de 20 de Janeiro).
        Mas, enfim, se é sua opinião que não devem existir especiais cuidados na alimentação de crianças e idosos (quantas vezes não autónomos e sem família), e que o Estado não tem que se imiscuir, julgo que estamos conversados.

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      • Bolota's avatar
        27 Junho, 2013 13:03

        Caustico,

        Conheço um individuo que vende produtos horticolas num mercado grosso. Por vezes há fruta tocada que ele não vende mas pode aproveitar-se. Imagine uma abobora…se tem um toque cortasse a zona tocada e todo o resto é aprfoveitavel. Ele doava a um entiddade de caridade, que as utilizava para sopas , doces e compotas e foi tudo enviado para o lixo tendo ficado os velhos sem doce ao pequeno almoço.
        Numa feira tradicional apreenderam presuntos e chouriço, foram para abate, um dos lezados quiz assitir ao abate, faltava mais de metade do produto apreendido.

        Mas sabes o que me impressiona??? São as carradas de rambos armados até aos dente de cara tapada que vão fazer estas apreenções. Mas eles estão a afazer alguma coisa iligal para irem com todos este aparato???

        Retira a carga arrogante desta policia politica e a ASAE faz todo o sentido do mundo. Mesmo assim, NApoles esteve com merda nas ruas até meio das paredes e a ASAE italiana não existe ou as noormas europeis são só pro portugas????

        Sabes como se diz em Baleizão – estamos entregues a uma quadrilha de mal feitores.
        Já agora, a cifdade onde vivo está PARADA.

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      • Cáustico's avatar
        Cáustico permalink
        27 Junho, 2013 13:55

        Bolota:
        andas a ver filmes a mais. Tens, da ASAE, a imagem que passa na comunicação social. Rambos armados até aos dentes são os tipos das forças de segurança (PSP e GNR) que colaboram com a ASAE; não são os inspectores. Se um dia tivesses oportunidade de ver a matéria prima usada para fazer os enchidos nalgumas indústrias ilegais, mudavas de ideias. Ou pensas que aquilo é feito com carninha fresca do lombo?
        E se algum alimento vai para o lixo, é sempre após decisão baseada em exame pericial de um médico-veterinário. Não são os inspectores que decidem. Informa-te sobre as regras do código de processo penal, antes de opinar.

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      • Tiro ao Alvo's avatar
        Tiro ao Alvo permalink
        27 Junho, 2013 14:09

        Conheço o caso de um emigrante português na Alemanha que, ali explora um estabelecimento do tipo tem-tudo, que, antigamente, abundavam em Portugal: ele vende desde calçado até peixe fresco, passando por tecidos e mercearias, enchidos e bacalhau. Diz o nosso compatriota que maioria dos seus clientes é constituída por portugueses e espanhóis, mas que tem muitos clientes italianos e muitos alemãs.
        Esse emigrante costuma fechar o seu estabelecimento no mês de Agosto para férias, sem qualquer receio de perder clientela, que o preferem pela garantia de qualidade dos produtos que comercializa.
        Como todos sabem, uma coisa destas é impossível em Portugal, que não soube exigir derrogações às leis comunitárias, quando aderiu. Um estabelecimento desta natureza não pode ser licenciado em Portugal.
        É por esta e por outras coisas como esta que estamos mal. E há muitos portugueses que, infelizmente, ainda não entenderam isso.
        Concluindo, o nosso país não vai melhorar tão cedo.

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      • Cáustico's avatar
        Cáustico permalink
        27 Junho, 2013 14:22

        Tiro ao lado:
        Explica lá bem explicadinho porque é que uma coisa dessas não é possível em Portugal.
        É que entras em qualquer supermercado em Portugal e encontras tudo isso. Licenciado. Li-cen-ci-a-do!
        Esta gente ou já não toma o tranxene ou é do circo…

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      • Pedro's avatar
        Pedro permalink
        27 Junho, 2013 15:01

        “Se proibisse o meu avó de comer queijo por ele ter colesterol elevado, ele dizia-lhe uma quantas.”

        Carlos, está a confundir. Não se trata de colesterol, trata-se de elementos patogénicos. Nem a ASAE nem ninguém o impede a si e ao seu avô de comer todos os dias um bife de vaca com ovo a cavalo acompanhado de um tintol e um queijo inteiro no fim. Colesterol é o que há mais. A crise é boa para o consumo de colesterol. A malta pode almoçar todos os dias um hamburguer e um refrigerante por dois euros.

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      • Tiro ao Alvo's avatar
        Tiro ao Alvo permalink
        27 Junho, 2013 15:23

        Cáustico, não estou a falar de supermercados, com várias lojas e sectores bem delimitados, cada um respeitando as leis estabelecidas para esse tipo de negócio. Estou a falar de uma única loja, com um empregado ou dois, normalmente da mesma família, em que não pode haver inteira separação entre os vários sectores.
        O Cáustico bem sabe das exigências que são feitas aos nossos comerciantes, quer se trate de um simples café de bairro até uma pequena loja de província que vende queijos ou enchidos da região.
        Mais, fique a saber que na Alemanha, em certas zonas, é hoje possível comprar numa feira um coelho morto, preparado pelo próprio produtor.
        O “trinta e três” tem inteira razão quando diz que “convém não confundir controlo de qualidade, com perseguição a chouriços a e outras produções artesanais. Aí, o que falhou foi a negociação sobre excepções que outros países fizeram e nós não (…) aspecto há muito denunciado”. Este é o ponto, o resto são, frequentemente, as corporações a funcionar…

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      • Bolota's avatar
        27 Junho, 2013 21:05

        …andas a ver filmes a mais. Tens, da ASAE…

        Cáustico,

        Já percebi que és um vivaço que tens tudo na ponta da lingua…

        Dou de barato que os rambos não sejam da ASAE…mesmo assim explica lá para que é todo aquele aparato se vão fazer uma fiscalização de rotina…só mais esta: quando da carne de cavalo a ASAE soube atraves dos jornais…mas imediatamente a seguir descobriu uma porrada de toneladas de carne de cavalo mas não disseram onde, mas como é obvio não fui em nenhum daqueles talhos mixorucos que fora depois passados a pente fino.

        Digo-te mais as entidades de caridade cujos viveres foram destruidos ainda tiveram de pagar coimas pela infracção. Para que vive de esmolas…

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      • Cfe's avatar
        Cfe permalink
        27 Junho, 2013 21:18

        Antes da ASAE ser criada quantas pessoas em Portugal sofriam (ou morriam) de intoxicações?
        A maior parte das pessoas nem faz ideia das exigências da ASAE e põe -se que dizer que “é bom haver higiene”, que isso que aquilo: mas alguem que é contra a ASAE é contra higiene?
        Outra coisa: a ASAE é um orgão de polícia e tem sim treinamento e métodos iguais ao restante corpo a que pertence

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    • Cáustico's avatar
      Cáustico permalink
      27 Junho, 2013 15:47

      Tiro ao alvo:
      As exigências que são feitas são as normais em qualquer país civilizado. Não há qualquer perseguição.
      A propósito do coelho leia, só a título de exemplo, a Portaria 699/2008, com derrogações aos regulamentos comunitários para o comércio a retalho local. As derrogações/excepções ao nível dos licenciamentos das unidades artesanais de produtos alimentares são inúmeras. Aliás, há mais de uma década que os regimes de licenciamento industrial têm vindo a ser sucessivamente alterados com amnistias para os prevaricadores e cláusulas de excepção a torto e a direito.
      Muitos dos que aqui opinam, falam de ouvido

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        27 Junho, 2013 15:53

        ASAE apreende urna do Benfica

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      • Pedro's avatar
        Pedro permalink
        27 Junho, 2013 16:12

        Sim, foi uma parvoíce. O problema é que o Benfica pensa que é dono da marca. É um clube sem coração. A sociedade civil devia organizar-se para mudar a lei. Eu também queria poder comprar em Carcavelos roupa com marca da levis. Mas eles têm a mania que a marca é só deles. Abaixo o capitalismo, camaradas. As forças repressoras da ASAE deviam passar-se para o lado do povo.

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      • Tiro ao Alvo's avatar
        Tiro ao Alvo permalink
        27 Junho, 2013 16:34

        Cáustico,
        Fui ler a portaria 699/2008 e tive a sensação de ter entrado num labirinto. Legislações deste género, só especialistas é que as entendem, pois são frequentes as referências a outros instrumentos legais, muitas vezes Regulamentos Comunitários, com uma linguagem a armar ao técnico, apenas entendida por alguns.
        E, além disso, ainda temos que contar com o excesso de zelo dos funcionários da ASAE e outras autoridades que fazem fiscalização, muitas vezes não sabendo verdadeiramente o que estão a fazer, como aconteceu recentemente quando embargaram uma exportação acondicionada em caixa de madeira que os guardas diziam ser de pinho não tratado, quando a caixa era feita de madeira de outra espécie, causando, assim, grandes embaraços ao exportador.
        Em conclusão e a meu ver, nestas matérias temos ainda um longo caminho a percorrer.

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    • Cáustico's avatar
      Cáustico permalink
      27 Junho, 2013 16:48

      Tiro ao alvo chuta para canto.
      Linguagem complicada e excesso de zelo.
      Pois…

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  5. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    27 Junho, 2013 11:08

    realmente há demasiado público/publica … em greve 🙂

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  6. eramasfoice's avatar
    eramasfoice permalink
    27 Junho, 2013 11:21

    É isso dos rissóis e o negócio de armas. Devíamos andar todos armados até aos dentes porque somos todos, quase todos, menos os ‘progressistas’, gente decente.
    Confesso que me mete tanto nojo uma isabel moreira ‘progressista’, como um qualquer vitor cunha ‘antiprogressista’, o que quer que isso seja em grau de estupidez.

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  7. Pedro's avatar
    Pedro permalink
    27 Junho, 2013 11:22

    “Precisamos da ASAE? Talvez sim, talvez não: de forma pragmática e afastando ideologias, dependerá do histórico de casos de morte com rissóis causadores de leptospirose.”

    Como é que isso se faz? Encerra-se ASAE e a sua reativação depende do número de mortes por intoxicação alimentar? Chefe, este ano morreram vinte. Não chega, o conselho de anciãos da sociedade, reunida em plenário, decidiu que se começa a fiscalizar quando morrerem cem.

    Talvez haja de considerar a hipóte, embora remota, de o actual número relativamente baixo de mortes por intoxicação alimentar se dever à fiscalização. Não existindo, a maior parte das pessoas nem saberiam com exatidão do que morreram ou quem lhes vendeu o produto estragado.
    O Vítor trata a atividade económica como uma sociedade de cavalheiros. Quem desrespeita as regras é ostracizado. Por exemplo, um tipo que morra de leptospirose cortaria relações com o cavalheiro que lhe vendeu os rissóis estragados. Nunca mais iria a sua casa, nem lhe daria os bons dias.

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    • Carlos's avatar
      Carlos permalink
      27 Junho, 2013 12:19

      Não se faz nada depois do encerramento. Há dois tipos de negócio, um de curto-prazo, e outro de longo-prazo. O de longo-prazo, é feito por pessoas que entram num negócio e querem ganhar a confiança do consumidor e assim não têm vantagem nenhum em enganar, ou fazer mal aos consumidores, muito pelo contrário, têm toda a vantagem de dar credibilidade ao seu negócio e se certificar que tem tudo em ordem para a venda. E existe um negócio de curto-prazo, em que os vendedores têm a perspectiva de entrar no negócio e vender produtos (na mesma sem fazer mal aos consumidores, pois se o fizessem, seriam julgados) mas não se importam de ‘enganar’ os consumidores. Este tipo de negócio muito raramente tem qualquer tipo de interferência de uma chamada ASAE. Além de que as pessoas estão muito mais cautelosas em relação a novos vendedores, negócios que não conhecem.

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      • Pedro's avatar
        Pedro permalink
        27 Junho, 2013 14:20

        Carlos, deve estar a brincar. Todos os anos são apreendidos pela ASAE toneladas de alimentos estragados, seja em entrepostos, seja em grandes e médias superfícies. Você engole alegremente muita porcaria ao longo da vida, feitas por aquelas empresas que até ganham prémios de mérito industrial. Estou a falar de negócios de “longo prazo”. E muito ainda está por fazer.
        Neste mundo, não vale grande coisa a confiança pessoal entre o cliente e o fornecedor ou comerciante. Antigamente é que as pessoas compravam o leite, a fruta e os chouriços diretamente àquela senhora simpática que tinha uma quinta. Quando eu era adolescente, a minha mãe comprava queijinhos de ovelha a um simpático pastor que pastoreava ali nas redondezas e fornecia os vizinhos. Nem ASAE, nem meio ASAE, tudo caseirinho como manda a sapatilha, sem fiscais a chatear. Foi preciso a própria mulher dele morrer de brucelose para as pessoas começarem a abrir os olhos.
        Eu tenho muita pena, mas prefiro que a ASAE exista, de preferência até com mais meios do que os que têm, que são poucos. Se acha que são pouco atuantes ou coniventes em determinadas situações, deve chamá-los ou denunciar a situação. Agora, das duas, uma: ou quer a ASAE ou não quer a ASAE. Não me impressiono muito é com as tretas do pobre fabricante ou comerciante perseguido. A segurança alimentar não é uma questão ideológica, mas sim uma questão de… segurança alimentar, que afeta “progressistas” e “anti-progressistas” por igual. A leptoesperose é democrática.

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      • Carlos's avatar
        Carlos permalink
        27 Junho, 2013 14:45

        Eu não estou a dizer que não devam existir instituições que ajudem e sirvam o consumidor. A diferença é que elas devem surgir do mercado, serem escolhidas pelas pessoas. A DECO é uma delas. Não é uma polícia que vai a qualquer sítio e destrói ou expropria o que é dos outros como bem lhe entende. As pessoas o que precisam é de informação (informação essa que pode simplesmente querer dizer que determinada ‘feira’ não segue normas de higiene mínima) que as possibilitem decidir a sua vida. Como deve reparar, o surgimento de tais organizações, principalmente a nível local, não faz muito sentido, pois o trabalho destas não seria valorizado, neste contexto em que a ‘polícia alimentar’ intervêm.

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      • Pedro's avatar
        Pedro permalink
        27 Junho, 2013 15:22

        Sim, Carlos, isso é tudo muito bonito, somos uns porreiraços. O facto é que a DECO existe e ainda assim a ASAE tem de fazer o papel de mau da fita e apreender aos pobres dos fabricantes e comerciantes muita porcaria que eles vendem, ou porque não têm sistemas de controlo de qualidade de jeito, ou porque simplesmente se estão nas tintas e é tudo lucro. O Carlos pensa mesmo que são as organizações de consumidores que o protegem? Olhe que paises mais maduros e avançados mais umas décadas nisso do que o nosso, não dispensam a força. Mas isto resolve-se facilmente. Encerre-se a ASAE ou qualquer outro sistema autoritário de fiscalização que exista, e veja-se o resultado. Eu não tenho mais argumentos. Acho muito bem que as pessoas aprendam com a experiência, só lhes faz bem. Como dizia o outro, organizem-se, pá.

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      • Pedro's avatar
        Pedro permalink
        27 Junho, 2013 15:23

        Encerro com um grito de liberdade

        Viva o Rissol Livre!

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      • Carlos's avatar
        Carlos permalink
        27 Junho, 2013 15:46

        Então porque não se proíbe o tabaco e se mete a ASAE a expropriar as pessoas que têm e usam tabaco? .. Tenho a certeza que as doenças respiratórias e cardiovasculares reduzir-se-iam. Ou então porque não se proíbe o sushi, o peixe cru tem muito mais risco de transmitir doenças para as pessoas que o comem. A questão aqui não é o facto de se obter melhores resultados no papel, mas de dar liberdade às pessoas, e deixar que elas decidam o que é o melhor para elas (mesmo que esse melhor pareça mau para os outros, os outros não têm o direito de lhe dizer que o é melhor para si). Para que isto aconteça, as pessoas têm é de estar informadas, e não acorrentadas a um sistema que lhes diz o que elas podem ou não comer, fumar ou beber. Eu bem sei que o álcool faz mal à saúde, mas continuo a beber. Quer-me proibir de beber álcool porque me faz mal.

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      • Pedro's avatar
        Pedro permalink
        27 Junho, 2013 16:55

        Carlos, eu não quero nada proibi-lo de beber vinho, acho que não percebeu. E se beber dez litros de água de uma vez também pode morrer, e também não o quero proibir de beber água, por amor de deus, nem a ASAE ou a GNR. mas eu já tinha dito que acho muito bem que se encerre a ASAE e demais forças opressoras.

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      • Pedro's avatar
        Pedro permalink
        27 Junho, 2013 18:53

        Carlos, um conselho, se o não achar muito impertinente: quando comer sushi, ou outros alimentos crus, assegure-se que o sítio está licenciado e é inspecionado. Em Tóquio, a pátria do sushi, onde toda a gente é especialista em peixe cru, não sai nada das lotas sem as autoridadezinhas verificarem, e os restaurantes têm visitinhas frequentes.
        Mas quer saber como é que se atua a sério, na inspeção sanitária?
        http://www.niagararegion.ca/living/health_wellness/inspect/infodine/closures-and-convictions.aspx

        Por aqui, os nossos liberais já tinham ficado escandalizadas por envergonharem os donos dos restaurantes na internet. Mas somos uns meninos, nestas coisas.
        É claro que a ASAE erra por vezes, exagera, outras fecha os olhos, etc. Mas é assim com qualquer policia no mundo inteiro e no entanto são precisas. Que tal a PSP seguir o conselho do Vitor e parar a ver o que dá? Eu ofereço-me para fazer assim um post, á maneira do Vitor: “Intervencionistas, imaginando sempre o pior nas livres relações entre pessoas, não estão dispostos a correr ou sequer analisar o risco, crendo ser pelo bem comum”. Que tal? è quase romântico.

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        27 Junho, 2013 18:54

        Que tal a PSP seguir o conselho do Vitor e parar a ver o que dá?

        Leu o conselho do Vítor onde?

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  8. Miucha's avatar
    Miucha permalink
    27 Junho, 2013 11:27

    obrigada ó Parreira (gosto mais deste) por dares palavras a coisas simples com que todos os dias somos confrontados, “somos” os que gostam de comer rissóis bons e que gostariam de os vender com a melhor qualidade, porque os que desejam que comas carne estragada são aqueles que decerto medem todos os outros pelas suas intenções – seriam os fazedores de rissóis com carne estragada. Trabalham ou para a ASAE, para o ministério da ingricula (MAMAO palavras mais para quê?) ou para qualquer outra instituição paga pelos fazedores de rissóis bons e de qualidade neste país.

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    • Pedro's avatar
      Pedro permalink
      27 Junho, 2013 11:46

      Miucha, eu aconselharia-a a si, e a todos os libertários, fabricantes e mercadores livres, a abrir uma tasca ou pastelaria em Nova Iorque, onde os inspetores sanitários da cãmara fazem os da nossas ASAE parecem uns amigalhaços. Até vai tudo prá net.

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      • argh's avatar
        argh permalink
        28 Junho, 2013 14:56

        Proíbam este Pedro de comentar!!!! é too much logic!!! Ele está a dizer que regular a economia não é satanismo!!! quer matar-nos o deus-dinheiro!!!

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  9. Miucha's avatar
    Miucha permalink
    27 Junho, 2013 11:28

    já agora o meu contributo para o défice democrático:
    quando custam os sindicatos dos profs?
    Bfds.

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  10. Aryan's avatar
    27 Junho, 2013 11:32

    Três pedidos lhe faço caro VC. O primeiro; vá lá de férias para a estranja gozar aquilo que muitos de nós agora não pode fazer. Só você como neo-liberal tem esse direito. O segundo; leve consigo a HM que pouca ou nenhuma falta faz em Portugal. Aqui e demonstrando não lhe querer muito mal, desejo-lhe uma boa dose de paciência e sorte, embora você, bem no fundo, também não o mereça. É que sempre são menos dois neoliberais a incomodarem. O terceiro; seria da minha parte deselegante pedir-lhe a si e à HM para não regressarem mais a Portugal? Vá lá, façam-nos esse favor.

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  11. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    27 Junho, 2013 11:33

    PPCoelho a falar directamente para milhão e meio de desempregados:
    http://www.publico.pt/politica/noticia/passos-coelho-pais-precisa-menos-de-greves-e-mais-de-trabalho-1598481

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    • MJRB's avatar
      27 Junho, 2013 11:53

      Faltou “uma enchadinha” a PPCoerlho antes de se candidatar a presidente do P”SD”…
      A frase de PPC ontem proferida, atesta a javardice mental e o desrespeito por quem trabalha.

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      • politologo's avatar
        politologo permalink
        27 Junho, 2013 16:55

        ditadores da meia tigela …e o pior desastre é que vamos sair da lama para nos metermos no atasqueiro … com esta gente não vamos a lado nenhum … irra , oculos habent et non videbunt !!!

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  12. MJRB's avatar
    27 Junho, 2013 11:55

    “Não somos contra a greve geral mas…” — se pudessem…

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  13. RC's avatar
    27 Junho, 2013 12:12

    Se precisamos da ASAE? Claro que sim. Andavam aí uns bandalhos a fazer contrafação vendendo cópias ilegais de produtos que foram criados por mim para a minha empresa e só a ASAE é que os parou.

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  14. Trinta e três's avatar
    Trinta e três permalink
    27 Junho, 2013 12:22

    O controlo de qualidade existe nos outros países da UE e foi uma das áreas em que tivemos uma grande evolução. Mas convém não confundir controlo de qualidade, com perseguição a chouriços a eoutras produções artesanais. Aí, o que falhou foi a negociação sobre exceções que outros países fizeram e nós não. Esse aspeto foi há muito denunciado. http://www.publico.pt/sociedade/noticia/especialista-diz-que-governos-portugueses-nao-protegem-produtos-tradicionais-1327954
    .
    Mas é sempre mais fácil deitar as culpas para… a cegonha (lembram-se?).

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  15. Jorge Araujo's avatar
    Jorge Araujo permalink
    27 Junho, 2013 13:02

    Em Portugal, tivemos desregulação á bruta ou hand off quase extremo por exemplo na Banca e Imobiliário, com os resultados que se conhecem. Mas com fanáticos, é complicado

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  16. Binarypsilocybin's avatar
    27 Junho, 2013 13:02

    Que dia lindo minha gente.
    Só para dizer ao camarada Piscoiso e ao Portela que hoje entrei no trabalho eram 8h00 da manhã e pretendo sair às 20h da noite. A dar o meu melhor e a trabalhar.
    A vossa greve foi um flop total. Ninguém vos liga. Nem ciganas nem pretas nem gente que precisa trabalhar.
    R.

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  17. deluci's avatar
    deluci permalink
    27 Junho, 2013 13:10


    Parece que vamos ter os mesmos direitos, menos passos e o relvas, toda a gente .

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    • neotonto's avatar
      neotonto permalink
      27 Junho, 2013 13:15

      E que tal uma ASAE para regulamentar carne política estragada ou de politicos estragados que é o que mais apodrece e apesta.
      E nem assim…:)

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  18. A C da Silveira's avatar
    A C da Silveira permalink
    27 Junho, 2013 13:14

    Parece que há uma greve em Portugal. Mas não é uma greve geral, longe disso, é uma greve dos que vivem do OGE, ou seja o funcionalismo publico.
    Porque o país que trabalha e que cria riqueza, esse continua a trabalhar para sustentar os madrassos que recebem mais do que merecem.
    Anda muita gente por aí a falar da indignação da população: talvez o tiro lhes saia pela culatra, e a indignação se vire contra os que não querem ver restringidos os seus privilégios desmesurados.

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  19. Eduardo Freitas's avatar
    27 Junho, 2013 13:21

    Muito bem!

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  20. piscoiso's avatar
    piscoiso permalink
    27 Junho, 2013 13:47

    Teste ao bloqueio de comentários.

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  21. piscoiso's avatar
    piscoiso permalink
    27 Junho, 2013 13:50

    Desejo-lhe boas férias, mas olhe que nalguns sítios nem a água para beber é de confiança.
    Noutros, o ar é irrespirável.
    Estive num local em que até para lavar os dentes tive de usar whisky.

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  22. Cáustico's avatar
    Cáustico permalink
    27 Junho, 2013 13:57

    Ó Silveira:
    Se a indignação se vira contra “os que não querem ver restringidos os seus privilégios desmesurados”, quem está fod*** são os políticos – não os funcionários públicos.

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  23. BorNot2B's avatar
    27 Junho, 2013 14:08

    A dúvida sobre o valor da regulamentação mostra que para algumas pessoas a civilização é uma chatice…
    (Não obstante, o excesso de regras também é coisa “dinosáurica”. Enfim, o bom senso é que não se consegue mesmo regulamentar…).

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  24. Pffff !'s avatar
    Pffff ! permalink
    27 Junho, 2013 14:19

    O sequestro

    Um condutor encontrava-se num enorme engarrafamento em Lisboa e a fila não havia maneira de avançar. De repente ele vê um homem e, rapidamente, baixa o vidro e pergunta-lhe:

    – Sabe o que se passa?

    – Uns terroristas entraram ali, na sede do governo e sequestraram o governo todo (ministros, secretários, etc….) e também o presidente Cavaco; eles exigem 4 mil milhões de euros, senão, regarão todos os reféns com gasolina e queimá-los-ão… por isso, estamos a fazer uma colecta pelos carros, respondeu o homem.

    O condutor colocando a mão no bolso do casaco perguntou:
    – E quanto é que estão a dar?

    E o homem respondeu:
    – Pois… uns dão meio-litro, outros um litro.

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  25. Tiro ao Alvo's avatar
    Tiro ao Alvo permalink
    27 Junho, 2013 15:19

    Cáustico, não estou a falar de supermercados, com várias lojas e sectores bem delimitados, cada um respeitando as leis estabelecidas para esse tipo de negócio. Estou a falar de uma única loja, com um empregado ou dois, normalmente da mesma família, em que não pode haver inteira separação entre os vários sectores.
    O Cáustico bem sabe das exigências que são feitas aos nossos comerciantes, quer se trate de um simples café de bairro até uma pequena loja de província que vende queijos ou enchidos da região.
    Mais, fique a saber que na Alemanha, em certas zonas, é hoje possível comprar numa feira um coelho morto, preparado pelo próprio produtor.
    O “trinta e três” tem inteira razão quando diz que “convém não confundir controlo de qualidade, com perseguição a chouriços a e outras produções artesanais. Aí, o que falhou foi a negociação sobre excepções que outros países fizeram e nós não (…) aspecto há muito denunciado”. Este é o ponto, o resto são, frequentemente, as corporações a funcionar…

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  26. licas's avatar
    licas permalink
    27 Junho, 2013 16:25

    piscoiso HIPERLIGAÇÃO PERMANENTE
    27 Junho, 2013 13:50

    Estive num local em que até para lavar os dentes tive de usar whisky.

    ________________________________________

    ESTA SIM, é uma desculpa *criativa* . . .

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  27. Fincapé's avatar
    Fincapé permalink
    27 Junho, 2013 16:30

    Se o Vítor falasse apenas da senhora Joaquina que está impedida de fazer rissóis em casa para o café do senhor João, eu até compreenderia. Mas o texto generaliza de mais. Fico na dúvida se deveríamos andar todos a comer carne de cavalo por vaca ou legumes com veneno dos ratos para sermos todos muito livres e liberais. Estou à vontade porque, com base no que li e ouvi diretamente de interessados, achei que a ASAE teve comportamentos altamente errados. Naquela altura, eu, se pudesse, tinha-a extinto. Se calhar, teria feito outra polícia parecida.
    “Assim que alguém se vê livre para lixar parceiro por falta de regulação, ele lixa-o”. Esta poderia ser até uma das leis de Murphy. Não há qualquer dúvida sobre isto. Assim é e assim será até ao fim dos tempos. Presentemente, vivemos mesmo em época de elogio à vigarice. Veja-se como o capitalismo improdutivo e predador é aceite por alguns setores (pequenos, mas de influência desmesurada), apesar de passar a sua vida à procura de ganhos ilegítimos, tentando viver do engano aos outros.
    ——–
    Quanto às férias, o meu desejo de dias felizes, usufruindo das belas praças, monumentos, ruas, avenidas, zonas antigas bem recuperadas, museus, boa água e transportes, boa polícia, justiça e saúde (caso necessário), bons livros e guias turísticos, hotéis e outros aspetos que me inspiram, tudo fornecido diretamente pelos Estados visitados ou então fornecido por privados bem apoiados pelo Estado.
    Um conselho ao Vítor, se ele mo permitir: não decida visitar apenas as coisas privadas e construídas com dinheiros privados. Ficaria desiludido e nunca mais quereria ter férias fora do Blasfémias. 😉
    Cumprimentos à laia de um democrata com espírito social, se aceitar. 🙂

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  28. Guillaume Tell's avatar
    Guillaume Tell permalink
    27 Junho, 2013 16:37

    De toda à maneira já se sabe como é, só é fiscalizado ou multado o bom e o parvo. O mau safa-se sempre.

    E quanto mais for regulamentado um sistema mais fácil será para o mau escapar, porque sempre encontrar uma lei que anula outra, ou então utilizará a teia para adiar o processo e não ter nada por pagar.

    Aliás quanto mais um país tiver regulamentações a tentação para ser mau é maior, porque sabemos que nunca somos controlados, nunca haverá fiscais suficientes para controlar tudo, ou que se arranja uma forma de não pagar nada ou adiar o pagamento. E claro aumenta a corrupção, visto que uma forma de não pagar nada é ter amigos bem posicionados.

    E isto toda à gente em Portugal tem consciência, mas não queremos mudar nada. Porquê?

    Porque existe a possibilidade de sermos um dia nós os beneficiados. E pensamos isso porque ao fundo os “trafulhas” somos nós também. E é porque sabemos que somos uns trafulhas que queremos essas regras.

    E por causa da inveja: “o outro beneficiou das regras eu também quero, ou quero uma regra contra ele para aprender”.

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