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Falácias da época

21 Outubro, 2013

Tempo de orçamento de Estado é tempo em que os portugueses se dedicam a alimentar as suas dissonâncias cognitivas. Precisamos de um orçamento de crescimento, que atraia empresas para portugal, e que ao mesmo tempo reparta os sacrifícios entre as famílias e as empresas, sendo por isso necessário baixar os impostos às empresas e aumentar os impostos às empresas.

10 comentários leave one →
  1. Gonçalo's avatar
    21 Outubro, 2013 09:45

    O nosso problema, nos dias de hoje, não é o emprego. É o trabalho.
    Existe em cada vez menos quantidade o que nos coloca um problema.

    Um problema?
    Mas, afinal não crescemos como espécie social, não vivemos, evoluímos, inventamos, para trabalhar cada vez menos vivendo bem? Não foi para isso que se inventou a roda, a máquina a vapor, o computador?

    A realidade é que há cada vez menos trabalho disponível.
    Porque há evolução tecnológica. Porque outros produzem melhor e mais barato.

    Não vai haver crescimento económico nos próximos anos, nos países desenvolvidos. Pelo menos ao nível do que é necessário para esbater os factores acima indicados (evolução tecológica e deslocalização da produção para países em que os trabalhadores ainda não atingiram os nossos níveis de rendimento) e ainda criar emprego. Assim, não vai haver mais trabalho. Pelo que vai continuar a crescer o desemprego. Até porque há mais factores que tendem para isso: os funcionários públicos vão trabalhar mais tempo, a reforma será mais tardia, há menos férias e feriados.

    Mais desemprego significará mais emigração e cada vez menos jovens e crianças. Mais despesas sociais e menos pessoas a contribuir para as mesmas. Não haverá futuro para um Pais assim.

    É preciso fazer alguma coisa (que seja constitucional).
    O Estado precisa de se ajustar. O ajustamento do Estado passa por rever o que faz e reduzir os custos com a sua folha salarial. Constitucionalmente…

    Então, é simples:

    A espécie humana continuará a evoluir se passar a trabalhar menos sem prejuizo de um rendimento justo em resultado da respetiva produção. E não de empréstimos (que hoje já ninguém nos dá) impagáveis no futuro.

    Se o emprego (unidade de trabalho) passar a ser constituída por menos 15 a 20% do seu tempo actual, tudo se ajustaria. Se a medida fosse generalizada, de iniciativa unilateral da entidade patronal.

    A medida só poderia ser constitucional pois há menos salário mas também menos trabalho de forma proporcional (o rendimento/hora seria mantido). A população entenderia facilmente isto.

    A folha salarial do Estado sofreria o corte necessário.
    Seriam protegidos (mantendo o tempo de trabalho actual) aqueles que ganhassem até 600 Euros (por exemplo).
    Onde se sentisse necessidade, haveria mais contratação.
    Onde a capacidade de trabalho instalada fosse excedente tudo se ajustaria.
    Haveria mais a trabalhar e menos indignados na rua.
    Mais contribuíntes e menos subsidiados.
    Os jovens veriam uma porta a se reabrir. A força de trabalho nacional rejuvenesceria.
    A imigração caíria. E os jovens poderiam se manter no País, criando as famlias necessárias para a renovação demográfica e para o nosso futuro.

    A nossa economia poderia passar a ser menos pressionada pelo Estado iniciando-se um processo de redução de impostos que, idealmente, evoluiria para um sistema “apenas IVA” de onde saíriam todos os financiamentos públicos necessários, incluindo os sociais, anulando-se os impostos sobre o rendimento e a carga social sobre o trabalho.

    Tudo isto potênciaria a um crescimento económico que, hoje, com os decisores actuais e potênciais, não passa de um sonho.

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    • João Vasco's avatar
      João Vasco permalink
      21 Outubro, 2013 10:21

      Se para “incentivar” as grandes empresas se fazer recair a factura às pequenas empresas e aos trabalhadores (porque a machadada nos pensionistas e funcionários públicos afecta a procura agragada, e porque as reduções do salário dos funcionários públicos vão criar pressão para reduzir os dos privados) então não há estímulo nenhum.

      Em vez disso há grandes empresas muito lucrativas (EDP, GALP, etc…) a aumentar os seus lucros, enquanto mais pequenas empresas vão falindo, que a uma empresa que tenta sobreviver a redução do IRC vale zero. Isso não é bom para a economia, mas os mais ricos e poderosos agradecem.

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    • João Vasco's avatar
      João Vasco permalink
      21 Outubro, 2013 10:24

      A proposta do Gonçalo é sensata e razoável.
      Deveria estar a ser discutida, mas está completamente ausente do debate público.

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      • Rodrigo's avatar
        Rodrigo permalink
        21 Outubro, 2013 13:25

        É verdade Gonçalo. Boa visão das coisas, mas na verdade há mais fatores a ter em conta. O preço das ‘coisas’ não deveria descer com o evoluir da tecnologia? Plantar batatas hoje não é sériamente mais barato que à 10 anos atrás? Mas as batatas estão sériamente mais caras! Assim como dizes e bem, evoluimos para que cada vez tenhamos menos trabalho e mais qualidade de vida, mas o preço das matérias sobe todos os anos porque? Porque raio existe obrigação de um país ‘crescer’? A gerar inflação? Julgo que temos um modelo económico completamente ultrapassado..

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  2. JDGF's avatar
    JDGF permalink
    21 Outubro, 2013 10:12

    As empresas saem (discretamente) beneficiadas neste OE através da redução do IRC.
    Esta medida não vai criar ‘investimento’, nem influenciar uma queda da taxa de desemprego. Dará uma ‘folga’ aos empresários de modo a evitar o contínuo ‘esmagamento’ salarial da força de trabalho. Se for utilizada assim será um pequeno aspecto positivo deste OE. A ver vamos.
    O crescimento económico tem de ter outras bases e novas motivações. Não é uma geração espontânea à custa do ‘low cost’ e a manutenção de mordomias ‘rentistas’.
    Falar neste momento em ‘novo ciclo’ (económico) é anedótico. Como insidiosa é a rábula de “baixar os impostos às empresas e aumentar os impostos às empresas“…que não passa do trocadilho de ‘o que uma mão dá, a outra tira‘…

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  3. YHWH's avatar
    YHWH permalink
    21 Outubro, 2013 10:53

    Aos portugueses basta a constatação deste muito mau governo.

    Desde 2011 que se revelam incompetentes, inconsequentes, inábeis, inaptos, inexperientes, e outras coisas mais muito pouco abonatórias.

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  4. JCA's avatar
    21 Outubro, 2013 11:25

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    É preciso fazer alguma coisa não,
    Tem de se fazer muita coisa junta se querem travar que inesperadamente Portugal acabe por caiar de pôdre e com ele a Liberdade, a Democracia, o Partidarismo e a atual elite politica.
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    IMPRIMA que é longo e dá que pensar muito, pior ainda o talento para organizar e realizar (publicado em 2008).
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    (publicado em 2008, há 5 anos)
    Mantém-se que não há outra alternativa séria À SAIDA ou EXPULSÃO DO EURO até meados de 2015,
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    O regime e o sistema caiem de pôdres se não reacenderem o DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO , a criação de Riqueza e o Emprego. Em vez do plano inclinado da RECESSÃO INSUSTENTADA que acelera criação de mais Pobreza que implode as Pensões dos Reformados, falência de mais Empresas muito mais caro para Estado que perdoar-lhe as dividas e acarretará não mais despedimentos na Função Publica bem com a derrocada dos seus salário sob o alibi da Crise-Troika que nem souberam evitar nem sabem resolver:
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    As 9 REFORMAS pacificamente revolucionárias’ MAIS 3 ADICIONAIS para instaurar o LIBERALISMO AVANÇADO com sustentação dos DIREITOS CIVILIZACIONAIS IRREVERSÍVEIS DOS PORTUGUESES (universalidade da Educação, Saúde, Pensões, Idade de Reforma razoável e Solidariedade com os Desempregados) e RESOLVER PORTUGAL:
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    Isto é um Programa do CAPITALISMO para aplicar em pacote duma vez só, embora pareça Marxista na acanhada Democracia Portuguesa que surge desorientada e insegura
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    -APROVAÇÃO PELA AR e EVENTUAL INCLUSÃO POSTERIOR NA CONSTITUIÇÃO (embora não necessária):
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    1) RACIO máximo PIB/Carga Fiscal.
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    2) RACIO máximo PIB/Despesas do Estado (*)
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    (*) Provocadora da Reforma séria da estrutura de Governança, da Burocracia Publica e do Orçamento Geral do Estado. Eventualmente permitir caso a caso a ultrapassagem destes racios mediante aprovação por maiorias de 2/3 ou ¾ de votos na Assembleia da Republica.
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    .-BANCA EM PORTUGAL e GARANTIA DOS DINHEIRO DOS DEPOSITANTES:
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    3) SEPARAÇÂO ABSOLUTA da Banca Comercial de quaisquer actividades especulativas nomeadamente Sociedades de Investimentos Financeiros ou Hedge Funds, para protecção absoluta das Poupanças e Dinheiro dos Depositantes para regresso da confiança nos Bancos.
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    4) TAXA PARA GARANTIAS BANCÁRIAS calculada sobre todos os negócios e receitas da Banca robustecendo financeiramente o Fundo de Garantias Bancárias para devolver a qualquer momento os Depósitos dos Cidadãos, Empresas e Entidades Publicas que confiaram no Banco que ficou inviabilizado, faliu ou fechou.
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    -IMPOSTOS E FISCALIDADE:
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    5) ABOLIÇÃO de todos os Impostos substituindo-os por um único: INU – Imposto Nacional Único colectado sobre tudo o comprado e facturado dentro de Portugal (**)
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    (**) Pagamento dos Ordenados Brutos aos Empregados pelas Entidades Patronais.
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    6) AMNISTIA Fiscal para estancar o estado de falência do Tecido Económico Nacional e a insolvência dos Cidadãos, já praticado antes e depois do 25 de Abril.
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    -SEGURANÇA SOCIAL:
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    7) ABOLIÇÃO dos Descontos mensais de Empregadores e Empregados substituindo-os pelo IUSS – Imposto Único de Segurança Social colectado sobre tudo o comprado e facturado dentro de Portugal (***)
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    (***) Pagamento dos Ordenado Brutos a todos os Empregados pelas Entidades Patronais.
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    8) Instauração da PENSAO NACIONAL UNICA, igual a 2 ou 3 vezes o SMN-Salario Mínimo Nacional, universal e igual para todos os Reformados Portugueses (****)
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    9) Criação do Fundo Nacional de REFORÇO DA PENSÃO NACIONAL UNICA, gerido pelo Estado, para quem queira depositar mensalmente um valor incerto a qualquer momento para assegurar um reforço publico do valor mensal da Pensão Nacional Única atingida a idade de reforma até ao falecimento (****)
    .
    (****) Na transição do velho para o novo Sistema, passariam para o Fundo de Reforço da Pensão Única, os valores já descontados por Empregados e Empregadores correspondentes à diferença entre o valor da Pensão Única e a Pensão em vigor no momento da Inscrição na Segurança Social
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    -MEDIDAS ADICIONAIS PARA REFORÇO DA SUSTENTAÇÂO DOS DIREITOS CIVILIZACIONAIS IRREVERSIVEIS DOS PORTUGUESES na Civilização Europeia avançada no Mundo:
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    a) BAIXAR A IDADE DE REFORMA PARA cerca de 55 ANOS para desempastelar POSTOS DE TRABALHO PARA OS JOVENS, NOVOS LICENCEADOSe DESEMPREGADOS: admissão obrigatória de jovens ou desempregados até ao limite do ordenado que o reformado auferia.
    .
    b) Libertar os Encarregados de Educação, CHEQUE-EDUCAÇÃO de valor fixo e único como instrumento de racionalização da Despesa Publica para o Estado: cada um endossa-o depois à Escola com vagas que LIVREMENTE escolha para os filhos seja publica, privada ou cooperativa, naturalmente blindando legislativamente para evitar o abuso da privatização da Escola.
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    c) SAÚDE, reactivação de todos os Postos de Saúde e Equipamentos abandonados, recrutamento médicos estrangeiros com novo contrato de trabalho diferente dos actuais, receituário obrigatório por principio activo, e se necessário eventual reactivação dos Laboratórios Farmacêuticos do Estado (exº antigos Laboratorios Militares), acabar com modelos de ‘capitalismo selvagem’ que ocasionalmente existam na carreira profissional publica da saúde ou compras hospitalares. . naturalmente blindando legislativamente para evitar o abuso da privatização da Saúde.

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  5. murphy's avatar
    murphy permalink
    21 Outubro, 2013 12:00

    Também gosto muito daquele argumento: “cortar (por ex.) 2.000 milhões à despesa pública, é tirar esse valor à economia!”.

    Pois… como se esses mesmos 2.000 milhões de nova dívida contraída, não tivesem que ser pagos mais tarde ou mais cedo.

    http://jornalismoassim.blogspot.pt/2013/10/portugal-precisa-de-politicos-assim.html

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  6. JCA's avatar
    JCA permalink
    21 Outubro, 2013 12:41

    .
    Outra preocupação construtiva. Tudo sugere sustentadamente que:
    .
    salvo uma elite talentosa e excepcional afastada da Governança e vários Portugueses abstencionistas,
    .
    passados 80 anos Portugal ainda se libertou das profundas mazelas da censura inteletual e do aprisionamento do código ditatorial que o 28 de Maio de 1928 lhes
    incrustou a ferros. Mesmo a quase totalidade do resto do escol(hido) nos Poderes e zonas significativas da Comunicação Social.
    .
    Além da Ideia intolerante dos partidários extremistas e não só, os sinais são nomeadamente os apelos a consensos, pactos de regime e discursos para neo uniões nacionais por tudo e por nada apresentando quem não está de acordo como quase um traidor da Nação ou como o culpado de tudo ou mesmo estar a cometer um crime de lesa pátria.
    .
    Deixem funcionar a Liberdade, a Democracia e o Partidarismo que elegeu habilitando o acesso aos poderes da Governança.

    .
    Surpreendente. A Liberdade, a Democracia e o Partidarismo têm de funcionar pois não foi por elas que surgiu a Crise os Austeristas Apocalipticos.
    .
    Não se acredita que melhor seria instaurar uma União Nacional Socialista para cessarem hipocrisias quiçá inverdades eleitorais e abusos cívicos.
    .
    Compete aos Partidos e às elites instaladas na Governança resolver estes essenciais também no cabaz culpado do estado de rotura do Sistema que já alastrou para o divorcio entre Cidadãos e Regime.
    .
    Apenas uma ideia. Se assim não entendem então parabéns anda muita gente enganada porque ninguém revoltado ou indignado como prefiram

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  7. JCA's avatar
    JCA permalink
    21 Outubro, 2013 14:09

    .
    Realismo. Assim por alto genericamente em bruto:
    .
    Sem corrupção não há Governança nem Politicos. Sejam Monarquias ou Republicas sob forma de Ditaduras ou Democracias servindo-se de bandeiras marxistas de aço ou de veludo ou não marxistas daquilo ou daqueloutro. Mesmo lideres que morrem sem nada apenas sobreviveram porque arranjaram-se com uma corte que autorizaram a ir à gamela de mão cheia.
    .

    Mais de 80% dos ‘bravos e denodadaos lutadores anti corrupção’ ou cavalgam a onda para esconderem o mar onde nadam ou arrasam os corruptos para os … substituirem.
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    Está escrito na História a pontapé desde tempos imemoriais. Na história escrita pelos vencedores pois a outra pressupõe-se que escreveria o mesmo.
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    Em qualquer País, incluindo qualquer Europeu, hoje ou no passado.
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    Mas quando os valores nos sem diamantes se atiram para estas faixas de sacar à pazada como esta:
    .
    Zimbabwe Diamonds: Where’s The Money
    http://www.newsdaily.com/article/7559ac03f802659d234aa3ffa1606ab2/zimbabwe-diamonds-where-has-all-the-money-gone
    .
    surgem as ‘revoluções francesas guilhotina style porque se foi o melhor ou um ligeiramente pouco melhor ia dando desde os cidadãos de 4º até aos de 1ª
    .
    Nos países não evangélicos ou latiinos a coisa vai enchendo por modelos de “revolução permanete” deste género (os de cima roubam com a ponta da caneta, os de baixocom a ponta da pistola ou da ponto e mola):
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    Brazil’s biggest drug cartel promises a ‘World Cup of terror’ as violent demonstrations take over the streets
    .
    · The threat was issued by the First Capital of the Command in Sao Paulo
    · Gang was behind the murder of more than a hundred of the city’s police
    · Last night violent demonstrations exploded on the streets of Brazil
    .
    Read more: http://www.dailymail.co.uk/news/article-2462638/Brazils-biggest-drug-cartel-promises-World-Cup-terror.html#ixzz2i8MuZg87
    .
    isto é os de cima e os de baixo, parceiros estratégicos para esmagar os do meio, as classes médias, até chegarem as ‘revoluções francesas guilhotina style porque já se foi o melhor ou um ligeiramente pouco melhor ia dando desde os cidadãos de 4º até aos de 1ª
    .
    Pois parece que é. Qualquer semelhança com Portugla AGORA é pura coinidência.
    .

    .

    .

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