Cortes, não; queremos o armagedão

Alexandre Silveira:
É fácil refugiarmo-nos em “plurais majestáticos” (“os portugueses gastaram…”), mas isso mais não faz do que esconder a realidade das coisas. “Os portugueses” não gastaram coisa alguma. Quem gastou, foram governantes portugueses e sabe-se ao serviço de quem. Ora, ao contrário do que foi amplamente prometido, esses que beneficiaram e ao serviço de quem atuaram governantes, não estão a ser minimamente beliscados. Não, nada está a ser feito em relação às PPP. Não, nada está a ser feito em relação às fundações. Não, nada está a ser feito em relação a uma banca falida, por culpa própria, e que sobrevive graças a injeções de capitais “de todos nós” (como vocês gostam de dizer). Sobretudo, não, nada está a ser feito em relação à política europeia, preferindo o atual governo o papel do aluno lambe botas.
O problema de Portugal é, sobretudo, de défice e este só se combate com ECONOMIA, a tal “coisinha” que este governo secundarizou. Pires de Lima já percebeu que está a fazer figura de corpo presente, como mais não fez o tal Álvaro de que já ninguém se lembra. Os tais 15 mil milhões de euros que o economista Pais Mamede referiu, foram os que criaram dificuladades a (quando não mesmo liquidaram) um setor empresarial que não vive á pala do Estado, que nunca teve os seus favores, mas que é quem dá (dava) emprego neste país. A teoria “gaspariana” de que a queda desse setor seria coberto por uma ofensiva de empresas e grupos mais poderosos, esqueceu-se dum pequeno pormenor: é que é este setor o que sempre mais beneficiou com o desperdício do Estado e sempre viveu à sua custa, para além de não gostar muito de risco. Longe de ocuparem o espaço vazio, optaram por desviar investimentos para outras paragens, o que foi acelerado pela política fiscal que tem sido aplicada. Por tudo isto, Alexandre Silveira, se quer mesmo perceber o motivo que justificou o crime que foi cometido em Portugal, não se fique pelos frigoríficos novos que foram comprados. Vá mais fundo. Tente perceber por que se transformou Portugal num país de proprietários de casas. Tente perceber o “milagre da multiplicação” de automóveis vivido neste país quando, ao mesmo tempo, se ignorava qualquer política racional de mobilidade. Tente perceber a posição portuguesa (dos governantes portugueses) face ao desinvestimento na indústria e na agricultura. Tente perceber como é possível arrastarem-se casos como os do BPN e BPP… Sobretudo, tente perceber quem lucrou com tudo isso. “Os portugueses”, entendidos como os cidadãos comuns, são os únicos inocentes.

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Quantas vezes já aqui foi referido que as empresas estão presas por arames,tirando as grandes monopolistas ,tipo EDP,GALP,PORTUCEL,etc.Um dos grandes problemas foi a substituição da classe empresarial no pós-25 de Abril.Não pretendo generalizar mas, antes do 24A as empresas eram ricas e os empresários pobres ,agora,é o inverso.Acresce que quem saiba fazer contas ,hoje,não investe 1 cêntimo nesta terra e irão ,tal como eu faria,mudar a sede para qualquer sítio.Na nossa terra vão ficar muitos calotes e o capital irá a caminho de outras paragens. Mas acredito neste governo e naqueles “especialistas” que estão nos gabinetes com 20 e poucos anos a ganharem 4000 e 5000 euros mensais.Alguns autores deste blog continuam a defender este governo tal como os “corporativos”fizeram até ao estertor do socratismo e depois ,alguns ,tem azia quando aparece um Rui Moreira a governar com o P.S..
.Existe à direita e à esquerda gente melhor para governar.Eles andam por aí e toda a gente começa a pedir que este governo seja demitido e nem precisamos de eleições ,nesta maioria com outra gente e com o P.S. é possível governar melhor.Não se pede sacrifícios a um povo e depois os governantes andam em carros topo de gama ,paga daquela maneira a “especialistas” em levantar bandeiras nos comícios e lembro que foi este governo que cortou 6 e 5% a desempregados e doentes e agora prepara-se para cortar em mortos!

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