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Pacheco responde a Pacheco

30 Novembro, 2013

Os blogues de “direita”, “liberais”, “neo-liberais” e próximos do governo, que têm a vantagem de escrever de forma nua e crua, muitas vezes imbecil e débil, aquilo que acham que é melhor para justificarem tudo o que seja ataque aos mais fracos e defesa do direito dos mais fortes no chamado “ajustamento”, têm agora um pequeno problema: o Papa Francisco. Se não estivesse lá a assinatura do Papa, debaixo de um título em latim, e os textos papais fossem publicados num blogue qualquer tido de esquerda, choveriam os mais estridentes impropérios sobre o socialismo despesista, o esquerdismo entranhado e doentio, o comunismo assolapado do seu autor.
– Pacheco Pereira, 30 de Novembro de 2013

Pacheco Pereira responde a Pacheco Pereira:

Como laico, eu valorizo o magisterium da Igreja, mesmo quando dele discordo na sociedade e na política. Prefiro uma Igreja institucional e conservadora a mais um “movimento” com fronteiras indefinidas, mesmo que fundado numa fé genuína dos seus crentes. Penso que sem magisterium a Igreja verdadeiramente nunca seria capaz de mudar e que é pelo magisterium que muda. Um retorno à Igreja comunitária primitiva, a negação do papel do Papa e uma recusa da Igreja hierarquizada trariam ainda mais confusão e um maior deslaçamento da sociedade. A oposição de Ratzinger a estas teses e a Igreja que agora como Papa tem autoridade para ajudar a construir pode não chegar para evitar o velho fantasma que nos ronda as casas, o da “decadência do Ocidente”, mas ajuda a esconjurá-lo.
–Pacheco Pereira, 11 de Janeiro 2007

93 comentários leave one →
  1. Expatriado's avatar
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    30 Novembro, 2013 16:58

    A profecia de Fatima acerca da conversao da Russia (ideologia da URSS) esta’-se a cumprir e JPP vai a’ frente do movimento…..

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    • Mario Braga's avatar
      30 Novembro, 2013 23:35

      CON VERSÃO da rússia ou da urss…há diferenças….

      a profecia da filha de Maomé?

      e JáPagasteParvo? vai à frente do movimento das wheel’s of chance bolas pá o gajo é atropelado de certeza

      O BIBLIOTECÁRIO DO Brothel politiqueiro avisa qué obra pra paxecus de 80 anos pra cima
      ou pra baixo…..
      THE WHEEL’S OF CHANCE ARE ON THE CIRCUM-MEDITERRANEAN WAR’S ARE OFF ….OF SIGHT….

      Only those who toil six long days out of the seven, and all the year round, save for one brief glorious fortnight or ten days in the summer time, know the exquisite sensations of the First Holiday Morning. All the dreary, uninteresting routine drops from you suddenly, your chains fall about your feet. . . . There were thrushes in the Richmond Road, and a lark on Putney Heath. T
      he freshness of dew was in the air; dew or the relics of an overnight shower glittered on the leaves and grass. . . . He wheeled his machine up Putney Hill, and his heart sang within him.

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      • zazie's avatar
        zazie permalink
        1 Dezembro, 2013 00:05

        Mas ó maluco, tens nada o Portugal Médico.

        Se tivesses, claro que queria. O da Gulbenkian está a cair aos pedaços e só deixam ler nos reservados.
        Não sei se a BN tem. Se tiver manda-se digitalizar. Dantes davam o filme. Tenho por cá uns.

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      • ora's avatar
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        1 Dezembro, 2013 00:22

        TENHO UM FAC SIMILE EM MUYTO MAU ESTADO

        E OS EXTRACTOS DO TEIXEIRA DE ARAGÃO E DE OUTROS SOBRE A OBRA

        E ESCREVE-SE MAMELUCO

        O MALUCO FOI O QUE DEU UMA ABADA Ó DOM SEVASTIÃO…

        O AGOSTINHO DE CAMPOS ESCREVEU EM 1918 UM FOLHETO BOM UM QUATERNU GRANDE POIS TEM 18 PAGES SOBRE O LIBERO

        ESSE SIM ERA RARO SÓ VI UM NA VIDA TODA….

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      • ora's avatar
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        1 Dezembro, 2013 00:24

        O ALEXANDRE DE HERCULANUM ET POMPEII

        TAMÉM TINHA UM

        PARECE QUE OS CARROCEIROS O UTILIZARAM PARA SE AQUECEREM QUANDO LHE LEVARAM A BIBLIOTHECA PARA VILAR DE LUPUS

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      • ora's avatar
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        1 Dezembro, 2013 00:31

        JÁ tive bolas agora só me restam páginas de alguns que me pasaran no pasaran pelas maños

        e sey quien tiene
        Portugal Médico (1726)

        É uma das mais perfeitas erratas que já li, que me foi mostrada pela mão de Duda Guennes no livro Portugal Médico, Brás Luís de Abreu, 1726, impresso em Coimbra:

        “Parece preciso advertir ao leitor que neste livro há-de encontrar vários erros e descuidos do prelo, calamidade a que está sujeita qualquer obra que se imprime sem a presença do seu Autor, como sucedeu a esta. Não se apontarão estas erratas porque os eruditos e curiosos facilmente as poderão emendar onde as toparem, e os ignorantes e descuidados ainda que lhas apontem não as emendarão.”

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      • ora's avatar
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        1 Dezembro, 2013 00:34

        uns dizem que maluco vem de malus….agente é simplex logo i-senta di tutti mal…
        sofremos do syndrome de downstairs-upstairs cá pisce….

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      • ora's avatar
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        1 Dezembro, 2013 00:42

        a bibliotheca de ferreira do Zêzere comprou um há uns 16 anos foi num leilão da leiloeira que foi orphã da trimarã eborense….a câmara comprou PARA A MUNICIPAL bibliotheca La bibliotheca dum solar em ferreira POR 500 CONTOS QUE TINHA ESSE E MAIS DE 2000 LIVROS
        E NINGUÉM FEZ UMA OFFERTA MAIOR

        E ESTAVAM LÁ OS MÂNFIOS TODOS DO ALFARRABISMO LISBOETA E PORTUENSE ….ACHO QUE FALTAVA O CHAMINÉ DA MOTTA

        LOGO PÁ PECEBO MAI DE LIVRES QUE ATU

        NUM M’OFFENDAS COM A SOMBRA DO MAL

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      • ora's avatar
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        1 Dezembro, 2013 00:47

        LEMBREI-ME DO NOME DA LEILOEIRA QUE SUCEDEU À FALÊNCIA FRAU….VON DU LENDEA DA TRIMARA FOI A GALEARTE QUE FEZ O LEILÃO ….ACHO QUE FOI DEPOIS DE 95…OU SE CALHAR NÃ FOI A UM FIM DE SEMANA ISSE ME LEMBRO OS GADJÓS NUNCA MAIS SE DESPACHAVAM COM AS FERRAGENS….

        A BIBLIOTHECA NAZI Ó ANNALE TEM UMA DE CERTEZINHA

        A DE ÉVORA TÊM O LIVRO NO INDEX

        OU TINHA EM 1981

        E OFFERECERAM UM À BIBLIOTHECA DA UNIVERSIDADE JUNTAMENTE COM MAIS CEM OU DUZENTOOS OUTROS NOS TEMPOS EM QUE O TEU THALASSA PREFERIDO INDA LÁ DAVA AULAS

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      • zazie's avatar
        zazie permalink
        1 Dezembro, 2013 00:49

        Então manda à cobrança para o Cocanha

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      • ora's avatar
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        1 Dezembro, 2013 00:52

        AH O FILME…. o microfilme percebi só agora sou muy lerdo…

        davam? a mi nem um cartãozinho de leithor me deram

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      • ora's avatar
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        1 Dezembro, 2013 00:59

        o quê o fac-simile ? ou as páginas soltas?
        o fac símile é muito apagadinhe foi feyto nos anos 60 provavelmente nunca consegui impingir aquilo a ninguém e bem tentei

        devem cobrar uma boa maquia pelo livro mas há dous alfas que o devem conseguir arranjar…um deles teve página central no jornal a capital há uns anos cortesia do outro que era advogado e tinha casa na avenida da república

        esqueci-me do nome dos dois qu’inda debem estar vivos….

        eu sofro do syndrome da aula magna

        ora ainda bem que alguém me perguntou isso para eu o processar

        você já não sai daqui

        e a gaja não sahiu

        nunca percebi s’aquilo foi encenação ou se foi mesmo a sério
        nunca ninguém entrevistou a marthir do cds da aula magana?

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  2. joaosilvas's avatar
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    30 Novembro, 2013 17:00

    para estares ao nível do Pacheco pereira terias de subir mais de mil degraus seu símio! Olha-te ao espelho,observa a tua corcunda!

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  3. tric0001's avatar
    tric0001 permalink
    30 Novembro, 2013 17:04

    quando e que os liberais do grupo parlamentar do PSD e do CDS vao receber o premio ILGA? o Maçon…o Menezes…o Amorim…o Adolfo…

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  4. Carlos Dias's avatar
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    30 Novembro, 2013 17:08

    Desde que a Ferreira Leite perdeu as eleições o Pacheco nunca mais foi o mesmo.

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  5. piscoiso's avatar
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    30 Novembro, 2013 17:26

    Não é que na Exortação evangélica Evangelii Gaudium, o Papa descreveu o capitalismo como “uma nova tirania” e, como Mário Soares, preveniu que a desigualdade e a exclusão social “geram violência” no mundo e podem provocar “uma explosão” (cito do Público)? E não é que falou do “trabalho digno, educação e cuidados de saúde”, uma típica retórica esquerdista para os nossos “liberais” de nome? E ainda por cima, para não haver ambiguidades, culminou com esta frase difícil de engolir por eles: “Tal como o mandamento ‘Não matarás’ impõe um limite claro para defender o valor da vida humana, hoje também temos de dizer ‘Tu não’ a uma economia de exclusão e desigualdade. Esta economia mata”. Como essa “economia” é a que defendem dia sim, dia sim, lá terão que sussurrar que o Papa saiu bolchevista. E como o Papa foi escolhido pela Espírito Santo, não será que Deus afinal é um esquerdista anti-“ajustamento”?” – JPP

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  6. zazie's avatar
    30 Novembro, 2013 17:29

    O Pedro Picoito já disse tudo o que há a dizer a propósito desta imbecilidade.

    É ler, aqui, e principalmente nos comentários.

    Eu vi o futuro, e é belo

    Arrumou os analfbetos.

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    • piscoiso's avatar
      piscoiso permalink
      30 Novembro, 2013 17:46

      Comentário lá lido:
      gastão diz:
      Novembro 29, 2013 às 1:04 pm
      O truque habitual, estilo Helena Matos.

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  7. zazie's avatar
    zazie permalink
    30 Novembro, 2013 17:30

    Assim, para a mongalhada de zés pereiras aprender:

    «Isso é doutrina da Igreja há muito tempo. Essa frase surge exactamente assim no Vaticano II, mas o sentido é muito mais antigo. Por exemplo, S. Gregório Magno, numa obra chamada Regula Pastoralis, diz: “Quando damos aos pobres o que lhes é necessário, não lhes damos o que é nosso; limitamo-nos a devolver-lhes o que lhes pertence. Mais do que praticar caridade, cumprimos um dever de justiça.” O Bento XVI usa quase ispsis verbis esta fórmula na Deus Caritas Est. Não há grande novidade no que diz o papa Francisco, como seria de prever: é a doutrina cristã de sempre com uma retórica talvez mais chamativa. Faz-me uma confusão enorme estes simplismos (papa bom conta papa mau, revolucionário contra conservador, etc.), que às vezes atingen o mesmo papa com meses de intervalo (como sudcedeu com este, primeiro fascista, agora um justo). Simplismos que, regra geral, obscurecem mais do que explicam.»

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    • Joaquim C. Tapadinhas's avatar
      Joaquim C. Tapadinhas permalink
      30 Novembro, 2013 17:52

      Há uma quadra popular que, em versos simples, reproduz o que disse S. Gregório Magno:

      Ao pobre, esmola deste
      Fizeste grande avaria
      Tu apenas devolveste
      O que ao pobre pertencia

      Às vezes, o povo, na sua proverbial sabedoria, diz em palavras simples verdades complexas.

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      • Fincapé's avatar
        Fincapé permalink
        30 Novembro, 2013 23:47

        Gosto desta do Joaquim.

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      • ora's avatar
        ora permalink
        1 Dezembro, 2013 00:04

        hás bezes o pobão? qwem é esse gadjó?

        na sua pró ver bial isse num é farmacêutica
        dissabte 30 de novembre de 2013

        DIABRURAS SOARIDADES SANTIDADES E PROFECIAS DE TEIXEIRA DE ARAGÃO OUTRO CÃO COMO TU…E ELE

        Os fanáticos e ultramontanos talvez digam o escripto
        irreligioso, mas á consciência de christão velho e sincero
        crente nos purissimos dogmas de SOARES, julgo que ás austeras doutrinas, pregadas por esses santarrões, se poderá
        attribuir em grande parte o indiíferentismo religioso que,
        infelizmente, vae lavrando em proporções aterradoras entre
        os povos da raça latina…

        E sobre este assumpto o desabafo seria longo e nada
        tem com a dedicatória E O LANÇAMENTO DO LIVRO POR SOCRATES O GREGO

        Com o antigo SOARES SOCRATES vale POR dois creia-me sempre

        Amigo muito dedicado e obrigado per soares temos fé só ares é fish’

        idos de março de 1894

        Meu presado amigo e collega

        Acabei de ler com summo interesse e grande prazer o
        formoso livrinho que teve a extrema amabilidade de me
        oífertar. Glorio-me com essa offerta, em primeiro logar :

        porque me prova a sua boa amizade, e homens do seu caracter, do seu talento e da sua erudição honram sempre os seus amigos, em segundo logar porque me ufano de me ver as- sim associado a um livro de tão desenfadada investigação, tão importante debaixo do seu aspecto ligeiro, tão grave como as suas fúteis apparencias. Esse seu livrinho, esse seu plaquette, por assim dizer- mos, vale mais, meu caro Teixeira de Aragão, para o estudo da alma portugueza, para a comprehensao da historia da nossa sociedade do que muitos livros pesadíssimos recheados de erudição fradesca ou scientifica. Gustavo RakoíT escreveu não ha muitos annos a Historia do Diabo, e esse livro é com certeza uma das mais perfeitas historias universaes que po- dem mostrar-se. É que o diabo foi sempre uma potencia, e a nossa religião, dando-lhe o papel de anjo rebelde, vencido mas orgulhoso, commetteu um erro de psychologia. Em pri- meiro logar, desde o momento que o Evangelho affirma que –só ha ares de mais alegria no céo pela volta de um peccador do que pela entrada de noventa e nove justos, a grande tentação dos mais virtuosos santos será sempre a de introduzir no Paraizo o grande peccador, o peccador supremo, porque então é que haverá lá por cima festejos de arromba. Em se- gundo logar, desde o .momento que Satanaz é o agente do mal ao passo que Deils é o agente do bem, a gente de boa previsão deixa Deus em paz e ao Diabo é que vae pedir que lhe não venha estragar as sementeiras. Já os habitantes das ilhas de Madagáscar, desde tempos remotos, diziam suas tristes^ verdades a Zambar, o deus do bem, e a Nyang, o deus do mal. , ‘ Além d’isso Satanaz é a opposição, e sabe o meu amigo, que a tendência geral do espirito humano é sympathisar com os opposicionistas. A Biblia tem assim para a humanidade o caracter do Diário do Governo de Deus Nosso Senhor, e os livros cabalísticos são um pouco o Espectro ou outro qualquer pamphleto publicado ás escondidas. S. Miguel terá todas as virtudes, mas ficou sendo sempre considerado co- mo o commandante da guarda municipal do céo, e o povi- nho tem sempre a tendência de gritar «Morra a guarda!» embora saiba que, se triumphasse a revolução, o regimen seria peior. Jehovah, afinal de contas, com as suas serenas barbas brancas, é um bom imperador, e o anjo rebelde tem, mesmo na opposição, tantos nomes diversos que bem se vê que entraria com elle a anarchia no céo. E pois interessante tudo o que se refere ao diabo, e a parte do seu livro que se intitula Diabruras é deveras capti- vadora, e como elucidam tristemente a historia da epocha em que domina a Inquisição as Santidades de que fala! Sabe XI o que me fazem lembrar os extractos dos processos inqui- sitoriaes que ahi nos apresenta? A Timbale d^argent com as canções apimentadas da Montbazon. Não extranhe a equi- paração; o meu amigo mesmo recua deante da transcripção de algumas linhas dos depoimentos. E que, lendo-os, esta- mos ouvindo a respiração oífegante dos inquisidores, que apertavam as testemunhas femininas para ouvirem meuda- mente a descripção das scenas libidinosas que elles iam cas- tamente punir! Está-se a ver o publico de S. Carlos no 2.” acto do Timbale d’argent a pedir ardentemente a repetição do c’est trop fragile que a Montbazon commentava larga- mente com o olhar e o gesto. Ao menos em S. Carlos o scenario não irrita, mas quando representamos na imaginação aquelles bastidores odiosos da Inquisição onde esperavam o momento de entrar em scena a polé, e o carrasco, o sambenito e o facho que tinham de accender as fogueiras do auto de fé, e que ao mesmo tempo temos a scena libidinosa que esses padres mil vezes sacrílegos estavam saboreando, temos um momento de repulsão que excede tudo quanto possa imaginar-se, c abençoamos tudo quanto pode concorrer para demolir um regimen que taes abominações consentiu, que em taes abo- minações se baseava. O capitulo das Prophecias é mais consolador; ahi se- guimos ao menos as manifestações do espirito popular nas horas das angustias nacionaes, e esse patriotismo tudo puri- fica e nobilita. Esses ingénuos vaticínios foram a consola- ção da alma portugueza na hora das grandes tribulações: são para nós sagrados. Meu caro amigo, não se preoccupe com a sorte do seu Xil interessantissimo opúsculo. Aqueiles que o taxarem de irre- ligioso sãoMe certo os mesmos que não querem que a reli- gião seja senão a capa hypocrita com que se rebuçam todos os crimes e todas as devassidões. Esses pertencem á legião, que o meu amigo no seu livro tão justamente estygmatisa, e que tem sido a conspurcadora de tudo quanto tem de nobre e de santo e de puro e de sublime a religião que é o mais sagrado perfume que da alma humana se exhala. Os que a querem bem depurada e bem limpida para exercer no espi- rito humano e na marcha da civilisação a sua salutar influen- cia hão de applaudir, como eu o applaudo, agradecendo-lhe de novo a honra que me concedeu inscrevendo n’elle’o meu nome, e ufanando-me de me ver assim participante n’uma obra digna e justa e sagrada, como são todas as que con- correm para desmascarar a hypocrisia. Creia na sincera estima do seu Consócio e amigo obrigadissimo Lisboa 26-4-94 M. Pinheiro Chagas Haverá dez annos, revendo um maço de papelada, que havía- mos escripto sobre vários assumptos em diversas epochas, condem- námos a um auto de fé a maior parte, escapando apenas das cham- mas este opúsculo que, sem pretenções, offerecemos ao benévolo leitor. Não é romance: são esbocetos troncados, ou scenas de costu- mes, crenças e visões, devidas a embustes, a fraquezas de espirito e á educação fanática, que produzem de ordinário o embrutecimento moral. No escripto não ha inventos: além das tradicções populares, e do extractado dos livros de demonomania, colligimos a melhor parte d’elle nos archivos nacionaes, e nas chronicas, que também tem auctoridade histórica. Em caso de desagrado, só teremos de nos penitenciar pela es- colha e coordenação. Huymans publicando ultimamente o satânico livro — La-bas, — fez o repositório das proezas do diabo. A missa negra, cerimo- nia tétrica, onde se proferem as maiores blasfemeas com a sã dou- trina de Ghristo, tem todos os horrores da sciencia magica e caba- lística. Os nevropatas são espíritos ignorantes e fracos que se levam pela crendice da goécia. É a reacção mystica supplantando o ma- terialismo pelo fanatismo da fé religiosa, e que na sua cegueira ac- — 2 — ceita todos os phenomenos por mais disparatados, como o pacto com o diabo, etc. Do meado do presente século data o estudo de alguns homens de sciencia sobre certos phenomenos, ainda bastante confusos, e é assim que do magnetismo animal vieram as experiências de Mrs. Charcot e Luyz, acerca do hypnotismo. Em Paris no Cães Vol- taire funccionava ainda ha pouco um club de espiritismo e hypno- tismo, com sessões permanentes muito concorridas por pessoas da primeira sociedade. . . o que faz lembrar as celebres conferencias de Mesmer. As superstições da gente ignorante ou pouco illustrada flu- ctuam entre o espirito de Deus e o do diabo. Na sua phantasia não ha personalidades definidas; do pequeno fazem grande, do sa- grado profano; e a imaginação exaltada pinta-lhes ao mesmo tempo maravilhas e terrores. Os cérebros escandecidos criam encantos surprehendentes, julgando sentir, ver e ouvir as bruxas com os seus sortilégios, quando não é a dama branca errante, ou a moura encantada com thesoiros guardados por gigantescos animaes fero- zes e de formas extravagantes. A lua, o poético astro mortiço, cercada pelas estrellas suas cortezãs, é de ordinário quem fornece a illuminação ás scenas de pandemonio. Os sonhos passaram algumas vezes a lendas mara- vilhosas, que o correr dos annos tornaram cada vez mais tétricas.* As abusões e praticas supersticiosas vem de tempos immemo- raveis, em parte legadas pelo gentilismo, variando apenas na for- ma. As festas das maias para saudar a primavera é uma verda- deira festa druidica;2 as fogueiras nas noites de S. João, com o quebrar os encantos de madrugada, etc. Immensas e variadíssimas são as historias das bruxas, feiti- ceiras, lobishomens, mouras encantadas, vampiros, ^ mascotes, fra- dinhos da mão furada, sereias, havendo sempre fascinações, que- 1 Vid. Maury, A magica e a astrologia na edade média. 2 D. João I pela postura de i385 prohibiu a festa áns maias. Estas festas muito modificadas chegaram ao nosso tempo. Ainda nos recordamos da creança coberta de flores, rodeada de rapazio cantando o maio pequenino, implorando pelas ruas a generosidade publica. Em muitas terras da província também se costumam cantar as janeiras. 3 Na Colômbia e na Guyana existe uma espécie de morcego muito grande, a que dão o nome de vampiro sanguinário. De dia esconde -se nos tectos das — 3 — brantos, prophecias e pactos com o diabo, onde figuram persona- gens terríficos. Pelas aldeias adormecem as creanças ao som de monótonas cantigas, sendo a mais popular a do Ai o papão, e aquietam-n’as com historietas sobrenaturaes. Doestas ainda conservamos, assim como da velha serviçal que as contava, gratas recordações. A ve- lhice com as suas desillusões desperta saudades consoladoras da mocidade; e provavelmente doesta pieguice nostálgica vem o di- zer-se que duas vezes somos creanças. Com o progresso civilisador a creança tende a acabar: hoje só podemos assim chamar ás que andam ao coUo das amas e ás que engatinham: d’ahi para deante namoram; os var5es fumam, estudam para deputado com aspira- ções a ministro, e no decahir da vida pintam o cabello, desfarçam as rugas com esmaltes e. . . morrem jovens. A industria cosmética acabou com a velhice. As superstições de um povo são o barómetro por onde me- lhor podemos apreciar o grau da sua civilisação, tendo, sobretudo, em attenção que estes prejuízos não pertencem só ás classes rudes. Na scienciá temos a busca da pedra philosophal; e a astrologia ju- diciaria, com a consulta dos corpos celestes para conhecer o futuro, servia de guia até ao fim do século xvii a alguns monarchas e pontífices. Os cardeaes Richelieu e Mazarini foram por vezes ouvir, so- bre assumptos importantes, o celebre astrólogo Morin. A rainha Catharina de Medices, acatava pouco a religião, mas era muito su- persticiosa, a ponto que, tendo-lhe um astrólogo prophetisado que morreria ao pé de S. Germano, tratou d’alli em deante de se afas- tar de todos os sitios que tinham este nome. Na sua ultima doença foram-lhe mihistrados os sacramentos pels bispo de Nazareth; e quando soube que elle se chamava Lourenço de São Germano, fi- cou de tal maneira aterrada que falleceu instantes depois. Na edade média as potencias invesiveiís eram geralmente acre- ditadas: sentia-se então mais do que se pensava; cabanas, e á noite desce cauteloso, busca o ente humano adormecido, faz-lhe suavemente uma incisão e chupa-lhe o sangue. Algumas vezes tem causado a morte por a ferida interessar uma veia importante. No SeíM”á e sertão de Minas são estes animacs terriveis perseguidores do gado, pois pousando-lhe sobre o dorso chupam-lhes o sangue, debilitando-os, e formando chagas onde se acolhiam insectos, etc* I # . — 4 — As coisas sagradas andavam em contínuos embates com as maravilhas do diabo, e apesar d’este ficar sempre vencido nunca lhe faltavam adeptos, o que não deve admirar pois para ganhar a gloria celeste impunham penitencias com jejuns, celicios e outros martyrios, emquanto Satanaz, sem falar na vida eterna, oíferecia de prompto aos seus apaniguados os maiores gozos mundanos. Os seduzidos confiavam no arrependimento á hora da morte, e nos sufFragios com que os parentes e os devotos lhes salvariam as al- mas. As historias antigas pouco agradam aos leitores românticos; mas nos enredos da comedia humana preferimos, embora nos al- cunhem de massador, as velharias dos archivos que descrevem fa ctos e costumes dos nossos antepassados. Accresce a vantagem de provar aos pessimistas contemporâneos que a immoralidade não tem augmentado com o progresso social, e que, se os escândalos e os crimes se conhecem hoje em maior numero, é isso devido á li- berdade de imprensa, pois n’aquelles tempos a hypocrisia, o fana- tismo e a intolerância dos poderes absolutos attenuavam para o publico, quando não encobriam de todo, os actos mais vis e cruéis. Em assumptos diabólicos aconselhamos a leitura do DicciO’ naire infernal ou bibliothéque universelle sur les etres, les personages, les livres, les faits et les choses, etc. De Collin de Plancy, impresso em Paris em 1825. É também interessante o Tratado das causas dos malejicios, sortilégios e encantamentos, de René Benoit, e as Astúcias artificios e imposturas dos espíritos malignos, de Roberto Friez. Para estudo complementar, além de Les annales du suma- turel, revista que se publica em Paris, temos o Ensaio sobre a his- toria das tradições demonologicas, desde a antiguidade até os nos- sos dias, obra monumental de Aristides Genius, publicada por De- lalourd em 1861 a i865. São quatro volumes em 8.° Ahi se encon- tram descriptas tradições demonologicas, colhidas em diversas ori- gens á custa de muito estudo e fadigas, onde o diabo está pintado com as suas lendas documentadas e dispostas systematicamente, com exposição dos exorcismos e efficazes remédios para expulsar os expiritos maus (Jlagellum daemonum), assim como as burlas dos adivinhos, das bruxas, lobishomens, e outras trapaças da arte ma- gica, em que o diabo é sempre o editor responsável. As superstições em Portugal não chegaram a attingir a ri- queza de poesia lendária que se encontra na de outros paizes. Nas — 5 — ordenações do reino, * e nas constituições dos bispados vêem desi- gnadas crenças, abusões e bruxedos, dignos de sérios estudos, re- 1 As ordenações Manuelinas, liv. v, titulo 33, com relação aos feiticeiros e vigílias que se faziam nas egrejas, diz : Estabelesçemos, que toda pessoa de qualquer qualidade e condiçam que seja, que de lugar sagrado ou nom sagrado, pedra d’ara,ou corporaes, ou parte de cada húa delias tomar, ou qualquer outra cousa sagrada, moura por ello morte natural. II E ysso mesmo qualquer pessoa que cm circulo, ou fora delie, ou em encruzilhada espíritos diabólicos invocar, ou a algúa pessoa deer a comer ou beber qualquer cousa pêra querer bem ou mal a outrê, ou outrem a elle, moura por ello morte natural. Pêro em estes dous casos sobreditos nom se fará exe- cuçã, atee nolo primeiro fazerem saber, pêra vermos a qualidade da pessoa, e o modo em q se taes cousas fezeram, e sobre ello mandarmos ho q se haja de fazer. II Outro si nõ seja algúa pessoa tam ousada, q pêra adeuinhar lance sor- tes, nem varas pêra achar auer, nem veja em aguoa, ou em cristal, ou em es- pelho, ou em espada, ou em outra qualquer cousa luzente, nem em espádua de carneiro, nem faça pêra adeuinhar figuras ou imagês algúas de metal, nê de qualquer outra cousa, nê se trabalhe de adeuinhar em cabeça de homem morto, ou de qualquer alimária, nem tragua consiguo dente nem baraço de enforcado, nem qualquer outro membro de homem morto, nem faça com as ditas cousas ou cada húa delias, nem com outra algúa (posto que aqui nom seja nomeada), especia algúa de feitiçaria, ou pêra adeuinhar, ou pêra fazer dano a algúa pes- soa ou fazenda, nem faça cousa algúa, porque húa pessoa queira bê ou mal a outra, nê pêra legar home ou molher, pêra nom poderem auer ajuntamento carnal. E qualquer q as ditas cousas ou cada húa delias fezer, mandamos q seja publicamente açoutado com baraço e preguã pola villa ou lugar onde tal crime acontecer, e seja ferrado em ambas as faces com o ferro que pêra ysso man- damos fazer de huum .ff. porque seja sabido polo dito ferro, que foram jul- guados e condenados por o dito malefício, e mais seja degradado pêra sempre pêra a ylha de sam Tomé, ou pêra cada húa das outras ylhas a ellas comar- cãas, e alê da dita pena corporal, pagaraa três mil reaes pêra quê o acusar. II E por quante nos he dito que em nossos reynos e senhorios antre a gente rústica se usam muytas abusões, assi como passarem doentes por siluaõ, ou machieiro, ou lameira virgem, e assi vsam bêzer com espada que matou ho- mem, ou passasse o Doiro e Minho três vezes. Outros cortam solas em figueira baforeira. Outros cortam cobro em lumiar de porta. Outros tem cabeços de sa- ludadores encastoadas em ouro, ou em prata, ou em outras cousas. Outros apre- goam os endemohinhados. Outros levam as ymagês de algúus sanctos à cerca dagoa, e ali fingem que os querem lançar em ella, e tomam fiadores que se atee certo tempo o dito sancto lhes não der agoa, ou outra cousa que pedem,- que lançaraam a dita ymagem na agoa. Outros revolucm penedos e os lançam na agoa pêra auer chuyua. Outros lançam jueira. Outros dam a comer bolo pêra saberem parte dalgúu furto. Outros tem mendracolas em suas cazas, com entêçam que têdoas por ellas aueram graças com senhores, ou guanharãa nas ^6 presentando os costumes da epocha. Os srs. Theophilo Braga,* Leite e Vasconcellos,^ Consiglier Pedroso ^ e Adolpho Coelho/ já cousas cm que tratarem. Outros passam agoa por cabeça de cam pêra con- seguir algúu proveito. E porque taes abusões e outras semelhantes nom deue- mos consentir^ mandamos e defendemos, que pessoa algíãa nom faça as ditas cousas nem cada húa delias ; e qualqr que o contrairo fezer, se for piam ou di pêra bayxo seja pubricamente açoutado com baraço e preguam pola villa, e mais pague dous mil reaes pêra quem o acusar. E se for vassallo ou escudeiro ou di pêra cima, ou molher de cada híiu destes, seja degradado pêra cada húu dos nossos lugares dalém em Africa por dous annos, e mais pague quatro mil reaes pêra quê o acusar. E estas mesmas penas auera qualquer pessoa que disser al- gúa cousa do que he por vyr, mostrando e dando a entender que lhe foi reve- lado por D», ou algum sancto, ou em visam, ou em sonho, ou por qualquer ou- tra maneyra, e esto se^undo a diíferença e qualidade das pessoas: conuem a saber daçoutes e dous mil reaes no piam e de semelhante sorte, e no vassalo e di pêra cima de dous annos de degredo e quatro mil reaes. Pêro o esto nom auera lugar nos astrólogos que por sçiençia e arte de astrologia, vendo primeyro as naçenças da pessoa disserem algua cousa segundo seu juyzo e regra da dita sçiençia. II Outro si defendemos, que pessoa algúa nõ benza caês, ou bichos nem outras alimárias, nê vse disso sem pêra ello primeiramente auerem nossa auto- ridade, ou dos prelados, pêra o poderem fazer, e qualqr que o contrairo fezer, seja pubricamente açoutado se for piam e di pêra fundo, e pague mil reaes pêra quem o acusar, e se for vassalo ou escudeiro ou di pêra cima, seja degradado por um anno pêra cada um de nossos luguares Dafrica, e mays pague dous mil reaes pêra quem o acusar. II Item mandamos, que pessoa algíãa nom faça vodos nem vigílias de dor- mir, e comer, e beber em ygrejas, nem se ajuntem a comer e beber por razam “das missas que mandam dizer, que chama missa dos sábados^ nem guarde por dauaçam o sábado, ou quarta feira, nom sendo cada húu dos ditos dias man- dado guardar por ordenança da ygreja, ou por cõstituiçam do prelado, e qual- quer pessoa que cada hua destas cousas neste capitulo contheudas fezer, seja presa, e da cadea pague quinhentos reaes pêra quem o acusar. II E ysto mesmo defendemos que nom façam vodos de comer e de beber^ posto que fora das ygrejas sejam, e que digam que os fazem por deuaçam d’al- gus santos, sob pena de todo o que pêra o tal vodo de receber, se paguar em dobro da cadea per aquelles que o assi pedirem e receberem, nom tolhendo porem os vodos do santo espirito que se fazem na festa do pinticoste, porque somente estes concedemos que se façam, e outros nenhíaus nom. li Porê nos lugares onde costumam comer quando leuam os finados, o poderaam fazer sem pena algúa, nom comendo dentro no corpo das ygrejas. * Cancioneiro popular, 2 Tradições populares de Portugal Porto 1882. 3 Contribuições para uma Mythologia popular portuguesa. Lisboa, 1880. * Contos populares portuguei^es. — 7,^ se teem occupado doestes interessantes assumptos em varias pu- blicações, e muito ha a esperar da sua reconhecida competência para lhes dar maior desenvolvimento. Com relação a prodígios temos o preciosissimo livro do nosso dr. Braz Luiz de Abreu, publicado em 1726 com o titulo: Por/^/^j/ Medico ou monarchia medico lusitana, historia pratica, symbolica, ethica e politica. Fundada e comprehendida no dilatado âmbito de dois mundos creados macrocosmo e microcosmo. Foi a obra mais portentosa do seu tempo, offerecida ao príncipe do Brasil, D. José. O censor do Santo Officio, Fr. António da Cruz, diz: «… achar um thesouro de remédios para os enfermos, e tanta verdade em tudo que seria doce para os que gostassem d’elle e amargoso para os que não gostassem, que a verdade, como dizia Claudiano, era tudo juntamente — Veritas dulcis et amara est.-» D. Cypriano de Pina, na licença do paço, ainda se mostrou mais enthusiasta pelo livro, informando: «He tão vasta esta obra em noticias todas com excellente in- sinuação, que se encontra n’ella o Theologico, o Canónico, o Ju- ridico. Lê-se o Philosopho, o Histórico, o Politico. Descreve-se o Poético, o Astrológico, o Arithmetico. Acham-se o Anatómico, o Chirurgico, o Medico. Noticia-se o Zoológico, o Paromymico, o Symbolico. Não falta o Rhetorico, inculca-se o Equivoco; e tam- bém se descobre, ainda que genérico, o Satyrico.» «He tão ingenioso este Escripto no estilo com que combina o que escreve, que sendo as matérias de que falia tão disparatadas por naturesa, quanto são entre sy diversas as entidades que trata; elle ajusta com tal methodo as authoridades do Fisico-Historico com as reflexoens do Symbolico, que não se esquecendo das Mo- raes Paronymias, nos descobre esquisitos Systemas Ethica Politi- cos; e nos doutrina com admiráveis Syntagmas Medico-pra ticos.» D’esta encyclopedia, que tem Equivoco, nãQ. é permittido du- vidar por causa do amargor imposto por Fr. António da Cruz, e o leitor só tem a escolher o assumpto que melhor lhe convier, se- gundo a lista das sciencias indicadas pelo desembargador do Paço. O dr. Braz, * pelo que leu em alguns auctores, classifica o ho- * O dr. Braz Luiz de Abreu perdeu um olho em rapaz, que substituiu de- pois por um de vidro, engenhosamente feito, pelo que lhe chamavam o olho de vidro. A sua vida presta-se para um interessantissimo romance, com variados — 8 — mem e a mulher nas seguintes espécies — gigantes, pigmeus, an- dróginos, monstruosos e prodigiosos. Não podemos resistir á tentação de transcrever alguns d’esses estupendos phenomenos, que o dr. Abreu authentica sempre com a citação do livro, d’onde copiou taes maravilhas. Com relação aos gigantes da antiguidade diz: «ser dos mais celebres o que os Rabinos citam no seu Talmud. . . tinha tal gran- deza, que sendo Moysés da altura de dez covados, com um salto da mesma altura, e com uma lança do mesmo comprimento, o que sommava trinta covados, apenas conseguiu ferir o gigante no tor- noselo. . . (!) O gigante morreu da ferida e o corpo ficou no campo servindo de pasto aos corvos. Passados annos estava o esqueleto desconjuntado, e indo um caçador a cavallo perseguindo um veado entraram de corrida n’uma espécie de túnel, gastando seis horas até á sahida.. . Vericou-se depois ser o túnel a canella do gigan- te!… O Albulense, para não restar duvida, reputa esta historia de- lírio insano. «Gabino afi&rma ter visto na Mauritânia o esqueleto de Anteo com o comprimento de setenta covados. Plinio descreve um cadá- ver com quarenta e seis, e Apolonio diz que n”ama ilha, visinha de Athenas, se achara o sepulchro de um gigante que tinha cem covados de altura, dizendo o epitaphio haver vivido cinco mil an- nos.» Emquanto aos pigmeus escreve que sempre tiveram certo va- lor e de preferencia os mais feios. O imperador Domiciano pos- suiu grande numero d’elles, que bastante o divertiam. Na edade média foram também muito apreciados: serviam de pagens aos senhores feudaes, havendo alguns que gosavam alto valimento com os soberanos, chegando a receber o titulo honorifico de anão do rei, emprego de grande importância e rendimento. A historia de- signa os mais notáveis pelos seus nomes, descrevendo o tamanho e prendas de que eram dotados. episódios de cunho nacional, e já em parte aproveitados pelo eminente escri- ptor Gamillo Castello Branco. O seu livro Poitugal Medico, onde desordenada- mente, em prosa e verso, nas línguas latina, portugueza e hespanhola, qaíz mostrar vasta erudição, está recheado de puerilidades e inverosimilhanças, que documentam em citações clássicas o grande atrazo em que se achava a medi- cina como sciencia em toda a Europa, e com especiahdade em Portugal. — 9 — O dr. Braz soccorre-se também á sagrada escriptura e ao tes- temunho de Plínio, Pomponio Mela, Bernardo Gondonio, e Gtesia Guidio. Cita um rei indiano possuidor de três mil pigmeus, que o escoltavam quando jornadeava, por serem muito destros no tiro de seta. Homero, Ovidio, Juvenal e outros escriptores contam as porfiadas guerras que uns homunculos, montados em cabras, ti- veram com as gralhas, fazendo as casas de pennas e cascas dos ovos d’estas aves. Em tempos mais modernos escreveu Nierem- berg, sem poesia, que um anão chamado Bonami fora levado de presente a Filippe III de Gastella, e um fidalgo o pendurara com um alfinete no panno de arras da sala do palácio. Houve outro tão pequeno que nas bodas de um duque de Baviera fora á mesa dentro de um pastel, e quando partiram este, saltou de espada em punho fazendo esgrima e esgares, com que os convivas muito fol- garam. Paulo Zacarias* refere que a condessa Margarida, filha de um conde florentino em HoUanda, tivera de um só parto 355 anões, que todos foram baptisados n’uma bacia, não excedendo cada um o tamanho de uma noz (! !). Calcia, mulher de G. Atilio, teve de um prodigioso parto nove filhas, que confiou a Santa Silla para as lançar ao rio; mas ella entregou-as ao prelado Ovidio, que as baptisou e fez crear por di- versas amas christãs com a doutrina e instrucção evangélica. Mais tarde, com a parteira Silla, ganharam a palma do martyrio.^ João de Mandavilla conta que na ilha Defracan havia uma es- pécie de pigmeus que não tinham bocca, e se nutriam pelos na- rizes com o cheiro de fructos silvestres, e de varias plantas aro- máticas. No século XVI Pedro d’Ailly, uma illustração do clero francez e da Universidade de Paris, descreveu os pigmeus da Iddia, os monóculos, homens com um só olho, e os cfnocephalos com cabeça de cão. . . alii qui canina capita habcnt. Dos homens andróginos ou hermaphroditas bastará citar o mais notável, teve filhos como mulher, e depois os houve como homem de uma mulher. Dos monstruosos, além dos arthabatristas, que eram quadrú- pedes, menciona um phenomeno existente em Roma no anno 14^/6» * Quaest Medicoly, liv. vii, foi. 529. 2 Vasconcell. in Descrip., pag. 446, — iO — também citado por Nieremberg, que se pode considerar um verda- deiro enxerto animal — vinha a ser um corpo humano todo coberto de escamas, com peitos de mulher, cabeça de burro, uma das mãos de elephante, um dos pés de boi, o outro de águia, uma das ná- degas representava a cara de um velho barbado, e a outra a de um dragão … Diz o mesmo consciencioso escriptor que entre os tártaros havia homens só com um braço e uma perna, e sendo muito destros em atirarem á setta, juntavam-se aos pares segu- rando um o arco e o outro despedindo o tiro. Diz mais que os tu- ranucos tinham as orelhas tão compridas que chegavam ao chão, e que as dos Stemollas eram tão largas que os seus donos se cobriam com ellas. Os Nigritas possuiam o beiço inferior de tal modo dis- forme que lhe cahia até o ventre, e no tempo quente era preciso salgal-o para se não corromper. . . Os Sciopedes (de seio, sombra, pedes, pés) tinham pés enormes de modo que deitados no chão fi- cavam á sombra d’elles. Torquemada cita exemplos de pessoas com duas linguas, ou uma bipartida, falando coisas diversas, per- guntando e respondendo ao mesmo tempo. Seria abuso relatar os numerosos phenomenos descriptos no Portugal Medico, que tanto encantaram os seus censores, e em- quanto a homens prodigiosos citaremos apenas os dois seguintes: S. Jeronymo viu em Roma uma mulher viuva de 22 maridos, e casando com o 23.^, também viuvo de 20 mulheres, este teve a fortuna de lhe sobreviver. Quando acompanhava o corpo da que- rida consorte á sepultura, foi levado em triumpho, coroado de loiro e com a palma na mão. Mas excede tudo quanto a antiga musa canta e pode cantar, o facto ahi mencionado, descripto por Fr. António Fuentelapèna, no qual um Luiz Rosei sentiu, por me- zes, uma dor intensíssima na coxa direita, onde se formou volu- moso tumor, que cresceu progressivamente até ao nono mez, e por fim sahiu d’elle um menino vivo, que se baptisou com o nome de Luiz, como seu pae!. . . Sobre taes assumptos os commentarios e a critica só repre- sentariam hoje perda de tempo. DIABRURAS SATANAZ As historietas diabólicas passadas no nosso fidelissimo Portu- gal e suas possessões são numerosas: esboçaremos apenas algumas crenças que teem amedrontado as creanças e muitos adultos, e que provam como a egreja e os médicos antigos souberam triumphar das tentativas infernaes, minuciosamente registadas nos milagres narrados pelos auctores mysticos. Variadíssimos são os nomes por- que é conhecido o rei dos infernos, e como principaes temos — Diabo, Diacho, Demónio, Lusbel, Belzebuth, Satanaz, Asmodeu, Lúcifer, Behemot, Ahasvero, Leviathan e outros muitos. * É um arremedo de prosápia genealógica, mas a arte heráldica ainda lhe não designou os symbolos do brazão. Os gregos e romanos, que inventaram a mythologia, aranja- ram o seu Plutão enthronisado no inferno com a consorte Prosér- pina^ cercados pela corte diabólica, e guardados pelo terrível Cer- bero. O christianismo não lhe deu tão importante posição, pelo seu * Fr. José de Jesus Maria, Brognolo recopilado e substanciado^ etc. A pag. 24 vem a etymologia d ‘estes nomes. 2 A esta deusa infernal erigiram os carthaginezes um grandioso templo em-Villa Viçosa; e segundo dizem alguns historiadores em Évora houve outro. .— 12 — ruim e incorrigivel comportamento: despenhou-o para as mais pro- fundas trevas, chamando-lhe anjo maldito e deixando-o em liber- dade de imaginar e pôr em pratiea toda a casta de diabruras. Desde então refinou em maldade e tornou-se acérrimo perseguidor de tudo que ha de santo e bom. Alguns cérebros poéticos até chegaram a descrever o grande império infernal com Belzebuth tendo ás suas ordens sete reis, com os nomes: Baèl, Pursan, Bytelh, Paymon, Bélial, Asmodeu e Zapão, além dos principes e mais altos funccio- narios da corte. Collige-se do que deixamos dito que o diabo é muito antigo e deve ser estudado archeologicamente. Os santos padres indicam como primeiras victimas de Sa- tanaz os nossos respeitáveis avós Adão e Eva, o que deu causa a serem expulsos do Paraiso. Desde então tem-se vulgarisado pela tradição e em escripturas muitas lendas, onde o diabo é o proto- gonista. N’essas historias sobrenaturaes, e até nas chronicas mysticas do passado, vem, quasi sempre, as diabruras envolvidas com as santidades. Os estratagemas do espirito maligno são antigos e muito va- riados. As beatas teem-lhe ódio figadal: attribuem-lhe todos os seus males, presentem-no pelo faro divino de que são dotadas, e en- xotam-no com — o vade-rectro Satanás — f arrenego maldito ma- farrico, canhoto, cão tinhoso, porco sujo, vae-te e não tornes e no tornares te afundas, palavras, que para bom effeito, precisam de ser ditas com os dedos indicadores em cruz. Em Portugal ha sitios onde Satanaz tem moradia permanente. Na Cuba existe a Fonte do Diabo no centro da Praça da Rainha: é coberta por uma abobada, onde está pintado S. Miguel com o demónio aos pés. É crença popular que alli se reúnem todas as noites as bruxas, lobishomens, espectros, duendes e phantasmas, e que, depois de receberem as ordens do satânico chefe, se espa- lham a fazer maleficios, e quem por alli passa na occasião dos taes conciliábulos, sem resar o credo em cruz, é agarrado pelos demó- nios e trucidado. No caminho, entre Ponte de Lima e Nossa Senhora da Guia está a chamada jPe<ira do Diabo, onde o vulgo diz ver o signal das suas unhas. A ponte de S. João, que fica a uma légua de Guimarães, é também locanda do diabo. Quando os doentes d'aquellas circUm- — 13 — visinhanças desesperam da cura pelos remédios da botica, vão á meia noite acompanhados de um padre, levando um alqueire de milho painço, que deitam da ponte abaixo com três punhados de sal, emquanto o padre impõe a Satanaz a obrigação de deixar em paz o misero enfermo. Na ermida de S. Bartholomeu, que fica nas margens do Tâ- mega, junto á ponte de Cabez, faz-se no dia 24 de agosto uma grande romaria, onde concorrem os endemoninhados. Logo que avistam a capella, os espíritos malignos começam a fazer saltar as pobres creaturas com terríveis contorsões, visagens patheticas e gritos desentoados; mas ao chegarem ao altar do santo, vomitam todo o fel diabólico e ficam logo sãs e escorreitas. Scenas quasi idênticas se praticam na romaria das Neves, no mosteiro da Lagoa, próximo a Fafe. Algumas mulheres visionarias. Imaginando ter o diabo no corpo, tratam de o expulsar tocando com a cabeça no corpo do santo. Estas extravagantes crendices do povo dão sempre logar a ri- dículos episódios, a que nem o próprio Satanaz poderia suster o riso. Faz lembrar aquelles engraçados versos de Garrett, quando descreve o membrudo capucho que a duros golpes de estola, bri- gava com o diabo para o fazer sahir do bojo de uma beata jubi- lada, onde se havia encaixado, e por fim só o conseguiu com va- lente hyssopada. O demo desamparado e escaldado pela agua benta, procura novo abrigo, e vendo próximo o gallego Thiago a fazer- Ihe zombaria, perguntou ao frade para onde se havia de encaixar, e o capucho com ar de escarneo indica o c. . . do gallego. . . Thiago não se assarapantou e assim o canta o poeta: Conhecem-se os grandes homens Nas grandes occasióes: • Thiago, sem mais demora, Deitou abaixo os calções, E em menos tempo ainda Do que o demo esfrega um olho, Já na pia da agua benta Tinha elle o seu de molho. Bate quatro palmadas No rechunchudo de traz E diz-lhe «Agora sô diabo Venha para cá se é capaz.» ^ ^ Folhas cahidas, 4." edição, pag. 82 a 87. — 14 — Será passivel o diabo entrar no corpo de uma alma chris- tã?… Os theologos dizem que sim e estas auctoridades são indis- cutiveis. O padre, em virtude do seu ministério, acha-se collocado entre Deus e o diabo: d'aqui deriva a sua inspiração para extremar sem- pre o bem do mal, e ensinar aos cegos peccadores o verdadeiro caminho do céo. Dizem elles que com dois fins entra o demo no corpo hu- mano: ou para o atormentar, ou para lhe perverter a alma. Isto acha-se authenticado no Evangelho de S. Lucas, S. Marcos e S. Matheus. Ahi estão bem claras as regras que devemos seguir para nos precaver contra tal inimigo, e também se descrevem os meios a empregar para, no caso dè elle entrar no corpo, o expulsarmos com as virtudes espirituaes. O convento de Campolide, * recebeu as suas religiosas com grandes solemnidades a 25 de junho de 1722, e mezes depois in- troduziu -se alli o diabo, fazendo coisas do arco da velha. Apesar de haver linguas viperinas que temerariamente lhe davam diverso responsável, o patriarcha D. Thomaz de Almeida, conhecedor de que os mesmos boatos eram obra do demónio, para assim me- lhor escapar ao flagello do hyssope, acudiu logo ás pobres freiras, nomeando-lhe os mais doutos exorcistas, e entre elles, o bom Fr. José de Jesus Maria, Ulissiponense, pregador, que se dizia in- digno filho da Santa Província da Arrábida. Este zeloso frade empregou contra o demo o methodo do sapientissimo Fr. Cân- dido Brognoío da seraphica família e, para pôr ao alcance de toda a christandade portugueza tão utilitária doutrina, traduziu do italiano a sua arte de exorcizar com o seguinte titulo: Brognoío recopilado, e substanciado com additamentos, de gravissimos au- thores; methodo mais breve, muy suave, e utilissimo de exorci:{ar, expelindo demónios, e desfazendo feytiços, segundo os dictames do sagrado Evangelho. Conforme a mente e doutrina do doutíssimo,., Collegido, resumido e traduzido da lingua latina, italiana e hespa- nhola na portuguesa para clareia dos exorcistas e bem dos exor- cizados. . . Foi impresso em Lisboa em 1726 e teve tal acceitação que dois annos depois corria já nova edição em Coimbra. ^ De Nossdi Senhora dos remédios^ de religiosas trinitarias, no sitio do Rato* hoje extincto e servindo de asylo a órfãs. — 15 — Que as suas orações eram infalíveis contra toda a corte in- fernal basta ver a censura da Santa Inquisição, que n'esta matéria lia de cadeira, dizendo Fr. Pedro do Sacramento : «… a obra con- tem muitas e boas armas deffensivas para livrar-nos (Taquelle ad- i'ersario (o diabo)… que tamquam leo rugiens circumit quaerens quem devoretj) O livrinho é todo polpa de prima qualità, e visto termos a fortuna de o possuir vamos extrahir-lhe algum sueco instru- ctivo. Assevera o padre Bro^nolo e confirma Fr. José, em resultado das suas profundas investigações: — que o demónio quando entra no corpo humano faz um minucioso exame dos seus temperamentos e humores, escolhendo os órgãos onde pode mais facilmente se- mear alguma moléstia. Como ao diabo nada escapa, começa logo a sua faina comprimindo e atormentando a tal entranha, e con- forme ella é, assim causa dores mais ou menos intensas, chagas, frenezins, cegueiras, surdez, febres e todos os mais achaques do Índice pathologico, que costumam fazer sofFrer e acabar a triste hu- manidade. A egreja chama ás pessoas atormentadas pelo diabo, quando externamente Obcessos, quando no interior Possessos; aos que sof- frem moléstias por intermédio de alguma feiticeira Malejiciados; aos que Satanaz costuma levar pelos ares e ventos Arrepticios ; aos advinhos Pithonicos; aos atormentados nos quartos de lua. Lunáticos; aos que falam e executam por intervenção diabólica, sem d'isso terem consciência. Fascinados, etc. Doestes uns se di- zem Energúmenos, outros endemoninhados e outros vexados. Quando o diabo apparece em forma de qualquer animal, por exemplo rato ou gato, chamam-lhe Arrimadiço, Os que forem mais exigentes leiam os livros de liturgia, onde os santos padres dizem que o diabo, como grande manhoso, vae pela sucapa fisgando as almas christãs, alluindo os baluartes da fé; e para estes males só aconselham, como mais efficazes, o baptis- mo, as orações, a communhão, a agua benta, o signal da cruz, as relíquias dos santos, etc. O que vale também é o diabo ter uma capa para cobrir e um chocalho para descobrir as suas diabruras; e os padres adivinhan- do-lhe os desígnios esperam-no de cruz em punho e hyssopc er- guido, frustrando-lhe as malditas intensões. O bestunto do anjo-maldito conversou muito com os seus bo- .— 16 — toes para resolver novo plano extrategico, e as bruxa?, a sua tropa mais finória, foram chamadas ao serviço activo contra as virtudes da humanidade. Foi o salvaterio do demónio; porque as suas sa- télites portaram-se tão ladinamente que os homens da religião, de mãos dadas com os da sciencia galenica, andaram por muito tempo ás aranhas, sem poderem atinar com a causa dos males epidemi- cos, que se desenvolviam em grande escala, o que fazia rir o velho Satanaz de mãos nas ilhargas. Pelo outro lado também não estavam com as armas ensari- lhadas. Além do já citado Fr. José de Jesus Maria com a sua tra- ducção do Brognolo, Fr. João de Vasconcellos, do convento da Trindade de Santarém, onde professou no anno de 1725, publicou em 1737, com o pseudonymo de P.® Nicolau Carlos Vejecee, sa- cerdote lisbonense, o interessantíssimo livro com o titulo: Escudo santíssimo e armas da igreja contra a malícia diabólica com que os espíritos immundos, juntando-se torpemente com as bruxas ou feiti- ceiras as tomam por instrumentos para infestar os caminhos, in- quietar as casas, aterrar os moradores com fantasmas nocturnos, e matar os meninos innocentes antes do baptismo, tiradas da Escri- ptura sagrada e das orações da igreja. * O christianismo tendo por base as leis da moralidade, da ca- ridade e da justiça, no seu progresso civilisador vae conseguindo banir estas ridículas crendices que falseiam a sua santa doutrina e agrilhoam os espíritos pelo fanatismo estúpido. Parece que o diabo não é tão feio e tão mau como os nossos avós o pintaram. 2 O maldito, para melhor se vingar dos padres, que mais o desacreditavam e perseguiam, deixou de ser terrífico e fiJiou-se no partido anarchista. Se os seus precedentes lhe não dão direito, pelo receio de escândalo, a entrar nos salões da alta sociedade, no theatro é bem acceito como artista dramático, de 1 No Diccionario Bibliographico de Innocencio da Silva não se faz men- ção doesta importante obra, provavelmente, do mesmo auctor da B^estauração de Portugal Prodigiosa; mas vem citada por Barbosa Machado na sua Biblio- theca Lusitana. 2 Já vimos n'uma egreja um quadro, exposto por um devoto, represen- tando uma mulher cabida no chão, e uma corda suspensa no tecto, formando na extremidade laço, e por baixo a seguinte legenda : Milagre que fe^ o Senhor Jesus a Maria das Neves^ a qual tendo armado um laço para se enforcar por tentação do diabo o mesmo a livrou. — 17 — ordinário vestido de encarnado, com cabelleira ruiva d^onde sahem cominhos dourados, olhar flamante e faiscante, envolto no fogacho de enxofre, mas o rabinho quasi sempre escondido. Assim o temos visto representando nos principaes theatros, que seria longo espe- cialisar, até em papeis de protogonista, algumas vezes com ade- manes graciosos ou burlescos posto que vulgarmente apparece como tyranno. II FADAS, FEITICEIRAS E BRUXAS O assumpto doeste capitulo presta-se também a longas dis- sertações: faremos, porém, diligencia de o resumir o mais possí- vel, seguindo os auctores de melhor credito. As fadas são encantos, de corpo gentil, rosto formoso, olhar meigo e cabellos cor de oiro. Representam o génio do bem. No mesmo caso poderemos considerar as moiras encantadas, que pertencem á mythologia peninsular. São também lindezas, que apparecem geralmente nas fontes, e com a sua formosura seduzem os mortaes. As feiticeiras, de extrema belleza mas com mau instincto, teem olhar vertiginoso, modos frios e retrahidos. Associadas com os espiritos infernaes, usam de muitas artimanhas para illudirem as pessoas ignorantes e fracas, incutindo-lhes pensamentos satâ- nicos. As bruxas e mulhtres de virtude são quasi sempre velhas im- mundas, de aspecto repelente. Resmungam em rouquenho orações cabalísticas estropiando algum latinório; mas para fazerem os sor- tilégios teem de pedir a intervenção do diabo. Na AUemanha os feiticeiros usam vestuário especial, que os destingue. Quando exercem as suas profissões, paramentam-se com uma túnica de couro, coberta de Ídolos recortados em folha de Flandres, campainhas, anneis e cadeias do mesmo metal, e põem — 19 — na cabeça um barrete alto com idênticos ornatos e encimado por uma penna de mochd* O theatro das consultas mysteriosas são de ordinário as cavernas, allumiadas pela chamma de paus resinosos. Começam as suas funcçòes magicas pelo toque de um instrumento, semelhante ao tambor, acompanhado de campainhas, produzindo certa harmonia lúgubre. Depois o feiticeiro aspira grande porção do fumo de tabaco, e, fazendo muitos tregeitos e visagens, cahe por fim em lethargo. N'este estado considera-se inspirado para res- ponder ás consultas, e havendo caso de doença, também se presta, por certa quantia ajustada, a combater o diabo, sahindo sempre vencedor e com vantagens positivas para o enfermo, segundo elles garantem. Os feiticeiros para o meio dia da Europa são mais raros que as feiticeiras. O nosso dr. Braz de Abreu, no Portugal Medico, descreve-as magistralmente, dizendo: «… recebem o poder malé- fico das mãos de Satanaz e são suas emissivas. Das partes que roubam aos mortos fabricam uns pós, com os quaes infeccionam as hervas, os fructos, damnam a saúde e provocam discórdias. Es- palhando os ditos pós pelo ar, nos caminhos, nas escadas, nas ca- sas, nos fatos, nas pias de agua benta, e as pessoas que os tocam não tardam em adoecerem, havendo muitos casos de morte. » Cita o mesmo auctor o insigne Torreblanca^ que descreveu a mortali- dade que por este motivo houve em Itália em i63o, dando causa ao decreto de Filippe IV de Gastella, publicado em 7 de outubro do mesmo anno, impondo severo castigo a quem usasse ou intro- duzisse nos seus estados aquella peste, e offerecendo grandes pré- mios a quem descobrisse os auctores do terrível maleficio. Em Lisboa tomaram-se serias providencias para se não im- portarem do extrangeiro os taes pós que desenvolviam a peste, fis- calisando-se minuciosamente os navios que entravam a barra. Fr. Manuel de Lacerda, douctor e lente de theologia na Universidade de Coimbra escreveu: Memoria e antidoto contra os pós venenosos que o demónio inventou, e por seus confederados espalhados em ódio dã christandade. Impresso em Lisboa, i63i, 4.*^ de viii-iytS pag. Estas prevenções contra os pós confirmadas posteriormente pela doutrina do dr. Abreu, são prova de que um dos males que a humanidade mais deve receiar é o morbus diabólico. O dr. Braz de Abreu foi homem de grande conceito clinico, curando doentes na cidade do Porto e em Aveiro, reforçado com o titulo de familiar do Santo Oflicio. Por motivos particulares, 2# . —20 — separou-se amigavelmente da esposa e das filhas, e vestiu o ha- bito de S. Francisco. Por esta forma ficou duplamente habilitado e quando não podia salvar o corpo do enfermo, encaminhava-lhe a alma para o paraiso. Confirmada a sua theoria medica, acabando o diabo e toda a sua corte de diabretes, feiticeiras e outros perseguidores do gé- nero humano, os filhos de Esculápio seriam os cidadãos mais bem quistos na sociedade; convidados indistinctamente para baptisados, casamentos e enterros, tendo apenas os encargos de receitarem os banhos do mar ás solteiras, as limonadas e as aguas thermaes ás casadas, os unguentos para callos ás velhas, e todos teriam a ven- tura de morrer sãos e escorreitos, quando batesse a sua hora final. As funcções satânicas são ás vezes exercidas pelos homens; mas como deixámos provado, á ultima evidencia, as mulheres são muito mais fáceis de catechizar, ou hypnotisar pelo demónio, por nervosas, ou levianas. Já úm antigo escriptor disse: Quid levius fumo? Flamen: Quid flamine? Ventus: Quid vento ? Muiier : Quid muiiere ? Nihil. Felizmente nem todas as balanças dão este resultado. Uma das cerimonias mais solemnes da feiticeiria e da bruxa- ria é o invocar o diabo. A maga Celestina dizia assim: aConju- ro-te rex Pluto, soberbo capitão dos espíritos damnados, e senhor dos sulfurosos fogos, que as cataratas Ígneas brotam!. . . Tua hu- milde escrava te conjura pela virtude doestas lettras vermelhas, es- criptas com o sangue das corujas, e em papel feito com a peço- nha das viboras.» Quando não era logo attendida empregava as ameaças… «Se me não satisfazes, cão tinhoso, serei tua inimiga capital, alumearei os teus soturnos cárceres, chamar-te-hei menti- roso, e arrastarei o teu horrível nome pelas ruas da amargura…» Mas estes azedumes eram apenas valores entendidos para il- — 21 — ludir os profanos, tal como se usa na politica parlamentar, e com taes armadilhas enganam os cegos da razão e perdem as almas, que é o fito de Satanaz. A mimica que acompanha a invocação é sinistra. . . olhos em alvo com inculcas de inspiração, mãos abertas, braços estendidos. Á voz dão som plangente, semelhante ao uivar do lobo ou ao guin- cho das aves nocturnas. Se querem enfeitiçar alguém pedem vénia ao demo e repetem três vezes : Tenato, ferrato, andato, passe por baixo, e a victima começa logo a sentir as terríveis consequências. Também recorrem ao poder de Prosérpina, mulher do diabo, ás Eumenides, fúrias infernaes, ou a Cocyto, Acheronte, Phlege- tonte, rios do inferno, etc. As feiticeiras e as bruxas para adivinharem precisam o dom da dupla vista e servem-se da peneira {coscinomancia)^ atada a uma tenaz. Levantam-n'a com. dois dedos, emquanto pronunciam os no- mes de pessoas suspeitas de algum delicto, e se a peneira oscila a qualquer nome é esse o do individuo culpado. Auxiliam-se também com a varinha, virga divida, ou virga Moysés, pela semelhança com a sua portentosa vara. Os hespa- nhoes chamam-lhe varilla de inrlude e os pprtuguezes varinha de condão. Estas escravas de Satanaz teem o Deus na bocca e o diabo no coração, e segundo dizia Santo Agostinho com o mel das pala- vras santas encobrem o veneno do encanto. Os meios de adivinhar são diversos e teem a sua nomencla- tura technica. Assim,' quando nas suggestões empregam a terra, chamam-lhe geomancia, o ar aerimancia, a agua, onde espelham na sua superfície o que interessa aos alucinados hydromancia, e quando o fogo, pyromancia. N'este ultimo caso lançam no bra- zeiro uma porção de enxofre em pó: se a chamma sahe unida é infelicidade; se dividida em três, siiccessos gloriosos; se espalhada, morte ou inferno ou doença ao são; se tremula, desgraça; apa- gando se de repente, perigo eminente, etc. Servem-se também da buena-dicha ou chyromancia, adivinha- ção pelas linhas das mãos, e quando pelas unhas onomancia. A chyromancia foi cultivada pelos augures na antiga Roma por forma especial. Aristóteles foi um dos seus mais celebres pro- pagadores. Na edade média os bohemios especularam muito com a leitura da buenadicha, e preferiam sempre o horóscopo da mão •—22 — esquerda, considerado infallivel por ser do lado do coração. Aberta a mão do pobre crente tiravam induções da disposição das linhas, que partem da base dos dedos e terminam nas grandes linhas transversaes, e no seu cruzamento é que diziam estar o presagio. No fim do século xvii a arte de adivinhar o futuro foi decar hindo de importância, principalmente depois da morte de Desbar- roles, o mais espirituoso chyromante que se tem conhecido. Nos últimos annos do século passado tomou a arte maior in- cremento, appareceram novos adivinhos apregoando a infalibilidade do horóscopo; e admira que tal mania se vá hoje desenvolvendo quando o realismo parece ser a idéa predominante. No reinado de D. João V tornaram-se notáveis, pelos seus sortilégios as feiticeiras Rastholha, Isabel da Natividade, da Moita mas residente em Alcácer do Sal, as irmãs Salemas, mulatas de Setúbal, e outras. Ainda ha quem consulte a buenadicha, lida ordinariamente pelas ladinas ciganas, que vagueiam andrajosas nas feiras e mer- cados, cavalgando bestas lazarentas e estropiadas, e bivacando junto aos povoados. E uma raça de párias com typo caracterís- tico e repelente á civilização, e teem como industria tosquiarem burros, negociarem cavalgaduras aleijadas e enfermas, sempre sem escrúpulo e com má fé, rapinando o que podem. A chyromancia também andou ligada com a astrologia, por isso dão ao dedo polegar o nome de Vénus, ao anelar o de Apollo, ao médio o de Saturno, etc. A interpretação dos vaticínios, dizem os mestres na arte, é (Jifficil, e precisa-se estar bem iniciado para se tirarem deduções exactas. Seria espinhosa a tarefa de compendiar n^este opúsculo todos os processos que a magica branca e preta tem empregado para conhecer do passado, interpretar o presente e adivinhar o futuro. Dizem que as feiticeiras e as bruxas são mulheres captivas pelas mercês e encantos do diabo, a quem se entregam em corpo e alma em troca do poder maléfico; e, segundo a opinião dos ^n-. tigos e modernos mágicos, o demo prefere sempre as novas e la^ — 23 — dinas por mais aptas para seducções. Os mortaes partilham a mes- ma opinião. As corypheas, entradas na abominável homenagem ao demó- nio, renegam o seu Deus e são logo entregues, cada uma ao seu diabrete, que á laia de cicerone se encarrega de lhe fazer untar a pelle com um óleo especial, guiando-as a deshoras por ares e ven- tos, por cima de toda a folha, a cavallo na vassoura, aos grandes congressos, onde vão juntar-se e invocar em gritos desentoados, semelhantes ao grasnar dos corvos, o génio do mal pelos nomes de Gob, Giver, Simeal, Maimont, etc. A velocidade com que viajam n^essas noites é egual á do re- lâmpago. As reuniões ordinárias, dizem, são á meia noite das sextas feiras, em certas encruzilhadas, ou nas margens dos rios onde se costumam banhar. Ahi tem logar a orgia do sabbat, com danças phantasticas e cânticos soturnos, terminando o pandemonio pela ceia distribuída pelo diabo de cauda recurva, sendo o guisado fa- vorito composto de sapos, cobras e aranhas, temperado com san- gue de ratos e de cágado macho. Contam os que teem avistado de longe esta tétrica festa que entre sombras mysteriosas se nota o luzir dos pyrilampos, produ- zindo o panorama uma tremura assustadora com um arrepio que chega á medula dos ossos. Nos conciliábulos solemnes o monarcha infernal apparece sem- pre com o estrondo do trovão, radiante de fogo, cercado de signos cabalísticos, de serpes enroscadas, de mochos, de morcegos e de outros animalejos das cavernas; mas a figura é de homem comi- gero, variando ás vezes em cão, gato preto, bode vermelho, etc. N'estas assembléas são marcadas as novas proselytas com as gar- ras do demónio protector, e ellas, em signal de reconhecimento e submissão, osculam-n'o no coccyx, recebendo n'essa cerimonia os novellos fiados do pello de bode e dobados pela esposa ou mãe do diabo. Os novellos são maiores ou menores conforme a considera- ção em que são tidas, e n'elles reside essencialmente a força e o poderio das feiticeiras, que soffrem grandes torturas, quando estão para morrer, se não encontram pessoa a quem os possam legar, ficando a herdeira com o direito de preferencia ao logar vago na legião diabólica. Filiadas no satânico comité^ espalham-se com o livro dos ea- conjuros pelo mundo a fazer enguiços e arrelias ao género humano, á ordem do patrono ou por conta própria. — 24 — Os mais acreditados escriptores antigos, consultados sobre estes assumptos, são concordes em afiançarem que as mofinas pre- ferem nos sortilégios as creanças, de quem extrahem os engredien- tes e d'onde preparam os óleos para se untarem quando voam de noite. Além d'isso o sangue juvenil e outros líquidos que d^ellas sugam, conservam-lhes, e até mesmo lhes restituem a mocidade, no caso de passarem dos vinte e cinco annos. Será este o elixir de longa vida de Cagliostro ou o que Mephistopheles applicou ao ve- lho Fausto para lhe restituir a juventude? Brown Séquard parece ter ultimamente descoberto este espe- cifico ou outro de idênticos eíFeitos, e ufano apreguou w^hi et orbi o rejuvenescimento humano, pelas injecções hypodermicas com lí- quidos orgânicos. A sciencia procede a experiências. anno passado em Barcelona dois médicos, depois de atu- rados estudos n'um laboratório da rua de S. Pausiano, também suppõem ter conseguido uma limpha, a que pozeram o nome de Karaphantiton, do Ghaldaico, que significa vitalidade permanente, a qual injectada pela epyderme não remoça mas conserva a mo- cidade, retarda a velhice, etc. A restituição da mocidade por mercê satânica tem feito entrar milhares de velhas na feitiçaria, obrigando o diabo, para atalhar tão grande mal, que lhe enfraquecia o poderio, a limitar o numero, e nas vagas a abrir concursos, onde escolhe sempre as mais bo- nitas e recommendadas. Asseveram alguns theologos que as bruxas ou feiticeiras para porem em pratica os seus malefícios tomam diversas formas, ge- ralmente as que mais podem seduzir os encautos peccadores des- armados contra o poder do demo, abusando assim da fraqueza da carne. Se as malditas encontram algum menino são e escorreito, que não tenha buraquinho por onde o possam chupar, empregam, em- quanto o diabo esfrega um olho, o poder fascinador, dando o mau olhado e produzem o quebranto, e n'este caso precisam sempre ajuda diabólica. Diz S. Thomaz — horrendum fasdnus, e Virgílio — Néscio quis teneros óculos mihi fascinai agnos. * É crença popular que ao encontrar qualquer mulher suspeita de feiticeira, fitando com pertinácia, o cuspir logo fora é perserva- tivo infalível contra o mau olhado, 1 Ecla 3.« Conta o dr. Braz, no seu Portugal Medico, * que o insigne Hieronimo conhecera um individuo com taes e tão pestilentas qua- lidades na vista, que facilmente com um só olhar matava os ho- mens, os brutos e as aves, murchava as flores, consumia os fru- ctos, seccava as arvores e (como se ainda isto não bastasse) con- sumia o mundo! Quem for mais exigente sobre este phenomeno leia Manuel Teixeira de Azevedo, que tratou magistralmente da fascinação, olhado ou quebranto, e que é enfermidade mortal, não só para os meninos, mas também para os de maior idade com todos os signaes para se conhecer, e os mais experimentados e selectos remédios para se curar. As feiticeiras levam muito longe as suas crueldades pelas sug- gestões do diabo no seu intestino ódio. Chegam a fazer bonequi- nhos de cera, barro ou trapo, figurando a pessoa que pretendem martyrisar, e, conforme a aversão que lhes teem, com instrumento, quasi sempre agulhas ou alfinetes, vão picando o coração, os olhos, os rins e outras partes do boneco, invocando sempre o demónio. A proporção que se produzem as espetadellas, a misera creatura, que é assim representada, vae logo sentindo nas partes correspon- dentes ao seu corpo, dores atrocíssimas. Os médicos capitulam isto de rheumatismo gottoso e nervosismo e mandam os enfermos para as Caldas. D'estas figuras symbolicas fala também o nosso Zacuto.^ Em França foram justiçados dois feiticeiros que tentaram matar o rei Carlos IX e Henrique de Guise, espicaçando os bonecos que os representavam! Dizem os chronistas que muitos imperadores, reis e grandes personagens teem sido victimas de tão infernal diabrura. Succedeu o mesmo a um summo pontífice; mas descoberta a feiticeira foi esfolada viva e, depois de morta, cortada em pedaços para pasto de cãesí Pelo processo das picadas o martyrio é sempre longo; mas se as bruxas quizerem acabar de vez com o paciente basta a mais velha desenrolar um novello e a outra cortar o fio, ou ainda mais summario, atirar o bonequinho para a caldeira de Pêro Botelho. Ultimamente o coronel Rochas d'Aiglun, na Escola Polytéchnica de Paris, por uma serie de experiências de hypnotismo,

        De praxi Medi cá et de praxis persica

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      • um judeusito's avatar
        um judeusito permalink
        1 Dezembro, 2013 00:35

        O 24º parágrafo não me parece lá muito bem conseguido. Já dois à frente desse, está fantástico. Isto sem falar no 13º que dizem que da azar, mas é o teu segundo melhor, a seguir ao 45º. Deves rever os primeiros, pois denota um estilo que diverge bastante dos 30s, que não falei precisamente por se enquadrarem perto da tua fase anterior de escrita, menos centrada no assessório e mais no irreal das situações quotidianas, ao contrário destas que são um perfeito exemplo do spam negacionista, dentro do tópico anterior, e não deste, que dá um ar irónico à tua obra.

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      • um judeusito's avatar
        um judeusito permalink
        1 Dezembro, 2013 00:39

        E não te esqueças de corrigir os erros no 11º parágrafo, no 20º, 23º, 32º, e depois só no 46º.

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      • lucklucky's avatar
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        1 Dezembro, 2013 18:17

        Uma quadra digna de um populista.

        Não há verdade nenhuma pelo contrário há mentira para manter o pedinte pedinte.
        É simplesmente a defesa da corrupção, do menor esforço, da compra da dependência de alguém para manter o poder.

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    • Tiro ao Alvo's avatar
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      30 Novembro, 2013 19:03

      O que me faz mais confusão é este aproveitamento canhestro da igreja, sobretudo por quem se diz ateu. E não estou só a pensar no Mário Soares…

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      • RCAS's avatar
        RCAS permalink
        30 Novembro, 2013 21:07

        Podes também pensar em mim por exemplo… “olha ó meu”, a doutrina social da Igreja, está mais próxima das teorias de esquerda, e da Social Democracia, do que das teorias da treta neoliberais… percebes? não?

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      • RCAS's avatar
        RCAS permalink
        30 Novembro, 2013 21:16

        Quando damos aos pobres o que lhes é necessário, não lhes damos o que é nosso; limitamo-nos a devolver-lhes o que lhes pertence.
        Se isto tem a ver alguma coisa com as teorias neoliberais… vou ali e já venho!!!

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      • und's avatar
        und permalink
        30 Novembro, 2013 21:16

        tás mesmo nexexitadinho …..na próxima reencarnação se saíres como codorniz pensaremos em ti ó titi das pecebes altas…pecebes?

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  8. Juromenha's avatar
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    30 Novembro, 2013 17:38

    Será o efeito combinado de Despeito + Fantasporto?…
    Lamentável, em qualquer caso.

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  9. João Lisboa's avatar
  10. piscoiso's avatar
    piscoiso permalink
    30 Novembro, 2013 17:44

    Papa é sempre bom.
    Ao pequeno almoço.

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    • zazie's avatar
      zazie permalink
      30 Novembro, 2013 18:08

      Qual é o truque, ó mongolóide? papagueias e aposto que nem consegues explicar o tal “truque”.

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      • piscoiso's avatar
        piscoiso permalink
        30 Novembro, 2013 18:18

        Mongolóide és tu, que estás sempre Down a insultar.

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      • Expatriado's avatar
        Expatriado permalink
        30 Novembro, 2013 18:44

        Chamar-lhe de “mongoloide”, neste caso, ate’ e’ um elogio……

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      • zazie's avatar
        zazie permalink
        30 Novembro, 2013 19:22

        O gajo é tão imbecil que acha que é insulto aos que nascem com a síndrome de dowh chamar-lhe a ele mongo, mas não é insulto aos mongóis que serviram de inspiração.
        AHHAHAHAHAHAHA

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      • piscoiso's avatar
        piscoiso permalink
        30 Novembro, 2013 19:47

        E, naquela época, pessoas asiáticas – como as da tribo mongol, os Mongóis – eram tidas como sem inteligência ou pouco inteligentes, abrutalhadas, obtusas. Assim nasceu esse termo, já com uma carga de preconceito infundado, já que os mongóis não são nem nunca foram “idiotas” , “retardados” ou o que quer que seja que signifique falta de inteligência.

        Hoje, se esse termo ainda serve para alguma coisa, é para servir de ofensa.

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      • Expatriado's avatar
        Expatriado permalink
        30 Novembro, 2013 21:05

        E nao e’ que “naquela epoca” tinham razao?

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  11. Tiradentes's avatar
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    30 Novembro, 2013 17:53

    Papa é sempre bom ao pequeno almoço assim como o Mário foi bom para a Nintendo.Não era um jogo do século passado?

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    • piscoiso's avatar
      piscoiso permalink
      30 Novembro, 2013 18:16

      Super Mário continua actual:
      Super Mario 3D World was released in Australia on November 30, Europe on November 29, North America on November 22, and in Japan on November 21, 2013.
      in: http://www.mariowiki.com/

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      • zazie's avatar
        zazie permalink
        30 Novembro, 2013 20:28

        Em que época, conta lá em que época é que os mongóis eram retardados para terem usado a face deles como semelhança com o síndrome de Down?

        Retardado mental, que nem sabe o que copia.

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      • Tiradentes's avatar
        Tiradentes permalink
        30 Novembro, 2013 20:52

        infowiki até no super mário…e assim rapaz acha que o mário é real e não virtual

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      • piscoiso's avatar
        30 Novembro, 2013 22:24

        Ó sua mentecapta, a época é aquela em que a trissomia do cromossoma 21 foi descrita por John Langdon Down.
        Queres um ano sua estúpida: 1862.
        Quando é que deixas de tomar essas merdas?

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      • zazie's avatar
        zazie permalink
        30 Novembro, 2013 22:50

        Óh pascácio- a síndrome de Down foi descoberta em 1958. Os mongoiis, “nessa época” eram tão retardados quanto um preto qualquer e não é por isso que se chamou preto a quem tem a síndrome.

        É por terem facies semelhante aos mongóis.

        Topas, mongo. Este aqui: http://www.70slivekidvid.com/magic/mongo.jpg

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      • Mario Braga's avatar
        30 Novembro, 2013 22:58

        é uma aneuploidia fetal que aparece em cada 700 nados vivos e numa frequência maior nos nados mortos…

        o ou a syndrome foi descrito provavelmente antes de 1958 deve ter sido legitimada a discriçon en 1958 talvez num sey ..e descoberta bom andam por cá há mais de 70 mil anos provavelmente

        até há uma theoria do século XX que diz serem cruzamentos com neanderthais acho que é de 1925……

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      • Mario Braga's avatar
        30 Novembro, 2013 22:59

        e num é fácies que isso é geologgia

        é a prega palpebral mesmo….

        e geralmente morrem per cuore fanico…

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      • Mario Braga's avatar
        30 Novembro, 2013 23:05

        na realidade falharam os dois nos anos

        In 1866 the physical characteristics of people with Down Syndrome were linked with decreased intellectual ability and grouped as one syndrome. The English physician, John Langdon Down, was the first to publish these findings.

        Due to the fact that the facial features of people with Down Syndrome were similar to those of people from Mongolia, pregas palpebrais tamém chamadas…..epi___________.prós 20 balores du testis dus testis que sunt dois

        It was not until 1959 that Dr. Jerome Lejeune, a French physician, made the discovery that Down Syndrome was the result of a chromosomal abnormality……foi em 1959 a primeira vez que notaram a diferença nos cromossomas

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      • zazie's avatar
        zazie permalink
        30 Novembro, 2013 23:08

        E para o caso, com prega ou sem prega, que é que o atraso dos mongóis “naquela época” tem a ver com nascer-se com essa cena?

        A coisa pisca é retardada naturalmente.

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      • Mario Braga's avatar
        30 Novembro, 2013 23:20

        bom the burden of the white man du kipling é um exemplo duma época que menoriza todas as raças

        um chinês em 1859 valia menos que um índio na califórnia

        associou-se inclusive o barbarismo e a capacidade de compreensão e a forma do crânio e a face chata e o nariz reduzido com diminuta capacidade cranial…ou craniana

        a prega epicântica nada tem a ver com isso

        mas o prognatismo da face nas “raças negróides tamém jogou contra elas devido à proximidade simiesca

        resumindo no século XIX ou XX eram todos retardados e só os alemães eram bons

        mesmo assim foram aldrabados pelos gajos do melting pot de wall street

        e para o caso…..parece livro do conan doyle

        a cousa pisca é uma pessoa tal como o cólon ou o gama um produtto do seu ambiente e das suas fés num dogma qualquer

        agente cá num sofre disse

        num acredita en meister’s ou master’s e inda menos en mestres…..

        ma num julga a fé qué grande dus autres….

        phode é gozar com ella

        viva el rey

        de certezinha que num quer o livro?
        cigano vende baratinho

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      • piscoiso's avatar
        piscoiso permalink
        1 Dezembro, 2013 09:44

        A data 1958, avançada pela néscia, refere-se a Jerome Lejeune, sobre o trabalho de Down.

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      • Mario Braga's avatar
        1 Dezembro, 2013 20:19

        non é 1959 quando a natureza da doença é explicada como aneuploidia

        e a doença é descrita cientificamente em 1866 e não 1862

        logo erraram les deux

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  12. Fincapé's avatar
    Fincapé permalink
    30 Novembro, 2013 17:54

    Não direi que Pacheco Pereira é sempre de uma coerência absoluta. Já o critiquei bastante, até porque tem um percurso com alguma sinuosidade.
    Neste post, parece-me haver bastante consistência entre os textos que o Vítor escolheu para mostrar contradições.
    Mas o Vítor é um conservador que acha que o Estado não deve defender a família… tradicional, também pode falhar aqui. 😉

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    • Expatriado's avatar
      Expatriado permalink
      30 Novembro, 2013 18:46

      O percurso de JPP e’ tao sinuoso ate’ estar a acabar no ponto de partida…..

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    • neotonto's avatar
      neotonto permalink
      30 Novembro, 2013 18:56

      Aqui de falhar algum deve ser o Santo Padre porque neste caso (nao sei se e tsmbem excepcional) nao haver sido avaliado previo pelo Espirito Santo. Estou falando do banco obviamente.:)

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    • tamal's avatar
      tamal permalink
      1 Dezembro, 2013 14:16

      O Pacheco Pereira é só um dos mais finos pensadores do reino, dado a alguma fação psd-pp, para azar, porém tal um luminar da inteligência aí vislumbrada, se o bando em si não passa hoje de uma seita de padrinhos e nepotes mafiosos, compadrio de maçons .

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  13. Bento Norte's avatar
    Bento Norte permalink
    30 Novembro, 2013 17:58

    Um pequeno pormenor que parece escapar á cabeçorra do Pacheco. Ele, Soares e outros que tais estão afuniladamente focados no nosso quintal onde ninguém lhes passa cartão. O Papa Xico que nem conhece estes personagens iria fartar-se de rir da insinuação já avançada de que o Santo Padre lhes segue os passos e que até fala depois de eles falarem. O Sumo pontífice quer alertar para os males do mundo e não para a aldeola dos Soares e Pachecos de que estes pensam que são donos e pregadores eleito. Desanda Pacheco.

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  14. Nuno Félix's avatar
    Nuno Félix permalink
    30 Novembro, 2013 19:07

    Este Pacheco do Passado só responde efectivamente ao Pacheco do Presente se o leitor fizer um aplicado exercício criativo de interpretação extensiva e revisionismo histórico.

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  15. ti miguel antonio's avatar
    ti miguel antonio permalink
    30 Novembro, 2013 19:21

    o pacheco pereira é essencialmente um ressabiado, é um intelectual incoerente e deformado e foi comparsa do grande vigarista lima do psd. oh pacheco vai fazer cunilingus com a ferreira leite-

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  16. João Resende's avatar
    João Resende permalink
    30 Novembro, 2013 19:25

    Não vejo è nenhuma contradiçao nos dois textos.

    Tentem de novo vitorcunhas.

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    • Fincapé's avatar
      Fincapé permalink
      30 Novembro, 2013 19:34

      Concordo. Foi o que escrevi acima.

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        30 Novembro, 2013 19:35

        Quem disse que havia “contradições”?

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      • Estou a ver...'s avatar
        Estou a ver... permalink
        30 Novembro, 2013 19:45

        O vc sempre a treinar….
        Treinando, treinando sempre!
        faz-me lembrar um slogan qualquer…

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      • Fincapé's avatar
        Fincapé permalink
        30 Novembro, 2013 20:33

        Sim, confirmo que não li que o Vítor disse que havia “contradições”. Disse apenas que “Pacheco Pereira responde a Pacheco Pereira.” 😉

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        30 Novembro, 2013 20:42

        Pois, é verdade. A piada está no receptor, não no emissor. Sempre foi assim: é uma regra não escrita da comédia.

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      • Fincapé's avatar
        Fincapé permalink
        30 Novembro, 2013 20:49

        Mas eu não disse que era um recetor sem sentido de humor, Vítor. 🙂

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      • um judeusito's avatar
        um judeusito permalink
        30 Novembro, 2013 22:25

        Também não vejo contradições. O de baixo é sobre a Igreja, sua organização, etc. O de cima é sobre aquilo que designam de “doutrina social da Igreja”, que realmente nada tem a ver com o Neo-Liberalismo.

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  17. João Resende's avatar
    João Resende permalink
    30 Novembro, 2013 20:10

    Respostas.

    O que è que e onde è que um texto responde a outro? E se responde, onde è que està o vosso ponto?

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  18. BorNot2B's avatar
    30 Novembro, 2013 20:11

    A “colagem” dos dois textos é um exemplo de coerência. Bem visto VC! O PP nem precisava dessa ajudinha… E o “problema” que o Pacheco levanta é mesmo esse: agora é o “chefe” que encosta à parede a sociedade do “vale tudo”…

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  19. A. R's avatar
    A. R permalink
    30 Novembro, 2013 20:47

    Pacheco Pereira vai ao próximo conclave e tem quase certa a eleição. Agora Pacheco anda distraído: o grande capital está com a esquerda. Os mais pobres, a grande miséria, os mais desprotegidos e os grandes contrastes estão nos regimes de esquerda: Angola, Venezuela, Cuba, Argentina, Brasil, Nicarágua, etc). O grande capital é de esquerdas. Na lista dos 200 mais ricos a maioria são apoiantes declarados e largos financiadores de campanhas esquerdistas, convivem com ex-governantes esquerdistas, apoiantes de ONG esquerdistas e das causas “progressitas” (regresso à desordem das cavernas). Os grandes magnatas dos média são grandes empresas de esquerda e com a esquerda.

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    • Fincapé's avatar
      Fincapé permalink
      30 Novembro, 2013 20:52

      Ainda bem que apareceu, A.R.
      Vou sempre mais bem disposto para vale de lençóis com as suas tiradas. 🙂

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  20. Eleutério Viegas's avatar
    Eleutério Viegas permalink
    30 Novembro, 2013 20:49

    Enfim, mais um que está a ver que a “mesada” que recebe do Estado não é eterna porque nós, os outros, os pagantes, já não queremos pagar. Acordámos.
    Isto explica muita “revolta” contra o Governo e a Troika. Estão a retirar-lhes as mesadas, que estavam tão bem escondidas…
    Valha-nos Santa Troika!

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    • Fincapé's avatar
      Fincapé permalink
      30 Novembro, 2013 20:53

      Era dar uma injeção atrás da orelha ao Pacheco Pereira, não era, Eleutério? 😉

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    • Expatriado's avatar
      Expatriado permalink
      30 Novembro, 2013 21:09

      O Stalin utilizava chumbo a alta velocidade….

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      • Fincapé's avatar
        Fincapé permalink
        30 Novembro, 2013 21:25

        Com esse as balas deveriam ter feito ricochete, Expatriado. Era o que ele tinha merecido. Ou pior. Aliás, muito pior. Pensava que lhe dava resposta diferente? 😉

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  21. RCAS's avatar
    RCAS permalink
    30 Novembro, 2013 20:52

    Prefiro o Pacheco Pereira, 30 de Novembro de 2013!!!…

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  22. Tiradentes's avatar
    Tiradentes permalink
    30 Novembro, 2013 21:01

    Aliás foi o que a esquerda portuga andou a fazer nos últimos anos até falir o país e chamar convidativamente a dita troika. Meter dinheiro no cu dos banqueiros e empreiteiros e dar umas esmolitas ao povo para ele se calar.

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    • Fincapé's avatar
      Fincapé permalink
      30 Novembro, 2013 21:07

      Já os socialistas gregos, italianos e espanhóis fizeram a mesma coisa. São uns mauzões. 😉

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      • Expatriado's avatar
        Expatriado permalink
        30 Novembro, 2013 21:10

        Nao fizeram?

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      • Fincapé's avatar
        Fincapé permalink
        30 Novembro, 2013 21:28

        Claro que fizeram, Expatriado. Pior, fizeram-no enquanto a direita andava distraída a ajudar os velhinhos a atravessar as estradas ou a ajudar aos rituais religiosos. 😉

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  23. @!@'s avatar
    @!@ permalink
    30 Novembro, 2013 21:05

    O Pacheco não tocava guitarra? O Pereira não é aquele que fazia imitações em Vegas? O José é que é uma chatice, dá para todas as opiniões.

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  24. Expatriado's avatar
    Expatriado permalink
    30 Novembro, 2013 21:28

    Nao havera’ por aqui alguma semelhança com alguma seita de Portugal?

    http://saopauloonline.blog.br/jornalista-diz-que-mentiu-por-30-anos-sobre-a-tortura/

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    • Fincapé's avatar
      Fincapé permalink
      30 Novembro, 2013 21:38

      Calma, Expatriado. Quando o primeiro homem poisou na lua alguns cientistas diziam que isso era impossível porque a lua era um disco de carbono. E quando o Sputnik andava às voltas à Terra, catedráticos do IST garantiam que era impossível colocar um satélite em órbita.
      Poderá ser verdade, mentira ou assim, assim. Mas não acha estranho os supostos torturadores nunca desmentirem? 😉

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      • Mario Braga's avatar
        30 Novembro, 2013 21:51

        a lua é um disco ? e esqueceram-se do buraco

        de carbono? e é grafite ou não empilha no sistema hexagonal?

        crystalographia you know aparecia muito nos testes da década de 80 e 90….apesar de raramente constar dos programas do 12º

        mistério né

        a ciência

        e a educação scientiphica é assis

        ó assad

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      • Expatriado's avatar
        Expatriado permalink
        30 Novembro, 2013 22:29

        Citaçao do texto

        “CASOS CONCRETOS
        O caso agora denunciado pela jornalista Miriam Macedo, certamente é uma exceção. Há documentos e testemunhos não só de torturados como até de torturados, contando o que acontecia a muita gente nos porões das prisões durante os governos militares. Mas é importante que tudo seja esclarecido. A Comissão da Verdade tem obrigação de chamar a jornalista para depor, até para demonstrar sua imparcialidade. Houve tortura no Brasil? Claro que houve. Mas houve e ainda há muita história contada por pseudos heróis, que na verdade amarelavam e denunciavam companheiros antes mesmo de sofrerem alguma ameaça.”

        Mais uma vez pergunto

        Era muito diferente do que se passava em Portugal?

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  25. Expatriado's avatar
    Expatriado permalink
    30 Novembro, 2013 22:23

    A jornalista diz:

    “Que teve gente que padeceu, é claro que teve. Mas alguém acha que todos nós que saíamos da cadeia contando que tínhamos sido barbaramente torturados falávamos a verdade? Não, não é verdade. Noventa e nove por cento das barbaridades e torturas eram pura mentira! Por Deus, nós sabemos disto! Ninguém apresentava a marca de um beliscão no corpo. Éramos barbaramente torturados e ninguém tinha uma única mancha roxa para mostrar! Sei, técnica do torturadores… Não, técnica de torturado, ou seja, mentira.Mário Lago, comunista até a morte, ensinava: ´quando sair da cadeia, diga que foi torturado. Sempre”. Miriam, até com alguma ironia, diz que a confissão é sua contribuição para a Comissão da Verdade, instalada para trazer à luz os milhares de casos denunciados de tortura durante a terrível ditadura militar.

    O longo texto de Miriam, dizendo que foi orientada a mentir durante anos e que a maioria dos que se dizem torturados nunca foram sequer tocados na prisão, é uma verdadeira bomba atômica no discurso de tantas pessoas, que hoje são tratadas quase como heróis e heroínas, pelo que teriam sofrido nos porões da ditadura. “Era mentira? Era, mas, para um revolucionário comunista, a verdade é um conceito burguês, Lênin já tinha-nos ensinado o que fazer”, concluiu a jornalista no confessionário público. E agora?”

    Ela, que esteve presa, deve saber melhor que nos. Nao?

    A proposito, sera’ diferente do que se passou em Portugal?

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  26. miguelmadeira's avatar
    1 Dezembro, 2013 02:27

    Não vejo onde está a contradição – no texto atual, defende que as criticas do papa ao atual modelo econõmico dão força aos adversários desse modelo; no texto antigo defende a autoridade papal na Igreja contra as teses mais democráticas e/ou descentralizadoras. A ideia (a valorização do papel do papa) parece-me a mesma nos dois posts.

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  27. YHWH's avatar
    YHWH permalink
    1 Dezembro, 2013 09:36

    Mais um XEQUE-MATE de Pacheco Pereira ao Blasfémias.

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  28. Regina Nabais's avatar
    1 Dezembro, 2013 13:05

    Se mal pergunto, antes de tudo – porque a ignorância é SÓ MINHA! – onde é que é possível o contraditório ao famoso dito senhor Pacheco Pereira?

    Com mordaças, e a devida vénia, até eu, que não sou de nada, ganho qualquer argumentação!

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  29. tamal's avatar
    tamal permalink
    1 Dezembro, 2013 20:10

    E eu tenho dito e redito, pois nunca me cansarei, que a herança que esse gajos do passos ao portas desse governo já têm para nos deixa é o pior que quanto de mal já se viu e custa a crer como é que umas imbecilidades tão grandes puderam causar tanto dano que não há aí inferno, por certo, verdadeiro ou virtual à altura de os merecer e vir algum dia a abrigar .

    in os privilegiados, no seu piorio

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