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Surpresa!

8 Dezembro, 2013

Não haverá certamente detetive mais improvável do que Rico, um rapaz de oito anos que sofre de um ligeiro autismo. Rico tem algumas dificuldades de aprendizagem e não consegue distinguir a esquerda e a direita, mas é um génio no que toca a reparar em pormenores que mais ninguém vê. Um dia, Rico conhece Oskar e rapidamente os dois se tornam amigos. Oskar é superinteligente, mas precisa da ajuda de Rico para ultrapassar os seus maiores medos. E, quando desaparece subitamente e se descobre que foi vítima do raptor que anda a levar as crianças da cidade, ambos vão ter de se tornar dois aventureiros destemidos e desvendar este mistério com muito humor e astúcia.

Número de páginas: 176; Preço: 9,90 euros; Público-alvo: 10 aos 14 anos

O Malomil leu e eis o que encontrou:

(pp. 18-19): “Quando entrei estava a mãe no corredor, em frente do espelho dourado com muitos anjinhos bochechudos. Trazia vestida uma T-shirt azul-celeste, que tinha puxado para cima até ao queixo, e olhava preocupada para o peito, sabe-se lá há quanto tempo. Vi reflectida no espelho a sua preocupação”. “Muitas pessoas, principalmente os homens, olham muito para a mãe. É claro que na rua ela não anda com a T-shirt subida, mas mesmo assim tem um look muito fixe. Usa sempre saias muitíssimo curtas e justas e um top muito pequenino com um grande decote. Leva sandálias a condizer, prateadas ou douradas, com tirinhas e saltos altos. Os cabelos louros soltos e compridos e lisos, e além disso uma quantidade de pulseiras e fios e brinco que cintilam e tilintam. Do que eu mais gosto é das unhas dela, muito compridas. A mãe todas as semanas cola uma coisa diferente nas unhas, por exemplo peixinhos fluorescentes ou uma joaninha em cada unha. Ela diz sempre que há imensos homens que apreciam isso e é por essa razão que tem tanto sucesso no seu trabalho.”
 “– Mais cedo ou mais tarde vão acabar por ficar descaídas – disse a mãe dirigindo-se à própria imagem e a mim. – Dou-lhes mais dois, três anos, e depois vão ser vítimas da força da gravidade. A vida é um maldito calendário com folhas de arrancar. (…)
 – E então? – perguntei.
 – E então é esse o problema – respondeu a mãe com firmeza. – Afinal, é isto a minha fonte de rendimentos. – suspirou, voltou a puxar a T-shirt para baixo e virou-se para mim. – Como correu a escola?” Mas há mais
31 comentários leave one →
  1. zeca marreca de braga's avatar
    zeca marreca de braga permalink
    8 Dezembro, 2013 19:57

    Surpresa? Que há prostitutas? As criancinhas lusas não veêm novelas?
    Bem pior é a apologia ao racismo, nas caixas de comentários do blasfemias..

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    • zeca marreca de braga's avatar
      zeca marreca de braga permalink
      8 Dezembro, 2013 19:57

      e num dia bom, nalguns posts também…

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      • Alexandre Carvalho da Silveira's avatar
        Alexandre Carvalho da Silveira permalink
        8 Dezembro, 2013 23:05

        https://www.youtube.com/watch?v=HceJv8ZnA10#t=162

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      • fado alexandrino's avatar
        8 Dezembro, 2013 23:37

        Porque é que muitas vezes responde a si próprio?

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      • zeca marreca de braga's avatar
        zeca marreca de braga permalink
        9 Dezembro, 2013 00:04

        “Porque é que muitas vezes responde a si próprio?”
        Porque entre isso e as respostas do Silveira…bem…

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      • und's avatar
        und permalink
        10 Dezembro, 2013 18:24

        bom essa é facilis

        No Man Friday….o Gama responde a si próprio porque se julga o único ser inteligente num planeta desprovido de intelectuais em forma de insecto ou de verme pikaia….

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    • antonio's avatar
      antonio permalink
      8 Dezembro, 2013 20:17

      podes oferecer o livro à tua filha de 10 anos e por a mãe a lê-lo , ok ? ou se calhar já fazes isso à muito tempo…..

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      • Kafaka's avatar
        Kafaka permalink
        8 Dezembro, 2013 21:07

        Na muche

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      • xpto's avatar
        xpto permalink
        8 Dezembro, 2013 21:26

        António, que classe!

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      • zeca marreca de braga's avatar
        zeca marreca de braga permalink
        9 Dezembro, 2013 00:10

        Eu ofereço o que bem me apetecer e achar adequado. Quanto à mãe, lê o que lhe apetecer. Eu não a “ponho a ler” nada, contrariamente a alguns que “põem” as mães dos seus filhos a fazer coisas…

        Agora eu não percebo qual é o problema. Um tipo escreveu um livro. O livro fala de um tipo que tem uma mãe prostituta. Que querem? Querem queima-lo?

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      • und's avatar
        und permalink
        10 Dezembro, 2013 18:34

        non um typo escolheu um tema para vender um livro

        atacar a moral dominante vende

        daí a livralhada cheia de temas tabus

        desde à lolita ao progenitor que come as crias….

        é um tema que banaliza o sexo como mercancia….

        numa sociedade de con sumo é provavelmente um pouco exagerado achar que dos 10 aos 12 ou aos 14 ainda nã tiveram contacto com a prostituição virtual da interneta

        como literatura é capaz de superar o harry da compota mas pouco

        já a definição das personages parece fracota

        a gaja podia reciclar-se como o relvas

        ou o tal maluco que gostava da sarah palin como modelo do putedo politiqueiro

        sei lá é mais ofensivo os putos lerem as vossas i-dei-as

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  2. Piscoiso's avatar
    8 Dezembro, 2013 20:04

    Andreas Steinhöfel escreve um livro sobre filhos de prostitutas.
    Se o editor ou o livreiro achar que o livro é juvenil, por retratar a visão de jovens filhos da profissão mais antiga do mundo, Andreas não tem culpa.

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  3. Carlos Dias's avatar
    Carlos Dias permalink
    8 Dezembro, 2013 21:00

    Este é um bom livro para o Natal.
    O mal é que haverá muitas crianças que terão o dilema.
    Já sabia que a minha mãe era uma grande puta, agora não sabia que por causa disso eu sou um filho da puta.

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  4. RCAS's avatar
    RCAS permalink
    8 Dezembro, 2013 23:00

    E a história acaba assim…

    Quando nos apetece apeamo-nos e sentamo-nos em esplanadas muito elegantes. O sol reluz nas pulseiras douradas que a Irina usa nos tornozelos e também nas unhas dos pés da minha mãe com verniz brilhante rosado ou coisa parecida, e as mulheres bebem espumante e riem muito e eu bebo coca-cola e fico muito feliz por ver que muitos homens

    acham a mãe muito gira, “todos olham muito para ela, apesar de ela nunca ter perguntado a nenhum se ele quer tomar um pouco do seu espumante” (p. 111)…

    PS – Interessante… merece chocolate!!!

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  5. Caetano's avatar
    Caetano permalink
    8 Dezembro, 2013 23:02

    Imagino o teu pavor Helena quando levantas a T-shirt mas olha que silicone à parte não há volta a dar, quem já andou não tem para andar.

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    • zazie's avatar
      zazie permalink
      8 Dezembro, 2013 23:27

      Este é de esquerda e deve ser um grande combatente do machismo.

      Mas é um grunho hipócrita, como todos os grunhos de esquerda

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      • PT's avatar
        8 Dezembro, 2013 23:48

        Para um grunho esquerdalho, tem um nome muito fásssssssista 🙂
        E a qualidade dos seus argumentos resume-se a um ataque ad hominem, ou neste caso, ad mulier, mas isso já toda a esquerdalha nos habituou desde há longo tempo…

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  6. EMS's avatar
    EMS permalink
    9 Dezembro, 2013 01:27

    Há imensas profissões onde um bom par de mamas são uma mais-valia.
    Pensem bem : Secretárias, actrizes, locutoras de tv, empregadas de loja, empregadas de mesa. E sim, finalmente as prostitutas.
    Mas pronto, toda a gente sabe que as mães são assexuadas. É impensavel uma mãe ter mamas e que os senhores da rua deem por isso. Muito menos que as apresentem ao seu proprio rebento.
    Mas espera. Isso passa-se na Alemanha. Um pais com uma cultura algo estranha aos olhos destes pobres latinos.
    Ide ao malomil. Ide ver uma velhinha tradição germanica apresentada nesse proprio blog:
    http://malomil.blogspot.pt/2013/12/au-pays-des-hommes-nus.html

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    • Olympus Mons's avatar
      9 Dezembro, 2013 10:38

      EMS,
      Tal como digo mais abaixo, as prostitutas tem que vir de alguma lado não é?

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      • EMS's avatar
        EMS permalink
        9 Dezembro, 2013 11:30

        As prostitutas veem exactamente do mesmo sitio que as médicas, telefonistas, cozinheiras, e arquitectas.

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      • und's avatar
        und permalink
        10 Dezembro, 2013 18:21

        de alguma lado pois….já bocês devem ter saído da montureira né….

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  7. Castrol's avatar
    Castrol permalink
    9 Dezembro, 2013 10:23

    Cruzes canhoto!!!

    Que é feito dos bons livros de aventura da minha adolescência???

    Volta Isabel Alçada, estás perdoada!!

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  8. Olympus Mons's avatar
    9 Dezembro, 2013 10:35

    Até há 10 mil anos a maioria das mulheres eram “prostitutas”. Provavelmente à força ou pelo menos forçadas. Mas depois evoluímos e criámos estruturas para tornar a prostituição como algo descritivamente errado e penso que em momentos até normativamente (prescritivamente/legalmente) erradas e puníveis.

    Eu que sou daqueles que considero que 150,000 anos não se apagam assim e como tal encontro esta expressão genética do paleolítico, essencialmente nas mentes do pessoal de esquerda, por isso considero normal que os Andreas Steinhöfeld este mundo sintam alguma nostalgia. Ao fim ao cabo as prostitutas tem que vir de algum lado não é?
    http://barradeferro.blogs.sapo.pt/

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  9. Olympus Mons's avatar
    9 Dezembro, 2013 11:57

    EMS
    “As prostitutas vêm exactamente do mesmo sitio que as médicas, telefonistas, cozinheiras, e arquitectas.”

    Aí não vêm não! – Vem do sítio onde pais consideram normal que filhas entre os 10 e os 14 anos de idade leiam este livro do Andreas.

    Talvez este texto o elucide um pouco.
    http://barradeferro.blogs.sapo.pt/4809.html

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    • EMS's avatar
      EMS permalink
      9 Dezembro, 2013 13:29

      Ok, as miúdas do paleolítico liam as pinturas de bisontes nas cavernas e depois quando cresciam iam atacar para a esquina.
      Já hoje em dia é comum uma stripper saltar directamente do varão para o regaço dos livros.
      Alguns clientes até ficam visivelmente incomodados, já que elas em vez de lhes fazerem companhia preferem a pagar pela companhia de um tal Chordelos de Laclos, ou D. H. Lawrence, e até de um manhoso chamado Boccaccio.
      Há tempos um empresário da noite desesperado com a quebra do negocio jurou fazer a folha a um tal Richard Burton.
      Infelizmente descarregou a sua raiva num pobre taxista inglês em férias no algarve e não no famoso tradutor das “Mil e uma noites” e “Kama Sutra”.
      Enfim, meu caro Olympus, para acabar com essa pouca vergonhice da prostituição não precisamos de uma policia de costumes ou de um “ministério para a prevenção do vicio e propagação da virtude”. Precisamos é de tirar as miúdas da escola não vão elas aprender certas coisas.

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      • Olympus Mons's avatar
        9 Dezembro, 2013 14:18

        Mas porque acha que a prostituição é uma vergonhice? Eu pelo meu lado só acho que pessoas como o EMS deviam viver a normalidade das zonas com prostituição ao invés do “white flight” por onde enveredam sempre. É uma pena. Lá chegaremos um dia (infelizmente, porque eu teria outro caminho).
        http://barradeferro.blogs.sapo.pt/7499.html

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      • und's avatar
        und permalink
        10 Dezembro, 2013 18:19

        é…é a escravatura sexual duma sociedade puritana e victoriana

        com muitos públicos vícios e nenhuma virtude privada

        de resto o espectáculo vergonhoso de durante décadas importarmos escravas e escravos sexuais continua a não perturbar nenhuma das consciências dum sistema que é moroso obtuso e que em nada difere da moral retrógrada do estado novo ou do marialvismo oite ou oito ou oitenta centista

        ou renascentista

        só nã dispõe dos corpos e das almas dos servos como soía

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  10. JSP's avatar
    JSP permalink
    9 Dezembro, 2013 14:00

    Em todas as profissões nos deparamos com a fadiga do material…
    Sob outra perspectiva, um ignorante como eu é levado a pensar que na Alemanha dos nossos dias é normal, mesmo “trendy”, ser-se f.d.p….

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    • und's avatar
      und permalink
      10 Dezembro, 2013 18:11

      nã mas cá é normal ser-se uma puta de filho….

      SÃO uma carrada de cabrões ressabiados que matam as mulheres e inda por cima as degradam

      é uma sociedade de merdas falocráticas

      ou socráticas depende por onde dão ou levam….

      e dão é mais vino que dádiva….

      ñã dã nada fingem dar quando roubam

      pensam ser os únicos seres bibos com intel indigência no planéte

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  11. ora's avatar
    ora permalink
    10 Dezembro, 2013 19:52

    o valor dos livros e das moedas é virtual

    já o valor do sexus é relativo

    134970005 Lote 5 – Livro” O MIÚDO QUE PREGAVA PREGOS NUMA TABUA” de Manuel Alegre – 2010 – Editora D. Quixote. Nota: Apresenta sinais de uso. 1h 8m 45s

    Valor actual:
    €2

    Lance o livro na fundição

    134970006 Lote 6 – Waverley ou Há Sessenta Anos, Sir Walter Scott, Paris,1844. 4 tomos .Encadernações de inteira de carneira com dourados. Só os 3 primeiros tomos. Rótulo de posse de F.A. de F. Abreu Júnior.16 cm. 1h 8m 45s

    Valor actual:
    €16 …..exagerado vale aí uns 3 euros o quilo de encadernanças

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