Militância ou teatro
Em dia de votação para um referendo, falar-se-á do amor. O argumento mais utilizado será a capacidade de sicrano e beltrano para amarem. Nos outros dias só se fala na capacidade de sicrano e beltrano para odiarem mas, hoje, o que parece estar em causa pelos militantes é a capacidade inata de pessoas não especificadas se amarem.
Não me apetece ter opinião sobre o amor na terceira pessoa. Tal como no casamento gay, os média estarão cheios de heterossexuais militantes da causa alheia. Não seria possível ouvir os que efectivamente se consideram prejudicados? É que, se é mesmo de amor que se trata, as melhores histórias são as contadas pelos próprios protagonistas.
Seja como for, em caso de referendo, a única hipótese da vitória do “sim” será através das histórias reais em nome próprio de pessoas reais. A ideia abstracta não interessa nem é suposto interessar a quem não se sente prejudicado.

Vitor, esperemos é que no dia do referendo não esteja um ótimo dia de verão, porque senão só se vai ouvir falar de praia.
Só não percebo uma coisa. Não havia dinheiro para fazer eleições (se formos perguntar, ainda não há), mas já há dinheiro para fazer um referendo? Desde quando é que os referendos são mais baratos? Ou será que como costuma votar menos gente vão fechar alguns locais de voto e fica tudo centralizado na capital de distrito? Deve ser isso…
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É uma questão de compatibilidade.
Chamem o Cesar Millan.
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Isto é as “jotas” plagiando o pior do partido ganzado. Agora que temos bons “sinais” a agenda desvia-se para discussões esotéricas. Estes deputados do PSD , por mim, nunca mais sentam o rabo na A.R.
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SOS! Vem aí uma reedição dos tempos gloriosos do referendo sobre a IVP. Socorro!
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IVG – Interrupção Voluntária da Gravidez, eufemismo para aborto.
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Os activistas são os mesmos. São as mesmas pessoas que querem casar com pessoas do mesmo sexo, abortar e adoptar.
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O Artur Jorge dizia que costuma ver os jogos de futebol com a TV em silêncio, ouvindo música clássica, mas os jogos de futebol duram só 90 minutos.
Há uns 10 anos atrás constitui-se um partido para concorrer às eleições locais de Berlim. Um dos pontos do seu programa eleitoral era: “queremos expulsar o Sol do sistema solar”. Ao menos esses disseram ao que vinham, e com a “packa” das subvenções lá organizaram festas com música e cervejolas. Muy bien, venha de lá mais um pouco de folclore.
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Hum! Cheira-me que o muitoliberal Vítor quer regulamentar o “amor”, ouvindo os “apaixonados”. Ou talvez outras formas, minoritárias e fraturantes, de “lascívia”, “desejo” ou “prazer”. 😉
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ORA PODES ir-te lá pra cima pá
tás mesmo bom para sucederes na oposição podre ao governo a cahir de podre
ainda se fossem a cahir de pobre…
mas num temos essa sorte
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Reduzir isto a marionetes é….. crazy stromboli
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Hoje é dia de falar sobre a Síria!
R.
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E sobre esse autêntico crime lesa-Estado, hoje aprovado pelos ignorantes, incultos, javardos, imbecis deputados do P”SD” e do C”DS”, para a venda da colecção de MIrós, património deste país dada a intervenção do Estado no BPN, não há um post ?
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Falácias e mentiras sobre pensões
BAGÃO FÉLIX 13/01/2014 – 02:36
A ideologia punitiva sobre os mais velhos prossegue entre um muro de indiferença, um biombo de manipulação, uma ausência de reflexão colectiva e uma tecnocracia gélida.
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Escreveu Jean Cocteau: “Uma garrafa de vinho meio vazia está meio cheia. Mas uma meia mentira nunca será uma meia verdade”. Veio-me à memória esta frase a propósito das meias mentiras e falácias que o tema pensões alimenta. Eis (apenas) algumas:
1. “As pensões e salários pagos pelo Estado ultrapassam os 70% da despesa pública, logo é aí que se tem que cortar”. O número está, desde logo, errado: são 42,2% (OE 2014). Quanto às pensões, quem assim faz as contas esquece-se que ao seu valor bruto há que descontar a parte das contribuições que só existem por causa daquelas. Ou seja, em vez de quase 24.000 M€ de pensões pagas (CGA + SS) há que abater a parte que financia a sua componente contributiva (cerca de 2/3 da TSU). Assim sendo, o valor que sobra representa 8,1% da despesa das Administrações Públicas.
2. Ou seja, nada de diferente do que o Estado faz quando transforma as SCUT em auto-estradas com portagens, ao deduzi-las ao seu custo futuro. Como à despesa bruta das universidades se devem deduzir as propinas. E tantos outros casos…
3. Curiosamente ninguém fala do que aconteceu antes: quando entravam mais contribuições do que se pagava em pensões. Aí o Estado não se queixava de aproveitar fundos para cobrir outros défices.
4. Outra falácia: “o sistema público de pensões é insustentável”. Verdade seja dita que esse risco é cada vez mais consequência do efeito duplo do desemprego (menos pagadores/mais recebedores) e – muito menos do que se pensa – da demografia, em parte já compensada pelo aumento gradual da idade de reforma (f. de sustentabilidade). Mas porque é que tantos “sábios de ouvido” falam da insustentabilidade das pensões públicas e nada dizem sobre a insustentabilidade da saúde ou da educação também pelas mesmas razões económicas e demográficas? Ou das rodovias? Ou do sistema de justiça? Ou das Forças Armadas? Etc. Será que só para as pensões o pagador dos défices tem que ser o seu pseudo “causador”, quase numa generalização do princípio do poluidor/pagador?
5. “A CES não é um imposto”, dizem. Então façam o favor de explicar o que é? Basta de logro intelectual. E de “inovações” pelas quais a CES (imagine-se!) é considerada em contabilidade nacional como “dedução a prestações sociais” (p. 38 da Síntese de Execução Orçamental de Novembro, DGO).
6. “95% dos pensionistas da SS escapam à CES”, diz-se com cândido rubor social. Nem se dá conta que é pela pior razão, ou seja por 90% das pensões estarem abaixo dos 500 €. Seria, como num país de 50% de pobres, dizer que muita gente é poupada aos impostos. Os pobres agradecem tal desvelo.
7. A CES, além de um imposto duplo sobre o rendimento, trata de igual modo pensões contributivas e pensões-bónus sem base de descontos, não diferencia careiras longas e nem sequer distingue idades (diminuindo o agravamento para os mais velhos) como até o fazia a convergência (chumbada) das pensões da CGA.
8. “As pensões podem ser cortadas”, sentenciam os mais afoitos. Então o crédito dos detentores da dívida pública é intocável e os créditos dos reformados podem ser sujeitos a todas as arbitrariedades?
9. “Os pensionistas têm tido menos cortes do que os outros”. Além da CES, ter-se-ão esquecido do seu (maior) aumento do IRS por fortíssima redução da dedução específica?
10. Caminhamos a passos largos para a versão refundida e dissimulada do famigerado aumento de 7% na TSU por troca com a descida da TSU das empresas. Do lado dos custos já está praticamente esgotado o mesmo efeito por via laboral e pensional, do lado dos proveitos o IRC foi já um passo significativo.
11. Com os dados com que o Governo informou o país sobre a “calibrada” CES, as contas são simples de fazer. O buraco era de 388 M€. Descontado o montante previsto para a ADSE, ficam por compensar 228 M€ através da CES. Considerando um valor médio de pensão dos novos atingidos (1175€ brutos), chegamos a um valor de 63 M€ tendo em conta o número – 140.000 pessoas – que o Governo indicou (parece-me inflacionado…). Mesmo juntando mais alguns milhões de receitas por via do agravamento dos escalões para as pensões mais elevadas, dificilmente se ultrapassam os 80 M€. Faltam 148 M, quase 0,1% do PIB (dos 0,25% que o Governo entendeu não renegociar com a troika, lembram-se?). Milagre? “Descalibração”? Só para troika ver?
12. A apelidada “TSU dos pensionistas” prevista na carta que o PM enviou a Barroso, Draghi e Lagarde em 3/5/13 e que tinha o nome de “contribuição de sustentabilidade do sistema de pensões” valia 436 M€. Ora a CES terá rendido no ano que acabou cerca de 530 M€. Se acrescentarmos o que ora foi anunciado, chegaremos, em 2014, a mais de 600 M€ de CES. Afinal não nos estamos a aproximar da “TSU dos pensionistas”, mas a … afastarmo-nos. Já vai em mais 40%!
13. A ideologia punitiva sobre os mais velhos prossegue entre um muro de indiferença, um biombo de manipulação, uma ausência de reflexão colectiva e uma tecnocracia gélida. Neste momento, comparo o fácies da ministra das Finanças a anunciar estes agravamentos e as lágrimas incontidas da ministra dos Assuntos Sociais do Governo Monti em Itália quando se viu forçada a anunciar cortes sociais. A política, mesmo que dolorosa, também precisa de ter uma perspectiva afectiva para os atingidos. Já agora onde pára o ministro das pensões?
P.S. Uma nota de ironia simbólica (admito que demagógica): no Governo há “assessores de aviário”, jovens promissores de 20 e poucos anos a vencer 3.000€ mensais. Expliquem-nos a razão por que um pensionista paga CES e IRS e estes jovens só pagam IRS! Ética social da austeridade?
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teatro …teatro a quatro mãos é repetitivo
MAS QUANDO FERRUGENTA ENXADA IDOSA
SEPULCRO ME CAVAR EM ERMO OUTEIRO
LAVRE-ME ESTE EPITÁFIO MÃO PIEDOSA
AQUI DORME BOCAGE. O PUTANHEIRO
PASSOU VIDA FOLGADA. E MILAGROSA
COMEU. BEBEU. FODEU SEM TER DINHEIRO
AH POETA MILAGREIRO
DOS TEMPOS FUTUROS
SEM CHEIRO
DE MECÂNICOS BURROS
50 MIL CANDIDATOS
A PROFESSOR
CONFESSOR
DO ALTO DESTES CRATOS
VOS CONTEMPLAM OS CACTOS
E FELINOS GATOS
NAS URNAS DE VOTOS GRATOS
LAVAM OS VAZIOS PRATOS
QUE GORDOS RATOS
EM BERLENGAS LENGAS
MUITO QUENGAS
DISPENSARAM TRATOS
AOS EXTINTOS CRATOS GRATOS
NENHUMA ESPÉCIE TEM PASSAPORTE
PARA A ETERNA IDADE
POIS A MORTE É A SORTE
QUE EM VERDADE
VOS DIGO
NÃO SIGO…
NEM PERSIGO
TENHO AMOR
AO UMBIGO
TENHO FERVOR
À DOR
DE COMIGO
TER EM MIM
UM AMIGO
E ASSIM
ETERNO PERDEDOR
GANHO A DOR DO ARDOR
DE SOZINHO SOMENTE
SER DO FUTURO A SEMENTE
IMORTAL
DO MORTAL
DEMENTE
QUE DE REPENTE
MORRE MORTALMENTE
FERIDO
E ASSIS NUM AMPLEXO QUERIDO
PILHAS DE PALAVRAS GAGAS
EM DENSAS LAVRAS
FENECEM COMIGO
theatrointeaparty
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