Explicando o manifesto
11 Março, 2014
Em resumo, existem três potenciais prejudicados pela reestruturação da dívida portuguesa: os depositantes, os depositantes ou os depositantes. Noutros tempos poderiam ter sido as pernas dos banqueiros alemães a tremer perante a perspectiva da reestruturação da dívida, hoje só tremerão as pernas daqueles que vão tendo depósitos nos bancos portugueses. Seria bastante interessante então saber onde têm as suas poupanças os assinantes do manifesto pela reestruturação da dívida portuguesa.
Ler tudo: “Reestruturar o dinheiro dos depósitos“, de Carlos Guimarães Pinto.
25 comentários
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A muitos dos ilustres assinantes do manifesto (gente do costume) devia ser exigido que pagassem uma boa parte da divida do próprio bolso. Contas á vista e cravinhos tipo cavilha de 12 polegadas neles.
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Há pouco mais de um ano eram pouco mais de meia dúzia de malucos a defenderem a restruturação da dívida. A cada dia que passa cada vez mais pessoas passam para o lado dos que consideram que uma dívida a 130% do PIB é insustentável e impagável. Excepto os génios da banalidade.
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Então agora já acha que a dívida é pagável?
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esqueci-me de referenciar que “génios da banalidade” tem direitos de autor…Saramago referindo-se a Cavaco Silva 🙂
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Caro Portela, de há um ano a esta parte a mudança mais significativa foi nas perspectivas económicas, para melhor, têm aí o seu leitmotiv para esta arregimentação. Se as coisas continuarem por este caminho estas ilustres figuras não mais poderão elencar sinais do Apocalipse e a memória dir-lhes-á que se enganaram rotundamente. Não sugiro que as motivações de cada um deles sejam as mesmas mas arrisco que comungam de sentido de oportunidade…
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Portela, são 111%, não são 130%. Defender a reestruturação da divida é, e não me ocorre outro termo, ESTÚPIDO. Quem levaria com o ónus da reestruturação seriam os aforradores, grandes e pequenos. Aquilo que aconteceu no Chipre não serve de lição? e na Argentina?
A reestruturação da divida publica portuguesa só é possivel, se for acompanhada da saída do euro. Se agora falam de empobrecimento, o que vier depois da reestruturação e da saída do euro, é miséria tipo anos 30-40 de século passado: tudo de alpercatas e calças de ganga azul com remendos nos joelhos.
Não brinquem com coisas sérias. O que certas pessoas andam a dizer e a escrever publicamente nos últimos tempos, fazem parecer o Passos Coelho um homem de estado, coisa que ele não é, nem nunca será. Mas comparado com os outros…
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O que se pede no manifesto é a “reestruturação responsável da dívida”.
Já andava desconfiado que os actuais reestruturadores eram uns irresponsáveis.
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O “responsável” foi inspirado no “Ministério da Verdade”, de “1984”.
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Nahhh…responsável significa pedir em seis anos 90 mil milhões e esconder nas PPPs mais 30 mil milhões. Assim o responsável fica a ser o escriturário da Damaia.
Ainda estou para ver a responsabilidade do tal escriturário quando meterem na dívida soberana a “dívida consolidada” das empresas públicas.
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Todos aqueles que se calaram aquando do Euro 2004 e outras “festas” que por cá se fizeram com o dinheiro dos outros (que comparam a outras dívidas da Europa, associadas a guerra e reconstrução!), andam por aí, à solta e a falar. E quem fez assinou as estimativas sobre os veículos que passariam nas auto-estratadas também por aí anda, igualmente à solta, rindo, sorrindo, falando, dando entrevistas e doutas opiniões. Coisas de países “angolanos” cujo único futuro que têm pela frente são dois mundos dentro de uma terra só. Uns vivem de um lado e [a maioria que são] os outros pagam do outro.
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Caraças pá!!! eu não me calei mas não adiantou nada. Ele foi o Euro 2004, ele foi a Porto capital europeia da “coltura”, ele foi a Expo, ele foi as auto-estradas sctus que iam dar lucro (Cravinho dixit), ele seriam os aeroportos e TGVs.
Juro que não sei se rir ou chorar.
Na altura quem se queixasse disso era tido como maluco para não dizer pior.
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“o debate partiu de João Cravinho, ex-ministro socialista das Obras Públicas”
Isto não está ainda bem ao nível da Venezuela, mas caminha a passos largos para algo tipo Burkina Faso.
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O Maduro é louco varrido mas também não exagere na comparação. O homem tem muito mais bom senso que os nossos “notáveis”. Mesmo no Burkina Faso deve ser melhor.
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Algumas boas almas, mesmo do campo do Governo, começam agora a defender a renegociação do memorando da troika, aproveitando – dizem – a autocrítica do FMI sobre a Grécia. Eu não sei se eles leram ou compreenderam o que diz o FMI sobre a Grécia – e que, numa palavra, é que a dívida grega é insustentável. E também não sei onde foram eles buscar a ideia de que agora é que é preciso renegociar. Nunca houve outra maneira de sair disto…
A dívida portuguesa, já aqui o escrevi várias vezes, é também indomável, insustentável, impagável e o que mais lhe queiram chamar. Basta olhar para as simulações. Partindo do seu nível de 2012 (123,6% do PIB), que já está ultrapassado, chegaremos a 2017 na mesma situação – sublinho na mesma situação – caso cresçamos 1% ao ano no PIB e produzamos 2% de saldo primário. Ou seja, se a economia em vez de contrair crescer e se os gastos do Estado (sem contar com os juros) sejam dois por cento inferiores às receitas.
Mas porque não havemos de crescer mais, como dizem os partidos da oposição. Vamos lá pôr três por cento (recordo que a própria Alemanha está com crescimento negativo, mas não custa sonhar). Pois, meus amigos, se crescermos três por cento e não tivermos défice (que é uma coisa tão extraordinária que é preciso recuar a Salazar e a Afonso Costa para nos recordarmos), conseguimos em 2017 passar a dívida pública para 121% do PIB. Querem mais? Descobrimos petróleo, ouro e exportamos 1000 Cristianos Ronaldos; crescemos 6% ao ano (assim tipo China); ao mesmo tempo não gastávamos no Estado nem mais um chavo do que aquele que recebemos, e conseguíamos em 2017 ter a dívida pública a representar 104,7% do PIB. Como veem, isto é simples… Tanto mais que numa visão mais realista – crescimento de 1% (e este é otimista) saldo primário de 1,5% (ou seja o Estado a gastar menos do que arrecada) a nossa dívida continua a subir e, em 2017 estará em 126%. Na verdade, eu não quero deprimir ninguém, mas se não houver crescimento e o Estado continuar a gastar mais do que ganha chegamos aos 150% de dívida num instante. E estes valores, superiores a 130% são considerados insustentáveis e apenas resolúveis pela insolvência. Ao contrário, depois da saída da troika, Portugal tem 20 anos para fazer descer o rácio da dívida a 60% do PIB (metade do que está atualmente).
Podemos, visto isto, dizer que o problema foi dos últimos dois anos – dá sempre jeito esquecer o passado. Ou podemos ser sérios e dizer que os últimos dois anos não ajudaram, mas valores destes, como todos sabem, são construídos com tempo.
Não sairemos daqui com um passe de mágica, como não entramos aqui com um passe de mágica. Foram anos de erros; serão anos de privações.
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Os credores podem sempre dizer “pensassem nisso antes”.
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O JOÃO CRAVINHO NÃO REUNE AS MINIMAS CONDIÇÕES PARA SER O COMISSÁRIO EUROPEU A INDICAR POR PORTUGAL (E QUE O P.S. JÁ DISSE QUE PRETENDIA SER A INDICAR) , AS SUAS AMBIÇÕES PESSOAIS SAO A RAZÃO DE SER DESSE MANIFESTO . ELE QUER MAS NÃO VAI SER ! OS RESTANTES NOMES SAO VERBOS DE ENCHER QUE FORAM ATRAS
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Poupanças?!…
Deve estar a falar do amigo Belmiro ou do Soares dos Santos ou… ensandeceu.
Também teme pela desvalorização dos activos deles no caso de saída do Euro até defendida pelo insuspeito Pedro Arroja?!…
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Quando souber do que fala terá oportunidade de pensar, por ora estrebucha. Nenhum dos indivíduos que refere tem grandes depósitos ou aplicações de aforro, por natureza refere-se à riqueza deles, por sinal pessoas que concorrem com a sua riqueza para construir estruturas produtivas que empregam milhares. Se os valores de depósitos ou aforro tradicional pertencessem a meia-dúzia, como sugere, os Bancos não teriam milhares de agências para atendimento. O que diz resume a sua ignorância.
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Sigam o rasto do dinheiro após Abril. O resto é fácil…obriguem-nos a devolver aquilo que receberam a mais. Mainada!… Qual restruturação qual carapuça…
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Pessoalmente recuso-me a transferir para os meus netos dívidas que eu não fiz.
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É necessário esclarecer quais ‘depositantes’. Não serão os dos off shores, os das contas na Suíça ou até mesmo os do Deutschbank… Perdão, esses não são depositantes são investidores, empreendedores, etc.
Ao olhar para esta mirífica paisagem fica claro que – mais tarde ou mais cedo – vai ocorrer ‘re-estruturação’. O ‘manifesto’ é tão simplesmente um pré-anúncio não ande por aí algum incauto. O exemplo de Chipre não deve, nem pode, ser esquecido.
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A divida jamais (nao, nunca, jamais, em tempo algum) sera paga! Vai-se empurrando para o futuro e quem vier que a pague. Isto contenta Passos, os seus seguidores, alguns portugas e ate os mercados ficam satisfeitos – vao continuar a “mamar”.
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Disse no meu comentario que contenta Passos. Retiro este nome e introduzo “qualquer outro politico” actualmente no “activo” ou na “reserva”.
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A gente vai pagando, a sorrir, com sol, banhocas e bjecas
No inverno é mais chato: está frio, fica-se por casa, a gente tem medo e atrofia…
Mas se não pagar, eles num faz mal à gente porque semos pecanititos…isto é a gente a pensar no verão, com sol, banhocas e bjecas.
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Andou a direita preocupadíssima com o prejuízo que teriam os alemães no caso de reestruturação da dívida tuga e afinal o prejuízo presentemente é dos portugueses.
Então, assim, sou contra a reestruturação. 😉
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