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Proposta “comam brioches”

7 Abril, 2014

Sátão, Aguiar da Beira, Sernancelhe, Fornos de Algodres, Paços de Ferreira, Lousada, Ourique, Góis, Mondim de Basto, Vimioso, Vila de Rei, Felgueiras, Vizela, Celorico da Beira, Boticas, Barrancos, Sousel, Vila Nova de Paiva, Cinfães, Alandroal, Fafe, São Pedro do Sul, Tábua, Vinhais, Marvão, Cabeceiras de Basto, Penamacor, Oleiros, Freixo de Espada à Cinta, Arronches, Sabugal, Ponte de Lima, Pampilhosa da Serra, Castro Daire, Mesão Frio, Almodôvar, Almeida, Sardoal, Alfândega da Fé, Moimenta da Beira, Crato, Meda, Valpaços, Armamar, Paredes de Coura, Alviázere e Santa Marta de Penaguião. São os municípios que, de acordo com números de 2011, têm diferença entre o salário mínimo nacional e a remuneração base média mensal superior a –160.

O Bloco quer um salário mínimo de 545€. Isto corresponde a um aumento superior a 12%. Nos municípios apontados significaria um aumento de desemprego verdadeiramente brutal: o efeito de um aumento de salário mínimo no município de Lisboa não é particularmente relevante para o desemprego mas, em regiões cujos salários médios estão perto do salário mínimo, significa uma destruição cega pelo centralismo socializante-controlador.

O que esta proposta mostra define o eleitorado Bloco: um grupo de chanfrados que se preocupam muito com os pobrezinhos mas lá longe daqui, da nossa galeria de arte avant-garde. Foi a proposta mais “comam brioches” de sempre: parabéns.

104 comentários leave one →
  1. manuel's avatar
    manuel permalink
    7 Abril, 2014 18:49

    Quando este governo aumentar o salário mínimo ,que vai aumentar , nem que seja para imitar o aumento dos salários que o outro fez nas vésperas das eleições de 2009 ,então o VC vai dizer o quê O salário mínimo deve ser aumentado e as autarquias que cortem nas mordomias e nas empresas municipais e se forem à falência, não se perde nada ,pelo contrário ,geram-se condições para reduzir os municípios ,em pelo menos metade. Neste caso ,apoio o governo ,no meu entender o aumento devia ser a partir de janeiro de 2015.

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    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      7 Abril, 2014 19:07

      Essa crítica por antecipação não funciona comigo. Se o governo aumentar o salário mínimo é porque é parvo.

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      • Bolota's avatar
        7 Abril, 2014 19:28

        ” Se o governo aumentar o salário mínimo é porque é parvo.”

        vcunha,

        Bem observado…tenho é uma duvida, a ser assim para que serve os estado?? Apenas para manter as mordomias ao nivel do sentado no sistema???

        Ainda pensei que colocasse aqui os 600 e muitos mil que o banco de Portugal gastou na renovação da frota automovel.

        Dou de barato que veja diferente se mim, não ver ou não querer ver estas descrepancias é que não consigo entender.

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        7 Abril, 2014 19:31

        O estado serve para gerir coisas que, para o caso não interessam, uma vez que nenhuma delas é o salário auferido por trabalhadores por conta de outrem.

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      • Bolota's avatar
        7 Abril, 2014 19:42

        Sátão, Aguiar da Beira, Sernancelhe, Fornos de Algodres, Paços de Ferreira, Lousada, Ourique, Góis, Mondim de Basto, Vimioso, Vila de Rei, Felgueiras, Vizela, Celorico da Beira, Boticas, Barrancos, Sousel, Vila Nova de Paiva, Cinfães, Alandroal, Fafe, São Pedro do Sul, Tábua, Vinhais, Marvão, Cabeceiras de Basto, Penamacor, Oleiros, Freixo de Espada à Cinta, Arronches, Sabugal, Ponte de Lima, Pampilhosa da Serra, Castro Daire, Mesão Frio, Almodôvar, Almeida, Sardoal, Alfândega da Fé, Moimenta da Beira, Crato, Meda, Valpaços, Armamar, Paredes de Coura, Alviázere e Santa Marta de Penaguião. São os municípios que…

        Trabalhadores por conta de outrem??? Ou quando interessa são funcionarios publicos??? Onde coloca os quadros do banco de Portugal que tiram uso-fruto dos carros topo de gama???

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        7 Abril, 2014 19:52

        Que obsessão com carros topo de gama. Esqueça os ricos, pense nos pobres.

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      • Bolota's avatar
        7 Abril, 2014 20:46

        A sua resposta é a resposta tipo de quem ficou entalado e sem argumentos e tem de responder qualquer coisa.

        Aqui não há obssessão nenhuma, simplesmente tentei dizer se uns não devem ter o salario minimo porque devem outros…

        Só mais um exemplo; o pé rapado não pode ter aumento do salario minimo que foi acordado em concertalçao social em 2011.
        Catroga que ganha 35.000 por mes diz que ganha pouco…em que ficamos???

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        7 Abril, 2014 20:49

        Mas acha que as pessoas que recebem 485 em vez de 600 é porque o patrão não lhes quer dar mais? Acha que se for obrigatório pagar 600 vão manter os empregos e está tudo na maior já que o patrão nem nota a diferença?

        Mas em que planeta em que vivem?

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      • Bolota's avatar
        7 Abril, 2014 21:04

        Em alguns casos, há patrão que não lhes querem dar mais,
        Dois exemplos: Pingo Doce e Continente, isto apesar dos lucros fabulosos.

        Há uma resposta minha ao Gabinete que continua pendorada

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        7 Abril, 2014 21:27

        OK. Já reparou que o Continente está a aumentar o número de caixas automáticas?

        Vi um indivíduo numa portagem ontem. Já não via há algum tempo, só máquinas. Foi em Madrid mas pronto, o princípio é o mesmo.

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      • Tiradentes's avatar
        Tiradentes permalink
        8 Abril, 2014 08:17

        Catroga ganha 35.000 mês. Por aqui se vê como o Comité Central do PC Chinês paga os seus quadros. Estranho é que com um patrão desses não estejam todos a ganhar o mesmo….ou se calhar não estranho.

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  2. JorgeGabinete's avatar
    JorgeGabinete permalink
    7 Abril, 2014 19:11

    Nesta proposta do BE, são mais 1.039,50€ de encargos totais anuais do empregador, por cada trabalhador. Pensando em pequenos negócios e no impacto de tal aumento, não se percebe se estas propostas são uma defesa do trabalho, da empregabilidade ou do puro manifesto político. Depois há que esperar aumento do IAS e os consequentes custos acrescidos para o estado social e trabalhadores independentes, ou não será assim?
    Discordo profundamente do momento e da forma como o 1º ministro repescou o assunto mas concordo em absoluto com um plano para médio prazo destes aumentos. De modo sério, chamavam os parceiros sociais e apresentavam uma proposta, não faziam anúncios públicos.

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    • manuel's avatar
      manuel permalink
      7 Abril, 2014 19:26

      O governo que deixe o assunto a quem sabe (Conselho de concertação social) e os parceiros sociais são os primeiros interessados na viabilidade das empresas. O aumento deve ser o possível e pode, pela procura interna ,evitar os efeitos da “escavação” deste governo.

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      • JorgeGabinete's avatar
        JorgeGabinete permalink
        7 Abril, 2014 21:33

        Se acha que a concordância das associações patronais não tem um preço, deve enganar-se. A pressa da CIP em discutir o aumento (e a sua suposta concordância) tem que ver com a urgência em retirar contrapartidas quando já existem sectores a subir remunerações “unilateralmente”. Acresce que ninguém impede a CIP de se concertar com a UGT, excepto o preço que querem cobrar ao Governo por esse entendimento. Resumindo, não concordo consigo porque são os próprios parceiros que chamam o estado ao barulho.
        Volto a alertar que, sem um quadro de médio-longo prazo, existe o risco de apropriação do resultado por agentes como a CGTP que nunca contribui para qualquer acordo e se limita (como o BE, neste momento) a subir a parada para fingir que se preocupa, quando são peritos em cristalizar os benefícios de alguns em detrimento da criação de empregos e potenciais novos sindicalizados.
        Existe ainda um idexante (IAS) com elevados custos sociais que não se pode ver arrastado por subidas eleitoralistas (e também não se pode desfasar), e subindo o SMN de modo episódico e não de modo gradual e planeado teremos falências de negócios mais precários (ainda assim dezenas de milhar) que não têm representação associativa, e voltamos a erigir benesses para uns em detrimento de muitos outros.

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    • Bolota's avatar
      7 Abril, 2014 19:37

      ” Pensando em pequenos negócios…”

      Gabinete,

      Mas que pequeno negocio??? Queres dar um exemplo???

      Adianto-te um: no fim de semana fechou mais estabelecimento, do tipo: snak- Bar, com restauração e padaria e era servida por uma piscina, instalações frequentadas por um alto quadro politico do PSD, dizer-te sabias mais que eu.
      Fechou com uma divida de 7 meses de renda em atraso.

      Dá lá o teu exemplo de pequeno negocio…

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    • Bolota's avatar
      8 Abril, 2014 14:14

      ” Pensando em pequenos negócios…”

      Gabinete,

      Mas que pequeno negocio??? Queres dar um exemplo???

      Adianto-te um: no fim de semana fechou mais estabelecimento, do tipo: snak- Bar, com restauração e padaria e era servida por uma piscina, instalações frequentadas por um alto quadro politico do PSD, dizer-te sabias mais que eu.
      Fechou com uma divida de 7 meses de renda em atraso.

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  3. tony's avatar
    tony permalink
    7 Abril, 2014 19:11

    o desemprego aumentou brutalmente e não se aumentou o salario mínimo o que leva a dizer se aumentar aumenta o desemprego brutamente, não vejo relação.

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    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      7 Abril, 2014 19:15

      Se não há relação entre salário mínimo e desemprego, este devia ser de 25.000€.

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      • tony's avatar
        tony permalink
        7 Abril, 2014 21:36

        nem 8 nem 80 sabe que os fatores energia, matéria prima, organização e impostos representa mais de 80% dos custos todos os empresários o dizem.

        e a falta de consumo tem sido fator principal de falências agora faça o filme que quiser

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  4. JDGF's avatar
    JDGF permalink
    7 Abril, 2014 19:47

    Não seria nenhuma surpresa o Governo optar pelo aumento do salário mínimo sob o ‘modelo germânico’. Um aumento diferido para 2017 e, mesmo assim, com largas excepções (jovens < 18 anos; desempregados de longa duração, sector agrícola,..). A seguir este 'exemplo' PPC retirava este assunto da agenda eleitoral e teria tempo para compensar esta situação com 'medidas de igual valor' (coisa em que é perito).
    A reacção de alguns por cá não difere da confederação patronal alemã BDA (prontamente desmentida pela ministra Andrea Nahles) mas continua a fazer caminho nos países periféricos (excepto na Itália).
    Todavia, a razão deste súbito sobressalto pode ser muito mais precoce. E passar pela coesão interna da actual maioria, que (ainda) suporta o Governo.

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  5. Hawk's avatar
    Hawk permalink
    7 Abril, 2014 19:50

    A algum sítio irão buscar as verbas para financiar o aumento do salário mínimo. Será que o vão financiar com a redução dos salários máximos ao limite da remuneração do Presidente da República?

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  6. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    7 Abril, 2014 19:50

    A intervenção de PCoelho sobre o SM é pré-campanha eleitoral. Se ele já defendeu que o SM até deveria baixar, por que carga de água se pode acreditar nesta cambalhota a não ser para poder fazer passar mais algumas medidas anti-trabalho?
    Quanto á proposta do BE, seria bom lembrar que o SM não é alterado desde … 2010.

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    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      7 Abril, 2014 19:53

      Por mim já não era alterado desde 1923.

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    • Alexandre Carvalho da Silveira's avatar
      Alexandre Carvalho da Silveira permalink
      7 Abril, 2014 20:31

      Não é a mesma coisa alterar o SMN há um ano, ou fazê-lo agora. Há um ano não havia condições entre outras coisas porque a troika não o permitia. Agora que as coisas estão a mudar e a economia começou a crescer, seria bom aumentar as salários dos que ganham menos. Se calhar não são tantos como se possa pensar.

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  7. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    7 Abril, 2014 19:58

    SM na nossa querida Europa: http://www.dinheirovivo.pt/Graficos/Detalhe/CIECO110894.html

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    • neotonton's avatar
      neotonton permalink
      8 Abril, 2014 04:45

      Assim o Portela andou para nos por
      os dentes largos e informarmos que na Franca,Irlanda,Holanda, Luxemburgo com 1.430 € de SM esses caralhos todos andao assim tao bem a comer ricas filhoas e omelettes feitas sem ovo…
      Fod***, esta UE tal como vai formatandose catece de dircao e bom senso…

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  8. Vivendi's avatar
    Vivendi permalink
    7 Abril, 2014 20:01

    Acabem com o centralismo que só serviu para desertificar o país…
    Deixem que cada município tenha as suas regras, naturalmente que os municípios que forem mais desregulados e com menos impostos serão mais prósperos.

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    • manuel's avatar
      manuel permalink
      8 Abril, 2014 10:16

      Pois mas quando estão falidos (mais ou menos 1/3 das câmaras) lá segue o pacote do estado tal como foi feito para os bancos. Já viu alguma câmara declarar insolvência?

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  9. Piscoiso's avatar
    7 Abril, 2014 20:11

    De onde se conclui que baixar o salário mínimo aumentava o emprego…
    ou no limite o salário nulo seria o pleno emprego.

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    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      7 Abril, 2014 20:15

      A não ser que lhe paguem para comentar, você acabou de demonstrar exactamente isso.

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      • Piscoiso's avatar
        7 Abril, 2014 20:30

        Comento como actividade lúdica.

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        7 Abril, 2014 20:37

        Validando a teoria que o preço de mercado para a actividade de comentário é abaixo do SMN.

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      • Chico's avatar
        Chico permalink
        7 Abril, 2014 23:09

        O Piscoiso só queria dizer que o título tem um i a mais

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    • Tácio Viriato's avatar
      Tácio Viriato permalink
      7 Abril, 2014 22:50

      Piscoiso
      “De onde se conclui que baixar o salário mínimo aumentava o emprego…
      ou no limite o salário nulo seria o pleno emprego.” – Graças à ludicidade do seu comentário, cheguei ao brilhante raciocínio:
      ” aumentar o salário, aumenta o poder de compra com o consequente crescimento da economia… concluindo-se que basta aumentar os salários para a crise passar… e – que o eng.Sócrates me perdoe, mas fica mais poético – a dívida pagar.”

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  10. Alexandre Carvalho da Silveira's avatar
    Alexandre Carvalho da Silveira permalink
    7 Abril, 2014 20:21

    O SMN vai passar para 500, ou 505 euros no máximo. Parece existir um consenso alargado na Consertação Social a este respeito, fora a Inter, como já é hábito. O BE que está desesperado, quando percebeu que o OMN vai ser mexido, adiantou-se logo ao PCP, que pede 525 euros se não estou em erro. Esta fantasia bloquiana, não é mais do que uma “prova de vida”.
    Há um ano o OMN não devia nem podia ser alterado; agora pode e deve.

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  11. JCardoso's avatar
    JCardoso permalink
    7 Abril, 2014 20:26

    Os sinais evidentes da crise continuam

    http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/pascoa-com-hoteis-esgotados

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  12. Tácio Viriato's avatar
    Tácio Viriato permalink
    7 Abril, 2014 21:10

    É fantástico como os problemas, parecendo complexos, são de uma resolução assombrosamente simples: basta a lei. Não a lei disciplinadora das relações humanas, mas a lei criativa, a lei geradora de riqueza.
    Admito uma lei que imponha divisão de resultados da gestão, com os trabalhadores. Mas uma lei que se apoia na presunção de resultados, é coisa Divina.
    Tal como preço justo, qual o salário justo? Conhecimento que só o politicamente correcto proporciona.
    Recordo o caso brasileiro em que se decidiu colocar os empregados (empregadas e afins, que não quero ser acusado de felonia LGBT) domésticos ao nível dos restantes trabalhadores. O PT – uma mistura de PS+PCP+BE+administração do BPN – teve que lutar CONTRA – veja-se – o sindicato.
    Uns milhares beneficiaram; umas centenas de milhar… foram para o desemprego. E a maioria perdeu o local de residência: a habitação do patronato.
    A realidade piorou, a percepção da realidade, melhorou.
    Aleuia, aleluia, que os paralíticos se preparem para andar e os cegos para ver, vêm aí as eleições.

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  13. @!@'s avatar
    @!@ permalink
    7 Abril, 2014 21:31

    Há casas que exigem o consumo minimo que é evidentemente o máximo que posso suportar. Os minimos não servem para nada só mesmo para descanso da consciência. Se pedir 1€/hora (com 16 horas/dias tiro os 16€ que ao fim dos mes de trinta dias dá os 480€) sou perseguido por concorrencia desleal e ganho alguns inimigos mandam-me para a minha terra mas ganho muitos clientes, fico sem mãos a medir, sem tempo para cumprir os compromissos e passo por aldrabão, como vou arranjar mão de obra auxiliar se pagar 1€ menos as comissões?

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  14. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    7 Abril, 2014 21:48

    Do ponto de vista do emprego o salario minimo não devia ser aumentado. Idealmente nem devia existir.
    Portanto, deste ponto de vista, a abertura de Passos Celho é uma má noticia.
    Admito que Passos Coelho saiba que é assim e que não tenha ilusões quanto aos supostos beneficios para a economia por via de um aumento da procura global.
    Dito isto, Passos Coelho tem também uma situação politica complexa para gerir.
    Dentro da coligação e do governo, começando pelos “sociais democratas” do PSD e acabando nos ministros do CDS, há uma enorme pressão para o aumento do salario minimo. Agora que a situação economica continua a mostrar sinais évidentes de melhoria, torna-se cada vez mais dificil fugir ao assunto.
    Provávelmente, Passos Coelho faz também um calculo politico relativamente à possibilidade de conseguir na Concertação Social um aumento que, se for suficientemente moderado e tiver algumas excepções, transmita para o exterior a ideia de que em Portugal é possivel obter concensos e acordos razoaveis, mesmo numa area sensivel como é a laboral. O que, na falta de acordos politicos mais vastos com o PS, já não seria nada mau. Talvez até Passos Coelho acredite que um acordo como este poderia inclusivamente ser visto com bons olhos pelos mercados e contribuir para a continuação da descida dos juros da divida publica.
    Claro que, para além do mais, uma subida do salario minimo nesta fase, por pequena que seja, é um factor favoravel aos partidos do governo com vista às proximas contendas eleitorais.

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  15. O Raio's avatar
    7 Abril, 2014 21:51

    O desemprego não é o mal absoluto. Combater o desemprego a todo o custo mesmo baixando desalmadamente as remunerações só seria admissível se o desemprego fosse o mal absoluto que devia ser combatido a todo o custo.
    Mas o problema é outro, o mal absoluto é trabalhar-se de borla ou quase.

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  16. Rb (ricciardi)'s avatar
    Rb (ricciardi) permalink
    7 Abril, 2014 21:53

    Vitor Cunha, o problema está bem centrado. Estudos da OCDE acerca do assunto, revelam que um Salario Minimo (SM) fixado em torno dos 60% do Salario Médio (SMe)não tem impacto no desemprego.
    .
    isto quer dizer que um SM superior a 60% do SMe já tem, progressivamente, impacto no desemprego.
    .
    A minha opinião é que o SM deve ser corrigido regionalmente, tomando sempre por base o respectivo SMe regional.
    .
    Para contrariar a tese de que a liberdade total negocial (ausencia de salario minimo) é benefica para o emprego, basta olharmos para os EUA, onde pouco menos de metade dos estados não tem SM e a outra parte tem SM. Comparando os estados que não tem SM com os que têm SM verificam-se duas coisas. A diferença na tx de desemprego é desprezivel. A diferença no volume de negócios das empresas é favoravel aos estado que tem SM. A diferença no VAB é tambem favoravel aos estado com SM.
    .
    Não é, pois, demonstravel, que a existencia de um SM aporte mais desemprego. .
    .
    Nos casos dos municipios que apresentou, quer-me parecer que a diferença entre o SM e o SMe regional deve ser menor que a média nacional. pelo que seria aconselhavel ter SM diferenciados entre regiões.
    .
    NOTA: Sou a favor da existencia de um SM economicamente viavel (no caso actual, em torno de 60% do SMe).
    .
    Rb

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  17. JorgeGabinete's avatar
    JorgeGabinete permalink
    7 Abril, 2014 22:15

    Gostaria de ir mais longe (e mais longo) que o tema directo do post e comentar a necessidade de existência de S.M.N. como referencial, e deste modo pôr-me a jeito mais uma vez.
    Sou contra subidas no S.M.N. porque este representa uma fixação administrativa que ilustra um Portugal atrasado que vive a reboque de expedientes, e nenhum exemplo existente, ou o suposto futuro exemplo da Alemanha, me demonstraram até ao momento a eficácia.
    A quem o aumento do salário mínimo vai tocar maioritariamente:
    – Negócios precários, por natureza com pouco valor acrescentado e por definição insustentáveis a prazo.
    – Empresas tradicionais e familiares (muitas fabris) que ainda existem (e especialmente no interior, por conhecimento próprio) que pagam e sempre pagaram mais que o ordenado mínimo mas na folha ficam-se sempre pelo m.d.c. além de subfacturarem para financiar os pagamentos por fora.
    – Grandes empresas de serviços que pagam, na folha, a remuneração mínima por (falsa) eficiência fiscal, mas que pagam através de incentivos muito mais, que mascaram de prémios por objectivos e comissões e retribuem com a falcatrua dos vales, por exemplo.
    – Negócios de autoemprego com insuficiente rentabilidade.
    – Negócios de autoemprego que auto-pagam o m.d.c. e subfacturam para receber por fora.

    O meu pressuposto, nada ingénuo, é que as empresas e negócios com incorporação de valor pressupõem conhecimento, investimento na capacidade dos recursos e o privilegiar da estabilidade em detrimento de rotação, absência e mecanismos de redução de headcount (service providers, contratos a termo e sazonalidade), e isto não se paga com mínimos.
    Temos então três ordens de problemas que são a evasão fiscal, o peso contabilístico do headcount e falta de qualidade do negócio.
    Combater a evasão fiscal dá muito trabalho, denunciar a evasão fiscal é quase impossível e a proximidade ao cidadão contribuinte não tem valências para acolher a denúncia, quando a evasão em si desvirtua a sã concorrência. Neste domínio este governo tem sido uma quase nulidade preocupando-se com a eficácia de cobrança e com grandes equipas para fraudes ostentatórias deixando de fora o cancro nacional que é fugir, não pagar e ainda se gabar.
    Quanto ao peso dos custos laborais de uma efectividade, temos a autoregulação laboral quase inexistente em Portugal, tribunais distantes do indivíduo que deles necessita e uma lógica económica de balanço mais atractivo pela ligeireza da rúbrica trabalhadores, que é premente em alguns caso e muito, mesmo muito idiota em muitos outros.
    No fim do problema vêm os negócios que nunca o deveriam ser, mas que existem e nestes os que não morrerem com estas subidas do S.M.N. transviam ainda mais para a evasão fiscal e informalidade o trabalho.
    Costumo dizer que a existência de S.M.N. em Portugal é tão mau sinal como a existência da DECO, um pequeno estado a fazer o que dele se pede (na constituição?!) nunca lhes daria azo.
    Ilustrativo daquilo que (acho eu) é não compreender esta realidade foi a sentença de hoje do MST referindo-se à Auto-Europa como demonstração que é possível ser produtivo e pagar mais que o S.M.N. o que é ilustrativo da ignorância presumida que cita a evidência paradoxal.

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    • Portela Menos 1's avatar
      Portela Menos 1 permalink
      7 Abril, 2014 23:26

      Se os liberais e defensores do ajustamento consideram que é pelas exportações que o crescimento se dará, e se as exportadoras pagam acima do SMN, por que carga de água estão os ” rapazes de chicago” preocupados com um aumento do salário mínimo para as empresas “vão de escada” ?

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    • Fernando S's avatar
      Fernando S permalink
      8 Abril, 2014 10:15

      Que eu saiba, nenhum liberal pretende que o crescimento do produto possa vir directamente apenas das exportações.
      O aumento das exportações também arrasta, indirectamente, o crescimento da produção de empresas nacionais não exportadoras : mais encomendas e mais trabalho ; mais emprego e mais rendimentos distribuidos. Muitas delas serão o que o Portela chama depreciativamente “empresas vão de escada”. Estas empresas representam ainda uma parte importante da produção e do emprego (em particular, do emprego com remunerações mais baixas e mais sensivel a variações da conjuntura economica).
      Acresce que, pelo menos tão importante como as exportações, são as substituições de importações. As empresas nacionais estarão mais aptas a concorrer no mercado interno com produtos importados de baixo preço, muitas vezes de paises onde as remunerações são muito inferirores, a investir e a empregar mais, se tiverem a possibilidade de pagar os salarios que são compativeis com a viabilidade e a rentabilidade da actividade.

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  18. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    7 Abril, 2014 22:40

    O Raio (7 Abril, 2014 21:51) : “O desemprego não é o mal absoluto… o mal absoluto é trabalhar-se de borla ou quase.”

    Abra inscrições para empregos não ou pouco qualificados pagos abaixo do salario minimo e vai ver quantos dos actuais 800 mil desempregados vão fazer bicha para conseguir “o mal absoluto” !!

    O Raio (7 Abril, 2014 21:51) : “Combater o desemprego a todo o custo mesmo baixando desalmadamente as remunerações ….”

    Não se trata de “baixar desalmadamente as remunerações” …
    Trata-se simplemesmente de não colocar uma barreira legal ou, no minimo, que esta não seja demasiado alta, que impeça que certos empregadores se decidam a criar empregos pagando remunerações mais baixas.
    Sem esta barreira, ou quanto mais baixa for esta barreira, maior é o numero de empregos assim criados.
    Mais empregos, embora pagos abaixo de um determinado valor.
    Mas, dito isto, a inexistencia de um salario minimo não iria provocar uma qualquer “baixa desalmada” de remunerações.
    As empresas que podem pagar mais, de um modo geral, na esmagadora maioria dos casos, não precisam nem teem interesse em pagar menos. Antes pelo contrario.
    Com mais flexibilidade na gestão dos recursos humanos, as empresas estariam antes em condições de investir mais, de obter ganhos de eficiencia produtiva e, por conseguinte, de poder pagar melhor todos os trabalhadores que, pelas suas qualificações e capacidades, mais contribuissem para esta melhoria.
    Ao fim de algum tempo, a flexibilização do mercado de trabalho, onde se inclui a questão do salario minimo, para alé de diminuir o desemprego, faria igualmente aumentar a generalidade das remunerações, incluindo as mais baixas.
    Já agora, para quem não se tenha ainda apercebido, a diminuição do desemprego tende a influir sobre a relação entre a oferta e a procura de trabalho num sentido favoravel ao aumento dos salarios : menos trabalhadores à procura de emprego = menos oferta de trabalho por parte dos trabalhadores ; mais investimento por parte das empresas = maior procura de trabalhadores por parte das empresas ; mais produção e mais rendimentos distribuidos = maior capacidade de negociação das remunerações por parte dos trabalhadores e maior capacidade de resposta por parte das empresas ; etc ; etc !!

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    • O Raio's avatar
      9 Abril, 2014 12:48

      A fixação de um salário mínimo, quanto mais não fosse, é útil para a economia.
      Mesmo que favoreça o desemprego do trabalhador favorece ainda mais o desemprego do empresário incapaz pois obriga os empresários a gerirem bem as suas empresas, e a apostar na tecnologia de forma a conseguirem ter lucros.
      Estas campanhas contra o salário mínimo só vem favorecer os empresários fracos que, de nenhuma forma contribuem para a economia.
      Mesmo que o salário mínimo favoreça o desemprego do trabalhador, o que a prazo é muito discutível, seria sempre de instituir pois, podemos considerar os trabalhadores que iam para o desemprego como danos colaterais de um objectivo muito importante, o de retirar da economia empresários incapazes.
      Agora que se gosta tanto de dar exemplos como o da Alemanha e de outros países que estão economicamente bem, porque é que se aceita por cá que existam empresários que para terem empresas a funcionar não consigam pagar aos seus trabalhadores o que os empresários franceses, alemães, irlandeses, etc., pagam?
      A resposta é simples, porque temos a nossa economia inundada de empresários incapazes. É necessário, para progredirmos, fazermos uma limpeza do tecido empresarial. O salário mínimo é um dos instrumentos dessa limpeza.
      Bolas, apostemos na meritocracia e não vamos defender empresários incompetentes!

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        9 Abril, 2014 13:29

        Primeiro os empresários incapazes. Depois os ciganos. E depois os judeus. O céu é o limite.

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    • Fernando S's avatar
      Fernando S permalink
      9 Abril, 2014 16:51

      O Raio,
      Eu também acho que as empresas que não são suficientemente competitivas devem fechar. Não porque alguém as obrigue mas tão simplesmente porque, sem a ajuda do Estado, não conseguem funcionar normalmente. Se os donos, os trabalhadores, os fornecedores, os clientes, estiverem dispostos a continuar, em particular ganhando menos do que acontece com outros negocios do mesmo tipo, então é porque a empresa é, à sua maneira, … competitiva !… Neste caso as pessoas que compõem a empresa devem ser livres de continuar. O que não me parece aceitável é que uma empresa que não seria normalmente competitiva se mantenha apenas graças a subsidios e privilégios atribuidos pelo Estado. Não é justo relativamente a outras empresas do mesmo ramo que não teem qualquer ajuda do Estado. Não é justo que sejam os restantes contribuintes a pagar a ineficiencia da empresa. Não é economicamente racional desperdiçar recursos com empresas pouco produtivas. Neste caso é preferivel que a empresa feche, que os respectivos recursos proprios, humanos e materiais, sejam libertos e posteriormente canalizados para utilizações mais produtivas, que os dinheiros publicos sejam poupados e melhor utilizados de outro modo.
      Muito diferente é o caso das empresas que podem ser forçadas a fechar pelo facto de não poderem pagar, a uma parte ou à totalidade dos seus trabalhadores, salarios ao nivel ou acima de um determinado minimo legal. Estas empresas não são viáveis apenas porque o Estado, através da imposição do salário minimo, impede que possam ser feitos os ajustamentos necessarios ao nivel dos custos salariais. Neste caso, ao contrário daquele que refiro acima, não há sequer a possibilidade das pessoas que compõem a empresa, em particular os donos e os trabalhadores, poderem chegar a um acordo no sentido de ganharem menos para a actividade poder ser mantida. Esta circunstancia não significa sequer que a empresa não seja suficientemente produtiva na sua área especifica de actividade. Se existirem recursos desempregados, em particular os humanos dispostos a trabalhar abaixo do salário minimo, então é porque esses recursos não conseguem ser empregados por outras empresas do sector ou noutros sectores de actividade com um salário superior, seja ele o minimo. Dito de outro modo, se a nossa empresa fecha por não poder pagar o salário minimo e os trabalhadores despedidos não conseguirem encontrar rápidamente uma outra empresa que os empregue com um salário mais elevado, então tal facto significa que estes recursos humanos não podem ser utilizados de modo mais produtivo algures. Ou seja, a empresa que fecha por não poder pagar o salário minimo respondia até então a uma procura efectiva utilizando os recursos de que dispunha em condições suficientemente produtivas e competitivas. O fecho da empresa não vai fazer com que os recursos libertos sejam empregues de forma mais produtiva algures. Os recursos ficam desempregados, a produção do bem ou serviço em questão diminui, uma parte das necessidades sociais ficam por satisfazer. A fixação do salário minimo a um nivel que fez com que algumas empresas fechassem é uma medida claramente anti-economica !

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      • O Raio's avatar
        9 Abril, 2014 17:44

        Fernando S escreveu “O que não me parece aceitável é que uma empresa que não seria normalmente competitiva se mantenha apenas graças a subsídios e privilégios atribuídos pelo Estado.”
        Correcto!
        Mas uma empresa sobreviver à custa de salários demasiado baixos é dar a possibilidade de a empresa se manter à custa de subsídios atribuídos pelos seus trabalhadores.
        A fixação de um salário mínimo que obrigue empresas ineficientes a fechar e é isso que está em causa obriga os empresários a modernizarem-se e em apostar em métodos novos e mais eficientes.
        Claro que numa primeira fase poderá aumentar o desemprego e também fazer aumentar as exportações. Mas é uma terapia de choque, nada socialista, é um método da sociedade se modernizar.
        Permitir que sobrevivam empresas ineficientes que sobrevivem por pagar misérias aos seus colaboradores é uma medida que prejudica a economia. O melhor que o Estado pode fazer é obrigar a economia a modernizar-se. o salário mínimo é um dos instrumentos que o estado dispõe para o fazer.
        Sinceramente não entendo esta ânsia de proteger empresários ineficientes.

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        9 Abril, 2014 17:47

        Já considerou a hipótese de empresas se tornarem mais eficientes precisamente para arrumar com a concorrência e, graças ao monopólio construído a pulso, passarem a fazer os Macs na china?

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      • O Raio's avatar
        9 Abril, 2014 17:46

        No que escrevi atrás enganei-me. quando escrevo que o salário mínimo pode fazer aumentar as exportações queria dizer era que podia fazer aumentar as importações, quer por haver mais poder de compra quer por certo tipo de empresas ineficientes fecharem.

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      • Fernando S's avatar
        Fernando S permalink
        10 Abril, 2014 10:43

        O Raio,
        Por razões de espaço, a minha resposta aparece no final da caixa de comentarios a este post.
        Obrigado pela compreensão.

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  19. Renato's avatar
    Renato permalink
    7 Abril, 2014 22:55

    Dúvida genuina: não há por aí subvenções públicas calibradas a aprtir do salário mínimo?

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  20. fado alexandrino's avatar
    7 Abril, 2014 23:03

    Li tudo, cheguei só agora porque estive a ver o Benfica e depois a gravação do telejornal da SIC.
    Foi um momento delicioso (aliás foram dois).
    Sousa Tavares descobriu que não há relação entre o salário e a produtividade.
    Penso que ele confundiu um bocadinho produtividade com preço do produto final, mas enfim com o FCPorto atrapalhado e a atrapalhar-lhe o orçamento tudo se perdoa.
    Penso eu de que.

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  21. JDGF's avatar
    JDGF permalink
    7 Abril, 2014 23:03

    Três dúvidas:

    1.) O SMN não é um instrumento de redistribuição da riqueza?
    2.) O crescimento económico serve para deixar quem para trás?
    3.) Então, quando?

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  22. Abre-latas's avatar
    Abre-latas permalink
    8 Abril, 2014 00:34

    Eu, como a Raquel Varela, defendo que o trabalho gratuito, de escuteiros ou outro, rouba postos de trabalho.
    Por isso, exijo que o PCP não use mão-de-obra escrava dos militantes para arrumar cadeiras no final dos congressos. Viva o sindicato dos arrumadores de cadeiras.
    Adenda:
    Como (conjunção, não verbo comer) a Raquel Varela!

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  23. Abre-latas's avatar
    Abre-latas permalink
    8 Abril, 2014 00:39

    Quero aumentar o salário da minha empregada doméstica, estou à espera que o governo decida que posso!😀

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  24. Abre-latas's avatar
    Abre-latas permalink
    8 Abril, 2014 00:49

    O António Saraiva é hilariante. Quer fazer um acordo exequível com medidas realistas e mensuráveis a três/quatro anos, não como o anterior acordo com critérios subjectivos.
    Se não estava de ACORDO com o anterior ACORDO porque é que assinou o ACORDO?

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  25. Tiradentes's avatar
    Tiradentes permalink
    8 Abril, 2014 08:28

    Ó filho…eles todos assinaram o “acordo” de assistência financeira com a troika e logo a seguir andam a dizer o contrário.

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  26. JCA's avatar
    JCA permalink
    8 Abril, 2014 09:50

    .
    .
    O aumento do salario minimo nacional é sensivel. A complexidade não cabe em meia duzia de paragrafos ou em 25 linhas.
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    Se corresponder a uma aumento real do poder de compra interessa à Economia, ou seja em vez de comprar ‘três’ passa a comprar ‘quatro batatas’, estimulo na Procura para suprir a Oferta,
    .
    mas se é para posteriormente absorver esse aumento do SMN com aumentos de impostos então só interessa para artes ilusionistas das Finanças, vulgo ‘parasita’ do hospitaleiro a Economia; no lavar dos cestos o que era aparentava comprar ‘quatro batatas’ acaba por comprar na mesma ‘três ou menos’ como antes. Então estar-se-ia perante mais um saque empobrecendo mais uma vez Economia para compensar o não fazer cortes por exemplo em vencimentos e pensões.
    .
    Não sou adepto de cortes em vencimentos e pensões embora seja o mesmo que a tool mais discreta ‘inflação’ redução do poder de compra dos rendimentos.
    .
    Para se sair desta embrulhada, só com a 3ª via. A tripla que ultrapassa os prejuizos em curso e anula definitivamente a) os cortes dos rendimentos, b) reacende eficazmente a Economia nas componentes de mercado interno, alavanca a substituição de importados por produção nacional e acelera dramaticamente as exportações, c) mantem sustentada a arrecadação de impostos e alivia substancialmente as obrigações do Estado na area das Pensões etc (ADSE, Segurança Social, Caixas de Pensões etc). Não há volta a dar salvo manter o atual plano inclinado e sucessivas injustiças com o ‘bota abaixo politico em curso’ que naturalmente apenas reacende e incita à revolta já com sinais muito claros de implantação no tecido social Português.
    .
    “-IMPOSTOS E FISCALIDADE:
    .
    5) ABOLIÇÃO de todos os Impostos substituindo-os por um único: INU – Imposto Nacional Único colectado sobre tudo o comprado e facturado dentro de Portugal (**)
    .
    (**) Pagamento dos Ordenados Brutos aos Empregados pelas Entidades Patronais.
    .
    6) AMNISTIA Fiscal para estancar o estado de falência do Tecido Económico Nacional e a insolvência dos Cidadãos, já praticado antes e depois do 25 de Abril.
    .
    .
    -SEGURANÇA SOCIAL:
    .
    7) ABOLIÇÃO dos Descontos mensais de Empregadores e Empregados substituindo-os pelo IUSS – Imposto Único de Segurança Social colectado sobre tudo o comprado e facturado dentro de Portugal (***)
    .
    (***) Pagamento dos Ordenado Brutos a todos os Empregados pelas Entidades Patronais.
    .
    8) Instauração da PENSAO NACIONAL UNICA, igual a 2 ou 3 vezes o SMN-Salario Mínimo Nacional, universal e igual para todos os Reformados Portugueses (****)
    .
    9) Criação do Fundo Nacional de REFORÇO DA PENSÃO NACIONAL UNICA, gerido pelo Estado, para quem queira depositar mensalmente um valor incerto a qualquer momento para assegurar um reforço publico do valor mensal da Pensão Nacional Única atingida a idade de reforma até ao falecimento (****)
    .
    (****) Na transição do velho para o novo Sistema, passariam para o Fundo de Reforço da Pensão Única, os valores já descontados por Empregados e Empregadores correspondentes à diferença entre o valor da Pensão Única e a Pensão em vigor no momento da Inscrição na Segurança Social”
    .
    São as opções, ou as politicas em curso da ‘cobra a morder a cauda ou da pescadinha de rabo na boca’ alimentando o plano inclinado com tudo globalmente a cair ou a politica nova ousando estancar e inverter a presente descida incontrolada e imparavel pelo plano inclinado abaixo que dizem só parará em 2035 com as medidas em curso chamadas de ‘Crise E Austeridade’ …… Resumindo o ERRO, o olho do furacão está dentro de Portugal, o que vem de fora é a consequência deste erro.
    .

    .

    .

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  27. muito atento's avatar
    muito atento permalink
    8 Abril, 2014 10:19

    Pois eu tenho uma empresa (centenária) e acho muito bem que se suba o s.m. sempre é uma defesa para o trabalhador.

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    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      8 Abril, 2014 12:51

      Nada o impede de pagar o que quiser aos funcionários.

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  28. Joao Pereira's avatar
    Joao Pereira permalink
    8 Abril, 2014 10:36

    Vitor, e politicamente aceitarmos a eventualidade de algum desemprego (conheço a realidade financeira de muitas pequenas empresas e um aumento do salario minimo .. mesmo que para 600€ não seria uma guilhotina nas contas) em troca do sobredito aumento? Convenhamos que 475€ não é um valor minimamente digno para os padrões europeus. Sinceramente, acho que uma empresa que não tenha capacidade de pagar mais que isto aos funcionários então mais vale fechar…

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  29. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    8 Abril, 2014 10:40

    JCA : “Se [o aumento do salario minimo] corresponder a uma aumento real do poder de compra interessa à Economia, ou seja em vez de comprar ‘três’ passa a comprar ‘quatro batatas’, estimulo na Procura para suprir a Oferta,”

    Mas se o produtor nacional de batatas não estiver em condições de pagar o salario minimo então a oferta que aumenta é a externa e não a nacional.
    De resto, o mais provavel é que esta oferta nacional até possa diminuir na medida em que o nosso produtor, de batatas, como de tantos outros bens e serviços, não podendo pagar acima do actual salario minimo, desinveste e despede trabalhadores.
    No final, em vez de aumentar o poder de compra e de estimular a oferta, o aumento do salario minimo produz uma diminuição do emprego e da oferta e uma baixa dos rendimentos globais distribuidos (logo, uma baixa do poder de compra).
    Ou seja, o que “interessa à Economia” não são aumentos de poder de compra que não são sustentaveis, que não estão à partida o resultado de mais investimento, mais produtividade, mais produção, mais gente empregada, mais rendimentos globalmente distribuidos (mesmo que, pelo menos inicialmente, o rendimento médio seja inferior).
    Em contrapartida, uma economia mais livre e, por consequencia, mais dinamica e competitiva, acaba sempre por levar a aumentos de salarios reais, mas desta vez verdadeiramente sustentaveis, não sendo para isso necessaria qualquer intervenção adicional do Estado no mercado de trabalho nem nenhum aumento do salario minimo legal.

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    • JCA's avatar
      JCA permalink
      9 Abril, 2014 15:47

      .
      Do meu ponto de vista o erro é fruto de dialetic de advoguês: o que se tem de discutir não é o Salario Minimo Nacional. É o Poder de Compra Minimo Nacional. Caso badalado, a Grecia. Um SMN superior ao Português. Interessa o quê ? Compra menos ‘batatas’ que o Português. Claro como a àgua. Reside naquela coisa de 1ª camada: as notas não me chegam para sobreviver. Solução em cima do joelho: quero mais notas. Até serve de bom pretexto ilusorio, o SMN grego é maior, o Espanhol etc etc. Mas compram as quantidades de quê ? Treta se socratizasse coelhos era canja, aumenta aí o SMN; ate´me dá jeito, na volta aumenta-se os impostos, o aumento da Recita Fiscal já cá canta e os gajos ficaram ‘felizes’. Pior ou melhor à ‘consideração superior’ :)))) e aqui gozo mesmo ‘inteletualmente, mesmo elitiscamente de vão de escada’. Portanto em causa está estadismo, superior, acima … com Justiça. Com bom senso para matar à nascença porrada.
      .
      “não estiver em condições de pagar o salario minimo então a oferta que aumenta é a externa e não a nacional.”. Bonito mas a sua inversa resulta em quê ? Dalguma forma ela já é ‘externa’ e o amigo resolve matando à nascença uma oportunidade. Ou seja nem ousa em ‘desousa’, na minha opinião, mete a cabeça debaixo da areia como a avestruz à espera que algum dia o ‘sol brilhe’ …
      .
      Naturalmente que são teorias. Coitada da PME quue não pode pagar mais 40 ou 50 € de aumento de salario minimo. Se uma atrasar o IVA leva logo com 300 € de multa etc etc etc. Portanto há que sair dessa coisa das narrativas das nomenklaturas/diktats pranchas da Direita e da Esquerda que não são enfezadas em termos de Empresas, Economia e Empreendedorismo.
      .
      “Mas se o produtor nacional de batatas não estiver em condições de pagar o salario minimo então a oferta que aumenta é a externa e não a nacional.”. Descalce a bota, mas sem o aumento do Pider de Compra Minimo Nacional o produtor de batatas responde-lhe em aritmetica basica: não estou para plantar batatas ao preço da uva mijona e se ao preço que me custa produzi-las não mas compram não estou para trabalhar para aquecer. Ora dos teoricos que ccriticam o homem é sacrificado como um calão. Pode adiantar mas as batatas espanholas são mais baratas, ou francesas. Busque busque como é que com salarios superiores elas vendem mais barato !?! … São ‘magicos’, tope lá é como é que a guita para cobrir o prejuizo nos ‘desenvolvidos’ entra pela porta do cavalo. Ou ainda acredita em milagres de ‘Unioes’ e ‘Solidariedade’ Diga aos gajos, vamos para um Estado Federal (Brasil, EUA etc e apropria Alemanha …) e levas um par de patins ….
      .
      Meu amigo é assim. Um País para ele proprio de colocar entre a turma da frente s´tem 2 soluções, independentemente de teorias dos FMI’s & Cª Lda:
      .
      ou tem pouca população e instaura internamente um poder de compra interno elevado (Suiça, Luxemburgo, Lichenstein, Holanda etc a esmagadora maioria ou ‘zonas economicas especiais’ ou ‘offshores’ espertos que o ‘não são’) e ele põe-se a si proprio no pelotão da frente
      .
      ou é fortemente populoso (China etc por aí fora) e a custa do mercado interno consegue o mesmo efeito de alavancagem para se colocar no pelotão da frente
      .
      E os ‘centros de poder’ dito a rapaziada que faz o cozido à portuguesa os tem para agarrar o touro pelos cornos ou joga naquela quando todos eles já morreram então sim em 2035 e troca o passo Portugal estará ‘salvo’ gritam eles da cova do cemitério.
      .
      Naturalmente que a arte está nos ‘dedos’ que fazem soar as cordas do violino. Ou são sapudas, para não ofender, como ….. ou são de quem tem unhas para tocar guitarra. No caso quem tem unhas para tocar guitarra manda os sapudos darem uma grande volta. Não por inimizade ou adversarismo ou guerra de morte. Apenas não têm paciencia para os aturar nem precisam dos aturar para ter a sopa na mesa.
      .
      Entretanto siga a rusga.
      .

      .

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      • Fernando S's avatar
        Fernando S permalink
        9 Abril, 2014 17:21

        JCA : “… instaura internamente um poder de compra interno elevado …”
        O poder de compra não se “instaura” … Resulta da produção !! … Os paises que teem um poder de compra elevado teem economias que produzem para ter esse poder de compra !

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        9 Abril, 2014 17:42

        Sugiro a leitura da versão Aventar sobre este post escrita por um senhor que é funcionário público e, como tal, as questões de desemprego passam-lhe ao lado: http://aventar.eu/2014/04/09/faq-salario-minimo/

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  30. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    8 Abril, 2014 10:51

    muito atento (8 Abril, 2014 10:19) : “Pois eu tenho uma empresa (centenária) e acho muito bem que se suba o s.m…”

    Claramente, a sua empresa opera numa actividade e em condições que não o impedem de pagar acima do salario minimo. Ainda bem para si e para os seus colaboradores.
    Mas não é o caso de todas as empresas em todos os sectores de actividade.
    Além de que, o emprego não depende apenas das empresas já existentes, porventura centenárias, mas também, e muito em tempo de crise, da criação de novas empresas e de novas actividades.

    Joao Pereira (8 Abril, 2014 10:36) : “acho que uma empresa que não tenha capacidade de pagar mais que isto aos funcionários então mais vale fechar…”

    E o desemprego aumenta !…

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    • @!@'s avatar
      @!@ permalink
      8 Abril, 2014 20:24

      Um pedido de esclarecimento. As empresas que fecharam e que geraram desemprego não era improdutivas? Isso não foi apresentado como uma das soluções para ganharmos competitividade?

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    • JCA's avatar
      JCA permalink
      9 Abril, 2014 16:04

      .
      No seguimento do supra anterior, nem lhe chamo à colação a questão hoje inenarravel: a depressão prevista na União essa coisa qualquer que nem é Estado Federal SOLIDÀRIO entre Estados nem Confederação de Estados em que a soberania de cada um é respeitada para não estar no colete de forças da tal dita União Europeia hoje visto sem em referendos nacionais como ‘um barrete’ de alto abaixo em que alguns quiçá de boa fé e sonhadores enfiaram sociedades inteiras pelos resultados de Vida hoje, ninguém está satisfeito nem nordicos, nem do sul nem daqui ou dacolá, de algures ou nenhures.
      .
      Mas sigamos a deflação. Onde ficam os ‘resultados’, os ‘sucessos’ dessa coisa que mamaram da tal ‘Austeridade’. Pior que nunca. É só esperar sentado.
      .
      Não sonhe. Tenho como homem de boa fé e justiça interessado no bem neste geografico ‘cara da Europa’. Mais argucia porque dos embasbacados não vive o Homem.
      .
      Se entender que estou errado não o ofenderei se me ‘deitar abaixo’. Mas respondo-lhe. No fim ambos queremos o melhor. Na escolha dos caminhos e na inventiva acima dos caminhos é que está a nossa diferença. Eu sempre arrisquei com aquela coisita que quem não percebe nem entende chama ‘intuição’. E já velho, nunca perdi e nunca precisei de cunhas nem jeitos nem de ninguém. Sempre fui até onde quiz mesmo com uns habituais rebanhos dos copiativos ou monopolistas que nunca souberam criar sucesso, optaram pelo simplorio do dá o golpe com influencias daqui e dacolá. Valem zero. E são os resçponsaveis pelo como está Portugal embora pessoalmente não desça ao baixismo dos ‘ajustes de contas’ nem das ‘vinganças e odios’. Sabe porquê ? Não preciso nem nunca precisei para brilhar.
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      .

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      • Fernando S's avatar
        Fernando S permalink
        9 Abril, 2014 17:24

        JCA : “No fim ambos queremos o melhor.”

        Nem mais !!…

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  31. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    8 Abril, 2014 11:30

    Joao Pereira (8 Abril, 2014 10:36) :
    “Convenhamos que 475€ não é um valor minimamente digno para os padrões europeus.”

    O que são os “padrões europeus” ?…
    Muitos paises, em particular do Leste europeu, teem remunerações médias e minimas inferiores.
    O que conta são as produtividades e eficiencias das diferentes economias.
    Deste ponto de vista, infelizmente, Portugal está longe do “padrão” dos paises europeus mais desenvolvidos.
    Naturalmente, estes paises teem hoje melhores condições para ter salarios superiores aos de Portugal.
    Mas, historicamente, para chegarem ao patamar de desenvolvimento em que se encontram, os salarios foram também baixos e foram subindo à medida que a produtividade foi aumentando.
    De qualquer modo, mesmo nalguns destes paises, a existencia de um desemprego relativamente elevado (“padrão europeu” ?!…) também se explica em parte pela existencia de um salario minimo demasiado elevado.

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    • JCA's avatar
      JCA permalink
      9 Abril, 2014 16:10

      .
      Teoricamente posso estar a ser injusto. Quantos postos de trabalho criou ? Teve ajudas do Estado para isso ? Tem contratos com o Estado ? Quantos novos mercados descobriu ? Investiu sempre dinheiro proprio ou fê-lo com dinheiro emprestado pela Banca ? Quantas Empresas criou ? Quantas dirigiu ?
      .
      Não tenho nada a ver com a sua vida. Apenas gostaria de estar mais bem esclarecido para pesar melhor o valor real do que escreve. Sem ofensa nem qualquer intenção de bota abaixo emocionalista ou justiceiro que não interessam a ninguem porque seriam desabafos que valem centimos no tanto que vale estarmos ambos a viver numa terra nossa.
      .

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        9 Abril, 2014 16:23

        Não se pergunta a pessoas que acham a existência de um salário mínimo algo desnecessário o número de postos de trabalho criados. São pessoas para responder que já contrataram os serviços de centenas de pessoas, tal como a maioria das pessoas que precisam de um canalizador.

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      • Fernando S's avatar
        Fernando S permalink
        9 Abril, 2014 17:13

        JCA,

        Estão-lhe a faltar argumentos ?!!…

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      • Fernando S's avatar
        Fernando S permalink
        9 Abril, 2014 17:51

        JCA,
        Agora mais a sério e com todo o respeito que o meu amigo me merece.
        Eu também gosto de conhecer as historias de vida dos meus interlocutores.
        Infelizmente, este tipo de espaço de discussão não o permite. Paciencia.
        Não duvido que a sua historia seja recheada e interessante.
        A minha é o que é e vale o que vale. Isto é, pouco !
        Admito perfeitamente que a experiencia de vida de cada um acabe por ter alguma influencia nas opiniões que forma e defende.
        Talvez a percepção que cada um tem dos seus interesses (porventura por vezes mal compreendidos !…) seja ainda o que é normalmente (mas não necessáriamente) o mais determinante.
        De qualquer modo, não acredito em argumentos de autoridade, seja esta de conhecimento, de experiencia, de funções, de moralidade, ou outra.
        Conheço tanta gente com experiencias muito semelhantes e opiniões radicalmente opostas e, inversamente, com experiencias muito diferentes e pontos de vista bastante concordantes !…

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  32. muito atento's avatar
    muito atento permalink
    8 Abril, 2014 12:46

    Se o ordenado minimo subir 15 euros nem para pagar o (brutal) aumento da enegia elétrica serve.

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    • JorgeGabinete's avatar
      JorgeGabinete permalink
      9 Abril, 2014 18:02

      Esse tipo de argumento que aduz acrescenta Zero a qualquer discussão, sobre S.M.N. ou sobre a polinização, Zero.

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  33. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    8 Abril, 2014 13:04

    Se a contrapartida for … algumas empresas dispensarem trabalhadores ou fecharem … ou algumas empresas, que poderiam aproveitar a ligeira melhoria do ambiente economico para iniciar ou expandir a actividade recrutando trabalhadores, deixarem de o fazer … então não serve !
    Obrigar uma empresa a pagar um salario que não quer pagar é a porta aberta para se fazer mais um desempregado, mais cedo do que tarde.
    Não permitir que empresarios existentes ou potenciais possam criar um posto de trabalho que seria pago abaixo do salario minimo, seja ele qual for, é manter uma pessoa no desemprego.
    As empresas e as familias precisam de liberdade para gerirem as suas actividades e as suas vidas da maneira que lhes pareça mais adequada e não de um Estado que se mete em tudo e que regulamenta tudo !

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    • JCA's avatar
      JCA permalink
      9 Abril, 2014 16:14

      .
      As Empresas não vivem do que produzem. Vivem do que vendem. Pode porduzir, como tantos jovens, coisas lindiissimas e intelignetissimas. Mas se não vender vai pelo cano. Daí que até para se vender subs etc etc se tenha de ir ao limite do ‘olear a coisa onde for preciso’ a tal coisa do parasitismo com ‘empresas de balcoes de vão de escada’.
      .

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      • vitorcunha's avatar
        vitorcunha permalink*
        9 Abril, 2014 16:25

        Produzir *valor*. Quer o canalizador quer o merceeiro produzem valor, aquele que a sua vontade de adquirir o serviço ou o bem estiverem dispostos a pagar.

        Não tem uma empresa para criar. Tem uma empresa para gerar lucro.

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      • Fernando S's avatar
        Fernando S permalink
        9 Abril, 2014 17:07

        JCA,
        Ninguém diz o contrario…
        Mas as empresas não vendem ar … vendem o que produzem com os recursos que utilizam.
        E para vender o que produzem e pagar os recursos que utilizam teem de poder vender a um preço competitivo.
        Para certos tipos de actividades os custos salariais são uma componente determinante.
        Se o Estado impede as empresas de ajustarem os custos salariais às condições do mercado então os recursos ficam desempregados e deixam de ser pagos.
        A rigidez salarial é anti-economica !

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      • JCA's avatar
        JCA permalink
        10 Abril, 2014 14:53

        .
        Junte-lhe o que chamam ‘custos de contexto’ mais terra a terra os ‘parasitismos’ da Economia, dos Empregados e dos Empregadores: preços da energia, consultadorias para alimentar a burocracia e os licenceamentos, o labirinto montado pelos fiscalistas, e os tais cerca 70% de carga fiscal que os impostos arrecadam etc ficando 30% liquidos e reais que o Rendimento deixar para investimento, mulher e filhos,
        .
        donde surgem os ‘cocktailsmolotov’ que sabotam esta coisa toda incluindo as dificuldades para pagar mais rendimento mensal para mais poder de compra dos Empregados, e um tecido economico português sem qualquer aliciante para novos empreendedores, criadores de emprego etc;
        .
        situação que tanto esticaram que hoje é o proprio Funcionalismo Publico, Forças Militares e Militarizadas que estão atingidos pelo ‘monstro’ como alguém lhe chamou embora não sei se pelas mesmas razões, porém não duvido.
        .
        É o tal ERRO cá dentro que atura as culpas para a estrangeirada lá de fora que também não é santa, obvio.
        .
        Ora não se pode resolver sustentada e honestamente esta questão do SMN, aumentos salariais pela habitual via do ‘remenda aqui, remenda dali’. Na minha opinião tem de se ousar duma vez por todas resolver os ‘parasitismos’ da Economia, das Empresas, dos Empregados e dos Empregadores, Todos estão a ver e a pagar com unhas e dentes o preço das ilusões e dos sonhos teóricos do passado. Suponho.
        .

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      • JCA's avatar
        JCA permalink
        10 Abril, 2014 15:01

        .
        70% de ‘carga fiscal’ calculados assim: 24% IVA + 34% S Social + 10% de IRS e já temos 68%. Junte-lhe os ‘calados’, IRC’s, Imposto sobre combustiveis, Impostos sobre bebidas, IUC, taxas, multas geradas pela propria burocracia desnecessária que inventam só para, emolumentos. E cerca de 70% dum rendimento bruto mensal são comidos, restam uns 30% para investimento, mulher, filhos, carripana, telhado, roupa e uns ‘luxos’ de télélé, ipod para os miudos e tal.
        .

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    • Fernando S's avatar
      Fernando S permalink
      10 Abril, 2014 15:34

      JCA,
      Até o acompanho em muito do que diz aqui em cima …
      Claro que a carga fiscal e certos custos de contexto pesam significativamente sobre a rentabilidade e a viabilidade das empresas. Com todas as consequencias que dai decorrem.
      Eu sou 100% a favor de uma politica que vise criar as condições para mudar este estado de coisas : baixar impostos e promover a concorrencia nos mercados de factores.
      Dito isto, Roma não se fez num dia…
      Antes de se poder começar a baixar a carga fiscal é preciso resolver a curto prazo a dificil situação financeira do Estado e do pais e é preciso, começando desde já e continuando sem hesitações nos proximos anos, reformar o Estado e reduzir estruturalmente os seus gastos.
      Aumentar agora o salário minimo pode até ser uma medida politicamente oportuna e, se for moderado e com contrapartias, não é certamente o fim do mundo.
      Mas não vai no bom sentido : agrava ainda mais a situação de uma parte das empresas portuguesas ; não contribui para o combate ao desemprego ; prejudica o processo de ajustamento macro-economico (priviligia-se o consumo e a procura de curto prazo em prejuizo do investimento e da oferta de médio/longo prazos).

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  34. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    8 Abril, 2014 13:37

    Estas propostas de aumentos do salário mínimo são a união capitalistas estabelecidos + sindicatos estabelecidos para impedir outras de nascer ou crescer.

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  35. Joao Pereira's avatar
    Joao Pereira permalink
    8 Abril, 2014 15:18

    Parafraseando um post num blog de Extrema Esquerda, com o qual acho que é a primeira vez que concordo: “Uma empresa que não pode gastar mais 13€/dia com os seus trabalhadores, não é uma empresa, é, perdoem-me a expressão, um saco de merda que lastra a economia e o país…”

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    • JorgeGabinete's avatar
      JorgeGabinete permalink
      8 Abril, 2014 15:28

      tem ideia do que diz? sabe quanto significa a anualização desse montante? Precisa de má fé ou ignorância profunda para produzir tal afirmação. Basta perceber quantas empresas do total são micro-empresas e quanto facturam em média para perceber como é descabido tal raciocínio. Cheio de demagogia e sem fundamento prático é a forma mais elegante de reputar essa ideia e a sua reprodução. Mesmo que concorde que muitas dessas empresas seriam dispensáveis, mas são-no gradualmente e a prazo, não com tentações demagógicas que vão agravar o problema.

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    • vitorcunha's avatar
      vitorcunha permalink*
      8 Abril, 2014 16:17

      Esse é o meu ponto: quem escreve isso está a borrifar-se para os desempregados do fecho dessa empresa. Só não venham para a minha galeria avant-garde.

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  36. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    8 Abril, 2014 17:22

    Joao Pereira (8 Abril, 2014 15:18),
    O pais real está repleto desses “sacos de merda”.
    Note-se desde logo a consideração (diz-se “sensibilidade social”, não é ?…) que o tal post no blog de extrema esquerda tem pelas pessoas que vivem “na merda”. O “vão de escada” do João, reconheço-o, é mais descritivo e bem menos depreciativo.
    Sim, porque muito boa gente vive desses “sacos de merda” : donos, socios, trabalhadores, biscateiros, etc. São mesmo a maioria nos principais sectores empregadores do pais. Gente do “povo”, gente modesta, que trabalha e que labuta pela vida.
    Eu até acho bem que as empresas que não tenham viabilidade fechem e libertem recursos para serem empregues em actividades mais necessarias e em projectos empresariais mais eficientes.
    Mas não acho nada bem que seja o Estado a criar e a agravar artificialmente as dificuldades das empresas que lutam quotidianamente pela sobrevivencia.
    Neste caso, as empresas não fecham porque são menos eficientes do que outras com quem concorrem no mesmo ramo de actividade e nas mesmas condições. As empresas que fecham assim não são substituidas por outras mais competitivas e os recursos que são assim libertados, humanos e materiais, não vão muito provavelmente ser utilizados algures e de modo mais produtivo. Os empresarios e os trabalhadores passam a engrossar o numero dos desempregados “de merda”, sem qualificação adequada para arranjarem alternativas melhores.
    Note-se que estes trabalhadores incluem e são sobretudo aqueles que ganhando até então o salário minimo era suposto terem sido beneficiados pela medida “social” de aumento de 13€/dia do dito cujo !…
    É obra … de merda !!

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    • @!@'s avatar
      @!@ permalink
      8 Abril, 2014 20:31

      Mais uma vez peço um esclarecimento. Se como diz com “um salário minimo” as empresas menos competitivas são obrigadas a fechar, Concordo mas então temos de deixar de discutir sobre produtividade, rentabilidade, e competitividade, não acha, que é a causa apontada para o nosso atraso estrutural.

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    • JCA's avatar
      JCA permalink
      9 Abril, 2014 16:21

      ,
      Percebi são todos uns chulos, caloes, aldrabões e tal e tal. E ainda têm de pafar a corrupção ás tais ‘empresas com balcões de vão de escada’. Veja lá os trafulhas que são. Por isso entendendo-o, odeia-os. Mas que chatice sem esses chulos, calões, aldrabões etc etc não havia receita fiscal liquida alem da reciclada que só aumenta a coisa no papel, não havia o emprego que ainda vai havendo por aí, não havia exportações a não ser papeladas de leis etc que serviriam para papel higienico no estrangeiro etc.
      .
      Mas aceito o seu desafio, estou pronto para abandonar o Empreendedorismo e passar a ter rendimentos do meu trabalho pagos direta ou indiretamente com os impostos dos putros, vulgo pelo Estado. E trabalharei na mesmo as habituais 15 horas por dia, sem fins de semana e sem férias. Juramento de sangue.
      .

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  37. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    8 Abril, 2014 22:47

    @!@ (8 Abril, 2014 20:31),
    Registo com satisfação que o @!@ diz concordar que o salário minimo, ou pelo menos o seu nivel elevado, faz com que certas empresas sejam obrigadas a fechar…
    Mas atenção, não são necessáriamente e unicamente as menos competitivas ou mais ineficientes.
    São sobretudo aquelas que, pelo tipo de actividade que teem, utilizam muita mão de obra menos qualificada e enfrentam uma concorrencia mais rude, em particular com outras empresas do exterior. São muitas vezes empresas dos sectores de bens e serviços ditos transaccionaveis, não apenas directamente exportadoras mas também fornecedoras (no mercado interno) das exportadoras e substitutas de importações.
    Em contrapartida, há empresas que, pelo tipo de actividade, utilizam pouca ou nenhuma mão-de-obra menos qualificada, e mesmo sendo eventualmente pouco eficientes e competitivas quando comparadas com empresas equivalentes noutros paises, não são naturalmente tão afectadas pelo salário minimo e pelo seu aumento.
    Também há empresas que, utilizando muita mão-de-obra menos qualificada, fornecem sobretudo o mercado interno em sectores ditos não-transaccionáveis, isto é, que não sofrem directamente a concorrencia externa e beneficiam por isso de um mercado protegido, e podem por isso pagar melhores salários.
    Nada disto exclui que existam outros factores que incidem sobre a eficiencia, a produtividade e a competitividade das empresas, sejam elas quais forem, e utilizem elas mais ou menos mão-de-obra não qualificada.
    E nada disto exclui que, em certos sectores mais do que noutros, existam empresas que, independentemente de serem mais ou menos sensiveis a aumentos do salario minimo, sejam insuficientemente produtivas e competitivas pelo que, ou se ajustam e melhoram as suas performances, ou é preferivel que fechem e libertem recursos para serem investidos em melhores condições produtivas.
    De um modo geral, o Estado não deve introduzir artificialmente factores que, como o salário minimo e o seu aumento, tornem ainda mais dificil o esforço das empresas, sejam elas quais forem, no sentido de se ajustarem às condições dos respectivos mercados e melhorarem as respectivas produtividades.

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  38. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    9 Abril, 2014 01:08

    @!@ (8 Abril, 2014 20:24) : “As empresas que fecharam e que geraram desemprego não era improdutivas? Isso não foi apresentado como uma das soluções para ganharmos competitividade?”

    Sejamos claros : julgo que ninguém, nem mesmo os mais liberais, onde me incluo, deseja que empresas fechem e lancem pessoas no desemprego. Mesmo as mais improdutivas e menos competitivas.
    Um dos factores que pode levar ao fecho de empresas, ou pelo menos à redução das respectivas actividades e ao despedimento de uma parte dos seus trabalhadores, sobretudo dos menos qualificados, é a existencia de um salario minimo fixado a um nivel demasiado elevado para as possibilidades das empresas em questão.
    Pelo menos neste aspecto é desejável que o Estado não dificulte a vida das empresas, sobretudo daquelas que utilizam mais mão-de-obra pouco qualificada e que já sentem outras dificuldades provocadas por outros factores de competitividade.

    Dito isto, o problema da nossa economia não se reduz naturalmente apenas a esta questão do salário minimo e às empresas de mão de obra intensiva menos qualificada que são por ele mais directamente afectadas.
    Há um problema global e de fundo e que tem a ver com o facto da nossa economia ser insuficientemente produtiva tendo em conta os recursos disponiveis.
    Digamos que, em resultado de politicas passadas, que não cabe agora aqui abordar, os recursos do pais não estão afectados da melhor maneira.
    Este desajustamento traduz-se em diversos desequilibrios macro-economicos que, por sua vez, resultam e afectam a micro-economia, as empresas e as familias em geral.
    Um dos desequilibrios macro diz respeito à relação entre os sectores ditos transaccionaveis e não-transaccionáveis. O pais tem demasiados recursos investidos nos não-transaccionáveis e menos nos transaccionáveis. Esta realidade alimentou certos estrangulamentos economicos e prejudicou a produtividade global. Estando a economia nacional inserida num contexto mundial mais ou menos concorrencial, esta situação tornou-se insustentável e levou o pais para as portas de uma bancarrota do Estado e de uma quase ruptura no financiamento da economia.
    O que é certo é que foi preciso corrigir a situação e adoptar toda uma série de medidas de ajustamento, de restabelecimento de equilibrios, que, tal como na fase de aumento dos desequilibrios, impacta as empresas e as familias.
    Estas medidas tendem a reduzir a procura em diversos sectores mais virados para o mercado interno e a fazer com que muitas empresas procurem orientar-se mais para o mercado externo e para a substituição de importações no mercado interno. Ou seja, grosso modo, a transferir recursos dos sectores não transaccionáveis para os transaccionáveis.
    Em termos micro-economicos isto significa que muitas empresas dos primeiros sectores, tendo menor procura e não podendo ou não sendo suficientemente dinamicas e eficientes para se ajustarem e reorientarem para outros mercados, são forçadas a reduzir a actividade e, nalguns casos mais graves, a fechar inclusivamente as portas.
    A unica maneira de evitar esta evolução seria parar o processo de ajustamento. Mas, para além do pais não estar em condições de o poder fazer, as consequencias num prazo não muito distante seriam bem piores. Por isso, do mal o menos, é preferivel que o ajustamento se faça, que as empresas em excesso e menos competitivas reduzam a actividade ou fechem, e que todos os recursos assim libertos sejam progressivamente canalizados para outros sectores e outros projectos empresariais em areas mais necessárias, mais produtivas e, consequentemente, mais rentáveis.
    Assim sendo, o fecho destas empresas, apesar de ter custos sociais a mais curto prazo (o aumento do desemprego é o principal), inscreve-se num processo virtuoso e, no final, dará lugar à abertura de novas empresas, à criação de novos postos de trabalho, e acabará por contribuir para a melhoria da produtividade global e da competitividade externa da economia portuguesa.

    Resumindo, convém não confundir o não desejável fecho de empresas que seriam viáveis se o salário minimo não aumentasse com o desejável fecho de empresas que deixam de ser viáveis por acturem em sectores de actividade em fase de redimensionamento.

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    • Fernando S's avatar
      Fernando S permalink
      9 Abril, 2014 01:17

      recursos afectados = recursos alocados

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    • @!@'s avatar
      @!@ permalink
      9 Abril, 2014 06:35

      Havendo tantas variáveis e imponderáveis, entrando em jogo um dado estabelecido iria ajudar a estabelizar e simplificar o sistema não lhe retirando o espirito competitivo.

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  39. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    10 Abril, 2014 10:44

    O Raio (9 Abril, 2014 17:44),

    Não são “subsidios”. Trata-se de uma troca de vantagens : a empresa não pode sobreviver pagando salários mais elevados ; os trabalhadores não encontram melhores alternativas, outros empregos com salários mais elevados.

    Não são empresas “ineficientes”. São empresas que oferecem produtos e serviços que de outro modo deixariam de ser produzidos e que empregam recursos, em particular trabalho pouco qualificado, que de outro modo ficariam inutilizados.
    Por exemplo, os serviços de limpeza a casas particulares, prestados por trabalhadores individuais e por empresas de diferentes dimensões. Com um salário minimo em aumento é mais do que certo que muitas das familias que recorrem actualmente a este tipo de serviços às tarifas actuais deixarão de o fazer.
    Inversamente, se o salário minimo desaparecesse ou fosse reduzido apareceriam rápidamente ofertas e procuras para bens e serviços que permitiriam a criação de empresas utilizando pessoal desempregado e individuais até então sem trabalho.
    Este raciocionio não se aplica apenas a empresas que fecham ou a empresas que se criam. Existem empresas que teem uma gama de diversos bens e serviços, incluindo aqueles que são produzidos com pessoal menos qualificado, e que poderiam aumentar a respectiva oferta se pudessem propor preços mais baixos pagando remunerações mais baixas.
    O potencial de emprego deste tipo de actividades é enorme. Sem a barreira do salário minimo muitos dos desempregados pouco qualificados actuais, e sabemos que é uma parcela importante, estaria hoje a trabalhar, a produzir e a ganhar alguma coisa, por pouco que fosse.

    A “modernização” da economia não se faz mantendo-se recursos humanos desempregados. As pessoas com pouca qualificação existem, não desaparecem por milagre com a eventual automatização de certas funções produtivas (sempre que tal seja técnicamente possivel). Certas empresas podem efectivamente decidir automatizar certas funções que poderiam alternativamente ser desempenhadas por trabalhdores pouco qualificados. Trata-se de uma evolução tecnologica “defensiva”, destinada a produzir certos bens ou serviços que de outro modo não podem ser produzidos, e não de uma evolução tecnologica “ofensiva”, destinada a obter ganhos de produtividade substituindo trabalho por capital. Para este efeito teem de investir em novos equipamentos, em novos métodos de trabalho, em formação de operadores, etc. Ou seja, desviam recursos produtivos de outras utilizações. Isto não significa necessáriamente que a eficiencia da actividade aumentaria relativamente ao que acontecia ou aconteceria com a utilização de mão-de-obra não qualificada. Os recursos mobilizados poderiam eventualmente ser mais eficientes noutras utilizações. Para a empresa não há necessáriamente ganhos de produtividade e efeiciencia. Para a economia no seu conjunto é um desperdicio de recursos que continuam desempregados e uma má utilização de recursos humanos e materiais empregados. Ou seja, uma “modernização” para ter resultados piores !

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  40. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    10 Abril, 2014 13:38

    A “modernização” feita da maneira que o “O Raio” propõe em vez de ser uma melhoria seria um passo adicional em direcção de um maior desperdicio de recursos (mais desempregados) e de uma pior utilização dos recursos empregados (desviar capital, que é escasso e custoso, para funções que podriam ser desempenhadas por mão-de-obra menos qualificada disponivel).
    “Modernizar” para produzir menos com os recursos disponiveis é anti-économico … Para não dizer outra coisa !…
    Claro que uma sociedade pode sempre decidir que, em nome de uma suposta e discutivel “igualdade” e “dignidade”, proibindo salários abaixo de um determinado nivel, paga o preço economico e humano que tal opção implica.
    Por exemplo, atribuindo aos desempregados subsidios e prestações sociais que sejam equivalentes para cada desempregado aos salários minimos estabelecidos.
    Mas não se perca de vista que isto representaria muito dinheiro, que teria de vir dos contribuintes, da sociedade, da economia, das familias e das empresas, e que iria por sua vez ter ainda mais consequencias negativas em termos da eficiencia global da economia e da justiça dita “social”.
    Tudo isto significaria ainda que uma parte importante da população teria um estatuto mais ou menos permanente de “assistidos”, sem a autonomia e a dignidade dada por um trabalho e por uma remuneração merecida.
    Não vejo qual seria o interesse deste tipo de “modernização” !

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