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Isto não é novidade. É fatalidade

13 Abril, 2014

RTP: Documento de Bruxelas liga pensões portuguesas à evolução da economia

Público: Troika diz que valor das pensões vai ficar ligado a factores económicos e demográficos

Num esquema por transferência como o nosso as pensões ou são indexadas à demografia e à economia ou passam a ser crescentemente suportadas por impostos. Tentar indexá-las ao vento ou ao pensamento positivo são opções com inúmeros fiéis mas infelizmente sem qualquer resultado prático. Repetir três vezes Luta, Roubo, Miséria também não tem resultado. O espiritismo tem algum sucesso mas os espíritos invocam a sua qualidade de espíritos e também não pagam. Logo se o sistema se mantiver por transferência ou as pensões são indexadas à realidade ou o sistema não sobrevive. E as gerações mais jovens  que descontam para a segurança social desde que começaram a trabalhar contarão uma linda história aos netos que os terão de sustentar: “Era uma vez um tempo em que os avós tinham reformas calculadas a partir do último vencimento…”

13 comentários leave one →
  1. Pedro's avatar
    Pedro permalink
    13 Abril, 2014 10:20

    Linda história. Os avós atuais também podem ensinar às gerações mais jovens que ainda há 50, 60 anos, eram os filhos e netos que sustentavam os avós, porque mal havia pensões e os velhos dependiam da caridade, não da treta socialista do estado social. Os filhos e netos podem aproveitar para ouvir essas histórias quando vão lá a casa dos avós pedir dinheiro para pagar a renda, nos intervalos do empreendedorismo.

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    • alberto's avatar
      alberto permalink
      13 Abril, 2014 14:48

      Ah, jovem (só o pode ser) Pedro, então afinal no Estado Novo já eram “treta socialista”. É que já se descontava para a reforma e, veja lá, havia uns serviços sociais com direito a assistência médica.
      O que se aprende com a geração mais bem preparada de sempre…
      É que muita coisa começou em 74, mas não tudo…

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      • Pedro's avatar
        Pedro permalink
        14 Abril, 2014 09:32

        Alberto, tenho 50 anos e como não nasci de geração espontânea, tenho alguns conhecimentos desse tempo que me foram transmitidos. Podemos ter aqui um diálogo frutuoso sobre a percentagem de população coberta pela previdência até 1974. e, já que fala nisso, podemos falar das percentagens do território e da população coberta pelos serviços médicos. Gosto sempre de discutir estas coisas com lisboetas.

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    • lucklucky's avatar
      lucklucky permalink
      13 Abril, 2014 15:56

      Pedro, não sabe que havia sistemas mutualistas de reformas, muitos corporativos?
      As diversas “caixas” ?

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      • Pedro's avatar
        Pedro permalink
        14 Abril, 2014 09:48

        Só para assentar uma coisa que parece que o Alberto e o luckyluke não perceberam. A maior parte dos que tinham 60 ou 70 anos na véspera do 25.A dependiam mesmo da caridade dos filhos, ou da caridade de instituições sociais. É só para esclarecer que o cenário que a Helena traça no post não é novidade nenhuma, já está muito vista por cá. É claro que os velhos desse tempo já morreram, e os jovens como o Alberto e o Luckiluke não sabem.

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    • eirinhas's avatar
      eirinhas permalink
      13 Abril, 2014 16:46

      Que saudades desse tempo!Há que ter calma,nada de ansiedade,que a coisa está próxima.

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  2. Tácio Viriato's avatar
    Tácio Viriato permalink
    13 Abril, 2014 10:53

    Tais notícias são comprovativas de uma realidade: De Bruxelas e do pau mandado troika, só temos a esperar o anúncio de pragas. Há que esconjura-las. O que alguns fazem, em grandiosas manifestações de repúdio. Os velhos que querem receber e os jovens que também querem que os velhos recebam. Só que não querem pagar.
    Tais desejos podem ser espezinhados pelos economistas (de direita), mas são cantados pelos poetas. É isso que vale.
    Resta acrescentar que ganhamos menos que os trabalhadores dos regimes políticos que odiamos e mais que os dos regimes políticos que amamos. Prova que o dinheiro não traz felicidade, pois a felicidade está nos países onde não há dinheiro.
    Razão para querermos dinheiro enquanto não mudarmos para um regime de felicidade

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  3. Tiro ao Alvo's avatar
    Tiro ao Alvo permalink
    13 Abril, 2014 12:58

    Não concordo consigo, dr. Helena, quando diz que “num esquema por transferência como o nosso as pensões ou são indexadas à demografia e à economia ou passam a ser crescentemente suportadas por impostos”, importando perguntar: então de onde se vão buscar os impostos? à economia, claro.
    Concordaria se dissesse que “num esquema por transferência como o nosso as pensões ou são indexadas à demografia e à economia ou passam a ser crescentemente suportadas por Dívida Pública, ou seja e se quiser, por futuros impostos.

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  4. Hawk's avatar
    Hawk permalink
    13 Abril, 2014 13:24

    Resta esperar que algum dia os impostos não venham a ser superiores ao PNB do país…

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  5. JDGF's avatar
    JDGF permalink
    13 Abril, 2014 14:33

    Afinal o briefing do Sec. de Estado da Adm. Pública não foi um ‘erro’. Pode ter sido um ‘deslize’ mas segundo verificamos nada de errado foi aí dito. Agora sabemos que algum tempo antes do ‘incidente’ a UE já tinha incluído mais este ‘ajustamento’ no relatório da 11ª. avaliação.
    Afinal ninguém estava à espera de qualquer laudo de uma comissão de estudo. A gestão da agenda política e eleitoral do Governo é que pretende tomar os portugueses por parvos. Não é preciso ir além de uma verificação cronológica.
    Só não sabemos se esta ligação do valor das pensões (e dos FP?) à evolução económica e demográfica terá efeitos retroactivos (ou retrospectivos como os pretendidos cortes nas pensões).
    Se não tiver o que se promete é o céu. Porque de acordo com o ‘milagre económico’ repetidamente anunciado pelo Governo é sempre a crescer…
    Contudo, a bota não bate com a perdigota.

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  6. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    13 Abril, 2014 16:16

    40 anos a ignorar simples Aritmética que se aprende na primária chegaram ao fim.

    Agora já só gente muito instruída das Universidades consegue ignorar o que se aprende no ensino primário.

    Para negar a realidade é preciso alguém pouco instruído ou alguém muito.

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  7. Zé's avatar
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    13 Abril, 2014 22:00

    Há uma forma de resolver o problema: é mutualizando também as reformas com os outros países europeus.

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  8. Marques Mendes's avatar
    13 Abril, 2014 22:32

    “pensões são indexadas à realidade”?
    Não sei o que é. Mas, se como pretende o Governo forem indexadas ao PIB então estamos perante um disparate como explico neste post: http://marques-mendes.blogspot.pt/2014/03/indexacao-das-pensoes-ao-pib-tropelia.html

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