Andar nu na rua
Porque não se pode andar nu na rua? De certeza que não se pode andar nu na rua? O que o impede de andar nu na rua? Você quer andar nu na rua? Porque quer andar nu na rua? Porque não anda nu na rua?
De acordo com a lei que (julgo que) conheço, nada o impede de andar nu na rua. A nudez não é criminalizada (o que é bom, porque, num país socialista, isso implicaria a obrigação de lhe serem providenciadas roupas pela segurança social). Repare que o nu nunca teria responsabilidade por estar nu: “eles não me dão cuecas”. O que a lei prevê é o atentado ao pudor: uma pessoa pode ficar indignada por outra andar nua na rua e tem um mecanismo legal para accionar. Excepto numa das 7 praias reconhecidas oficialmente como naturistas. Aí pode estar nu. Quer dizer, na realidade o indignado é que não se pode queixar. Na rua também pode estar nu. Mas o indignado pode queixar-se. Na realidade, a praia oficialmente naturista não lhe proporciona um local onde pode estar nu, proporciona-lhe um local onde um terceiro não se pode queixar por estar nu. Assim, tecnicamente, as praias naturistas são uma limitação à liberdade de indignação ao abrigo da lei por terceiros e não uma concessão de liberdade a quem a pretender usufruir. Confuso?
Uma vez, num parque aquático espanhol (também me divirto com a plebe), vi um casal com um filho. Ela, de burka, filmava os machos em divertidíssima actividade escorregatória por bezidróglios de curvas acentuadas lubrificado por água com cloro. Pareceu-me algo um pouco parvo, estar ali, vestida de preto da cabeça (literalmente) aos pés (literalmente), em Agosto, perto de Málaga. Claro, quem vê burkas não vê calções (literalmente) e muito menos corações (figurado). Nada a impedia de estar completamente nua, nem a lei. Quando muito, o indignado impediria.
Palpita-me que não há pessoas nuas na rua precisamente por não haver pessoas nuas na rua. Se houvesse pessoas nuas na rua, talvez mais pessoas estivessem nuas na rua. Aí, de que adiantaria o indignado queixar-se de atentado ao pudor? “Olhe, aquelas 5000 pessoas estão a incomodar-me, a mim e ao meu cão”? Ridículo.
A burka é um flagelo? Para quem? Para quem a quer usar ou para quem não quer que ela seja usada? Há alguma diferença entre você não querer que a mulher use burka e não querer que o cigano compre o apartamento de baixo? Óptimo, é sempre útil centrar a questão no indignado por você andar nu na rua do que em você, que anda nu na rua.

Ahahahahahah…. Obrigada. Andava precisando! Em dias de “sol e moscas” o meu sentido de humor anda altamente subversivo! Precisava! 🙂
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Atentado ao pudor…
Com certeza que sim. Ninguém neste mundo jamais poderá ser «forçado» a ver as minhas misérias expostas assim ao seu olhar.
Aliás, para quem já teve a «experiência» de «naturismo» («voyeur», não praticante), compreenderá que a maior parte dos cultores deveria ser obrigada, por lei, a usar burka. Higiene visual…
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Muito bem!
Aplausos e vénias!
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Exactamente. Perfeito- a questão é centrar no indignado.
Mas tenha cuidado com essa do apartamento para o cigano porque há liberdades maiores que outras.
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Pessoalmente acho correcto que se aborde a questão centrada no indignado.
Eu compreendo que podiamos viver alegremente como os chimpazés bonobos, mas nós não somos assim, eu não sou assim. E não somos assim por algum motivo muito mais importante do que qualquer lei e qualquer direito à liberdade. É a nossa natureza.
Incomodava-me passear com a minha filha e ver um tipo nú. Sem dúvida. Então se forem 2 nús a brincarem aos médicos ainda era pior.
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A mim também me incomoda ler erros a granel mesmo virtuais e não há lei que o impeça
Nu é como cu, não leva acento, mesmo quando assentam neles.
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A cada um aquilo que lhe sobra! Excelente.
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A piada é que estes neotontos de capoeira são politicamente correctos todos os dias.
A MJ nem sabe que há inquéritos de raça por bairro em Inglaterra.
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Aliás, todo o paleio destas indignações feministas é politicamente correcto hipócrita.
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E há inquéritos de raça por bairro cá. Já me tocaram à porta a perguntar literalmente isso- se havia minorias no prédio.
Só que, por cá, a coisa ainda é feita por uns palermas disfarçados de religiões e ONGs. Lá fora já são as juntas de freguesia ganhas por partidos mais à esquerda.
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é um flagelo a burka ? na europa é . E também a comida halal exigida nas escolas publicas, as orações 5 vezes por dia no meio da rua ( paris, Londres etc), os altifalantes da mesquita a berrarem 5 vezes por dia a chamar os fieis, as exigências de horários separados por géneros nas piscinas municipais, salas de orações nos aeroportos, escolas etc, exigencias de médicos não consultarem mulheres muçulmanas, e da prática da mutilação genital nos hospitais publicos, exigências de omissão nas salas de aula do holocausto, exigências de proibição de tudo o que eles entendem ofensivo ( livros sobre o islão, Salmond Rushdi, cartoons, filmes Van Gogh etc )…chega ? podíamos estar aqui o resto da tarde.
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Parece tão grave como nós cá termos que gramar com o Mário Soares.
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Nisso aí os que mais exigências fazem e aos quais todos se agacham não são os das burkas; são os das kiphas.
Aliás, nem sei como a MJ não se indigna com esse outro flagelo da circuncisão, já para não falar do espancamento dos bezerros até sair kosher.
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Por outro lado, também gramava ver o que acontecia a um senhorio que se recusasse alugar a casa a “gente com burkas”.
Estava tramado. Era crime de discriminação de minoria.
No entanto, em Inglaterra, até se pode alugar proibindo que o inquilino fume dentro de casa.
E eu sou a favor destas pequenas liberdades de incómodos.
Já não gosto é das liberdades à MJ que são sempre em grande escala imperialista, ainda que apenas “para inglês ver”.
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Por outro lado, isto do indignado é como o «calhas» ou o «conveniências».
Por exemplo, durante dois anos pululavam por aqui indignados com a abécula segura; agora, que parece que o traste pode cair do trono, os indignados «viraram» e acometem o Costa.
Indignações e indignados…
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Tangente. Não abuse.
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O Seguro já reclamou por lhe chamar «abécula»? E o Costa também por aludir à sua possível entronização?
Foram rápidos no gatilho…
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As pessoas continuam a insistir comentar de burqa tangencialmente a ver se dá.
É difícil focar-se num assunto? Sente uma zoeira ocasional? Sente uma fadiga inexplicável quando tenta ler duas linhas?
(escusa de responder)
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Só não me sinto ofendido, se estiverem nuas, mas com um palito no rabo.
À croquete.
Até porque pode ser uma “instalação”.
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O palito ofende-me. Acho que só vamos lá com primárias.
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não indigno, era só o que faltava, ah, ah mas aconselho a leitura anexa; eu, libertária, me confesso, há mais vida para além da plena liberdade, existe a cola identitária que nos liga como sociedade, onde traçar a linha, isso é questão sem fim de conversa
http://www.spectator.co.uk/features/9252471/the-bradford-head-teacher-who-got-it-right-on-islam-and-education/
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Eu ando sempre todo nu por baixo da roupa. É para ver se salvo a pele, senão o Fisco, se a vê, ainda me esfola mais.
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O esperado não argumento.
Atentado ao Pudor pode servir para o que quer que seja. Por exemplo quem usa a Burka.
Quem usa fato e gravata.
O atentado ao pudor é por definição uma ofensa visual, e tal tanto pode ser uma vagina como uma burka ou um vestido cor de rosa.
Mas parece que o autor do post não pretende discutir onde e se existem limites e o que são os limites da liberdade e a cultura e qual a lógica que os constrói.
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Parafraseando-te: mas alguém usou violência para elas andarem de burka ou usam-na livremente?
A questão, a única questão, não é sempre essa, até para livremente venderem órgãos?
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Não consigo conceber onde é que o Zé andar nu/de burka me cria dano. Posso preferir que ande vestido/de calças mas, aí, se faço algo por isso, parece-me que o Zé passa a existir para me satisfazer o capricho/vontade/preferência.
O ponto é só um: queremos libertar as mulheres da burka ou queremos libertar-nos de vermos mulheres de burka? No momento em que falamos pelos sentimentos delas (com que procuração?), parece-me óbvio que é a segunda.
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O ponto é só um: queremos libertar as mulheres da burka ou queremos libertar-nos de vermos mulheres de burka?
.
Bem. Parece ser que na decissao francesa tomada opta claramente pelo primero.
Ja no caso portugues deixaremo-lo a interpretacao dos especialistas. 🙂
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Quer elaborar? Consegue explicar porque acha que o tribunal opta claramente por libertar mulheres de burka e não libertar-se de ver mulheres de burka?
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Existem crianças. No caso das crianças deve ser diferente. Acho perfeitamente pacífico que as escolas não aceitem meninas com burka.
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Ou qualquer outra vestimenta. A escola deve ter autonomia para não permitir chinelos, se assim pretender. Ou de afixar crucifixos onde bem lhe apetecer. Quem não gosta pode sempre optar por outra escola.
Daí que proibir burka ou mini-saia seja uma decisão bastante parecida com direito de admissão.
Já vi pessoas que confundem o Vaticano com a praia mas esse assunto não interessa a quem pretende proibir.
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Mas também não sei se em França existem meninas com burka e imagino que ninguém saiba.
Na volta, a nossa superioridade nestas questões pode começar na maternidade ao furar-se orelhas a bebés recem-nascidos.
Conheci vários casos em que a guita depois provocava infecção., Mas era por uma questão estética…
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Sim por um lado, não por outro que me parece diferente.
Enfiar uma criança dentro de uma saca de batatas com intuito definitivo parece-me algo muito mais perverso.
O que quero dizer com isto é que seria mais inteligente dissuadir de forma subtil em vez de legislar de forma imperialista.
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Mas, como até nos comentários mais assanhados se percebe, a questão de fundo não é essa.
Não é por causa dos direitos das melheres, em abstracto. É por causa do islão.
Por isso, insito que tudo isto é hipócrita porque contornam a única questão para a qual devia haver coragem- limitar a imigração.
Com os ciganos já o fazem. Com estes têm medo.
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A questão é simplesmente o que determina uma ofensa visual (atentato ao pudor não é mais que isso).
E se uma ofensa visual é aceitável.
Há pessoas que ficam ofendidas pela burka tal como outras ficam ofendidas pela nudez, topless ou pelas duas.
E qual a Liberdade que uma pessoa tem de não tratar com uma delas ou as duas.
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Na prática, atentado ao pudor só pode ser algo reconhecido pelo bom senso como ofensivo a mais que um pequeno grupo. Sexo em público, por exemplo, que é consensual fora os chanfrados que invariavelmente se consideram “de esquerda”.
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Gostaria que o nu fosse público:
Imagino o que escreveriam as revistas do Jet 8: “Patrocínia, mudou a côr da pintelheira …”
Lili Canecas: ” Fez plástica na vulva “… Catarina Dado: ” Usa percing no clitóris”
João Balão: ” Pintou tatuagem no pénis”; João Calamba: Tatuou um cenoura na nádega esquerda; …etc
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