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A propósito

14 Agosto, 2014

Todos os corporativismos têm os seus dias insuportáveis. E por óbvias razões no caso dos jornalistas isso é ainda mais evidente. Quando a morte como sucedeu esta semana os obriga a falar dos seus enredam-se nuns exercícios panegíricos que  longe de honrar os mortos lhes simplica a personalidade. E contudo aqueles que partiram como sucedeu esta semana mereciam que os contassem como foram: complexos, polémicos, imperfeitos, interessantes… Enfim aquilo que aqueles que morreram tentaram fazer. Obviamente de forma polémica e errando com frequência. Afinal se eles tivessem sido o cúmulo da perfeição em que os seus pares os transformam na hora da morte não teriam sido jornalistas.

10 comentários leave one →
  1. josegcmonteiro's avatar
    14 Agosto, 2014 11:07

    Bem observado, D. Helena.

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  2. António Lamas's avatar
    António Lamas permalink
    14 Agosto, 2014 11:18

    Muito bem dito. Louvo-lhe a coragem de não alinhar pela carneirada do “correcto”.

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  3. eirinhas's avatar
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    14 Agosto, 2014 12:27

    Já ando há dias,senão semanas,a pensar tirar este blogue dos meus favoritos.Mas sempre que vou tomar a iniciativa,vem-me ao pensamento o que a Helena escreve.Paro para refelectir e digo para mim: por causa de uns ” estupores”que por lá fazem que escrevem não vou perder os seus textos.Hoje,era um dos dias de me arrepender ao ler o que escreve sobre o procedimento de alguns jornalistas.Ontem,até tarde da noite,tive o cuidado de ver e ouvir uns quantos. Às tantas,já estava enjoado de tanta louvaminha.Como diz e muito bem,o Senhor,simplesmente,não teria sido jornalista.Todos nós sabemos,que às suas virtudes juntava as suas polémicas arreigadas.Então,porque tentam fazer de nós trouxas?

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  4. Alexandre Carvalho da Silveira's avatar
    Alexandre Carvalho da Silveira permalink
    14 Agosto, 2014 13:17

    Bastava ouvir o que ele dizia, para percebermos que Emidio Rangel estava muito longe de ser genial, e na minha opinião era até intelectualmente limitado.
    É no entanto indiscutivel que por ter dirigido durante sete ou oito anos uma tv privada quando elas apareceram, Rangel deixou marcas no panorama dos media em Portugal; limitou-se a imitar o que se fazia lá fora, indo beber muito à brasileira Globo com quem a SIC teve, não sei se ainda tem, relações priviligiadas, e muito dinheiro para gastar.
    A concorrência era fraca, recordo que TVI pertencia então à Igreja, o que a limitava em termos de programação populista, e a RTP não soube ou não quiz acompanhar aquele ritmo, perdeu as telenovelas da Globo para a SIC, e nunca mais parou de definhar e gastar cada vez mais dinheiro dos contribuintes.
    Para atestar a minha opinião sobre as limitações intelectuais de Rangel, lembro-me de uma situação dos primórdios da SIC: Rangel quiz fazer, já não me lembro se diáriamente, como director da estação, uma espécie de editorial falado e em directo; fazia-o de pé, tendo como cenário uma cortina de muito mau-gosto. Depois, durante vários minutos punha-se a debitar para as câmaras o que lhe ia na alma, falando de tudo e um par de botas, talvez convencido que estava a fazer um grande papel; aquilo era verdadeiramente mau, patético e chegava a ser penoso; tão mau, tão patético e tão penoso, que durou pouco tempo, porque alguém lhe deve ter mostrado as tristes figuras que andava a fazer.
    Também atesta o seu “bom carácter”, quando em tempo de eleições e antes de um debate, pôs camaras ocultas na sala reservada para uma determinada facção que disputava as eleições, não sei com que fim. E isto é tão verdade, que vi uma vez em directo o Ricardo Costa que na época lá trabalhava, acusá-lo de isto mesmo, sem que ele o desmentisse.

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  5. gr0uch0marx's avatar
    gr0uch0marx permalink
    14 Agosto, 2014 13:53

    Exacto, bem dito Helena.

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  6. A.Lopes's avatar
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    14 Agosto, 2014 16:03

    A melhor imagem do dito foi quando subiu as escadas da cooperativa TSF, de boné e cachecol bem agarradinhos ao toutiço e nas mãos um black&decker a arrombar a porta da dita!Grande homem,sim senhor!

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  7. BELIAL's avatar
    BELIAL permalink
    14 Agosto, 2014 19:15

    Um jim das selvas, aterrado na urbe.
    Africanista “desperado” – catana pra frente!

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  8. atom's avatar
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    14 Agosto, 2014 19:39

    Tudo o que escreveu se poderia aplicar ao também falecido Dr. António Borges…

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  9. JCA's avatar
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    16 Agosto, 2014 16:14

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    O retrato da fase funeral da III Republica, a cabeça da IV ou a 2ª fase da III (mais soft para os mais ‘pele de galina’ supostamente inteletual) já saiu da vagina civilizacional que a está a parir com as respetivas dores de parto assistidas por basbaques que não sabem o que está a nascer. E a questão agora é não perder mais tempo com cerimonias e homilias para não EMPOBRECERMOS TODOS AINDA MAIS. STOP.
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    E ao pé disto o avassaldor avanço civilizacional e da História nunca perdoa, e há o á Português disso donde o em Poder hoje do Tempo de ontem está irremediavelmente arrumado sejam quais forem os tocadores de flauta ou os encantadores de oratória:
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    esta gente em Poder que fez o seu Tempo com bons e muito maus resultados, são meninos de coro. Sejam os mandantes BES, BE’s .., PC, PSD, PS, CDS em Tempo velho,
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    mesmo encenados por mais novos de idade com novas embalagens de cabelo vestimentas carrões e falares,
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    Não são o NOVO TEMPO nem o FUTURO,
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    fizeram e teimam continuar a fazer até às ultimas consequencias (estas sim podem ser guilhotinais se continuarem embasbacados a olhar para os umbigos) embora reconhecendo com JUSTIÇA POLITICA que fizeram coisas boas e muito más,
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    segundo alguns, trapalhadas em ‘cima do joelho’e atrapalhadas sem rei nem roque’, ingénuos em elite, academismo e inteletualidade senão não nos teriam comamndado para estarmos enfiados num buraco de plano inclinado que eles apenas sabem fazer irreversivel,
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    e absolutamente encurralados no que eles ‘vendem’ como ‘perdemos a soberania’. É mentira, não sabem é politicamente sair disso. E quando se diz não sabem é porque quem o diz sabe como politicamente se saía, sai ou sairá. Independentemente espera-se que os Partidos também o consigam parir, por ora a palavra de ordem maxima é defender a Democracia e fazer da liberdade de expressão a discussão de Ideias e não a venda de ‘pacotes TIDE, SAGRES ou TMN’ que são propaganda, não DISCUSSÂO CONFRONTO DE PENSAMENTO POLITICO NACIONAL, LIDERANÇA, ESTADISMO.
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    E não são uns tostões a mais ou a menos ao fim do mês para uns ‘elites de alcova’ que serão o funeral da POLITICA vendida como ‘PÓ DE LAVAR NA MAQUINA DE LAVAR ROUPA’. Por aqui o Capitalismo está em Anarquia e esta abre o nennhures, o nada social, que em geopolitica global significa os outros (os tais que todos conhecemos) nem precisam de mexer uma palha, o Mundo cai-lhe nas mãos, é só continuarem de braços estendidos para o agarrarem quando cair por si só.
    .
    E depois de cair o que é oferecido à VIDA é um RETROCESSO QUASE PARA IDADE MEDIA; sabemos bem o que corre fora da Europa, não temos duvidas nem hesitações do significado em AVANÇOS CIVILIZACIONAIS HUMANOS NO NOSSO CAPITALISMO. O deles ou são ‘inquisições quinhentistas’ ou ‘feudalismos medievais’, tudo tretas que para nós já morreram há centenas de anos mas que aqui e acolá teve alguns afloramentos nomeadamente fogos fatuos de nazismos etc mas que sossobraram perante o avanço civilizacional humano.
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    Destes ou daqueles Partidos, os mais novos em idade que vestiram os sobretudos e as samarras do VELHO à busca natural dos despojos, têm aqui a sua oportunidade porque o seu Tempo até agora nunca o souberam. Correm e são tão bem bodes espiatórios, paus de cabeleira. Já se perceberam ? É que nesta “fase do campeonato” isto já não tem nada a ver com coisas entre Partidos, nem cantar melhor ou pior aos gentios. Esgotou-se, já foi tempo. Nem é preciso os gentios anarquisarem-se totalmente. Tal qual a II Republica caiu sozinha depois da fase final em que já não mandava nem controlava politicamente os gentios. À português.
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    (desculpem-me alongar-me mas a IMPORTANCIA no dia a dia de cada um de nós, e de todos, tal implica, é mais que relevante; alturas há em que assim tem mesmo de ser sob pena de continuarmos a efabular, sonhar e fantasias enquanto cada vez somos mais pobres sem por isso darmos por isso, endemoninhádos por pifaros magicos irresponsaveis em termos civilizacionais e de bem comum).
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