Saltar para o conteúdo

Sobre o Crato

8 Outubro, 2014

Quando um ministro é demitido por erros dos serviços, ou porque crianças nascem nas auto-estradas, ou porque os subordinados fazem manifestações, quem passa a governar são os serviços.

ana_jorge

Isabel Alçada

Ana Jorge e Isabel Alçada, os ministros que os serviços adoram e os portugueses preferem.

29 comentários leave one →
  1. Carlos Duarte's avatar
    Carlos Duarte permalink
    8 Outubro, 2014 09:34

    Não, João Miranda, o Ministro não se deve demitir pelos erros dos serviços, mas pela incapacidade (que é SUA, especialmente depois das declarações e promessas que deixou na AR) que resolveria o problema de forma célere e sem prejudicar os candidatos (tanto os que foram colocados erroneamente como os que não foram e deveriam ter sido).

    Gostar

    • JoaoMiranda's avatar
      JoaoMiranda permalink*
      8 Outubro, 2014 09:37

      O que entende por célere no que diz respeito a concursos públicos?

      O que entende por “não prejudicar os candidatos”? Os candidatos são tratados de acordo com a lei.

      Gostar

      • Carlos Duarte's avatar
        Carlos Duarte permalink
        8 Outubro, 2014 10:19

        Vamos recapitular: o ME elaborou um regulamento de concurso, ao abrigo do qual elaborou listas de colocação de professores. Divulgou as listas. Aquando da divulgação, foi avisado que as mesmas continham um erro de base (e não erros pontuais) na fórmulas de cálculo utilizadas. Demorou 15 dias para admitir o erro, tendo dito durante esse tempo que as listas eram válidas, pelo que as colocações se fizeram de acordo com as mesmas.

        Passados 15 dias, admitiu o erro e o Sr. Ministro da Educação, na AR, comprometeu-se a resolver a situação e que nenhum dos canditados seria prejudicada. Pouco tempo depois saiu a “solução” que passou pela anulação do procedimento concursal anterior e elaboração de novas listas. Com base nas novas listas, professores que tinham colocação (e já leccionavam), deixaram de as ter e seriam substituídos por outros. Como resultado disto, o que já tinha sido um atraso no início do ano lectivo (infelizmente, usual) prolongou-se para além da razoabilidade, com um custo/dano adicional de mudança de professores para bastantes alunos.

        O célere e justo aqui passaria pela ÚNICA solução possível, após um atraso inicial. Reordenar as listas, MAS manter as colocações iniciais. Professores candidatos que não tivessem sido colocados mas que o deveriam ter sido caso a fórmula de cálculo fosse a correcta deveriam ter sido colocados em funções de apoio na escola da sua candidatura (apoio aos alunos, actividades de ensino não-lectivas ou, em último recurso, horários zero), contando esta colocação como tempo de serviço.

        Gostar

      • JoaoMiranda's avatar
        JoaoMiranda permalink*
        8 Outubro, 2014 10:31

        Carlos Duarte,

        Genial. Duplicava o nº de contratados. Isso já fazia do Crato um bom ministro.

        Já agora, se quer perceber porque não se podia fazer uma reordenação pura e simples leia isto:

        http://observador.pt/2014/09/26/dgae-reabre-concurso-da-bolsa-de-contratacao-de-escola/

        Outro ponto importante: Com que base legal é que se contratam professores para um lugar sem seguir a lista de graduação?

        Gostar

      • Carlos Duarte's avatar
        Carlos Duarte permalink
        8 Outubro, 2014 10:40

        Não sei se duplicava ou não duplicava. Era a única acção moralmente aceitável por parte de uma pessoa de bem (que, por Lei, o Estado deve ser, ainda que a realidade seja outra). E não, não fazia de Crato um bom ministro, mas fazia um Ministro que – apesar de erros – assumia as suas responsabilidades (e o mesmo se pode dizer do Governo).

        Quanto à reordenação das listas, não percebeu. Eu não disse que a reordenação era automática, mas que teria de ser feita com a fórmula de cálculo nova.

        Quanto à base legal, é muito simples: já existia na primeira lista. Os candidatos NÃO SÃO responsáveis por erros de quem ordena as listas. Até me admira alguém, que já concorreu a concursos da FCT, não saiba que isso é procedimento corrente. Nos concursos a bolsas, em casos de erros, as listas são aditadas de forma a os corrigir, sendo que candidatos a quem foram atribuídas bolsas as mantêm, mesmo que às mesmas não tivessem direito caso os erros (sistemáticos, não pontuais) não tivessem ocorrido. E tudo isto ANTES de qualquer início de trabalho ou colocação.

        Gostar

  2. PiErre's avatar
    PiErre permalink
    8 Outubro, 2014 09:55

    Zanetto, lascia le Donne, e studia la matematica.

    Gostar

  3. manuel's avatar
    manuel permalink
    8 Outubro, 2014 10:06

    O ministro Crato já provou o veneno da máquina burocrática do Ministério da Educação (à volta de 200000 funcionários públicos) e relativamente às senhoras Doutoras o João Miranda acredita que elas fazem alguma ideia do que é o Ministério? Um ministro numa máquina destas ou se ri muito , toma uns cafés e dá uns beijinhos às funcionárias quando chega ao ministério ,caso contrário, é despedido como uma mulher a dias. Estas estruturas alimentam-se a elas próprias e geram anticorpos relativamente a quem lhe queira fazer cócegas que é o que este governo fez com a reforma do estado.

    Gostar

  4. Arsénio's avatar
    Arsénio permalink
    8 Outubro, 2014 10:21

    Na mouche.
    Mas a parte mais divertida desta novela é ver o Nogueira a indignar-se, até à espuma na boca, com o facto de haver alunos que não têm algumas aulas quando à custa dele esses mesmo alunos ficaram vários dias sem aulas na ano lectivo passado e, pior, foram impedidos de fazer exames essenciais para a progressão nos estudos. Divertido e, muito apropriadamente, pedagógico.

    Gostar

  5. naco's avatar
    naco permalink
    8 Outubro, 2014 10:22

    Cada vez percebo menos . Deve haver muito nabo nesse ministério, há quantos anos se fazem colocações de professores naquela casa e ainda não aprenderam. Não é por nada mas na escola privada não há nada disto. Bom dia e boa sorte

    Gostar

  6. atom's avatar
    atom permalink
    8 Outubro, 2014 10:27

    Sou a favor da permanência dos ministros da Educação e da Justiça. Também era pela permanência do Sr. Dr. Relvas no ministério. São “abonos de família” para a oposição e representam este governo no seu melhor.

    Gostar

  7. BRuno's avatar
    BRuno permalink
    8 Outubro, 2014 11:08

    Defender o indefensável…adoro!

    Gostar

  8. Arsénio's avatar
    Arsénio permalink
    8 Outubro, 2014 11:23

    naco
    “Não é por nada mas na escola privada não há nada disto.”
    Desconfio que muitos dos ataques de direita ao ministro Crato têm a ver com esse lobby. Mas deixe que lhe diga que me parecem vistas curtas (falo da direita não do lobby). A “liberdade de escolha” só poderá ser democraticamente aceite se houver uma escola pública eficaz (bom ensino/racionalização dos meios) e de certeza que não será um ministro socialista que fará esse caminho.

    Gostar

    • PiErre's avatar
      PiErre permalink
      8 Outubro, 2014 15:41

      Se não for um ministro socialista não há escola pública.

      Gostar

    • naco's avatar
      naco permalink
      8 Outubro, 2014 15:55

      Arsénio:
      A escola publica é importante mas tem que o merecer . Não há saco para estas peixeiradas com os professores, e tretas de sindicatos.

      Gostar

  9. Churchill's avatar
    8 Outubro, 2014 13:03

    Como é evidente, a culpa não é do ministro nem dos 200000 funcionários públicos que procuram emprego como professores.
    No ME existe desde o 25A uma trupe de comunas e afins que controla quase tudo, e que todos os anos consegue enfiar estropia nos sistemas para dar estas barracas.
    Se estivéssemos a falar de formulas complicadas, ainda se admitia a incompetência, neste caso é claro que foi sabotagem.
    Infelizmente este ministro e os anteriores não têm coragem para denunciar esta máfia.

    Entretanto o Portas vai enfiando os/as portanetes em todo o lado que tem importância, e nunca são culpados de nada!

    Gostar

  10. Nuno's avatar
    Nuno permalink
    8 Outubro, 2014 15:26

    O ministro deve ser demitido se essa for a melhor forma de resolver, ou remediar, o problema já. Caso contrário, deve continuar em funções, remediar o problema, apurar responsabilidades e depois demitir-se ou ser demitido. Tendo em conta a fase da legislatura, não sei se faz sentido substitui-lo. Qualquer um que para lá fosse, seria para não fazer rigorosamente nada. Adicionar entropia a um problema não ajuda a resolvê-lo.

    De resto, tanto o que se está a passar na educação, como na justiça, são casos que merecem ser estudados. Felizmente a saúde está a correr melhor, o que também deve ser estudado. Mas, na educação e na justiça, mesmo pessoas duma competência minimamente razoável, revelaram-se completamente incapazes de reformar os sistemas. O caso da educação é paradigmático: é um ministério onde historicamente só fazem boa figura os ministros que não mexem uma palha. E isso diz muito mais do sistema do que da competência dos ditos. Todos os partidos de governo, com ou sem paixões, estão há décadas a destruir a escola pública.

    Gostar

    • PiErre's avatar
      PiErre permalink
      8 Outubro, 2014 15:47

      Era bom que estivessem a destruir a escola pública e tudo o mais que é público, mas não estão, não.
      O socialismo é sempre coxo.

      Gostar

  11. Luís M's avatar
    Luís M permalink
    8 Outubro, 2014 20:12

    Concordo com o João Miranda.

    E sinto um ‘grande desconforto’ ao saber que há funcionários que por muito incapazes que sejam (e é aos funcionários que compete elaborar listas aplicando as fórmulas correctas) não podem ser despedidos. Espero que ao menos possam ser recolocados em funções mais adequadas às suas capacidades e onde não sejam tão prejudiciais a tanta gente.

    Quando muito o ministro (qualquer um, agora, há 100 anos ou daqui a 300 anos) deverá ser responsabilizado por aquilo que lhe compete. E se, como por exemplo neste caso, não tiver competência legal e administrativa para recolocar os incapazes que estão sob as suas ordens a vigiar a população de cagarras nas selvagens, que responsabilidades neste assunto das listas e das colocações lhe podem ser imputadas? Em meu entender apenas lhe podemos imputar responsabilidades conceptuais e políticas.

    Para o ano talvez o ministro seja outro. Os funcionários que fazem as listas, aplicando estas ou outras fórmulas serão os mesmos. Resta-nos rezar e ser optimistas.

    Gostar

  12. BELIAL's avatar
    8 Outubro, 2014 21:53

    Crato o pior ME de sempre, com excepção dos outros todos.

    Quem abana a barraca demais…

    Gostar

  13. Cáustico's avatar
    Cáustico permalink
    9 Outubro, 2014 00:08

    Pá:
    Eu despedia o “pugrama” informático.
    Ou as empresas de outsourcing que não sabem o que são algoritmos.
    Para o Nogueira e Crato, umas aulitas de coerência e verticalidade.

    Gostar

  14. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    9 Outubro, 2014 03:13

    O “erro” foi obviamente dos serviços do Ministério. Quem sabe se não foi propositado ou falta de zelo !… De qualquer modo já alguém da chefia assumiu a responsabilidade e se demitiu.
    Os erros teem de ser naturalmente corrigidos. Paguem-se indemnizações aos professores que foram verdadeiramente prejudicados. Mas não se volte à bandalheira de colocar todos os candidatos (claro está “em apoio” e com “horarios zero” etc e tal …) !… Basta de esbanjar dinheiro que tanta falta faz !
    O que é indecente é a tentativa de aproveitamento politico por parte das oposições e dos interesses instalados no sector.
    A escola publica nunca abriu a tempo e em condições, sempre funcionou mal. Graças a muitos professores e funcionarios. Muitos dos mesmos que agora bradam aos céus e pedem a demissão do Ministro. Graças sobretudos aos famigerados e auto-proclamados “defensores” da escola publica. A começar pelos partidos à esquerda.
    Em cada ano lectivo perdem-se milhares e milhares de horas da aulas : alunos sem professores, professores que faltam, greves de professores, tolerancias de ponto, etc, etc. Mesmo quando havia dinheiro para gastar à grande e o numero de professores e funcionarios aumentava à medida que o numero de alunos diminuia !…
    Mas sobre isto não falam os “defensores”, não falam os professores e os pais “indignados” !

    Gostar

  15. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    9 Outubro, 2014 03:31

    Exigir a demissão de Ministros por “incompetencia” é insensato. Vale para a educação, a justiça, a saude e o mais que se queira.
    Um Ministro não existe para ser “competente” mas sim para elaborar e aplicar politicas. Para as “competencias” existem os serviços, os funcionarios, se necessario serviços externos. Ministros “técnicos”, os tais “competentes”, são normalmente raros. E muitas vezes corre mal. Diz-se então que por falta de … compreensão e sintonia politica !

    Gostar

  16. JCA's avatar
    JCA permalink
    9 Outubro, 2014 17:43

    .
    Espremido tudo o que vai ficar na História sobre este Ministro e este Governo por na altura isto e aquilo são 35.000 despedimentos feitos pelo ‘empregador’ Ministerio da Educação;
    .
    e fica decerteza registado na História de Portugal por alguém que dizem ‘estudados da coisa’ formatado pelo Livro Vermelho do Mao, pelo Trotsly etc , e devidamente autorizado pelo Governo dos ‘canhangulos como dizm por aí os mais nos miolos destas coisa e não sei porquê se chamariam armas a estas coisas
    .
    ficam de certeza na História como o empregador que despede 35.000 eleitores o que há muitissimos seculos nunca existiu em Portugal,~
    .
    e no Mundo atual nem os ‘golias’ Microsofts, Nestles, Bancos Mundiais etc, as maquinas de dimensão global e não à micro escala tuga, fizeram ou nem Salazar, Hitler, Mussolini (talvez Estaline e Mao & Cª Lda),
    .
    é obra de que se podem orgulhar a avós, pais, filhos e netos.
    .
    Mas como sugerem …… corre bem a favor de ……… ?1? Perguntem-se.
    .

    .

    Gostar

    • João Pimentel Ferreira's avatar
      11 Outubro, 2014 13:22

      O Estado não tem obrigação legal, moral nem constitucional de empregar cada professor que existe no mercado de trabalho. E o mesmo se aplica aos engenheiros, canalizadores, eletricistas, juristas ou qualquer outra profissão. Nas sociedades socialistas sim, nas economias de mercado não! Lembro-lhe ainda que o Estado somos todos nós, e o salário que paga os servidores públicos é o nosso dinheiro, incluindo o dos servidores públicos.

      Gostar

  17. João Pimentel Ferreira's avatar
    11 Outubro, 2014 13:15

    Este mesmo problema colocou-se há uns anos, e na altura investigadores do IST desenvolveram fórmulas e algoritmos robustos detetando os erros das fórmulas anteriores.

    Sendo eu um admirador de Crato e sendo eu totalmente contra o frenesim de uma classe corporativista mais preocupada em saciar o seu umbigo do que a providenciar Conhecimento às crianças, que segundo a OCDE, comparativamente é das mais bem pagas do mundo; não posso todavia compreender essa saga constante todos os anos, nos processos de colocação de professores. É inaceitável e revela o amadorismo e a entropia que deve andar pelos lados do Ministério da Educação.

    Eu tenho as minhas opiniões sobre esta matéria a par com o que se tem passado na Justiça. Colocar políticos e assessores, na sua maioria advogados, a deliberar sobre suportes informáticos e plataformas eletrónicas dá nisto. Reparem todavia como o sistema informático do Fisco, porque não se pode dar ao luxo de não funcionar sendo um sistema crítico, funciona maravilhosamente tão bem.

    Gostar

Trackbacks

  1. Política X Factor ou The Voice Kids | BLASFÉMIAS

Deixe uma resposta para Churchill Cancelar resposta