Afinal, quem realizou a descolonização?
11 Outubro, 2014
A resposta a esta pergunta é simples: ninguém. No início a descolonização foi vista como a página dourada onde homens como Spínola, Soares e Almeida Santos sonhavam inscrever no topo o seu nome. Depois tornou-se no facto cuja autoria ninguém reivindica e cuja responsabilidade todos enjeitam. E contudo desde os primeiros momentos que estavam reunidos os elementos para que a descolonização fosse uma tragédia mais que anunciada. – Tema de um artigo que publico hoje no Observador.
50 comentários
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1,2 milhão de mortos. É bem possível que centenas de milhar que em 1973 eram Portugueses e depois deixaram de o ser tenham morrido na violência das ideias totalitárias comunistas e o poder total que sempre querem.
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Claro, porque o tio sam nada tem a ver com isto!
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A descolonização foi feita pelos povos que se autodeterminaram pela força. O resto é treta intelectual de ressabiados.
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Mais de um milhão tiveram de fugir para o “puto” com a roupa que tinham no corpo. Muitos outros não tiveram tanta sorte e não chegaram a ter tempo para fugir… Conheci um bom número de uns e dos outros. E este pulha deste ‘Julio’, deste comuna de merda, não tem vergonha na puta da cara para lançar aqui um vómito tão miserável. Execrável, este este fdp.
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Com este tipo de comentários (tolerados) o Blasfémias arrisca-se a ter mais leitores que o Correio da Manhã. Blasfémia não envolve ofensa grave a outros participantes de um espaço público. Convém distinguir e gradar os diferentes pecados da língua!
http://pt.wikipedia.org/wiki/Blasf%C3%A9mia
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Povos? meio milhão que fugiu não tem direito a terra?
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Chamo-te atrasado mental para não ter que te chamar filho de puta, porque a tua mão não tem culpa do pulha que pôs no mundo.
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Vcs não percebem o dicionário dos Júlios. Nele autodeterminação é sinónimo de de imperialismo e neocolonialismo soviético-comunista.
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Não vos chegavam os criadinhos negros? Ainda queriam os campónios brancos da metrópole a servir-vos de guarda?
Tenham vergonha na cara e estejam calados.
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> “Não vos chegavam os criadinhos negros?”
Típico vómito do “instinto das tripas” de que o Prof. António José Saraiva identificou no seu inesquecível artigo “O 25 de Abril e a História”.
Esses que denomina de negros eram, de facto, portugueses que foram abandonados e assassinados na sequência dos que “sem nenhum motivo para isso, fugiram como pardais, largando armas e calçado, abandonando os portugueses”.
Comiserações fingidas e não sentidas – para consumo dos sentimentais desinformados – são a prática corrente da auto-justificação da ignomínia reles e torpe. Tanto assim que nada fizeram por esses “criadinhos” exterminados que nem tordos – muitos deles morreram a salvar os por si detestados “campónios brancos” – e sem indignação destes iluminados letrados na justificação da cobardia da verminose das tripas.
Esses “criadinhos” e “campónios” não estavam possuídos da verminose das tripas do “bando de lebres espantadas [que] recebeu o nome respeitável de «revolucionários»”.
Que, como se vê, adoram continuar a limpar as mãos à parede…
Pelo menos Narciso ainda se conseguia ver ao Espelho…
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Nunca percebi este artigo:
“CAPÍTULO II
Dos crimes de responsabilidade de titular de cargo político em especial
Artigo 7.º
Traição à Pátria
O titular de cargo político que, com flagrante desvio ou abuso das suas funções ou com grave violação dos inerentes deveres, ainda que por meio não violento nem de ameaça de violência, tentar separar da Mãe-Pátria, ou entregar a país estrangeiro, ou submeter a soberania estrangeira, o todo ou uma parte do território português, ofender ou puser em perigo a independência do País será punido com prisão de dez a quinze anos. “
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Sem querer comparar, e apenas para não deixar esquecer, o engenheireiro corrupto com veia para a filosofia bichânica parisiense e com mais de 380 milhões em off-shores comprovados por papéis, entregou à “u”.e., no maldito tratado de Lisboa, em 2007, os direitos sobre os micro-organismos que venham a ser descobertos na plataforma continental alargada PORTUGUESA.
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Traição com dez a quinze anos? Isso devia resolver-se definitivamente em dez a quinze segundos, mas vivemos num país em que os intelectualóides citam “Roma não paga a traidores” como se a frase se aplicasse aos que traíam Roma, em vez de aos que traíam outrém em favor de Roma.
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A descolonização foi feita pelos povos que se autodeterminaram pela força e pela esquerdalha vermelha que momentaneamente mandou em Portugal. O resto foi só uma tragédia para o milhão de portugueses que tiveram que abandonar tudo à pressa e fugir para Portugal e várias guerras civis com mais de 1 milhão de mortos. Só um imbecil se pode referir a estas tragédias como uma treta de intelectuais ressabiados
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> “A descolonização foi feita pelos povos que se autodeterminaram pela força. O resto é treta intelectual de ressabiados”
Revisão literária para incautos:
A descolonização foi feita pelos ressabiados que se autodenominaram Vanguarda do Povo pela força da estultice do ódio invejoso. O resto é treta intelectual de Elites, balofas de gases das suas cloacas mentais. À Grandeza as elites endeusam a Torpeza do “instinto das tripas”.
E, como se vê, adoram continuar a limpar as mãos à parede… Pelo menos Narciso ainda se conseguia ver ao Espelho…
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Há uma quantidade de mitos sobre a “descolonização exemplar”.
Um deles, por acaso aqui citado, é que foi a corajosa luta dos povos.
Gostaria de explicar o seguinte:
O conceito de povo enquanto sinónimo de Nação não se pode aplicar em África.
Moçambique (é apenas um exemplo) é constituído por uma dezena de “povos” que nada têm de comum a não ser o facto de se detestarem solenemente, não falarem a mesma língua e terem religiões diferentes.
Só uma coisa os unia ao de leve, falarem todos português mal ou bem.
O que aconteceu a seguir e o que ainda está a acontecer não era preciso consultar a Maya para o adivinhar.
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Ora bem. Eles também sabem disso mas fazem de conta que os Ajáuas são o mesmo que os Macondes, Macuas ou qualquer outro. Isso não importa para o materialismo-dialéctico em que os fins justificam os meios. No caso falar em povo moçambicano é apenas reconhecer o mapa colonial. E o resto são tretas de ignorantes mal intencionados.
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Obrigado.
Completou, perfeitamente, o meu raciocínio.
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O Partido Comunista (ala militar) foi o principal responsável pela trágica descolonização.
Aos que tiverem duvidas leiam na Torre do Tombo ( se obtiverem autorização) o espolio documental de Melo Antunes… Posso dar-vos conta da acção do “nosso” Embaixador em Moçambique!
Para todos os FDP críticos dos retornados… é bom que saibam que mais de 40% eram constituídos por ex-militares e familiares que optaram por ficar nas colónias.
…
Pessoalmente, sempre me gabei de ter ajudado a contribuir para o “roubo” nacional, sem o qual 90% da população portuguesa ou imigrava ou morria à fome.
É por essa e por outras que esta mer*** está nas mãos dos Angolanos e Chineses!
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A verdade condensada em poucas palavras. Para quando a criaçao de uma comissao da verdade sobre a “descolonizaçao”??
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…
“Quanto à descolonização, havia trunfos para a realizar em boa ordem e com vantagem para ambas as partes : o Exército Português não fora batido em campo de batalha; não havia ódio generalizado das popilações nativas contra os colonos; os chefes dos movimentos de guerrilha eram em grande parte homens de cultura portuguesa (…)
…
As possibilidades eram ou acordo entre as duas partes, ou, no caso de este não se concretizar, uma retirada em boa ordem, isto é,escalonada, ordenada e honrosa.
Todavia, o acordo não se ralizou , e retirada não houve, mas sim uma debandada em pânico, um salve-se-quem puder. Os militares portugueses, sem nenhum motivo para isso, fugiram como pardais, largando armas e calçado, abandonando os portugueses e africanos que confiavam neles.
Foi a maior vergonha de que há memória desde Alcácer Quibir.
…
Pelo que agora se conhece, este comporamento inesquecível e inqualificável deve-se a duas causas. Uma foi que o PCP, infiltrado no Exército, não estava interessado num acordo nem numa retirada em ordem, mas num colapso imediato que fizesse cair esta parte da África na zona soviética. O essencial era não dar tempo de resposta às potências ocidentais (…).
…
Os agentes do MFA exploraram e deram cobertura ideológica a esse instinto das tripas, justificaram honrosamente a cobardia que se lhe seguiu. Um bando de lebres espantadas recebeu o nome respeitável de “revolucionários”. E nisso foram ajudados por homens políticos altamente responsáveis, que lançaram palavras de ordem de capitulação e desmobilização num momento em que era indispensável manter a coesão e o moral do Exército (…).
…
Neste caso atropa foi atraiçoada pelo seu próprio comando e por um certo número de políticos inconscientes ou fanáticos, e em qualquer caso destituídos de sentimento nacional.Não é ao soldadinho que se deve imputar esta fuga vergonhosa, mas aos que desorganizaram conscientemente a cadeia de comando, aos que lançaram palavras de ordem que nas circunstâncias do momento eram puramente criminosas. ”
António José Saraiva, DN de 26-1-79
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A verdade condensada em poucas palavras. Para quando a criaçao de uma comissao da verdade sobre a “descolonizaçao”??
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Tão nojenta como a treta da “descolonização exemplar” é a orfandade de uma certa direita que ainda acredita que, numa era de comunistas colonizadores e de americanos hipócritas, era possível manter o mito do “Minho até Timor”. Tudo começou com o azeiteiro do Salazar e acabou com o burguesito do Soares.
Além do mais, quem adjectiva a descolonização portuguesa como uma tragédia, não percebe um c****** de história.
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Entao conte la’ essa historia….
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Ponto de ordem – A tragédia em que se transformou a descolonização:
a) Na cegueira ou estupidez, dos detentores do poder político, após três/quatro anos de reposição da ordem nos confins do Império;
O necessário e suficiente, para iniciar negociações em posição sustentável ainda;
b) Cegos ao papel do insuspeito General De Gaulle, aqui ao lado, com a Argélia e a recuperação da França; e a Bandung…e à ONU…
c) Na cegueira do ‘poder’ militar, os generais, incapazes de verem para lá das suas deformações profissionais ou profissional-políticas;
d) Na falta de coragem de Marcelo Caetano, em não ter sabido avançar para um princípio de entendimento;
e) Na (i)maturidade dos capitães, que perante a falta de consciência dos generais, foram levados ao golpe de estado.
x) Depois, com o poder popular à solta na capital do império…o caos.
PS: sentido de nação em África? Qual era o sentido de nação aqui na ‘metrópole’, ao tempo de Afonso Henriques?
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Quem realizou? O PCP que cumpriu à risca o guião que Cunhal foi buscar a Moscovo.
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A “descolonização” poderia ter seguido outro rumo.
Sem uma capitulação e retirada militar imediata.
Sem a entrega pura e simples dos territorios a grupos terroristas totalitarios.
Existiam outros partidos politicos com dirigentes, muitos deles negros, e programas moderados.
O problema foi o que se passou em Portugal, com Spinola e outros moderados a serem neutralizados e ultrapassados pelos sectores mais à esquerda do MFA.
Foi uma tragédia para centenas de milhares de luso-africanos e, ainda mais, para as populações “indigenas” das colonias.
Mas agora, 4 décadas depois, o mundo deu muitas voltas, são aguas passadas ….
Grande parte dos protagonistas, de parte e doutra, ja desapareceram ou estão a desaparecer.
O que se pode ainda salvar e promover é um relacionamento priveligiado de Portugal com as ex-colonias.
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….com 40 anos de atraso….
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Foi no que deu fazer filhos em mulher alheia.
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Cunha Leal o beirão de Penamacor, com conhecimento de causa,nos anos 20 apontou o caminho que se revelou o caminho certo, mas os belmiros de então correram com ele e a descolonização deu no desastre que ele anunciou . Mas os belmiros de hoje ganharam com isso.
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Dona Helena, quer outro desconhecido? Aqui vai, Ezequiel de Campos! Dona Helena conhece?
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Em 2056 far-se-á um bom manual da História da descolonização. Até lá, as opiniões fervilham e as vísceras estão ao rubro! Deixo todavia o que penso arriscando-me a ser varrido por um pelotão de ex-combatentes munidos de metralhadoras lexicais.
Portugal foi o último país da Europa a descolonizar, e como fê-lo tarde e devido à intransigência política do Estado Novo em encontrar soluções intermédias, não me parece que a descolonização pudesse ter sido realizada de outra forma. O processo foi duro e penoso, principalmente para os retornados que precisaram de refazer por completo a sua vida. O que me indigna, é que esses países africanos estão longe de ser soberanos. A soberania dessas regiões, que era exercida por Portugal de forma oficial, administrativa e institucionalizada, passou para as mãos das duas potências da Guerra Fria, que pouco mais se preocuparam em sugar recursos petrolíferos e diamantíferos, financiando e alimentado com luxos elites corruptas, guerras civis e ignorando por completo o sofrimento do povo.
E ouso ainda comparar moralmente a intervenção da URSS e EUA. Enquanto os EUA se limitavam a financiar as guerrilhas com armamento em troca de diamantes e promessas futuras de petróleo, como fizeram em Angola com Holden Roberto e posteriormente com Savimbi, os russo além disso, preocupavam-se em dar formação académica aos africanos, tendo-se formando na Rússia vários quadros africanos que depois deveriam regressar aos seus países para os desenvolverem. Foi isso que se passou com José Eduardo dos Santos, que se formou em Baku, antiga União Soviética.
De resto, posto isto, quaisquer comentários futuros sobre a temática, não passam de lirismos saudosistas! Esses países fazem parte dos PALOP e têm boas relações diplomáticas com Portugal, tendo mesmo alguns fortes relações económicas.
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João Pimentel Ferreira : “não me parece que a descolonização pudesse ter sido realizada de outra forma.”
Portanto, deduzo que concorda que as novas autoridades portuguesas (já não era o “Estado Novo”) fizeram bem em entregar cada um dos territorios e respectivas populações, sem qualquer consulta e sem qualquer transição democraticas, a um unico partido que na altura não oferecia qualquer duvida quanto ao respectivo programa ditatorial e totalitario.
Não era necessaria uma grande perspicácia para perceber o que se iria passar de seguida : ainda as tropas e autoridades portuguesas não tinham deixado os territorios, já os novos tiranos estavam a prender e a matar todo o tipo de pessoas que consideravam terem colaborado com a administração portuguesa ou poderem vir a ser alternativas ou opositores politicos.
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Infelizmente em 1974, já três décadas depois da independência de muitos países de África, tendo as nossas ex-colónias sido as últimas a obter a independência, parece-me que Soares & companhia não podiam ter feito muito mais; pelo menos algo que essas mesmas elites africanas aceitassem. Repare que a solução que deixa velada, apenas existiu na África do Sul e começou a ser idealizada desde finais do séc. XIX.
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Joao Ferreira: não branqueie os factos. Estude um pouco mais. Leia o Depoimento, a entrevista de Alpoim Galvão ao Sol, o papel do Pcp, PS e MFA… tendo este 3 últimos feito uma gestão caótica e desastrosa.
Não branqueie. Em 2065 vai ser esconjurada toda uma geração de políticos…
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E o que é que sugeria que fosse feito? Tudo o que não fosse a total independência desses povos, seria resolvido com a continuação da luta armada? Acha que em 1974 e doravante haviam condições políticas para continuar a enviar militares portugueses para o ultramar? Quase todas as desconolizações em África no pós-guerra foram desastrosas, à exceção das que foram feitas com tempo; exatamente porque estavamos no climáx da Guerra Fria.
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JPF,
Claro que não existiram “condições politicas para continuar a enviar militares portugueses para o utramar”.
Mas isto porque em Portugal o poder foi dominado por aqueles sectores que tinham a intenção consciente e deliberada de forçar uma entrega incondicional das colonias aos tais partidos marxistas e retirar de imediato a tropa portuguesa.
Se não tivesse sido assim, se os sectores mais moderados da nova situação em Portugal tivessem preponderado, então teria sido possivel levar a cabo um processo de transição democratica e inclusiva de todas as comunidades e tendencias politicas existentes no territorio.
Não teria sido um simples passeio, teriam existido dificuldades e contratempos, teria tido custos e esforços para Portugal, mas o resultado não poderia ter sido pior e mais vergonhoso e indigno do que aquele que acabou por acontecer.
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Se existiu na Africa do Sul, que por sinal “descolonizou” ainda mais tarde, mas mesmo que não tivesse existido, podia e devia ter sido feito algo do género (não necessariamente identico).
O que não se devia era ter optado pela pior das soluções … como se viu de seguida … a realidade superou as piores expectativas.
As ditas “elites africanas” eram apenas uma parcela minoritaria, por sinal nem sempre tão “elite” e tão “africana” como isso.
Essas “elites” já antes do 25 de Abril de 1974 e das independencias tinham começado a afastar inumeros outros quadros africanos mais moderados.
Mas depois de terem o poder absoluto nas mãos, então é que não perderam tempo nem foram por 4 caminhos para neutralizar e eliminar fisicamente todos aqueles que, sendo mais ou menos defensores de uma independencia total ou de uma mera autonomia, apareciam como sendo sobretudo favoraveis a vias mais democraticas e inclusivas.
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Agostinho Neto era médico, Eduardo dos Santos é engenheiro, Savimbi consta que se graduou na Suíça, logo, para o panorama académico africano de então, e até de Portugal no geral, podiam ser considerados elites, até porque dirigiam movimentos clandestinos de independência. Claro que houve interferências políticas e funestas, mas essas foram essencialmente por parte das potências da guerra fria, como se constatou de forma cristalina pelas guerras civis em Angola (MPLA/UNITA) e Moçambique (FRELIMO/RENAMO)
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Eu não disse que esses e outros militantes dos grupos independentistas não podiam ser considerados “elites”. Disse que representavam apenas uma pequena parte das elites africanas desses territorios. Basta ver que muitos outros ou foram presos e mortos ou tiveram de se exilar. Estas outras elites, tendencialmente mais moderadas, poderiam ter desempenhado um papel importante num processo de mudança controlado e faseado para algo que teria certamente sido bem melhor do que acabou por acontecer na sequencia da entrega do poder, imediatamente e sem condições, a partidos com projectos extremistas e totalitarios.
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Eu percebo o seu ponto, mas a radicalização e o extremar de posições, como ficou bem de ver, deveu-se às potências da guerra fria, que teve como consequência tudo o que referiu na sua mensagem.
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A “guerra fria” tem as costas muito largas … E não é correcto por os EUA, uma sociedade aberta, e a URSS, um totalitarismo, no mesmo plano.
Os EUA cedo pressionaram as autoridades portuguesas para que iniciassem um processo de autonomia e descolonização com tempo e faseado. Infelizmente, o “Estado Novo”, como ditadura nacionalista que era, manteve-se inflexivel até ao fim.
A URSS deu vida e apoiou movimentos totalitarios preparados para uma longa guerra de guerrilhas e para aplicarem a receita das “democracias populares” logo que a oportunidade de proporcionasse. Foi uma pena o fim da URSS e a crise dos comunismos não ter acontecido ainda antes do 25 de Abril de 1974. Quase certamente tudo teria sido bastante diferente (como foi, por exemplo, na Africa do Sul).
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O caro Fernando faz parte das elites intelectuais que só lê os livros de história nas páginas pares. O que foi a RENAMO e a UNITA? Ou o FNLA que chacinou milhares de colonos brancos nos famosos massacres do norte de Angola de 1969 que deram início à guerra colonial? Quem é que apoiava Holden Roberto? Quem apoiou Savimbi? Que fazia Carlucci por Lisboa? Diria que é ao contrário no plano moral, enquanto a URSS ainda dava formação académica superior e gratuita aos seus apoiantes (sabia que Isabel dos Santos tem mãe Russa?), os EUA sempre pragmáticos como são preferiam apoiar mercenários sem escrúpulos como Holden Roberto.
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referia-me a 1961 e não 1969
Face à brutalidade do levantamento, cujas imagens correm mundo, Holden Roberto, em Nova Iorque – onde, no Conselho de Segurança, os Estados Unidos votam, nesse mesmo dia, pela primeira vez, contra a política colonial portuguesa – hesita na reivindicação dos ataques. “Vi imagens que não me agradaram”. “Fomos ultrapassados”, dirá na série A Guerra. Mas acaba por assumir a autoria, aparentemente por receio de que o rival MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola, o partido no poder desde a independência) o fizesse, como acontecera com o 4 de Fevereiro em Luanda.
Os ataques e o medo prolongam-se muito para além dos primeiros dias. Os fazendeiros isolados procuram refúgio em núcleos populacionais maiores. “Sempre que possível, normalmente em pequenas vilas e lugarejos, os colonos e as forças de segurança locais criavam milícias para se defenderem enquanto esperavam pela chegada da polícia e das tropas regulares”, segundo Ribeiro de Meneses. Mas “passaram-se semanas sem mudanças significativas no terreno e com as autoridades a temerem revoltas violentas noutras regiões de Angola – fosse em Cabinda, fosse no Sul”.
in: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/angola-1961-o-terror-macico-e-cru-1484923?page=-1
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Li o artigo de Helena Matos no Observador e admiro a clareza com que expoe muito da traiçao feita a Portugal, por gente vendida ao regime sovietico. Pese embora a negaçao, todo o percurso da entrega do Ultramar foi acordada entre Soares e Cunhal em Paris, no ano 1973, aos movimentos controlados pela URSS atravez do PCP.
Seguiram o guiao e fizeram de Moçambique (em 74) a cobaia do que se ia passar a seguir em Angola (75).
Muito mais ha’ para dizer e de um facto nao se libertam: Foram traidores e assassinos!!!
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Culpar apenas o regime soviético e os “vermelhos” da má descolonização, é uma falta de rigor histórico inqualificável, de alguém que deixou corromper a sua análise científica pelos sentimentos ideológicos. O que foi a RENAMO e a UNITA? Ou o FNLA que chacinou milhares de colonos brancos nos famosos massacres do norte de Angola de 1969 que deram início à guerra colonial? Quem é que apoiava Holden Roberto?
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Muito bem!
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Muito bem!
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A FNLA e a UNITA, tal como o MPLA, foram efectivamente grupos nacionalistas extremistas e terroristas. Mas o caro João está enganado, não foram apoiados pelos EUA : a FNLA foi apoiada pelo Congo de Mobutu, pela China e pela Roménia ; a UNITA foi apoiada pela China.
Qualquer deles não era boa rez.
Mas, naturalmente, evoluindo, abandonando a violencia, cada um poderia ter tido o seu papel numa competição politica aberta e pacifica no ambito de um processo politico-institucional organizado e enquadrado pelas autoridades portuguesas e com apoio doutras instancias internacionais.
Não foi o que aconteceu.
As novas autoridades portuguesas saidas do 25 de Abril desde cedo optaram por favorecer e entregar a poder unicamente ao MPLA.
Acontece que tanto a FNLA como a UNITA não aceitaram e resistiram e por isso Angola teve uma longa guerra civil.
Durante esta guerra civil o MPLA foi directamente e substancialmente suportado pela União Soviética e por Cuba, neste caso inclusivamente com forças militares no terreno.
Procurando impedir a consolidação de mais um regime comunista às suas portas, o regime branco da Africa do Sul apoiou a FNLA e, sobretudo, a UNITA. A natureza anti-comunista desta aliança levou igualmente a que alguns sectores mais conservadores nos EUA tivessem dado algum apoio financeiro. No entanto, o governo norte-americano não interveio directamente nesta contenda. Mas se o tiver feito, nomeadamente por intermédio da CIA, não é nada de espantoso tendo em conta que se estava ainda em “guerra fria” numa zona em que a URSS estava fortemente activa. Não nos esqueçamos ainda que a UNITA foi também apoiada pela Internacional Socialista e, em particular, pelo PS português.
Quanto à RENAMO, em Moçambique, não existia sequer antes do 25 de Abril ou mesmo durante a nos anos imediatos apos a independencia.
Também em Moçambique, as autoridades portuguesas entregaram directamente e sem condições o poder à FRELIMO, um partido totalitario de tipo maxista-leninista.
A Renamo aparece depois, por sinal com varios dissidentes da Frelimo descontentes com o rumo que o pais estava a seguir. Ou seja, a principal razão para o aparecimento da Renamo foi a politica de exclusão e repressão por parte da Frelimo.
É verdade que, ainda no contexto da guerra fria, e tal como os grupos não alinhados pela URSS em Angola, a Renamo beneficiou de apoios por parte da Africa do Sul, ameaçada pelos paises da chamada “linha da frente”, e de ambientes conservadores anti-comunistas na Europa, incluindo Portugal, e nos EUA.
O que é certo é que tanto em Angola como em Moçambique longas e violentas guerras civis, recheadas de atrocidades, um grande numero de vitimas civis e uma imensa destruição de bens e recursos, foram uma das consequencias mais nefastas da “descolonização exemplar” feita pelas autoridades portuguesas !
PS 1 : Os massacres de colonos brancos no Norte de Angola que deram inicio à guerra colonial não foram em 1969 mas sim em 1961.
PS 2 : O numero de estudantes das ex-colonias na URSS e noutros paises comunistas foi muito elevado sobretudo depois das independencias. Antes do 25 de Abril de 1974, uma grande parte das futuras “elites”, e em particular dos futuros militantes e dirigentes nacionalistas, estudou em … Portugal (grande parte deles passou pela “Casa do Imperio”) !… Muitos outros estudaram nos Estados Unidos, muitas vezes para ali encaminhados pelas igrejas protestantes. Foi, por exemplo o caso do fundador da Frelimo, Eduardo Mondlane (já agora, como vejo que se interessa por este tipo de detalhes biográficos, sabia que até casou com uma americana ?…).
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E seu sou a abelha maia
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/angola-1961-o-terror-macico-e-cru-1484923?page=-1
http://books.google.pt/books?id=SExRAgAAQBAJ&pg=PT125&lpg=PT125&dq=FNLA+apoiados+EUA&source=bl&ots=jYjAs1d3oZ&sig=kd9cDapYlDpHC90Q-1UHup8NzBE&hl=pt-PT&sa=X&ei=lks8VJHLFYL8aNylgSA&ved=0CDEQ6AEwAw#v=onepage&q=FNLA%20apoiados%20EUA&f=false
Quer mais fontes?
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A UNITA foi várias vezes convidada ao diálogo, mas nunca aceitou, preferiu sempre o conflito armado. Nas eleições democráticas dos anos 1990, com Angola repleta de observadores internacionais que confirmaram que as eleições haviam sido limpas, a UNITA acusou o MPLA de fraude eleitoral e voltou à luta armada. Como digo, o caro Fernando lê apenas a parte da história que lhe interessa. Longe de mim defender os leninistas, mas colocar o tio sam no pedestal da santidade já mete dó na parcialidade do seu argumentário, perdoe-me a frontalidade.
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Pelos vistos o João cansou-se de discutir aqui argumentos e passou a listar links e a fazer considerações laterais e “ad hominem”.
Boa noite.
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Perdão, não quis ofendê-lo, mas acho que já dirimimos os nossos argumentos. Como somos pessoas de bem e de Paz, nenhum de nós precisa de fazer levantamentos armados, mesmo que lexicais, para impor a nossa opinião sobre os outros.
Atentamente
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