não há meias grávidas
Sobre o estado em que Portugal se encontra hoje, em 2015, comparado com a situação em que estava em 2011, só há duas respostas possíveis: ou está pior ou está melhor. António Costa acha que está melhor e tem razão, apesar de Portugal continuar ainda mal, o que também ninguém nega.
Perante este dado objectivo, que até o líder da oposição não conseguiu deixar de reconhecer, outra questão se levanta: Portugal, apesar de estar melhor do que em 2011, podia estar muito melhor do que está hoje, se outras políticas, diferentes das do actual governo, tivessem sido postas em prática? Não sabemos, e António Costa é completamente omisso a este respeito, porque se recusa a explicar-nos como é que um eventual futuro governo liderado por si resolverá as questões que fazem ainda de Portugal um país problemático. Desde logo, o problema do pagamento da dívida pública, sobre o qual ele tem dito que não se pode precipitar, por falta de informação. Isto significa, por outras palavras, que António Costa não sabe se Portugal poderia estar hoje melhor se outras políticas tivessem sido seguidas, porque não sabe sequer ainda que políticas poderá aplicar ao país daqui por meio ano.
Por último, existe uma terceira questão importante, sobre a qual António Costa poderá ser mais conclusivo: se Portugal estava, em 2011, pior do que está hoje, como estava o país nessa altura e quem foram os responsáveis por o deixar assim? Será que António Costa vai enjeitar responsabilidades, apenas pelo facto de ter sido um governo do seu partido a chamar a troika? Será que ele quer convencer os portugueses que foi o chumbo do PEC IV (o que era anterior ao V) que precipitou a falência do país? Ou optará pela solução portuguesa clássica nestas ocasiões, segundo a qual a culpa nunca tem marido e morre sempre solteira?
Talvez fosse conveniente, para um homem que quer ser primeiro-ministro de Portugal daqui por seis meses, esclarecer os eleitores sobre estes assuntos. E de modo claro e inequívoco, porque, estas coisas de falências são como com as senhoras que querem ter filhos: não há meias grávidas. Ou estão ou não estão.

excelente post
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Não é apenas o Antonio Costa que reconhece que Portugal está melhor que há quatro anos. Outro importante dirigente socialista corrobora o Antonio Costa:
“O deputado do PS concorda com as palavras de Costa e diz que a “situação é hoje melhor do que há quatro anos porque o contexto europeu mudou”. Mas defende que o PS precisa de um programa em breve.”
http://observador.pt/2015/02/27/francisco-assis-o-ps-tem-de-ter-um-programa-o-mais-depressa-possivel/
Só difere do Costa nos autores deste “milagre económico”. O Costa pensa que foram os chineses que tiraram Portugal do buraco em que ele o colocou. Ele, o próprio Antonio Costa, co-autor da governação Sócrates. Já o Francisco Assiz acha que Portugal está melhorar graças… Á Europa.
Daí que se coloca o problema. Para consumo interno, a austeridade falhou assim como as políticas europeias. Daí que ficaram muito entusiasmados com a eleição do novo governo grego. Para consumo externo, Portugal está melhor, dependendo de quem os está a ouvir. Ora, graças ao investimento chinês, ora graças às políticas europeias.
Infelizmente este PS é uma completa confusão. Não podem negar a queda no número de desempregados, um novo ciclo de crescimento e até juros historicamente baixos porque os investidores externos confiam muito mais neste governo do Passos Coelho. Mas também não podem admitir que o Passos Coelho está a sair-se bem como Primeiro-Ministro e está a fazer muito melhor do que eles fizeram quando estiveram no poder. Daí que, um dia dizem que Portugal está no bom caminho e no outro, que isto está uma desgraça.
Antonio Costa vai perder as eleições porque não foi capaz de se mostrar melhor que o Seguro, com a agravante de arrastar atrás de si o compadrio, o tráfico de influências e o pior que a política Portuguesa tem.
O que diz o Marinho Pinto sobre António Costa:
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Se o país está tão melhor, porque é que a maior parte das pessoas que conheço está cada vez pior ?
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Ah, já sei. Ainda não estamos tão perto das eleições. Quando estivermos, vocês devolvem-nos cinco tostões, para nos tirarem 50 000 depois das eleições.
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Nuno Magalhães,
Em 2011, o Estado português estava a semanas de não ter dinheiro para pagar pensões de reforma, salários da Função Pública, subsídios de desemprego, fornecedores, credores, …
Em 2015, não há a mais pequena dúvida de que o Estado português vai continuar a poder pagar pensões de reforma, salários da Função Pública, subsídios de desemprego, fornecedores, credores, … durante alguns meses (a situação pode mudar – para melhor ou pior – com o tempo).
Tendo em consideração que o Estado somos nós, o Nuno acha que estamos (nós, o Estado português) agora melhor ou pior do que estavamos em 2011?
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“Sobre o estado em que Portugal se encontra hoje, em 2015, comparado com a situação em que estava em 2011, só há duas respostas possíveis: ou está pior ou está melhor.”
Isso é assumir que “estar melhor” ou “estar pior” são avaliações mono-dimensionais e consensuais. Qualquer das duas proposições é falsa: existem varias dimensões em que Portugal estará melhor, e várias dimensões em que estará pior.
Por outro lado mesmo dentro destas dimensões algumas avaliações são subjetivas e/ou prospectivas: por exemplo, Portugal está pior ou melhor em relação à sustentabilidade da divida? Não existem avaliações objetivas sobre esta dimensão, que é uma das mais facilmente quantificáveis.
Finalmente, obviamente a importancia a atribuir a cada dimensão numa avaliação conjunta de “melhor” ou “pior” vai variar de pessoa a pessoa.
Portugal está diferente de 2010? Está. Isso é uma afirmação objetiva e consensual. Houve coisas que melhoraram? Sim, penso que também pode ser consensual. Houve coisas que pioraram? Sim, também é verdade. Poderia estar diferente do que está? Penso que sim, embora a amplititude dessa diferença (e em que dimensões) seja discutivel. Mas é aí que se verificam as opções políticas.
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Portugal está pior.
Não há possibilidade de dúvidas algumas sobre tal:
Tem mais dívida, o Estado tem mais poder, É mais opressivo. Arroga-se de controlar cada vez mais aspectos da vida dos portugueses.
O facto da Oposição ser ainda pior, especialmente os “comentadores” sendo adeptos de “Cultos de Carga” não muda nada da leitura que se deve fazer do país.
Nem vou falar da oportunidade perdida para sair do socialismo, porque isso assume que o PSD e CDS estão contra e é falso. O S nos seus nomes diz tudo.
É como um doente onde alguns medicamentos fazem efeito mas não estancam a evolução da doença.
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O Blasfémias anda muito eufórico nos últimos dias. Faço um apelo para que informem A.Costa e PPCoelho dos dados referidos abaixo, relativos aos últimos 4-5 anos. Vá lá, não custa nada e podem sempre dizer que é um serviço privado prestado sem custo 🙂
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Valores e juros da Dívida Pública
Desemprego
Emigração
Crescimento do PIB
Rendimentos de Trabalho e de Pensões
Evolução dos Impostos (IVA, IRC, IRS)
% de Pessoas a viver em Situação de Pobreza
Relação ricos-pobres quanto a Rendimentos
Situação na Saúde, Educação e Justiça
Número de Orçamentos apresentados
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ps: não precisam de se preocupar com a taxa de juro das últimas “idas a mercado”. O BCE ajuda.
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Ah o Portela considera que o dinheiro pedido emprestado pertence aos portugueses.
Não só não é preciso pagar como deveríamos continuar a pedir mais de 20 mil milhões de euros ano.
Portela é só mais um especulador financeiro como a maioria dos Esquerdistas.
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lucklucky, és um direitista bacano 🙂
mas o meu apelo era para darem a informação a ACosta e PPCoelho .
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Lucklucky, a única coisa que quero de ti – como és um tipo influente no Blasfémias – é que movas as tuas influências para o vitorcunha e a helenafmatos me retirem da lista dos “escorraçados dos comentários”.
Sim, porque o Blasfémias é um blog liberal 🙂
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diferença pode ser definida enquanto “Excesso de uma grandeza ou quantidade, em relação a outra”.
Logo, o que está em causa em Portugal segundo ACosta será um excesso de bloco central. We want our boys back (and the jobs )
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