Eu faço e aconteço
Uma das grandes alegrias de ser português reside no espectacular destaque dado pelos habitantes da vila mediática à eleição do busto, tão mais espectacular quanto os habitantes do resto do país ignoram este destaque. O Presidente, figura meramente decorativa a que se exige apenas um mínimo de decoro – por exemplo, não partilhar selfies em biquini às bolinhas rosa no Instagram – e inteligência mediana de típico embaixador em país amigo, detentor de um cargo não-executivo, é a figura que vai a cimeiras sempre iguais sobre os mesmos temas que não atam nem desatam – graças a Deus – e que, em casa, repete com afinco “eu estou atento” sem pensar perante toda e qualquer insignificância que atraia a atenção da população da vila mediática. É um prémio carreira ou, visto de um prisma cínico, um talhão no Panteão sem ter que saber jogar à bola.
É admirável que, para um cargo não-executivo, tanta gente se apresente disponível com frases como “o que eu faria”. Não farias nada, pá; e ainda bem. Sendo uma eleição a que qualquer um com mais de 35 anos pode concorrer (o que exclui, à partida, o potencial para um concorrente daquelas causas loucas como o veganismo por já ter batido as botas com défice proteico), é terreno livre para derrotados à partida, que conseguem na campanha atenção para a sua causa de eleição, como o elevador que não funciona no condomínio ou o alargamento da época de caça à perdiz; estes são os candidatos compreensíveis: os que aparecem durante dois meses, entram para o cânone crescente de tresloucados com ideias para o país e eclipsam-se, de regresso ao taxi mas agora com uma conta no Twitter do tipo @RodovaldoFagundes_PR2016 e uma bandeira made in China cheia de vincos.
No entanto, que apareça tanta gente disponível sem diagnóstico confirmado de maluco e que afirme ter ideias para o país é algo me preocupa. Digo-o com toda a sinceridade. Não me recordo sequer de campanhas anteriores com um candidato ideal, alguém que se limita a prometer usar uma tesoura do distrito de Portalegre para cortar fitas ou filigrana de Gondomar na lapela para o entediante discurso do 25 de Abril perante a multidão geriátrica à rasquinha da próstata. Seria pedir demais aos candidatos para limitarem as promessas ao que realmente interessa que é, tão somente, “eu vou parecer um Presidente”?

Já um Rei tería, ao menos, alguma “patine”…
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Teria, e não “tería”…
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felizmente a múmia não se pode re-candidatar…
encaixa perfeitamente no retrato traçado…
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Já o Costa não diz que faz nem que acontece, mas adverte e avisa, que é uma coisa muito mais útil, bem preparada e inteligente!
http://economico.sapo.pt/noticias/costa-avisa-que-proximo-governo-nao-pode-depender-da-vontade-do-presidente-da-republica_215674.html.
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Depois de pedir a demissão deste governo e convocação de eleições antecipadas, pede que o próximo, que ele presume vir a presidir, não dependa do PR, uma vez que será eleito pelo povo. Presume-se que o actual governo foi eleito por marcianos.
Vai ter que alterar a CRP ou eleger um molusco.
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O presidente da república é assim a modos que um farrapo como a bandeira, que aparece em dias de festa à varanda ou num pau. O curioso é que o maior divulgador da bandeira foi um brasileiro, de nome Scolari, Já divulgar o presidente, nem com penaltis.
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Bom comentário.
Só não “percebo” porque é que os partidos querem tanto um “farrapo” dos seus em Belém…
Infelizmente a maioria dos tugas têm no cérebro futebol mais futebol e pouco mais do que futebol. E por ele manifestam o seu “nacionalismo” e amor à Pátria. Talvez porque também JSampaio-PR afirmou que o Euro 2004 era “um desígnio nacional”…
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Para divulgadores de bandeiras há um campeão, mas não é Português.
Chama-se (Comandante) Maduro, natural da Venezuela, e um espanto de
clone do também Comandante Hugo Chávez.
Acrescento, também de O.Salazar com o seu Deus, Pátria, Família. Uma delícia
saborear os seus imensos discursos à maneira de Fidel de Castro.
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Bom post.
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Não seja assim, ó Vítor.
O presidente ainda tem um ou dois poderes discricionários, a saber: demitir o governo se considerar que as instituições andam irregulares; e, dissolver a assembleia de seis em seis meses, se acordar do lado errado da cama.
Podíamos começar por perguntar aos candidatos se acham que o Cavaco fez bem em não demitir nem Sócrates, nem Passos, e se fez bem em só disolver a assembleia depois de PS e PSD terem jurado que não conseguiam arranjar um governo que passasse na assembleia.
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Eu aviso já: se aparecer o Rodovaldo Fagundes, o meu voto é dele (na primeira volta).
PORTUGAL não te afundes
VOTA RODOVALDO FAGUNDES.
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