Quando a crise aperta a televisão desperta

A noção de TV-entretem-idiotas-e-as-massas surgiu com a TV privada. Ou preciso recordar o que foi o Big Show SIC ou o Big Brother, All you need in Love, Marés Vivas com as tetas da Pamela, ou o potente carro preto do Night? Por essa altura já dizia um amigo meu que até é erudito que a TV pública passva coisas “aborrecidas”. No tempo de Marx era a religião que alienava as massas, no capitalismo moderno é a bola e a TV (confesso que padeço de futebolofobia). Da velha trindade salazarenta, safa-se apenas o Fado. Mas não se preocupem que vêm já aí os ventos de mudança. Num relatório recente diz-se que já 95% dos portugueses tem conta no facebook! E a CNPD, após por mim inquirida, diz que não quer saber nem tem nada que saber, pois é uma empresa sediada no estrangeiro, mesmo que o facebook tenha na grande maioria dos casos dados sobre: o nome, várias fotos, a filiação, a morada, o conjuge, a profissão, a formação educativa, a cor dos olhos, a orientação sexual, o local de origem, os gostos pessoais, o nome do gato, etc. A informação da rede de amigos é para entreter totós. Ou seja, uma base dados da população tuga de meter muita inveja ao Instituto dos Registos e Notariado. Mas claro, diz o sapiente Luís que a esquerda é que é o cancro de Portugal e os estalinistas é que punham o estado a controlar as pessoas. Para quê forçar o controlo se os carneirinhos vão lá voluntariamente disponibilizar toda a informação necessária? Viva o tio Sam, que Lenine só fez mal à civilização!

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