As contas do PS
O PS tenta lavar a sua incompetência passada na gestão das contas públicas apresentando números.
Lembrando qual é o problema do PS: em 2009 (e também em 2011) foram a eleições com propostas baseadas na ideia fantasiosa de que se aumentarmos a despesa pública o PIB cresce mais e a colecta fiscal aumenta. No final tiveram que chamar a troika. Entretanto inventaram todo o tipo de justificações para a bancarrota, todas elas responsabilizando terceiros. O eleitorado ficou um bocado desconfiado da competência do PS para lidar com as contas públicas.
Agora a solução do PS para o problema do PS: apresentar uns números que alegadamente comprovam que se a despesa pública aumentar o PIB cresce mais e a colecta fiscal aumenta.
Podíamos cair na armadilha do PS e discutir estes números em detalhe. Isso implicaria andar a ver se o multiplicador da medida X é 1,3 ou 0,7, como se alguém pudesse mesmo garantir que consegue saber quais os multiplicadores. No limite, os resultados destes exercícios são impossíveis de comprovar, excepto quando já é tarde demais. A experiência dos últimos anos mostra que a economia não se comporta como o previsto pelos modelos das diversas instituições (BP, FMI etc). Mostra ainda que, se um plano tem uma componente despesista e uma componente de controlo de despesa, a primeira componente irá alem dos objectivos e a segunda ficará muito aquém dos objectivos. Os riscos de confiar em cenários que esticam a despesa certa alegando que ela será compensada com ganhos incertos são por isso evidentes.
A questão, no entanto, é política e de princípios. Acreditamos, outra vez, na visão tecnocrática de que é possível manipular a economia ajustando o consumo, e que isso não tem custos, ou não acreditamos. Se acreditamos, é tempo de tentar outra vez o que falhou durante os 10 anos que precederam a bancarrota.

Os socialistas tiveram bom mestre:
ODETE SANTOS do PCP
Dizia a ilustre comunista.
– Aumentem os ordenados, mais dinheiro nas pessoas, maior a procura, maior procura mais produção, mais produção menor desemprego, menos desemprego maior a receita…
E assim a senhora resolvia o problema do desemprego, a diminuição da dívida, melhorava o bem estar dinamizava a economia
Sócrates foi na cantiga (Interessava-lhe para meter a mão no pote) claro, trouxe a bancarrota e a troika
Será que ainda vai haver muitos a cair na armadilha do costa e do bando dos seus sábios?
GostarGostar
ninguém (julgo) mandou carlos costa anular o concurso para economista-chefe do BP porque Centeno não era do seu agrado. Digamos que este tipo de boas práticas deve ser muito popular na Venezuela de que tanto gosta. Agora aguentem-se.
Quanto à troupe de economistas da coligação – as estrelas fugiram, ao que parece – nem vale a pena perder tempo com nomes, excepto um : Jorge Bravo, o das pensões. E como as seguradoras já andam de língua de fora a babar-se. A conversa já vai em que capital e garantia é mau. Pois é…um tipo anda a poupar trinta anos, sujeito numa relação desigual aos arbítrios de um especulador e no final fica com uma mão cheia de nada. A regulação, a supervisão? fale com os emigrantes do BES. Depois como é? vai-se à caridade da sopa dos pobres? umas senhas para comprar arroz? Vá vender esse peixe à clientela da coligação, preto no branco, e verá a resposta, qualquer que seja a condição social. Não é por acaso que boa parte do pessoal que vejo por aí a fazer semelhante pregação não larga a manjedoura das universidades públicas acima do Mondego. Hayek é bom para os outros. Para eles é Keynes e do bom. Vá lá um ou outro que marchou para economias de mandioca e banana ou terras de dromedários, onde até eles são uma riqueza.
GostarGostar
As contas do neo-comuna Passos é que ninguém sabe. E país está pior. Isto é, mais endividado e vendido à estranja. Espero que ninguém me desminta. É que se for para isso quer ver as vossas contas.
GostarGostar
Olhe que não, olhe que não. A brigada da Stasi do Parodiante de Lisboa anda muito activa pelas redes sociais. Incluindo no Blasfémias. Mas não se safam:
“Dívida pública cai para 128,6% do PIB no segundo trimestre
Dívida pública começou a recuar, depois de ter superado os 130% do PIB no ano passado. Mas ainda está longe da meta para 2015.”
in http://economico.sapo.pt/noticias/divida-publica-cai-para-1286-do-pib-no-segundo-trimestre_226762.html
E, portanto, os investidores até pagam ao Passos Coelho, para ele lhes vender Dívida Pública. lol
“Estado ganha 58 mil com juros negativos na dívida (cor.)
Os investidores voltaram a querer pagar para ficar com dívida portuguesa de curto prazo. O segundo leilão com juros negativos, que dará alguns milhares de euros ao Tesouro nacional.”
in http://www.jornaldenegocios.pt/mercados/obrigacoes/detalhe/estado_ganha_58_milhoes_com_juros_negativos_na_divida.html
Quando o PS saiu do governo, não havia ninguém que lhes emprestasse dinheiro. O “Alemão” Passos Coelho esteve apenas quatro anos no governo e já ganha dinheiro “à alemão”, cobrando aos especuladores internacionais para eles apostarem na Dívida Pública Portuguesa. Quem diria que em apenas quatro anos, Portugal seria uma espécie de “nova Alemanha”?
E não falta quem queira emprestar dinheiro ao Passos Coelho, tal é a confiança que as pessoas põem nele:
“Aposta nos certificados aumenta 50% em Julho
O Estado continua a conseguir atrair poupanças das famílias através dos certificados, especialmente do CTPM. Os portugueses aplicaram mais de 150 milhões de euros durante o mês de Julho.”
in http://www.jornaldenegocios.pt/mercados/taxas_de_juro/detalhe/aposta_nos_certificados_aumenta_50_em_julho.html
A inveja que os Parodiantes de Lisboa têm do “alemão” Passos Coelho. 🙂
GostarGostar
Só para recordar outros estudos e/ou medidas com a chancela de credibilidade da Escola de Economia do Largo do Rato:
“SCUT – As autoestradas que se pagam a si próprias”
“O TGV é um projeto auto-sustentável”
“A nacionalização do BPN, não custará um cêntimo aos contribuintes.”
“Investir em energias renováveis, para colocar Portugal na linha da frente da” economia verde”.
http://jornalismoassim.blogspot.pt/2015/04/e-funcionario-publico-e-ve-o-estado.html
GostarGostar
O vaixiá caneco, é um deleite.
Toma a grei por pária.
GostarGostar
Caro Joao Miranda,
Convém lembrar que entre 2009 e 2011 aconteceu um terramoto nos mercados financeiros, em particular nos mercados da dívida soberana. Este fenómeno teve como epicentro a confissão por parte do governo Grego de que as suas contas públicas estavam, de facto, “marteladas” – se me é permitido a expressão.
Ignorar este facto, indesmentível, não me parece muito honesto, intelectualmente falando, quando o meu caro coloca a vinda da Troika como a principal consequência do aumento da despesa pública e consequentemente do défice orçamental.
Convém lembrar que a estratégia Europeia de combate á crise do subprime (convém também lembrar que anteriormente á crise das dívidas soberanas, existiu uma crise financeira que se tornou numa crise económica) foi precisamente o aumento da despesa pública para fazer face ao abrandamento súbito e forte da atividade económica em todos os países europeus. Penso que este facto também é indesmentível.
O que o meu caro poderia, e aí concordo consigo, era apontar os erros na estratégia seguida por parte do governo Português, na medida que, o País encontrando-se numa situação precária e frágil poderia não sobreviver a mais um choque exógeno, como viria a acontecer.
Em resumo, a Europa e Portugal, especificamente, enfrentaram num curto espaço de tempo, desde 2008 até 2010, crises extremamente graves em três setores/mercados, a saber: o mercado financeiro – com o colapso do Lehman Brothers; os setores da economia real – como consequência da falta de financiamento das empresas não financeiras; e finalmente no mercado das dívidas soberanas – com a admissão de contas falsas por parte da Grécia. Ao esquecer-se desta sucessão de acontecimentos – de enormíssima importância – o meu caro passa ao lado daquilo que efetivamente despontou a crise (de acesso ao financimaneto) em Portugal, e já agora na Europa como um todo. E se o meu caro falha na identificação das causas, muito provavelmente irá falhar nas medidas para as combater, como aliás o próprio FMI e a Comissao Europeia já vieram confessar – a tal chamada austeridade excessiva e global.
Tivesse a Europa seguido a estratégia dos Estados Unidos – Onde todos os estados (países) foram solidários uns com os outros, com quase toda a certeza Portugal não teria perdido acesso aos mercados financeiros. Por outro lado, os nossos decisores políticos “deveriam” ter a necessária visão para antecipar possíveis riscos que eram, á altura, bastante mais fáceis de antecipa-los do que anteriormente (antes do colapso do Lehman brothers).
Concluindo, o seu texto não foi capaz de descrever o contexto económico, financeiro e político da forma mais precisa, acabando por parecer uma capa de um jornal – o pior é que aparenta que seja a do Correio da Manha.
Cumprimentos,
Samuel B
GostarGostar
Caro Samuel,
Aconteceram coisas em 2009, 2010 e 2011. Oh, muito me surpreende. Seria bem mais fácil governar se o mundo estivesse quieto.
Já agora, que garantias me dá que o cenário macro do PS resiste a coisas que possam vir a acontecer?
GostarGostar
Oh se aconteceram… Mas não creio que muitos fossem capazes de o antecipar. Se o João foi um deles, tiro-lhe o meu chapéu. De qualquer forma, desde 1929 muito aconteceu mas não creio, aliás tenho a certeza, que não foi com a magnitude nem no contexto de globalidade financeira com o que aconteceu em 2008. Ou o João discorda desta minha “verdade”?
Quanto às garantias de que o cenário macro do PS possa ou não resistir a coisas que possam vir a acontecer, o que lhe posso dizer, é que nenhum governo, em momento algum da história, governa ou apresenta-se para eleições com um plano macroeconómico preparado, ou melhor, em antecipação para enfrentar algo parecido com o que aconteceu.
O que seria bom é que se apresentassem com um plano!!
Cumprimentos,
Samuel B
GostarGostar
Samuel,
Como o futuro é impossível de antecipar que lição é que se tira daí para a política orçamental? Parece-me evidente. Política orçamental deve ser sempre prudente.
Solução para tudo o que possa acontecer é prudência, prudência, prudência. Logo, não é preciso plano nenhum para nada. Basta prosseguir a consolidação orçamental continuando cortes da despesa e só descendo impostos quando forem alcançados níveis de segurança satisfatórios.
A ideia do PS e do seu plano é precisamente o contrário. É aproveitar a pouca folga conseguida nos últimos anos para voltar a alavancas a economia em dívida e despesa pública.
GostarGostar