não os esperam dias fáceis
Se o Partido Comunista sufragar um governo do PS e do Bloco, no qual a sua posição será sempre minoritária e concorrente com o partido da extema-esquerda caviar, ficará na dependência de um programa de governo que não controlará e que certamente irá desagradar ao seu eleitorado tradicional. Por outro lado, enquanto o Bloco poderá compensar, por alguns meses, o descontentamento das políticas que serão necessariamente austeritárias (União Europeia oblige…) com o encantamento e o fascínio de quem levou uma pouco mais do que Associação de Estudantes ao governo do país, o Partido Comunista tem uma história e uma tradição de luta que não lhe permitem entrar nessas fantasias. Acresce, ainda, que se as três forças de esquerda entrassem de corpo e alma num mesmo governo, o descontentamento à esquerda ficaria sem dono e legitimaria todas as surpresas que por esses lados viessem a acontecer. Quem sabe, até mesmo Rui Tavares e Daniel Oliveira viessem a ser eleitos deputados. Ora, o Partido Comunista não se pode arriscar a perder mais ainda do seu já muito curto capital eleitoral.
Por isso, o que o Partido Comunista poderá fazer é continuar a engrolar o PS e António Costa, dizendo-lhes que eles só não serão governo se não quiserem, porque eles não impedirão a formação desse governo. Reparem: no limite, o que o PC tem dito é que, a bem do objectivo comum de impedir um governo de direita, não votará contra um governo liderado pelo PS. Mas não se compromete a mais do que isto, menos ainda a fazer parte desse governo.
Deste modo, não se comprometendo integralmente com um governo PS/BE, que estará sempre livre para criticar e condicionar, nem arcando com o ónus de reconduzir um governo da direita, o PC mata dois coelhos com uma única cajadada: faz boa figura junto do povo de esquerda, impedindo a continuação da direita no poder, e monopolarizará o descontentamento à esquerda com as futuras políticas do PS e do Bloco.
Com esta estratégia o PC condenará o Bloco à extinção eleitoral (os revolucionários nunca gostaram de colaboracionistas), manipulará o PS enquanto lhe apetecer e derrubará o governo quando entender que é chegada a hora de ir a votos para aumentar o seu pecúlio político. Não seria a primeira vez que o PC derrubaria um governo do PS. Nem a última.
Costa, o PS, Catarina e o Bloco que se cuidem. Não os esperam dias fáceis.

Narrativa risível. Fico por aqui, pois vocês não aprendem. Ainda respiram PREC.
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Leia o programa eleitoral do PCP e depois venha falar sobre quem “ainda respira PREC”.
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Risível? É o espírito do PREC, de onde nunca saíram, nem sairão. É, inclusivamente, a grande reserva de fiabilidade do PC que nos permite conhece-los e saber para onde vão. É olhar para todos os esquerdistas auto-denominados moderados que de lá fugiram (não são poucos e são bem visíveis) e perceber com que ideia ficaram da coisa. São os primeiros a fugir de um possível entendimento.
O BE é uma esperança legitima de esquerda que, se não tem exagerado nos comprimidos e outras coisas para a tola, poderia ser uma alternativa moderada. Mais depressa do que parece se perceberá que a Catarina é realmente boa é como atriz e essa faceta só serve para campanhas eleitorais. Depois vem o dia a dia, em que o radicalismo os põe a falar sozinhos.
O PS, bom… O PS é só o resultado da tomada de um partido de dimensão nacional por uma coisa chamada Socratismo que não se percebe bem quem lá a pôs; que se espalhou como mancha poluidora sem controlo; que conseguiu trazer do fundo do partido o que de pior ele tem; que o sequestrou ao ponto de deixar um pais de pantanas, de defender e perpetrar negócios ruinosos de dimensão suficiente para fazer abanar nações, de derreter secretários gerais só porque sim; que levou o pais a ir contra tudo o que era expectável e dar-lhe uma derrota eleitoral de criar bicho, dando a vitoria a quem (tocado a chicote, é certo) teve que comer as pedras e dá-las a comer. Depois do resultado eleitoral, a força atrás descrita, comandada por outro louco parecido com o que deu nome ao referido movimento, preparava-se para se chegar ao desplante de se coligar com o pessoal dos parágrafos acima (numa dinâmica PRECiana, lá está). Porque o poder é realmente para ter a qualquer custo e porque, para gente desta, se for preciso os resultados eleitorais não contam para nada. Veremos se há alguma réstia de dignidade dentro do PS ou se o Socratismo tomou mesmo conta de tudo.
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Tal e qual. O terreno do PC é eleições de 3 em 3 meses até ganharem uma
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A marcação da próxima greve do Metro de Lisboa deve estar aí a sair
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Preparem-se que os mitos voltaram para assombrar certos sectores.
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O PCP e o BE apenas viabilizarão um governo do PS. Ou seja, inviabilizarão um governo da PaF. É esse o seu limite.
O BE também o fará pelos mesmos motivos, com a nuance de que aceitaria por certo integrar esse governo. O PS não o pode permitir. Teria de transigir, fazer concessões inadmissíveis, impossíveis de cumprir sem comprometer os acordos e ficar sem financiamento.
O que me parece relevante é que o Costa conta com o apoio da esquerda comunista e cripto-comunista para formar governo e conta com o apoio do PSD para governar, uma vez que o apoio dessa esquerda será retirado logo que tente respeitar os compromissos e endireitar as contas do Estado.
Parece-me uma maquiavélica subversão dos resultados eleitorais. Mas, não duvido de que nessa situação, o PSD apoiaria as medidas de austeridade necessárias em nome do interesse nacional e o partido derrotado acabaria a governar, apoiado no partido vencedor.
Esta estratégia parece-me saída da cabeça de Soares ou de Sócrates. Não reconheço no Costa tal astúcia.
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Assim se vê o nível do outro lado.
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Costa tomou as rédeas do processo de criação de um novo Governo apesar da sua clara derrota eleitoral.
Na ansia de chegar ao poder poderá estar a dar um passo fatal para o Partido Socialista.
A verdade é que 70% dos votantes ficaram no lado das políticas corretas, dos cuidados e prudência orçamental.
O que Costa não entendeu (ou quer ignorar) é que o resultado da sua estratégia de esquerda saiu errada pois os eleitores mais à esquerda potênciais votantes PS (quando há voto útil) acabaram mesmo por não votar socialista. Reforçando o BE e CDU.
Quem restou no PS foram os seus eleitores de base, fieis, da esquerda moderada.
Ora, é contra todos estes eleitores (os que lá ficaram) que Costa está a agir. De acordo, é verdade, com os conteúdos (falhados) da sua campanha, que se dirigia especificamente a quem acabou por não votar nele.
A fuga para a frente poderá ser dramática para o futuro do PS como partido razoável, sempre disponível para uma governação alternativa e prudencial que é exigível nos dias de hoje.
Ninguém duvida que Costa derrubará o Governo Passos que será nomeado por Cavaco (mas aí terá que assumir as razões para essa decisão) tomando o lugar de primeiro ministro num governo suportado por uma maioria parlamentar fragilíssima.
Nínguém acredita que o BE e a CDU venha a viabilizar um governo que não cumpra com algumas das suas linhas políticas essenciais. Ora, essas políticas serão razão para uma quase imediata quebra de financiamento exterior e uma degradação rapida do défice orçamental.
Num ano estaremos à beira da bancarrota e em ano e meio estamos num novo plano de recuperação com uma qualquer troica cá dentro.
É que não há forma de seguir as políticas defendidas pelos partidos da extrema esquerda sem dinheiro emprestado. O problema é que ninguém o emprestará.
Pelo que já começa a ser repetitivo: a fábula da Cigarra e da Formiga não tem exemplo mais fiel do que aquele que se passa em Portugal…
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previsões tipo maya…
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A Drª Teodora – Conselho Superior das Finanças Publicas -já preveniu que o deficit de 2016 não é compatível com a eliminação simultanea e instantanea da sobretaxa, cortes salários e pensões e redução do IVA.
Cavaco utilizará este argumento – aliás óbvio e evidente – para não conferir posse a um governo cuja estabilidade parlamentar dependa do cumprimento deste conjunto de condições impossíveis.
E depois lá vem o fascismo e o bolo rei e a marqueise quando está em causa, apenas, a contenção orçamental.
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Perguntas inocentes:
Quando os professores se manifestarem exigindo tudo e mais alguma coisa: – Catarina & sus Muchachas, estará na primeira linha..?
Com o grevistas do Metro /Carris / Funcionalismo…. Associação de Reformados…. GNR(S)
Ela estará lá ou manda o Costa?
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Quando as esquerdas forem governo não haverá manif’s porque todos estarão satisfeitos! 😉
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É comovente a preocupação que por aqui se manifesta com a sobrevivência eleitoral do PS, do BE…
As preocupações reais do País real são outras e bem diferentes.
Ainda hoje, na A1, ouvi um relatório sobre a pobreza em Portugal.
Ainda hoje, na A1, ouvi que a Porsche se prepara para bater o recorde de vendas em Portugal.
Tem sido para isto que tem servido a estabilidade governativa!
Tem sido para isto que tem servido o regime!
Tem sido para isto que tem servido a propalada melhoria económica!
Tem sido para isto que tem servido a tão desejada confiança dos mercados financeiros!…
Mais palavras, para quê?!
PS: Ainda hoje, na A1, ouvi que os vencimentos que mais subiram durante a crise foram os dos políticos e os dos magistrados.
Difícil de adivinhar?!…
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Curioso, também fiz a A1 hoje (num Porsche novinho em folha) e não ouvi nada disso. Terá sido por estar a sintonizar a Antena 2?
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Você a fazer tantos Km na A1 gasta um dinheirão em portagens
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O que me surpreende depois de ler este apontamento é muito simples.
Será que dentro do PS não há ninguém que veja este óbvio?
Desde quando é que se pode confiar num partido comunista cuja única meta é, e sempre será, a conquista monolítica do poder?
Estes toininhos acreditam que o PCP/CGTP está moderno, democrático, cool.
Para perderem as ilusões vejam quem estava lá há quarenta anos, e quem está neste momento na primeira linha.
Precisam de um desenho ou já perceberam?
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O Costa deu o berro! Convocou a Comissão Política do PS para apresentar a sua demissão…só não sei o que é que ele vai fazer a seguir, uma vez que não sabe fazer mais nada. Perdeu a Câmara, perdeu Lisboa, perdeu as eleições, perdeu a maioria, perdeu o objectivo de ser iº ministro e perdeu o PS. As facas estão prontas…andou como um tgv, e, descontrolado, acabou por se esbarrar.
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adoro. o bloco de esquerda nem tomou posse (e atingiu mais do dobro do número de deputados) e já há novamente posts e artigos sobre a sua extinção! 🙂 lindo! mais ideias aqui para novos posts:
http://www.dn.pt/opiniao/opiniao_dn/alberto_goncalves/interior/na_morte_do_bloco_3664203.html
http://www.sol.pt/noticia/101777/o-bloco-de-esquerda-morreu
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Que o BE apoie o PS é compreensível, porque já se percebeu que as promessas eleitorais do BE não eram para levar a sério. Agora que o PC vote a favor de um governo de direita (leia-se do PS+BE) é que já é mais difícil de acreditar (abster-se não chega).
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