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por que funciona mal o nosso sistema educativo?

7 Janeiro, 2016
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O nosso sistema educativo funciona mal porque o Ministério da Educação foi tomado pelo Partido Comunista Português em 1974, e nunca nenhum ministro teve coragem de o tirar de lá.

Tendo sido o Ministério da Educação um feudo do PCP, a organização do sistema educativo não-superior público foi edificada a partir do modelo em que esse partido acreditava, a planificação central soviética, que retira toda a autonomia às escolas e impede-as de se relacionarem com o meio onde se encontram inseridas, fazendo do princípio constitucional da liberdade de ensinar e de aprender uma mera ficção. Não é de estranhar: é nisto mesmo que os comunistas acreditavam. E acreditam.

Consequentemente, a contratação, a avaliação e o despedimento de professores, a sua distribuição pelas escolas da rede, a definição dos currículos escolares e dos programas das unidades curriculares, a determinação dos métodos de avaliação e da tipologia de exames, a gestão dos recursos financeiros e logísticos, enfim, tudo e mais alguma coisa de relevante cabe a um reduzido grupo de burocratas da 5 de Outubro, sob a tutela fictícia de ministros e secretários de estado, que mudam frequentemente, e de comissões de «especialistas», que se dedicam a fazer das escolas, dos professores e dos alunos laboratórios de experiências das suas ideologias educativas. Para os conselhos directivos das escolas sobra pouco mais do que fazer horários e ver se os seus professores faltam muito ou pouco. E, mesmo se faltarem muito, nada lhes podem fazer.

Este modelo dirigista e de planificação central em que está organizado o nosso sistema educativo público reproduz o sistema soviético-estalinista de organização da economia e da sociedade. Foi aplicado, em Portugal, depois de 1974, quando o PCP tomou conta do Ministério. Até hoje, por cobardia e inércia dos ministros e políticos, e pressão dos sindicatos, manteve-se praticamente inalterado. Enquanto perdurar, o nosso sistema educativo público continuará a ser o caos de que todos nos queixamos, não obstante a imensidão de recursos que suga aos contribuintes. Acabar com o Ministério da Educação e libertar as escolas para que desempenhem a sua missão educativa, poderá ser mesmo a única solução razoável.

24 comentários leave one →
  1. 7 Janeiro, 2016 20:38

    Lido o primeiro parágrafo, conclui-se facilmente que nenhum ministro do PPD-PSD, do CDS-PP e do P”S”, conseguiu “desde 1974”, governar o Ministério… Fracos e incompetentes ministros nomeados por normais e desinformados PM’s ?!…

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  2. Alice Samora permalink
    7 Janeiro, 2016 20:47

    A dictomia que é frequentemente apresentada enquadrando problema e solução do problema educativo é simplista e errada.
    Não se trata de “centralizado vs autonomizado, nem sequer público vs privado. A maior autonomia das escolas significou e significa a descentralização de um monte de práticas que não andam muito longe da currpção. O lóby dos professores mantêm-se operativo atrofiando a qualidade do ensino, os direitos da “comunidade escolar como um todo” (como diz o rapazito que agora é ministro, e até os direitos dos professores mais novos.
    Sei do que falo. Acompanhei de muito perto o percurso escolar dos meus filhos até que recentemente chegaram ao ensino superior.
    Quanto ao privado, do modo como tem sido feito e se conhece, também não se recomenda: a adjudicação a empresas educativas de funções públicas, subsidiando-as, é ainda pior.
    Não faltarão soluções. Mas enquanto não passarem por uma verdadeira concorrência entre escolas, com possibilidade de exclusão dos professores incompetentes, sem direitos adquiridos, nada feito.
    Precisamos de: liberdade, competência, concorrência.

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    • rui a. permalink*
      7 Janeiro, 2016 20:53

      «Mas enquanto não passarem por uma verdadeira concorrência entre escolas».

      Claro que sim. Mas a concorrência, meu caro, exige meios privados e não públicos. Ninguém compete consigo mesmo.

      Quanto ao mais que diz, o problema da centralização das decisões destrói qualquer modelo. Nada assim funciona bem, muito menos um sector que movimenta milhares e milhares de pessoas com interesses antagónicos, que só em regime de proximidade podem ser harmonizados.

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      • 8 Janeiro, 2016 03:11

        Concorrência entre escolas, como? Se até os exames querem abolir impedindo de fazer os rankings das melhores e piores escolas.

        Não há meritocracia, nem orgulho nem vergonha, por isso, qualquer coisa serve, ficar em primeiro ou em último dá igual…

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  3. Ali Kath permalink
    7 Janeiro, 2016 21:35

    fiz parte dum reduzido nº de sindicalistas recebidos a título pessoal por Victor Alves.
    este pôs fora do gabinete o comuna que o controlava alegando que estava a receber uns amigos.
    aquele coisa precisava de ser urgentemente extinta, mas o Nogueira já se instalou na poltrona (feminino de poltrão)

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  4. Baptista da Silva permalink
    7 Janeiro, 2016 21:58

    “sob a tutela fictícia de ministros e secretários de estado, que mudam frequentemente”, pois ai está o 1º problema, os sindicatos têm os mesmos há decadas, já controlam tudo.

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  5. 7 Janeiro, 2016 23:52

    Um monte de vacuidades assentes num anti-comunismo primário.

    Soluções ou propostas para a mudança?! Nenhumas.

    “…conselhos directivos das escolas…” – a ignorância ficou aqui bem evidente.

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    • rui a. permalink*
      8 Janeiro, 2016 00:14

      Ai têm outro nome?! Faz uma enorme diferença. Cabecinhas pensadoras…

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    • 8 Janeiro, 2016 03:07

      Z:
      e as soluções ou propostas para a mudança são…
      (ou acha que não é preciso corrigir alguma coisa?)

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  6. Rui permalink
    8 Janeiro, 2016 01:20

    O sistema funciona mal porque não existe pressão sobre os professores mais antigos. Se periodicamente fossem despedidos 2-3% dos professores com piores resultados acredito que o sistema poderia mudar significativamente. Isto teria de ser aplicável a professores de todos os escalões, não só aos mais novos. Discordo totalmente de o problema ser a autonomia das escolas. Por essa lógica das vantagens da autonomia as câmaras municipais seriam organismos muito eficientes e com muito bons resultados…. Infelizmente neste campo a realidade mostra-nos que a lógica da subsidariedade nem sempre trás bons resultados

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  7. 8 Janeiro, 2016 01:42

    Pois a mim suspeito quase o contrário (a respeito da planificação soviética) – se a escola pública foi alguma coisa durante décadas foi exatamente o oposto, um sistema em que cada professor era basicamente o ministro da educação na sua sala de aula e ensinava o que queria e como queria, e poder dos supostos dirigentes era na prática nulo (com os professores de cada matéria a elegerem o coordenador de grupo, os professores de cada escola a elegerem o diretor, etc., o que significava que os dirigentes de nivel superior não tinham verdadeiramente “homens-de-mão” no terreno).

    Mesmo um dos poucos aspetos centralizados (a contratação dos professores) acabava por alimentar esse descentralização quase absoluta – a partir do momento em que os professores não são contratados pelas pessoas que supostamente seriam os seus chefes, mas por uma fórmula matemática impessoal, a autoridade dos supostos dirigentes ainda mais nula se torna.

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  8. Arlindo da Costa permalink
    8 Janeiro, 2016 02:35

    Porque quem governou os Ministérios durante 40 anos foram o PSD e o PS.
    A culpa não foi do BE nem do Tino de Rans.

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  9. Arlindo da Costa permalink
    8 Janeiro, 2016 02:44

    Afirmar k o PCP domina o Ministério da Educação é o mesmo dizer que o Kim tem a bomba H.
    Como é que se pode ser tão básico?

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    • Bolota permalink
      8 Janeiro, 2016 12:59

      Convem criar a confusão e criar a ilusão que tem razão. Marcelo que é um flop, é disso exemplo, cada de bate onde vai leva na cabeça na rua não anda e é assim que esta quadrilha engana os papalvos. Cada apoiante que oiço, é mais ignorante que o anterior.

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      • lucklucky permalink
        8 Janeiro, 2016 13:05

        O Ministério da Educação é totalitário, tem o objectivo de promover a mediocriade até o PCP atingir o Poder.

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      • Bolota permalink
        8 Janeiro, 2016 14:10

        luck,

        Tenho-te por uma pessoa esperta, o teu comentario é bacoca.

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  10. lucklucky permalink
    8 Janeiro, 2016 11:34

    Ainda me lembro quando estava no secundário e acabaram as notas de 0-20 e passaram a 0-5 porque 0-20 era muito discriminatório diziam.

    Só não mudaram para notas binárias: contra revolução vs pro revolução porque não podiam.

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  11. 8 Janeiro, 2016 17:25

    A ideia basica certa perdeu-se pela adjectivação desnecessaria de que a culpa é do PCP.
    Alem de que conheço alguns comunistas que são desfavoraveis a esta politica de deixa andar que impera no ME, a Brigada das Colheres a volta do tacho publico, que tem sido determinante em manter os 300 mil votos dos profs em banho maria, so podemos culpar os varios ministros que fazem a gestão politica para não perderem a seleições. Os alunos e irresponsaveis pais que se lixem _ significativo é ver o que diz a M F Leite que foi uma incompetente no ME e agora comparar com o que diz sobre educação (para mim devia ter vergonha na cara)

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  12. jcerca permalink
    8 Janeiro, 2016 18:35

    Ainda há quem pretenda ignorar ou menosprezar a ação (nefasta) do “Ministro da Educação/Sindicalista vitalício Mário Nogueira que sabe tanto de dar aulas como eu sei de chinês!

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  13. Arlindo da Costa permalink
    9 Janeiro, 2016 01:06

    Se o Ministério da Educação fosse conforme a antiga doutrina comunista soviética haveria disciplina, ordem e respeito. E os estudantes andariam uniformizados e não levam drogas para as aulas.
    E como actividades extra-escolares iriam para desporto e actividades militares.
    Com o maoista do Crato no ME só faltou dançar o kuduro e a kizomba nas escolas secundárias.

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