Momento de boa disposição anotado
Como hoje é sexta-feira e a previsão metereológica dá esperanças de um fim-de-semana agradável, decidi presentear os leitores com o comentário mental que acompanha a elaboração de um texto do doutor Pedro Lains, doutor, comentário este dotado de uma profundidade e uma latitude apenas alcançável por mentes luminosas, eventualmente por emissões radioactivas ou acidentes do género.
Já nem há maneira de dizer o mesmo, vezes sem conta.
Mas vou tentar na mesma.
Que o PSD e o CDS, na oposição, batam sempre na mesma tecla, compreende-se ou pode compreender-se.
Até porque podem estar certos. Mas não sei. Não sei. A sério, isto é difícil mas eu compreendo.
Em política, porventura, a repetição de mensagem, e sobretudo quando não há mais nada, rende.
Como tenho andado a fazer desde que perceberam lá na televisão que eu tenho grande autoridade com tudo o que digo.
Mas que uma grande parte dos jornalistas e comentadores o façam já é mais difícil de compreender.
Pelo menos para mim.
E não se trata de defender interesses, é mesmo preguiça de pensamento.
Ide trabalhar, pensadores.
Comprovadamente.
Pois.
Hoje, o BCE anunciou as medidas que anunciou.
Pois foi.
Está preocupado com a deflação e, obviamente, pode deduzir-se, com a inacção daqueles que têm nas mãos, um pouco por toda a União Europeia, a política orçamental.
Pois está.
Por cá, como por outros lados com governos semelhantes, tudo se faz para repor a política orçamental em melhores eixos.
Tipo, aumentar salários dos funcionários públicos e desincentivar investimento estrangeiro. O que é nacional é bom, porque não valorizam os académicos de mérito comprovado na minha RTP?
E o que fazem os comentadores e jornalistas que se recusam a pensar seriamente no que se está a passar?
Sim, o que fazem? Já lá vou.
Falam do Plano B, fazem perguntas sobre o Plano B, insistem na mesma tecla de sempre, gasta, preguiçosa.
Que chatos. Ainda há tanto para dizer do plano A. Só eu tenho tanto a dizer sobre o plano A. E o sobre a adenda do plano A. E sobre a emenda à adenda da rectificação do plano A.
Afinal, o plano B era o plano BCE.
Pois era. Pois era. O plano C era o CCE. O plano D era o DCE. Depois roda tudo outra vez.
Entretanto, as andanças do Comissário Moscovici revelam acima de tudo a fraca qualidade desse jornalismo nacional.
Felizmente estou cá eu para repor a verdade dos factos. Vou já ligar ao Nicolau.
Como todos pensam na mesma tecla, agarraram-se ao que disse de soslaio, pensando ele que isto era o primeiro mundo do jornalismo.
A tecla foi o Shift Lock, para os interessados.
Lá teve Moscovici de desmentir algo que nem merecia uma linha como, em solidariedade com o partido irmão português, no Governo, de vir a Lisboa confirmar o estava mais do que confirmado.
O que foi aborrecido. Não se faz isso a um partido irmão, exigir solidariedade. Viva o PASOK, como sempre disse!
Não chega? Não chegará?
Não chegou? Não chegara? Não chegaria? Não chegando, chegaria se chegasse a chegar?
Que deputados de segunda linha, sem liderança, sem estratégia, insistam sempre na mesma tecla, pode perceber-se.
Que é, afinal, a minha estratégia quando tento opinar sobre coisas que domino perfeitamente.
E, quanto ao resto, não se poderá mesmo fazer nada?
Bater-lhes? Violar-lhes as filhas? Sei lá, qualquer coisa? Temos que fazer algo.
Não se poderá avançar?
Ou retroceder? Ou virar à esquerda? Ou subir? Não se pode descer? Não se pode lamber maçanetas? Quem disse que não se podia lamber maçanetas? Não sei. Não sei, mas queria saber. Essa é que é essa. Pois é. Pois é. Ah pois. Maçanetas…
Com tanto que há para supervisionar na política do dia-a-dia, não há quem ponha a mão na consciência e pense em melhorar as coisas?
Não há? Sou só eu? Estou sozinho? Onde se meterem todos? Pacheco? Manuela? Onde estais? Voltai! Acho que vi uma barata… Socorro!
Assim, é baile atrás de baile, até onde?
Sim, até onde? É para avançar ou não é, pá? Vamos ou não vamos? É que se vamos temos que ir, não podemos ficar, estar aqui a olhar para o lado quando à frente há um penedo de robalos. O caminho faz-se fazendo e há tanto a fazer para, lá fazendo, começarmos a fazer o caminho a percorrer. Estão todos a dormir? Onde está toda a gente? Mãe? Senhor doutor? Enfermeira?
Até levarem uma reprimenda ao vivo e a cores do novo Presidente da República?
É isso? É isso que querem? Porque não me ouvem? Querem ouvir uma reprimenda?
É que ele seguramente não vai pegar em coisas tão poucas para vigiar o que tem de vigiar. Espera-se, pelo menos.
Eu espero. Eu espero. Avancemos, mas é, bolas. Que incompetência. Ouçam-me, pá. Ele tem que vigiar o que tem que vigiar, não vai andar a vigiar o que não tinha que vigiar e agora vai vigiar só porque não vigiam as coisas que ele não vigiaria se pudesse não vigiar.
PS: Ontem ou antes de ontem escrevi um texto com um teor semelhante ao deste, que acabei por apagar porque estava demasiadamente personalizado e não valia a pena.
Pois não. Além disso não queria bater sempre na mesma tecla. Viva o Moreira de Cónegos! Enfermeira?!

estava a recomendar
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acabei de ler o que o Correio da Manhã diz sobre a tvi
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LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL
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Aquele senhor que ali está representado numa magnífica estátua exposta no Museu Nacional de Soares dos Reis deu nome a um hospital que já fechou mas que deveria estar aberto. Comprovadamente, de facto, e como se pode verificar, constatando. A entrada é livre no primeiro domingo de cada mês.
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A entrada é livre no museu ou no hospital?
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Excelente análise interpretativa de texto
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Esse texto devia impresso em papel higiénico!
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Gabo a paciência e o tempo gasto a ler e comentar textos de quem não tem, em minha opinião, muita credibilidade. Segundo as teorias do exmo. dr. Pedro Lains que vaticinou, repetidas vezes sem conta, que a política de ajustamento (da despesa face à receita) do anterior governo levaria a economia portuguesa para uma espiral recessiva, confesso que deixei de perder o meu tempo a ler o que o exmo. dr. Pedro Lains escreve.
No entanto fico à espera (a pagar já estamos todos) para ver se esta política, apoiada pelo exmo. dr., de aumentar a despesa para estimular o crescimento económico, resulta. Se, pelo contrário, esta política nos levar, não ao crescimento, mas a uma espiral recessiva agora não prevista pelo exmo dr. Pedro Lins, teremos a “prova dos nove” em relação aos saberes de economia do exmo. dr. e à atenção que ele nos deve merecer.
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previsão metereológica? Tch, tch,tch. Influências do ministro do ensino superior!
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Esse desgraçado escreve tão mal que até custa a ler o que o Lains rabisca.
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