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Momento de boa disposição anotado

11 Março, 2016

Como hoje é sexta-feira e a previsão metereológica dá esperanças de um fim-de-semana agradável, decidi presentear os leitores com o comentário mental que acompanha a elaboração de um texto do doutor Pedro Lains, doutor, comentário este dotado de uma profundidade e uma latitude apenas alcançável por mentes luminosas, eventualmente por emissões radioactivas ou acidentes do género.

Já nem há maneira de dizer o mesmo, vezes sem conta.

Mas vou tentar na mesma.

Que o PSD e o CDS, na oposição, batam sempre na mesma tecla, compreende-se ou pode compreender-se.

Até porque podem estar certos. Mas não sei. Não sei. A sério, isto é difícil mas eu compreendo.

Em política, porventura, a repetição de mensagem, e sobretudo quando não há mais nada, rende.

Como tenho andado a fazer desde que perceberam lá na televisão que eu tenho grande autoridade com tudo o que digo.

Mas que uma grande parte dos jornalistas e comentadores o façam já é mais difícil de compreender.

Pelo menos para mim.

E não se trata de defender interesses, é mesmo preguiça de pensamento.

Ide trabalhar, pensadores.

Comprovadamente.

Pois.

Hoje, o BCE anunciou as medidas que anunciou.

Pois foi.

Está preocupado com a deflação e, obviamente, pode deduzir-se, com a inacção daqueles que têm nas mãos, um pouco por toda a União Europeia, a política orçamental.

Pois está.

Por cá, como por outros lados com governos semelhantes, tudo se faz para repor a política orçamental em melhores eixos.

Tipo, aumentar salários dos funcionários públicos e desincentivar investimento estrangeiro. O que é nacional é bom, porque não valorizam os académicos de mérito comprovado na minha RTP?

E o que fazem os comentadores e jornalistas que se recusam a pensar seriamente no que se está a passar?

Sim, o que fazem? Já lá vou.

Falam do Plano B, fazem perguntas sobre o Plano B, insistem na mesma tecla de sempre, gasta, preguiçosa.

Que chatos. Ainda há tanto para dizer do plano A. Só eu tenho tanto a dizer sobre o plano A. E o sobre a adenda do plano A. E sobre a emenda à adenda da rectificação do plano A.

Afinal, o plano B era o plano BCE.

Pois era. Pois era. O plano C era o CCE. O plano D era o DCE. Depois roda tudo outra vez.

Entretanto, as andanças do Comissário Moscovici revelam acima de tudo a fraca qualidade desse jornalismo nacional.

Felizmente estou cá eu para repor a verdade dos factos. Vou já ligar ao Nicolau.

Como todos pensam na mesma tecla, agarraram-se ao que disse de soslaio, pensando ele que isto era o primeiro mundo do jornalismo.

A tecla foi o Shift Lock, para os interessados.

Lá teve Moscovici de desmentir algo que nem merecia uma linha como, em solidariedade com o partido irmão português, no Governo, de vir a Lisboa confirmar o estava mais do que confirmado.

O que foi aborrecido. Não se faz isso a um partido irmão, exigir solidariedade. Viva o PASOK, como sempre disse!

Não chega? Não chegará?

Não chegou? Não chegara? Não chegaria? Não chegando, chegaria se chegasse a chegar?

Que deputados de segunda linha, sem liderança, sem estratégia, insistam sempre na mesma tecla, pode perceber-se.

Que é, afinal, a minha estratégia quando tento opinar sobre coisas que domino perfeitamente.

E, quanto ao resto, não se poderá mesmo fazer nada?

Bater-lhes? Violar-lhes as filhas? Sei lá, qualquer coisa? Temos que fazer algo.

Não se poderá avançar?

Ou retroceder? Ou virar à esquerda? Ou subir? Não se pode descer? Não se pode lamber maçanetas? Quem disse que não se podia lamber maçanetas? Não sei. Não sei, mas queria saber. Essa é que é essa. Pois é. Pois é. Ah pois. Maçanetas…

Com tanto que há para supervisionar na política do dia-a-dia, não há quem ponha a mão na consciência e pense em melhorar as coisas?

Não há? Sou só eu? Estou sozinho? Onde se meterem todos? Pacheco? Manuela? Onde estais? Voltai! Acho que vi uma barata… Socorro!

Assim, é baile atrás de baile, até onde?

Sim, até onde? É para avançar ou não é, pá? Vamos ou não vamos? É que se vamos temos que ir, não podemos ficar, estar aqui a olhar para o lado quando à frente há um penedo de robalos. O caminho faz-se fazendo e há tanto a fazer para, lá fazendo, começarmos a fazer o caminho a percorrer. Estão todos a dormir? Onde está toda a gente? Mãe? Senhor doutor? Enfermeira?

Até levarem uma reprimenda ao vivo e a cores do novo Presidente da República?

É isso? É isso que querem? Porque não me ouvem? Querem ouvir uma reprimenda?

É que ele seguramente não vai pegar em coisas tão poucas para vigiar o que tem de vigiar. Espera-se, pelo menos.

Eu espero. Eu espero. Avancemos, mas é, bolas. Que incompetência. Ouçam-me, pá. Ele tem que vigiar o que tem que vigiar, não vai andar a vigiar o que não tinha que vigiar e agora vai vigiar só porque não vigiam as coisas que ele não vigiaria se pudesse não vigiar.

PS: Ontem ou antes de ontem escrevi um texto com um teor semelhante ao deste, que acabei por apagar porque estava demasiadamente personalizado e não valia a pena.

Pois não. Além disso não queria bater sempre na mesma tecla. Viva o Moreira de Cónegos! Enfermeira?!

9 comentários leave one →
  1. ali kath's avatar
    ali kath permalink
    11 Março, 2016 09:38

    estava a recomendar
    os novos cães de guarda de Serge Halimi

    acabei de ler o que o Correio da Manhã diz sobre a tvi

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  2. Baptista da Silva's avatar
    Baptista da Silva permalink
    11 Março, 2016 10:03

    LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL

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  3. LTR's avatar
    LTR permalink
    11 Março, 2016 10:15

    Aquele senhor que ali está representado numa magnífica estátua exposta no Museu Nacional de Soares dos Reis deu nome a um hospital que já fechou mas que deveria estar aberto. Comprovadamente, de facto, e como se pode verificar, constatando. A entrada é livre no primeiro domingo de cada mês.

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  4. Algarvio's avatar
    Algarvio permalink
    11 Março, 2016 10:54

    Excelente análise interpretativa de texto

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  5. Boris's avatar
    Boris permalink
    11 Março, 2016 16:38

    Esse texto devia impresso em papel higiénico!

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  6. Miguel Neto's avatar
    Miguel Neto permalink
    11 Março, 2016 19:24

    Gabo a paciência e o tempo gasto a ler e comentar textos de quem não tem, em minha opinião, muita credibilidade. Segundo as teorias do exmo. dr. Pedro Lains que vaticinou, repetidas vezes sem conta, que a política de ajustamento (da despesa face à receita) do anterior governo levaria a economia portuguesa para uma espiral recessiva, confesso que deixei de perder o meu tempo a ler o que o exmo. dr. Pedro Lains escreve.

    No entanto fico à espera (a pagar já estamos todos) para ver se esta política, apoiada pelo exmo. dr., de aumentar a despesa para estimular o crescimento económico, resulta. Se, pelo contrário, esta política nos levar, não ao crescimento, mas a uma espiral recessiva agora não prevista pelo exmo dr. Pedro Lins, teremos a “prova dos nove” em relação aos saberes de economia do exmo. dr. e à atenção que ele nos deve merecer.

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  7. xico's avatar
    11 Março, 2016 21:55

    previsão metereológica? Tch, tch,tch. Influências do ministro do ensino superior!

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  8. 63216321's avatar
    63216321 permalink
    11 Março, 2016 22:40

    Esse desgraçado escreve tão mal que até custa a ler o que o Lains rabisca.

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