Três passos para Rio unir o PPD-PSD
Rui Rio ganhou com 54% dos votos contra um candidato com algumas fragilidades e um problema de percepção pública. Não exagerarei se disser que a esmagadora maioria dos 46% que votaram em Santana Lopes estavam na realidade a votar contra Rui Rio. Ou seja, Rui Rio lidera um partido em que 46% dos militantes não gostam dele e das pessoas que o apoiam. Se tivesse havido um candidato abertamente apoiado por Passos Coelho, ou se este se tivesse envolvido na campanha, é mais que certo que Rui Rio teria perdido. Nem vou falar da tareia que teria levado se tivesse sido o próprio Passos Coelho a candidatar-se. Ou seja, o PSD é ainda, e até Rui Rio ganhar eleições, um partido Passista. O episódio da eleição do líder parlamentar é demonstrativo disso. É muito fácil para o comentador mais desatento simplesmente assumir que aqueles são os deputados escolhidos por Passos e que só por isso Rio teve aquela derrota estrondosa. Mas esta ideia ignora a realidade das escolhas de listas para deputados dentro do PSD. A escolha das listas decorre de um processo de luta interna em que todos os sindicatos de votos acabam representados: as distritais, a Juventude Social Democrata, os Trabalhadores Social-Democratas, as Mulheres Social-Democratas, os Autarcas Social-Democratas, os Pescadores Recreativos Social-Democratas, etc Ou seja, estão ali representadas as bases com uma minoria de escolhas pessoais dos líderes. Não sendo muito difícil identificar os deputados que não votaram em Negrão, será fácil de ver que apenas uma minoria desses foram escolhas pessoais de Passos.
Rio tem então duas opções: ser o capitão de um barco em que metade dos marinheiros não rema e esperar que o Iate Geringonço encontre um iceberg antes de 2019, ou oferecer um projecto de continuidade com as pequenas diferenças que necessariamente resultam de um novo líder trazendo o PSD passista a bordo. Esta última opção pode ser feita em 3 passos:
1º passo: Permitir uma saída airosa a Elina Fraga, uma pessoa que, ao contrário de Salvador Malheiro, não parece trazer benefícios que valham os problemas que causa.
2º passo: Escolher um líder parlamentar alinhado com a sua estratégia, mas também próximo da ala Passista. Leitão Amaro, personagem de relevo na era passista e vice-presente da lista de Negrão, parece ser ajustado ao papel.
3º passo: fazer uma declaração pública a elogiar o governo de Passos, concluindo com um inequívoco “Eu faria igual”. Isto deve ser fácil na medida em que já o disse em campanha durante reuniões com a ala Passista. Assumindo que não estava a aldrabar, bastará fazê-lo agora em público.
Como é que Rui Rio saberá que esta estratégia funcionou? Se Manuela Ferreira Leite e Pacheco Pereira o criticarem violentamente, Rio saberá com certeza que tem 99,9% do partido do seu lado.
Suspeito que é isto, ou os 10 anos que Rui Rio andou à esperar para liderar o partido irão culminar num mandato de 2 anos e uma saída desonrosa.
Que tal proporcionar a certas figuras e figurões sessenta minutos a chocarem numa pista de carrinhos de choque com música do Zé Cabra ?
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Não fosse dar-se o caso de António Costa ter um curso prático de manhosices experimentadas, e de ter entregue o país à pior espécie de gente de esquerda revolucionária para se safar a ele mesmo (incluindo a já infiltrada), e até poderia perder algum tempo com a discussão deste tema tão alinhado com os eventos de 1995 e de 2005, que nos trouxeram Guterres, sócrates e as competências mais do que certificadas na gestão do país, nomeadamente no campo das florestas e segurança. Se há gente no PSD que pensa que vai meter Rui Rio num taxi a pensar numa caminoneta que há-de chegar a seguir com um reserva estratégica ao volante, não percam tempo com isso, porque o taxi vem depois. Os sinais luso-venezuelanos estão nas capas dos jornais e o país vai-se entretendo com este folclore, ainda por cima esquecendo os que favoravelmente votaram Rio e sem que ele tenha ainda produzido mais do que dois átomos de política depois de eleito. Não tarda, teremos acima de nós e ao volante, um tipo que diz que põe os alemães com perninhas a tremer, já em manifesto processo de promoção pública como grande esperança e expoente intelectual e político da nação. É escolher entre uns e outros, e depressa, para ao menos dar tempo de alguns planearem uma vida fora desta tão amável, querida, e promissora terrinha.
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tal como o regato Tejo (esta tarde em Alcantara o cheiro era de cair inanimado)
‘á só MERDA’
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Penso que os deputados devem é ir preparando o regresso às suas antigas profissões( presumo que tenham), pois vão ser todos corridos.
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Não serão “todos corridos”, porque muitos vão acomodar-se, concordar, aplaudir o que o RRio e o líder parlamentar disserem, fizerem e tiverem como estratégia.
Antigas profissões tiveram, mas na ARepública usufruem de privilégios & não só, inexistentes no mundo “normal”…
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Rui Rio por dentro é todo alemão e por fora é um homem do Norte.
Estas duas circunstâncias inibem que ele adopte qualquer dos três pontos indicados.
Aliás já nem sequer ia a tempo, o mal está feito.
O beija-mão a Costa minutos depois de ser empossado, matou-o.
De presidente de Câmara a líder da oposição vai um rio que ele nunca conseguirá atravessar.
Conseguirá ter uma saída ainda mais tenebrosa do que Menezes.
Comecem a pensar no próximo, este já era.
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Fernando Gomes
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Não desejo mal a ninguém e embora o PSD esteja a apostar num novo lider em 2019, havia que alguém fizesse a travessia das pedras.
Não entendo tanto ataque, este é o mensageiro de nada, não o matem, alguém tem que guiar o veiculo durante ano e meio.
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Primeira grande cedência do RRio ao AC-DC, ao governo, ao P”S” e seus interesses (pois !) será na área da justiça.
Ao contrário do que o Rio afirmou no congresso, este PSD não quer colaborar na desestabilização do regime e seus interesses, inclusive partidários. Os Salgados, Sócrates, Rangéis, Proenças, Vieiras & mais, muitos mais, podem dormir descansados, porque Joana Marques Vidal (e o Supremo) será substituída por uma espécie de Pinto&Noronha associados.
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Durante a campanha interna, o Rio afirmou que “o PSD pode desaparecer”. Continuo a concluir que foi uma frase para indigentes, e isso não acontecerá. Mas este seu PSD que se cuide com a ACristas, já no terreno social-democrata desatinado e em força…
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MJRB PERMALINK
24 Fevereiro, 2018 20:20
Os Salgados, Sócrates, Rangéis, Proenças, Vieiras & mais, muitos mais, podem dormir descansados,
LONGE, vá o agoiro, era o que faltava…
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Licas,
é o que falta e vai acontecer. Sob a compreensão da populaça-NADA, que por motivos partidários e clubísticos defende os “seus”. “Seus” que desde sempre a têm como escudo e simultaneamente abusada e troçada.
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Rui Rio será líder do PSD até 2030. Palavra de Arlindo.
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Rio transborda de inertes sem valia, como Costa se inunda de detritos que arrebanha.
Marcelo sempre a cheirar vai emborcando toda a papa que lhe empurram.
E nós por persistente atavismo, silhueta amorfa e morbidez profunda, pimba!
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