A Iniciativa Liberal é uma cambada de socialistas!
Se até Mises “desqualificou” os seus colegas da Mont Pelerin Society como socialistas, por que razão não posso eu fazê-lo também sobre o mais recente partido?
Podemos ver na atitude um exemplo de pedantismo e de ego exacerbado que procura criar um cinturão sanitário em relação a companheiros porventura ideologicamente menos puristas.
Provavelmente a crítica ao carácter de Mises é certeira. Não o conheci pessoalmente para ajuizar.
Se há característica apreciada por um liberal é a humildade, nomeadamente intelectual. Não é de fácil prática, sobretudo se aplicada às nossas próprias convicções. Mas é nesta humildade que se funda também a tolerância que deve existir relativamente às pessoas que não pensam ou actuam conforme achamos mais acertado.
Todavia, confesso que me encanita um pouco a narrativa de que a crítica deve ser “construtiva”, caso contrário não passa de uma manifestação de revolta ou de uma tentativa de transmitir a imagem de martírio em defesa do superior grau de pureza dos valores em que se acreditam.
Parece-me muito aquela ideia de que o comércio deve ser “justo” em vez de “livre”.
Será de evitar a concorrência de ideias, visões e nunces diferentes sobre o modo de actuar em nome de um objectivo maior? Não creio.
A menos que as pessoas alvo de crítica não tenham mente aberta, capacidade de encaixe e até sentido de humor, julgo ser um método para validar, corrigir erros, afinar acções e ideias mais eficaz do que facciosismos, safe-spaces ou recurso à violência física.
Quem critica, como anteriormente disse, deve também estar preparado mentalmente para ser criticado e admitir até que possa estar errado. Será tanto mais difícil quanto maior a convicção que tiver sobre a razão das suas ideias. Mas se não há motivo para não ser também criticado, de igual modo não tem por que se abster ou suavizar as críticas que faz.
A tónica quase exclusiva na virtude da tolerância ou, pelo menos, a aversão à crítica, é ela própria um bom campo para a intolerância e a prepotência. Desvaloriza-se a contra-argumentação e as propostas de caminhos alternativos. Além de que quanto menos formos críticos, menor a nossa própria predisposição para ser alvo de crítica.
Quanto mais críticos formos mais carta-branca passamos aos outros para procederem de igual modo “contra” nós. Que maior exercício de humildade intelectual poderia haver? Para mim revela um carácter forte e bem formado.
Evidencia ainda que quem critica não pretende alcançar posição de poder para impor aos outros através de políticas públicas a sua visão do mundo.
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Tudo certo Telmo, mas essa resposta passa ao lado da problemática da Associação Atlética Macinhatense: num país socialista, é com minudências que nos devemos preocupar? É aí que devemos gastar as nossas energias? E não vale a pena responder que não são minudências, porque são, e não se fala mais nisso! 🙂
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A ideia da critica construtiva, especialmente em política, é realmente a melhor forma de arrumar o assunto. Atira para o plano da subjectividade (eu posso sempre achar que uma critica não é construtiva o suficiente) qualquer tentativa de argumentar contrariamente à ideia do momento. E por isso está precisamente no mesmo plano das falácias de rasteira, como por exemplo o usado e abusado argumento do “aproveitamento politico”.
Tivemos uma república onde as regras básicas do combate verbal eram respeitadas e a filosofia fazia parte da política, não permitindo e denunciado qualquer golpe dialéctico abaixo da cintura. Mas não foi aqui e foi há muito tempo, na grécia antiga.
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Voltaire :
« Je ne suis pas d’accord avec ce que vous dites, mais je me battrai jusqu’à la mort pour que vous puissiez le dire ».
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Apócrifa
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Sei que há quem defenda que a frase não foi de facto da autoria de Voltaire. Porem é frequente ser referida em debates e, quase sempre, atribuída a Voltaire, sem mais.
Importante para mim é o conteúdo. Mesmo que o autor fosse zazie!
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Mesmo porquê? alguma vez dialogámos?
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Ok. Já topei. Nunca dialogámos, não. Mas isso não lhe impede muita coisa.
Faltou o PS mas já percebi.
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Finalmente apareceu uma organização liberal.
Pelo menos não têm tiques neo-fascistas ou neo-comunistas conforme os «liberais» que por aqui postam, vegetam e passeiam…
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O socialfascista arlindo a chamar aquilo que ele é aos outros ! AH AH AH
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e tem toda a razao e concordo em tudo o que disse, só reparo que alguns centram ou exclusivam as criticas śo em quem (eu não vejo grande liberlismo) pretende fazer um liberalismo, seja ele puro ou esganiçado , quando mesmo a nossa frente,e com valor porque nos afecta a todos, temos um mestre da simulaçaõ como 1º ministro a minar por muitos anos a possiblidade de alterar o governo, isso sim, um perigo para o liberalismo.
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