Vamos!
Há aquele momento em que nos sentimos na obrigação de dizer que Beltrano e Sicrano são nossos amigos e, dessa forma, desculpamo-nos de afirmarmos, logo de seguida, que concordamos com algo que disseram. É uma forma de protecção do cinismo, aquele que está pronto para nos acusar de concordarmos porque foi o nosso amigo que o disse. Eu não vou fazer isso. A entrevista do Miguel Morgado ao Expresso desta semana é notável, mas não é notável por ele ser meu amigo, é notável apesar disso. E é notável porque elabora impecavelmente a frase que o jornal, e bem, decidiu escolher para título: “é preciso romper o consenso entre PS e PSD em questões europeias”.
Enquanto o país se diverte no saudosismo de um africanismo ultrapassado, numa realidade alternativa que nunca foi a do país, quer pela importação de modas ideológicas de outras andanças, quer na pequenez de quem se sente embaraçado com a pertença física ao Velho Continente numa azeiteirada cosmopolita de comicidade hollywoodesca que só serve para empregar filhos do regime como antes um sapateiro poderia assegurar ofício a imberbe aprendiz, alguém tem, finalmente, a audácia de trazer para a discussão a necessidade de Portugal querer mais da Europa que o subsídio à carreira de jogral. Não admira que exemplares da classe, como Daniel Oliveira e Pedro Marques Lopes, mostrem preocupação: todo o seu rendimento advém de massajar estúpidos e/ou incautos.
Vamos lá, então? Vamos abanar a árvore onde a macacada se instalou? Eu estou pronto. Vamos fazer o que ainda não foi feito.

Força !!!!
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Enquanto não aparecer um partido que, não só não esteja dominado por aquele Grupo Organizado de pedófilos Compulsivos “do Oriente Lusitano”, como os denuncia, Portugal como o conhecemos tem 0,01% de hipóteses de sobreviver.
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Não consigo ler o texto. Não sou assinante do Expresso, e era só o que me faltava ser diagnosticado com o tipo de doença mental que me levaria a tal acto. Mas esse rompimento de consensos, passa por o quê? O que é que isso significa? É algo que realmente se veja, ou trata apenas de “questões de fundo”, como os políticos gostam de chamar a tudo o que signifique manter as coisas na mesma?
Significa que o PSD de Miguel Morgado está disposto a acabar com a narrativa politico-correcta dos tais “valores europeus” que ninguém entende muito bem quais são, de onde vieram ou o que raio é que na nossa história comum nos leva a dizer, por exemplo, que os europeus são um povo acolhedor e generoso?
Significa que esse mesmo PSD está disposto a olhar para o problema da emigração a tomar uma posição audível (também conhecida por, que o povo ouviu) contra aquela que é a posição do PS?
Significa também que está disposto a ter a coragem de usar essas palavras malditas como Pátria, Nação, Soberania, Lusitanos e Camões nos seus discursos, programas políticos e discussões parlamentares?
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Note-se, não estou a levantar questões económicas ou políticas que são tão ou mais importantes que o problema da emigração, porque me falta tempo para este post.
Mas penso que fica bem entendido que o meu objectivo é tentar perceber o que é este rompimento e se ele realmente vale a pena, ou se é mais areia atirada para os olhos do povo português para manter vivo o regime abrilista e essa grande ilusão que PSD e PS são alternativas ao poder.
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PSD e PS são alternativas ao poder. Aliás, são as únicas alternativas ao poder. Tudo o resto é apenas alternativa para o Tajiquistão.
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Pois, pois. É aqui que discordamos em absoluto. Foi-o talvez no tempo de Cavaco. Nunca mais desde então.
O meu cinismo natural levaria-me a dizer que com isso que o Vitor já me tirou as dúvidas todas. Mas não conheço o Morgado. É gente nova, com outras ideias. Não vem formatado com o discurso de Abril, do qual não teve a vivência. Ou seja, não tem o vicio das gerações mais velhas. Portanto, merece o beneficio da dúvida. Cá estaremos…
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Mas são. As outras alternativas são revolução armada ou junta militar. A não ser que o Rui Tavares ganhe eleições.
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E que fique claro, não estou a querer ser presunçoso quando atribuo o beneficio da dúvida, apesar do meu poder de voto assim o permitir. Pelo contrário; é querer esperar para ver.
Porque aquela direita lá em cima, é a direita que eu ambiciono e que desejo que finalmente se revele ao seu eleitorado e que dê voz a um grupo vasto de cidadãos europeus descontentes e que só encontram algum eco em partidos menos recomendáveis.
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Acabar com “Pátria, Nação, Soberania, Lusitanos e Camões” foi condição necessária para que Portugal aderisse, como aderiu, ao Clube dos Ricos. Essa foi uma condição, a par de outras como, vender empresas estratégicas à soberania, afundar a frota de pesca, acabar o Alqueva só após as terras que a envolvem serem vendidas a estrangeiros, etc.etc.
Os portugueses desejaram essa adesão, tanto nas urnas como nos supermercados, lojas de roupa, stands de automóveis.
Os cidadão que já tinham, antes da adesão, as benesses do consumo, estão escandalizados com a quantidade de pés-descalços que lá conseguiram chegar.
Numa palavra; INVEJA-CIÚME.
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Isso passou-se no século XX, e o que deu? “Duas” Guerras Mundiais…
Alguns dos Blasfemos ainda não perceberam que o Patriotismo exarcebado dá azo a conflitos, até nas ex-Colónias.
Pode estar ainda longe, mas o paradigma Europa sobrevive, não obstante alguns dinossáurios emperrados no Deus, Pátria, Família, digo.
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Não sei se percebi. Foi para mim?
Deus e Família provocaram duas guerras?
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Não lhe foi dirigido, absolutamente. Se fosse, eu não omitiria o endereçado
como pratico invariavelmente.
vitorcunha PERMALINK*
9 Outubro, 2018 21:28
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Vamos abandonar o consenso partidário sobre a europa (“Mandem mais dinheiro! Para Lisboa sff, que nós depois distribuimos…”) para ter uma voz mais activa e discordante na “construção europeia”…? A soberba…
Já estou como o outro, antes de quereres mudar o mundo que tal conseguires arrumar o teu quarto?
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Formem um partido. E vão para as ruas, praças e mercados de Portugal.
O nobre povo vos espera.
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Xiu. O PSD tem que perder estas eleições para o PS por maioria absoluta.
A unica forma da direita ter futuro neste pais é forçar o bluff do PS.
Deixar-los ganhar, esperar pela crise, pelo fim da ajuda do BCE e esperar que venha o FMI novamente.
Quer dizer ainda vão dizer que a bancarota é culpa do Rui Rio.
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