CDSocialista
A propósito do tecido empresarial privado exportador e enquadrado em tema relacionado com os possíveis efeitos negativos do Brexit para Portugal, Assunção Cristas lamentou hoje em Guimarães que “o Governo não tenha nenhuma política dirigida para garantir e estimular o crescimento económico“.
Para um não-socialista o crescimento económico passa por o Estado sair do caminho e, precisamente, não ter “políticas de estímulo”.
Além do mais, um não-socialista não quer o Estado a beneficiar sectores específicos da sociedade em detrimento de todos os outros.
A este título convém lembrar que existem 800 mil empresas individuais e 400 mil sociedades em Portugal, mas apenas 25.000 são exportadoras. Equivale a dizer que só 2,1% de todas as empresas portuguesas (ou 6,2% das sociedades) têm relações comerciais com o exterior. Destas últimas, apenas uma minoria tem trocas com o Reino Unido.
Sabe-se também que 8 em cada 10 funcionários ao serviço das sociedades trabalham em empresas que operam apenas no mercado nacional.
Que razões apresenta o CDS para que o dinheiro dos contribuintes seja canalizado para apoiar uma ínfima parte das empresas portuguesas?
O país precisa de empresas exportadoras para compensar as importações.
Em qualquer sociedade, a imensa maioria das pessoas consome bens importados, e somente uma minoria de empresas exporta. Porém, todas as pessoas que consomem bens importados beneficiam, indiretamente, da existência de empresas exportadoras.
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Tem toda a razão. Mas o que tem a ver a sua existência com os “estímulos” — eufemismo para subsídios ou facilidades fiscais — estatais às mesmas? Tais subsídios não serão um instrumento que, em parte, desvirtua o que é pago pelas importações? Ou seja, que agrava colateralmente a despesa na balança importações/exportações? Ou estou errado?
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Isto é cultural. Está muito entranhado na cultura do país e tem raízes históricas. O «modelo» vigente é o herdado do Marquês de Pombal, dos monopólios e das regulamentações e burocracias. É ler por exemplo o Ratton.
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Socialista tem sido o PSD. Foi no tempo de Cavaco, Barroso, Santana. Nos Açores e na Madeira. Nem os comunistas foram tão longe.
O CDS é um partido conservador. E quer conservar o que Salazar fazia na economia – intervenção e corporações.
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O Cavaco era um funcionário público pouco culto.
Entretanto, parte da elite portuguesa assumiu uma atitude derrotista perante a entrada na então CEE e delineou um futuro de Portugal como país de serviços e turismo, abdicando da indústria – que pensava que nunca poderia competir no exterior e da agricultura, por iguais razões.
A verdade é que faltou – e falta – inventiva e agora, perante a falência dessa visão irreal, só a necessidade aguçará o engenho. Mas a necessidade só chegará quando a UE deixar de subsidiar a aparelhagem que permite este coma induzido.
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O que se pode esperar daquela que foi a ministra mais socialista do governo de Passos?
O que se pode esperar de uma pessoa com formação em Direito, que apenas sabe regular, legislar e criar burocracia?
É como diz o comentador Luís, isto é cultural. E só muda a mal, quando falirmos novamente, ninguém nos emprestar dinheiro e formos obrigados a trabalhar.
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Que falta que nos faz a Common Law…
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É, todos os países que não têm Common Law têm imensos problemas. Veja-se a Alemanha, por exemplo. A Common Law faz-lhes imensa falta. Coitados.
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A falta de common law não é a causa. Partlhiamos com a Suíça o sistema jurídico, bem como com a Espanha, a Alemanha e a Itália – que têm resultados bem diferentes.
O mal não está, por isso, no sistema jurídico – embora, em Portugal se atribua à lei o papel miraculoso que dantes de atribuía à Providência Divina.
Mas claro que há a péssima pratica da legislação copiada – às vezes literalmente, e principalmente do francês – sem atender a diferenças culturais, históricas, etc, isto para não falar já da circunstâncias concretas da sua aplicação, muito diferentes em Portugal.
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Lavoura mas o problema em parte é mesmo esse. O provincianismo misturado com a «manha». Copiaram o Direito alemão sem cuidar se se adaptava à nossa realidade cultural, mas distorceram tudo para agradar a certos chico-espertismos que andam por aí. Quer exemplos? As leis do urbanismo e a taxação das mais valias imobiliárias. É esta a nossa triste sina. Copiar o que favorece algumas elites, e normalmente copiam da França, e distorcer quando necessário…
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No meio dessas empresas todas, alguém sabe quantas se dedicam a actividades exclusivamente de “diversão”? Tenho a impressão que Portugal se tornou num grande “parque de diversões”, e depois queixa-se que não há pão para todos …
Claro, patati patatá, o que é bom é o “terciário”, e exportar muito, nem que seja lixo (como os chinocas) !
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Dois terços do país são «terra queimada». Não se produz nada de jeito. O grande empregador é o Estado (escolas, câmara, junta, centro de saúde) e a IPSS local (que depende do dinheiro do Estado). A população está envelhecida e recebe pensão do Estado. Há uns cafés e restaurantes onde vão os funcionários do Estado e os pensionistas do Estado. As terras não se exploram nem há indústrias locais, por razões múltiplas, normalmente vícios de índole cultural.
Passamos a fronteira e vemos terriolas com 3 mil habitantes que têm o seu lagar, as suas fábricas de enchidos, os seus armazéns de frutas. Outro mundo. No país Basco e na Catalunha a diferença ainda é mais abissal. Somos muito, muito mais pobres do que julgamos.
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E para cúmulo “governados” por sacanas/canalhas e lunáticos(um país pobre e cheio de corruptos será sempre mais pobre).
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Mas divertimo-nos à grande … praia cheia quase todo o ano, 24 de Julho à pinha toda a semana, estádios de futebol quando há jogo, festivais de rock nunca deram prejuízo … pobres mas divertidos 🙂
Os pensionistas pagos pelo estado uma ova, grande parte, descontaram (na pública ou na privada) e agora para o receberem ainda suam bastante!
E depois ainda há os que descontaram, mas nunca chegam a receber nada de jeito, porque morrem na fila do SNS …
O país ainda vacila entre as duas possibilidades :
– Dar lugar aos jovens mais bem preparados (montes de canudos), mas incapazes de garantir a sustentabilidade da SS.
– Ou manter os velhos a trabalhar para não ter de lhes pagar a pensão, dada a falência da SS.
A solução é mesmo o SNS, a CUF é que está a lixar tudo!
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Verdade.
As maiores exportadoras da extremadura espanhola não estão em Badajoz, mas em pequenos pueblos, exportam azeite, tomate e fruta. Do terminal ferroviário de Elvas sai um comboio diariamente, sempre cheio, com contentores com destino ao Porto de Lisboa e Setúbal. Tudo mercadoria espanhola. E falamos da região mais pobre de Espanha, imaginemos a realidade do Alentejo…
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Gostaria de saber qual a percentagem dessas produções de pequenas unidades no todo da exportação espanhola – é um dúvida mesmo…
De qualquer modo, o modelo daqui é suicida, com uma desertificação total do interior do país, onde as câmaras são as principais empregadoras em cidades semi-arruinadas.
A questão será cultural, mas durará enquanto este houver dinheiro para o estado distribuir.
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Ontem, célere, a oportunista ACristas (deve ter visto também alguma luz, por ímpeto papal), já manifestou apoio à recandidatura do entertainer MarceloCarmonaThomaz, tutor, almofador do AC-DC e permanente salvador de má governação que… a Cristas critica.
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Quanto mais se fala em Estado mais desperdício e corrupção se promove.
Mas é a treta que ainda tem aplauso: o subsídio, a comparticipação, a trenguice…
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Ouso perguntar: em que países do mundo civilizado não há iniciativas legislativas para apoiar as exportações?
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Legislativas é uma coisa, financeiras é outra. Esta gente só quer dinheiro.
E para que saiba Portugal é dos países onde é mais fácil exportar, os custos são baixos, a Alfandega é célere, os portos (quando não há greves são eficientes) e os grandes armadores escalam Portugal com excelentes ligações a qualquer ponto do globo. O que falta? Conhecimento e vontade da parte dos empresários.
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Caro André Miguel, imploro-lhe que ouça o que a Conceição Cristas disse.
Quanto à acusação (um bocadolas para o esquerdóide, aliás) de que a culpa de as exportações não serem mais fortes é dos empresários, aconselho-o a que fale com um exportador que conheça. Há-de constatar que não é da falta de subsídios que as pessoas se queixam…
Caro André Miguel, Portugal não é,de facto, um país que dê boas condições aos seus exportadores.
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Lol
Eu trabalho em comércio intermacional… Não queira ensinar a Ave Maria a quem já sabe o Pai Nosso.
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Há um comentário meu mais acima onde informo que um comboio cheio de contentores sai diariamente de Elvas para o Porto de Lisboa e Setúbal com mercadoria de exportadores espanhóis. Espanhóis! Entende ou é preciso um desenho?
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