Todos, todos, todos?
Paulo Portas é de um cinismo e de uma falta de vergonha na cara monstruosas. O facto de saber comer à mesa, ter lido livros e ser bem-falante tem enganado muita boa gente sobre a personagem política sinistra que verdadeiramente é.
Ontem, seráfico e angélico, invocou o Papa Francisco para defender que o princípio do «todos, todos, todos» deve ser aplicado na política portuguesa. É extraordinária a ousadia soez de sinalizar a sua suposta virtude cristã, quando ao mesmo tempo é um dos políticos que mais acerrimamente tem defendido que o terceiro maior partido deve ser afastado de quaisquer entendimentos e é um advogado das chamadas «linhas vermelhas», o que na prática exclui os representantes de centenas de milhar de portugueses de participarem no diálogo com outras forças políticas.
É tão cega a obsessão de Paulo Portas com o Chega, que nas suas homilias televisivas de domingo, independentemente do tema que esteja a tratar, tenta sempre colar o partido de André Ventura ao extremismo. Há dias, a propósito das eleições na Galiza, Portas disse literalmente que esta província espanhola era «um paraíso porque tinha deixado os extremistas do Vox e do Podemos fora do parlamento». A sua desonestidade intelectual é tanta que no afã de deixar uma subtil crítica ao Chega, Portas se esqueceu que em segundo lugar na Galiza ficou um partido marxista-leninista.
No mesmo sermão televisivo, Portas sugeriu ainda que as manifestações dos polícias estavam a ser manipuladas por André Ventura e disse explicitamente que Trump tem um acordo secreto com Putin. Isto não serão «teorias da conspiração»?
O Paulo Portas de hoje do «todos, todos, todos» é o mesmo que no passado escreveu e cito: «a última coisa que convém ao português médio é um cigano ou um negro que concorrem no mercado e pesam no Estado». Esta afirmação é recordada por um investigador em Ciências Sociais em livro publicado em 2022 pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
E o Paulo Portas do «todos, todos, todos» é também a mesma criatura que durante dois anos foi um dos mais destacados evangelistas de uma sociedade fascisto-sanitária, defendeu a segregação de cidadãos, lançou anátemas de chalupas e negacionismo sobre pessoas com sentido crítico e uma avaliação de risco-benefício diferente da dele próprio, promoveu a vigilância electrónica dos Portugueses, fez a apologia dos confinamentos e pretendia instaurar a proibição de circulação entre concelhos.
Luís Montenegro e a AD acham mesmo boa ideia trazer para o palco indivíduos com estas características éticas e morais?
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:

Paulo Portas foi Ministro dos Negócios Extrangeiros.
O abc na casa da diplomacia é a arte de não menorisar ninguém, mesmo de quem não se gosta.
P.P. publicamente insiste em exibir TDS “Trump Derangement Syndrome”….
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Resido fora de Portugal ha mais de tres decadas onde nao penso regressar por motivos familiares. Mas votei por correspondencia de alma e coracao no CHEGA.
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Há tanta gente a marrar no Chega, que o mais certo é que depois das eleições fiquem todos, todos, todos, com uma enorme dor de chifres.
A vontade de um povo é mais nobre e eloquente do que qualquer campanha persecutória que nos tentem fazer, seja ela editada nas redacções manipuladas de jornais e televisões ou condicionada por sondagens fabricadas e fictícias.
Tantas vezes a democracia vai a votos que um dia (e esse dia está a chegar) deixará lá a asa do descontentamento e da mudança.
Tornámo-nos num país abandalhado, mutilaram as nossas referências culturais e históricas e deixámo-nos colonizar por um bando asqueroso de idiotas que leiloaram a nossa língua e sonegaram as nossas raízes e tradições, porque já nada nos espanta como determinadas coisas acontecem, só apenas nos entristecem a impunidade com que elas ocorrem.
O General De Gaule afirmou um dia que era difícil governar um país com 300 variedades de queijos e 400 de vinhos, agora imaginem o trabalho ciclópico que temos pela frente para limpar do nosso 50 anos de corrupção e de interesses instalados.
Do que eles têm medo e pavor é que das palavras sábias de António Aleixo – “vós que lá no vosso império, prometeis um mundo novo, calai-vos que pode o povo, querer um mundo novo a sério”, se multipliquem e extravasem as meras cercas da indignação.
A vontade de um povo é mais digna do que qualquer demissão irrevogável e mais transparente do que qualquer compra de submarinos.
A nossa bandeira nunca será trocada e adulterada pelas cores de activismos bacocos, de ideologias de género arco-íris da treta ou por tons de solidariedades mesquinhas da moda.
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A Fada do Parque ou Dama de S.Francisco, regressou ao modo “Independente”. Depois do delírio tirano/covideiro, já nem consigo ouvi-lo.
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