Ora. O Esteiros é um belíssimo livro, da chamada corrente neo-realista ( tal como havia no cinema italiano dos fifties) e que a editora Europa-América de Lyon de Castro ( provável maçom), publicou em 1971, numa colecção de livros de bolso, chamada precisamente livros de bolso Europa América. Sei porque tenho esse exemplar que comprei em Abril de 1971 e li.
Apesar de ter sido um livro censurado no tempo de Salazar, não o foi no tempo de Caetano. O PCP esquece sempre isto.
Convém-lhe ao mito. Esse, sim.
E já agora, esse livro foi o primeiro dessa colecção. O segundo, foi O músico cego de Vladimiro Korolenko ( alguém sabe quem é, hoje em dia?) . O terceiro o Frei Luís de Sousa de Garrett ( que não comprei) e o quarto e quinto, A oeste nada de novo, de Erich Maria Remarque e A missão de Ferreira de Castro ( comprado em 19.5.1971). Já lá vão 37 anos!
No tempo de Caetano vivi eu, e havia muitos livros que não me deixavam ler e filmes que não me deixavam ver.
Ou melhor, filmes vi, que passavam cortados pelos censores, e que depois do 25 de Abril já passaram completos. Voltei a vê-los e dava-me para rir, perante a mesquinhez dos censores. 25 de Abri, sempre !
E o livro de Musil, O Homem sem qualidades, foi editado nessa mesma época e tenho uma crítica a esse livro da autoria de salvo o erro, Agustina Bessa Luís, no Diário Popular.
Agora foi reeditado com tradução de João Barrento.
Comparando os tempos, esse livro, pode bem servir de exemplo e paradigma do tempo que passa: mais dinheiro, mas meios, mais informação e poder de acesso a ela. Mas, menor conhecimento e cultura, menor interesse público e menor desenvolvimento geral.
Alguns desses filmes que não se podiam ver no tempo de Caetano, também não se viam na Inglaterra.
Algumas músicas ainda eram proibidas por lá, nos anos oitenta. Por exemplo, Shipbuilding de Elvis Costello, cantada por Robert Wyatt. Não passavam na BBC. E muitas outras.
A música de Serge Gaibsbourg e Jane Birkin, Je t´aime, moi non plus, salvo erro de 1969, não passava nas rádios desses países. Itália, França, Inglaterra etc.
Isso quer dizer que eram ditaduras como por cá havia?
Ou será que temos que distinguir os tempos e perceber o Maio de 1968, como uma revolução de costumes, mais que política?
Em França, a primeira vez que foram mostrados os seios nus de uma mulher, em papel de revista ou jornal, foi notícia. E julgo que foi nos anos setenta, embora por lá houvesse uma revista chamada Lui…que por cá não havia e passou a haver depois do 25 de Abril.
“Mas, menor conhecimento e cultura, menor interesse público e menor desenvolvimento geral.”
José,
Em que se baseia para dizer isso? Não será concerteza nas taxas de analfabetismo, nem no número de licenciados, nem na quantidade da oferta cultural, nem nas estatísticas relativas aos hábitos de leitura (apesar de tudo em ascensão), nem na esperança média de vida, nem nas taxas de mortalidade infantil…
Não. Baseio-me tão só, no empirismo de comparar os jornais e revistas de 1971 a 1974, com aquilo que hoje se faz.
E também nos livros que se lêem.
Quem é que apostava em publicar Vladimiro Korolenko, actualmente? E Erich Maria Remarque diz o quê, a estas pessoas?
E Yasunuri Kawabata?
Mas há uma coisa interessante. Li a recensão ao Homem sem qualidades, de Musil, feita na Ypsilon.
Tenho uma outra, de 71. Vou comparar em termos de sumo e essência.
Desculpe José, mas isso a que se refere são as consequências decorrentes do facto de a cultura deixar de ser destinada a um grupo rstrito, a uma elite, e passar a responder aos interesses de um mercado maior mas menos exigente. Ou como dizem as pessoas finas: é a democratização da cultura.
Perde-se a qualidade típica da exclusividade. Isso não significa que haja menos conhecimento porque a comparação legítima não é entre elites culturais mas antes entre a generalidade da população.
A excelência, conseguida em certos casos, nem se compara com o que hoje existe.
Alguém se lembra de uma revista chamada Cinéfilo, publicada entre Setembro de 1973 e Junho de 1974, dirigida por Fernando Lopes e António Pedro Vasconcelos?
Essa revista, era uma maravilha, em termos mundiais e sei do que falo. Graficamente, substancialmente, pela qualidade geral.
Nunca mais houve nada assim, em Portugal.
E no entanto, para os que acham que estamos bem melhor hoje, culturalmente falando, do que há trinta anos, isto é dizer algo.
José, vc compara o que lhe interessa, na área dos seus interesses.
Vc disse e muito bem, que hoje há “…mais meios, mais informação e poder de acesso a ela.“.
Quem julga que faz esses meios ?
O José é um tipo de tomates: Não tem receio em assumir-se salazarista. Não é como aqueles miudos do CDS que também o são mas não têm coragem em dizê-lo.
José Cardoso Pires, Alexandre O´Neill, Agustina Bessa Luís, por exemplo e só para citar esses, escreviam regularmente nos jornais populares. O Diário Popular, era um jornal da tarde dos trabalhadores. Até tinha umas fotos interessantes, de vez em quando, a lembrar as páginas 3 do Sun…
O regime de Caetano que poucos citam, preferindo ( et pour cause) citar o Salazar, preparava a democracia. Tal como aconteceu em Espanha.
Na Assembleia Nacional, a Ala Liberal de Sá Carneiro e outros, preparavam a transição. E não duraria muito tempo. Até 1975, 76, no máximo. Com descolonização a sério e discussão de transição política, com países democráticos a apoiar.
Claro que se assim fosse, não gramaríamos a pastilha de ouvir a Antena 1 Hoje, a repassar as velhas glórias do antifassismo, a cantar cançonetas de outrora, bem bonitas por sinal, algumas delas.
Até o José Mário Branco cantou que tinha vindo de longe. No caso, de França onde se encontrava emigrado, fugido à mobilização para o Ultramar. Fugiu. Como Sérgio Godinho.
Outros, não fugiram.
Se fosse eu, talvez sentisse vontade de fugir, mas tinha ido lá parar, de certeza.
E para terminar, tenho apenas a lamentar que durante mais de 34 anos, o PCP e a Esquerda soft, tenham conseguido obliterar completamente, qualquer tentativa de aceitar o regime de Salazar/Caetano, como tendo coisas certas e bem feitas.
Recusam-se a falar nisso, porque foi o “fassismo”. E pronto, acaba logo aí a discussão.
Nem na URSS com as purgas estalinistas era assim. Nem depois de Krouyschov se deixou de falar no Estaline como tendo feito coisas boas ( na perspectiva deles, claro). Aqui, não. Salazar não prestou. Ponto final.
Em 1974, também em Agosto, fiz 18 anos. Por isso, escrevo como escrevo, porque sinto que a verdade das coisas ainda não foi dita. E desde os 13 que lia coisas e loisas que guardei sempre que pude. Almanaques. Vidas de Santos. Sobre escutismo e vida ao ar livre. Jacques Monod ( tenho uma entrevista a propósito do Acaso e a Necessidade, traduzida do L´Express, no Diário Poupular, num dos tais suplementos) e Teilhard de Chardin. Os tais Diários Populares,Capital, Diário de Lisboa etc etc. tenho-os, dessa altura.
E sei que a censura em Portugal, nessa altura, sendo real e palpável, não era como, por exemplo, nos países de leste. Por isso é que não aceito que um comunista vitupere o regime de Salazar por causa da censura. Tenho muita mais legitimidade, eu, que nunca fui comunista ou algo que se pareça.
E agora vou escrever sobre o 25 de Abril e José Mário Branco, que hoje dá uma magnífica entrevista à Tabu do Sol.
Merece destaque e vou para a minha tenda. Desculpem qualquer coisinha.
Gostei dos seus comentários, até porque somos da mesma geração e reavivou-me a memória sobre livros e revistas (Rock & Folk, Best, New Musical Express, Melody Maker, etc.) que acompanharam a minha adolescência. Da colecção de bolso da Europa-América guardo todos os títulos do 1 ao 137. Não estou seguro de que a revista francesa que refere seja a Lui (lembro-me de outra, mas falha-me o nome.
Ai era a Lui, era. Isso, sei bem, porque a folheava um pouco à socapa, nas Bertrands que por aí havia nessa altura. Havia uma outra- Absolu que um amigo trazia quando ia a França…
E havia a Playboy também.
E a Rock & Folk, comecei a comprá-la desde Outubro 74. O Melody Maker em 75 e o NME em 74. E a Rolling Stone, em 75.
Os números que me faltavam da Rock & Folk, comprei-os agora na ebay francesa. Está lá tudo. E barato.
Absolu!!! Era dessa que não me recordava. Essa é que era! Também me lembro da Lui, mas a Absolu foi mais “marcante”. Infelizmente, tive que me desfazer da maior parte dessas revistas. Ao contrário das revistas, livros e filmes o espaço disponível não há maneira de crescer.
Mialgia de Esforço Diz: ” Woodwork squeaks and out come the freaks! ”
Curiosamente, essa é mais estranha e pouco conhecida, embora tenha excelentes temas. Pessoalmente, prefiro “Go? Now!” e o “Skys Ablaze”. Um dos temas seria aproveitado pelos Wham, e no segundo album há um tema que é igual ao “the sign”, salvo erro, do Prince, com a curiosidade deste ultimo ter escrito a canção… depois.
Mas fica aqui o resto do tema, curiosamente
“Woodwork squeaks and out comes Trotsky
Out comes Trotsky, yeah
Woodwork squeaks and out comes Coltrane
Coltrane, Coltrane
Woodwork squeaks and out comes Che Guevara, Che Guevara
Woodwork squeaks and out comes the Powell, Buddy Powell “
O Saramago o Nobel (deve ter custado uma pipa ao povo portugues)
Tambem è um grande democrata! Quando dirigiu em 74 o Diario de Noticias a sua obra foi colocar no olho da rua tudo o que não fosse de esquerda ou das suas simpatias! Ainda acham que a ignorancia da juventude è um premio da iletracia?
34 anos depois do 25-A, já chega de endeusar essa ruinosa golpada.
Retirem o desenvolvimento tecnológico importado e o efeito do endividamento público colossal e facilmente se verá como estamos pior do que há 34 anos.
Claro que se vive melhor hoje do que há 34 anos, mas só porque vivemos à custa de empréstimos e beneficiamos dos progressos tecnológicos realizados pelos outros países.
Façam uma projecção para o nível económico em que estaríamos se a economia continuasse a crescer ao ritmo de 1973.
Já se esqueceram do que se passou em Portugal entre 1974 e 1985?
O 25-A é uma mentira, uma fraude, que um simples gráfico permite desmontar.
E não é preciso dizer que perdemos 94% do território nacional…
O Esteiros um mito saído do Prec?
Ora. O Esteiros é um belíssimo livro, da chamada corrente neo-realista ( tal como havia no cinema italiano dos fifties) e que a editora Europa-América de Lyon de Castro ( provável maçom), publicou em 1971, numa colecção de livros de bolso, chamada precisamente livros de bolso Europa América. Sei porque tenho esse exemplar que comprei em Abril de 1971 e li.
Apesar de ter sido um livro censurado no tempo de Salazar, não o foi no tempo de Caetano. O PCP esquece sempre isto.
Convém-lhe ao mito. Esse, sim.
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E já agora, esse livro foi o primeiro dessa colecção. O segundo, foi O músico cego de Vladimiro Korolenko ( alguém sabe quem é, hoje em dia?) . O terceiro o Frei Luís de Sousa de Garrett ( que não comprei) e o quarto e quinto, A oeste nada de novo, de Erich Maria Remarque e A missão de Ferreira de Castro ( comprado em 19.5.1971). Já lá vão 37 anos!
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No tempo de Caetano vivi eu, e havia muitos livros que não me deixavam ler e filmes que não me deixavam ver.
Ou melhor, filmes vi, que passavam cortados pelos censores, e que depois do 25 de Abril já passaram completos. Voltei a vê-los e dava-me para rir, perante a mesquinhez dos censores.
25 de Abri, sempre !
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E o livro de Musil, O Homem sem qualidades, foi editado nessa mesma época e tenho uma crítica a esse livro da autoria de salvo o erro, Agustina Bessa Luís, no Diário Popular.
Agora foi reeditado com tradução de João Barrento.
Comparando os tempos, esse livro, pode bem servir de exemplo e paradigma do tempo que passa: mais dinheiro, mas meios, mais informação e poder de acesso a ela. Mas, menor conhecimento e cultura, menor interesse público e menor desenvolvimento geral.
Porque será?
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…mais informação e poder de acesso a ela. Mas, menor conhecimento e cultura…
Fale por si.
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Alguns desses filmes que não se podiam ver no tempo de Caetano, também não se viam na Inglaterra.
Algumas músicas ainda eram proibidas por lá, nos anos oitenta. Por exemplo, Shipbuilding de Elvis Costello, cantada por Robert Wyatt. Não passavam na BBC. E muitas outras.
A música de Serge Gaibsbourg e Jane Birkin, Je t´aime, moi non plus, salvo erro de 1969, não passava nas rádios desses países. Itália, França, Inglaterra etc.
Isso quer dizer que eram ditaduras como por cá havia?
Ou será que temos que distinguir os tempos e perceber o Maio de 1968, como uma revolução de costumes, mais que política?
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Por mim, falo sempre, e nem preciso de citar as tias do costume.
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Em França, a primeira vez que foram mostrados os seios nus de uma mulher, em papel de revista ou jornal, foi notícia. E julgo que foi nos anos setenta, embora por lá houvesse uma revista chamada Lui…que por cá não havia e passou a haver depois do 25 de Abril.
Um espanto!
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A minha tia Januária, ainda acha que há filmes que deviam ser proibidos.
Aqueles que têm mulheres nuas e comunistas.
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“Mas, menor conhecimento e cultura, menor interesse público e menor desenvolvimento geral.”
José,
Em que se baseia para dizer isso? Não será concerteza nas taxas de analfabetismo, nem no número de licenciados, nem na quantidade da oferta cultural, nem nas estatísticas relativas aos hábitos de leitura (apesar de tudo em ascensão), nem na esperança média de vida, nem nas taxas de mortalidade infantil…
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Não. Baseio-me tão só, no empirismo de comparar os jornais e revistas de 1971 a 1974, com aquilo que hoje se faz.
E também nos livros que se lêem.
Quem é que apostava em publicar Vladimiro Korolenko, actualmente? E Erich Maria Remarque diz o quê, a estas pessoas?
E Yasunuri Kawabata?
Mas há uma coisa interessante. Li a recensão ao Homem sem qualidades, de Musil, feita na Ypsilon.
Tenho uma outra, de 71. Vou comparar em termos de sumo e essência.
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Desculpe José, mas isso a que se refere são as consequências decorrentes do facto de a cultura deixar de ser destinada a um grupo rstrito, a uma elite, e passar a responder aos interesses de um mercado maior mas menos exigente. Ou como dizem as pessoas finas: é a democratização da cultura.
Perde-se a qualidade típica da exclusividade. Isso não significa que haja menos conhecimento porque a comparação legítima não é entre elites culturais mas antes entre a generalidade da população.
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Há outra observação empírica:
A excelência, conseguida em certos casos, nem se compara com o que hoje existe.
Alguém se lembra de uma revista chamada Cinéfilo, publicada entre Setembro de 1973 e Junho de 1974, dirigida por Fernando Lopes e António Pedro Vasconcelos?
Essa revista, era uma maravilha, em termos mundiais e sei do que falo. Graficamente, substancialmente, pela qualidade geral.
Nunca mais houve nada assim, em Portugal.
E no entanto, para os que acham que estamos bem melhor hoje, culturalmente falando, do que há trinta anos, isto é dizer algo.
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Qual democratização, qual carapuça?
V. chegou a ler os suplementos culturais do Diário Popular e do Diário de Lisboa, a Mosca, por exemplo? Ou os do Sempre Fixe, até 74?
Se não leu, pode sempre ir á hemeroteca de Lisboa e consultar os suplementos das terças e quintas-feiras ( DP) e Sàbados ( DL).
Pode comparar a qualidade do que se escrevia na Vida Mundial com o que hoje se escreve na Visão.
Pode consultar catálogos de livros publicados no final dos sessenta e princípios dos setenta, com os que agora se publicam.
Para mim, é exemplar.
A cultura, antes do 25 de Abril, era menos elitista do que hoje.
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José, vc compara o que lhe interessa, na área dos seus interesses.
Vc disse e muito bem, que hoje há “…mais meios, mais informação e poder de acesso a ela.“.
Quem julga que faz esses meios ?
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O José é um tipo de tomates: Não tem receio em assumir-se salazarista. Não é como aqueles miudos do CDS que também o são mas não têm coragem em dizê-lo.
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José Cardoso Pires, Alexandre O´Neill, Agustina Bessa Luís, por exemplo e só para citar esses, escreviam regularmente nos jornais populares. O Diário Popular, era um jornal da tarde dos trabalhadores. Até tinha umas fotos interessantes, de vez em quando, a lembrar as páginas 3 do Sun…
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Spacek:
Salazarista? Moi? Nem Caetanista, quanto mais Spinolista!
Sou democrata, meu caro. Mas não quero ser dos democratas populares.
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O regime de Caetano que poucos citam, preferindo ( et pour cause) citar o Salazar, preparava a democracia. Tal como aconteceu em Espanha.
Na Assembleia Nacional, a Ala Liberal de Sá Carneiro e outros, preparavam a transição. E não duraria muito tempo. Até 1975, 76, no máximo. Com descolonização a sério e discussão de transição política, com países democráticos a apoiar.
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O José é um “democrata” que justifica a censura em Portugal do antigamente, porque também havia censura em Katmandu.
Helas !
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Claro que se assim fosse, não gramaríamos a pastilha de ouvir a Antena 1 Hoje, a repassar as velhas glórias do antifassismo, a cantar cançonetas de outrora, bem bonitas por sinal, algumas delas.
Até o José Mário Branco cantou que tinha vindo de longe. No caso, de França onde se encontrava emigrado, fugido à mobilização para o Ultramar. Fugiu. Como Sérgio Godinho.
Outros, não fugiram.
Se fosse eu, talvez sentisse vontade de fugir, mas tinha ido lá parar, de certeza.
É essa a diferença.
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Não justifico nada a censura, nem a aceito. Contextualizo. Fiquei satisfeito com o 25 de Abril.Exultante, até. Mas só na primeira semana.
Não gosto do PCP. É só isso.
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E para terminar, tenho apenas a lamentar que durante mais de 34 anos, o PCP e a Esquerda soft, tenham conseguido obliterar completamente, qualquer tentativa de aceitar o regime de Salazar/Caetano, como tendo coisas certas e bem feitas.
Recusam-se a falar nisso, porque foi o “fassismo”. E pronto, acaba logo aí a discussão.
Nem na URSS com as purgas estalinistas era assim. Nem depois de Krouyschov se deixou de falar no Estaline como tendo feito coisas boas ( na perspectiva deles, claro). Aqui, não. Salazar não prestou. Ponto final.
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OK.
Salazar era pior que Catano.
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“V. chegou a ler os suplementos culturais do Diário Popular e do Diário de Lisboa, a Mosca, por exemplo? Ou os do Sempre Fixe, até 74?”
Eu antes de Abril de 74 não lia nada. Nasci em Agosto.
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Em 1974, também em Agosto, fiz 18 anos. Por isso, escrevo como escrevo, porque sinto que a verdade das coisas ainda não foi dita. E desde os 13 que lia coisas e loisas que guardei sempre que pude. Almanaques. Vidas de Santos. Sobre escutismo e vida ao ar livre. Jacques Monod ( tenho uma entrevista a propósito do Acaso e a Necessidade, traduzida do L´Express, no Diário Poupular, num dos tais suplementos) e Teilhard de Chardin. Os tais Diários Populares,Capital, Diário de Lisboa etc etc. tenho-os, dessa altura.
E sei que a censura em Portugal, nessa altura, sendo real e palpável, não era como, por exemplo, nos países de leste. Por isso é que não aceito que um comunista vitupere o regime de Salazar por causa da censura. Tenho muita mais legitimidade, eu, que nunca fui comunista ou algo que se pareça.
E agora vou escrever sobre o 25 de Abril e José Mário Branco, que hoje dá uma magnífica entrevista à Tabu do Sol.
Merece destaque e vou para a minha tenda. Desculpem qualquer coisinha.
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José,
Gostei dos seus comentários, até porque somos da mesma geração e reavivou-me a memória sobre livros e revistas (Rock & Folk, Best, New Musical Express, Melody Maker, etc.) que acompanharam a minha adolescência. Da colecção de bolso da Europa-América guardo todos os títulos do 1 ao 137. Não estou seguro de que a revista francesa que refere seja a Lui (lembro-me de outra, mas falha-me o nome.
Anyway, it was a nice walk down memory lane!
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Balzaquiana… uau!!!
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Mialgia:
Ai era a Lui, era. Isso, sei bem, porque a folheava um pouco à socapa, nas Bertrands que por aí havia nessa altura. Havia uma outra- Absolu que um amigo trazia quando ia a França…
E havia a Playboy também.
E a Rock & Folk, comecei a comprá-la desde Outubro 74. O Melody Maker em 75 e o NME em 74. E a Rolling Stone, em 75.
Os números que me faltavam da Rock & Folk, comprei-os agora na ebay francesa. Está lá tudo. E barato.
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José,
Absolu!!! Era dessa que não me recordava. Essa é que era! Também me lembro da Lui, mas a Absolu foi mais “marcante”. Infelizmente, tive que me desfazer da maior parte dessas revistas. Ao contrário das revistas, livros e filmes o espaço disponível não há maneira de crescer.
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Woodwork squeaks and out come the freaks!
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Mialgia de Esforço Diz: ” Woodwork squeaks and out come the freaks! ”
Curiosamente, essa é mais estranha e pouco conhecida, embora tenha excelentes temas. Pessoalmente, prefiro “Go? Now!” e o “Skys Ablaze”. Um dos temas seria aproveitado pelos Wham, e no segundo album há um tema que é igual ao “the sign”, salvo erro, do Prince, com a curiosidade deste ultimo ter escrito a canção… depois.
Mas fica aqui o resto do tema, curiosamente
“Woodwork squeaks and out comes Trotsky
Out comes Trotsky, yeah
Woodwork squeaks and out comes Coltrane
Coltrane, Coltrane
Woodwork squeaks and out comes Che Guevara, Che Guevara
Woodwork squeaks and out comes the Powell, Buddy Powell “
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O Saramago o Nobel (deve ter custado uma pipa ao povo portugues)
Tambem è um grande democrata! Quando dirigiu em 74 o Diario de Noticias a sua obra foi colocar no olho da rua tudo o que não fosse de esquerda ou das suas simpatias! Ainda acham que a ignorancia da juventude è um premio da iletracia?
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34 anos depois do 25-A, já chega de endeusar essa ruinosa golpada.
Retirem o desenvolvimento tecnológico importado e o efeito do endividamento público colossal e facilmente se verá como estamos pior do que há 34 anos.
Claro que se vive melhor hoje do que há 34 anos, mas só porque vivemos à custa de empréstimos e beneficiamos dos progressos tecnológicos realizados pelos outros países.
Façam uma projecção para o nível económico em que estaríamos se a economia continuasse a crescer ao ritmo de 1973.
Já se esqueceram do que se passou em Portugal entre 1974 e 1985?
O 25-A é uma mentira, uma fraude, que um simples gráfico permite desmontar.
E não é preciso dizer que perdemos 94% do território nacional…
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