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Medidas simples contra a crise alimentar

5 Maio, 2008
by

Não é preciso complicar muito nem criar task forces que se eternizariam à custa de todos. Bastaria:

  • Extinguir a PAC e os subsídios à agricultura americana;
  • Extinguir os subsídios públicos aos biocombustíveis;
  • Acabar com as restrições aos organismos geneticamente modificados;
  • Abrir por completo os mercados do ocidente aos produtos agrícolas do 3º Mundo;
  • Abertura completa dos países do 3º Mundo ao investimento estrangeiro, permitindo deslocalizar para eles os agricultores europeus e americanos e todo o respectivo know-how.

Em pouco tempo, a oferta de produtos agrícolas multiplicar-se-ia, os preços baixariam e milhões de pessoas deixariam de morrer à fome.

76 comentários leave one →
  1. Luis Moreira permalink
    5 Maio, 2008 20:19

    Salvo se os investidores não deixassem produzir o suficiente (ou especulassem como estão a fazer com o petróleo) para aumentar os preços ! A fome continuava e os especuladores ficavam ainda mais milionários e com o poder de deixar morrer quem e onde quisessem!

    Tudo com o mercado a funcionar livremente!

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  2. Anónimo permalink
    5 Maio, 2008 20:31

    Abertura completa dos países do 3º Mundo ao investimento estrangeiro, permitindo deslocalizar para eles os agricultores europeus e americanos e todo o respectivo know-how.

    E quem “protege” e “garante”(como faz o nosso CPPenal) esses agricultores?Forças militares expedicionárias?

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  3. lucklucky permalink
    5 Maio, 2008 20:39

    “Salvo se os investidores não deixassem produzir o suficiente”
    Explique lá qual é o Cartel na Produção de Alimentos…?

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  4. Luis Moreira permalink
    5 Maio, 2008 20:47

    Explique lá…

    Há 30 anos trabalhei numa empresa americana/Espanhola que em vários produtos controlava mais mercado que Portugal/ano.E comprei navios de cereais quando já vinham no meio do AtLântico,cujo produto tinha sido comprado ainda a semente não tinha sido atirada á terra.Produzia peixe gato de tal forma intensiva que eram alimentados por avioneta.

    Coitadinhos dos investidores não manipulam nada o mercado…

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  5. 5 Maio, 2008 20:52

    Ideia genial… Mas gostava de saber quem é que convencia os sobas que pontificam nos países africanos – por exemplo – a deixar a “brancalhada ordinária” regressar em força a África, esbulhando-os das confortáveis tiranias. Quem? O Guterres, o Barroso? Ou será preciso uma prévia declaração de guerra por parte da ONU e proceder a uma autêntica invasão? Os senhores que andam por aí, do BE ao PSD a arrotar postas de pescada relativas à descolonização, deviam ter mais juízo e encontrar soluções.

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  6. Luis Moreira permalink
    5 Maio, 2008 20:52

    Nessa altura era a quinta maior empresa de produtos alimentares dos USA!Daí para cá vendeu-se,deixou-se comprar.Não tem poder nenhum sobre o que está a acontecer nos mercados de produtos alimentares.

    Coitadinhos dos investidores não manipulam nada o mercado…

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  7. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 21:18

    Isso era o fim do novo heroi francês:

    E o fim do agricultor abastado europeu…

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  8. 5 Maio, 2008 21:19

    Luís Moreira,

    Já ouviu falar da lei da oferta e da procura? E explique-me lá como é que um (ou dois, ou uma dúzia) de “investidores” manipula o mercado global. No exemplo que deu não o fez.

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  9. 5 Maio, 2008 21:23

    “Isso era o fim do novo heroi francês”

    Essa agora! Então não faria muito bem ao Bové “heroicizar-se” minimamente criando alguma riqueza em África? Decerto que a MacDonalds o aceitaria como fornecedor de matérias primas…

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  10. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 21:23

    “No exemplo que deu não o fez.”

    Nem precisa. 90% dos leitores não compreenderam mas devem dar razão, pois devia ser crime comprar cereais em trânsito. 😉

    Até diria mais. Os cereais deviam ser vendidos directamente pelos agricultores aos produtores, para acabar com essa corja de especuladores.

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  11. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 21:25

    “Então não faria muito bem ao Bové “heroicizar-se” minimamente criando alguma riqueza em África?”

    E trabalhar no duro, no meio das moscas, quando consegue melhor sentado no tractor a manifestar-se e ter os norte-africanos a trabalhar por ela nas suas terras?

    Ele é mais esperto. Trás os africanos para a europa. 😉

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  12. 5 Maio, 2008 21:27

    anti-comuna,

    E o agricultor abastado europeu (3% da população?) poderia tb ir para África produzir e vender de lá à mãe-pátria a preços muito mais baixos. Compensaria os seus compatriotas pela “chulice” de décadas e ajudaria a matar a fome a milhões.

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  13. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 21:31

    Aqui há tempos li umas coisas sobre um determinado país africano, produtor de algodão.

    Durante anos, naquele país, a cultura do algodão ainda dava lucros, apesar dos métodos pouco mais que artesenais na produção agrícola.

    Os agricultores americanos, ofendidos com a “selvática concorrência” destes pobres agricultores africanos, exigiram mais subsídios ao Estado Federal e conseguiram asfixiar os preços do algodão, de molde que a fome nesse país africano passou a ser corriqueira.

    E no entanto, durante anos disseram que a culpa era dos especuladores, que shortavam o preço do algodão nos mercados internacionais. E no entanto…

    No fundo a culpa é sempre dos especuladores. Se os preços caiem, a culpa é dos especuladores que usam os derivados para deitarem os preços abaixo. Se os preços sobem, a culpa é dos especuladores que compram demasiados derivados nos mercados.

    Haja pachorra para tanta desresponsabilização…

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  14. 5 Maio, 2008 21:33

    “Até diria mais. Os cereais deviam ser vendidos directamente pelos agricultores aos produtores, para acabar com essa corja de especuladores.”

    Eu como bancário, um desprezível especulador como é sabido, estou a pensar criar uma Associação com o objectivo de fazer pedagogia em prol da especulação, essa actividade de enorme benefício social (não estou a ser irónico!)

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  15. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 21:33

    “E o agricultor abastado europeu (3% da população?) poderia tb ir para África produzir e vender de lá à mãe-pátria a preços muito mais baixos. ”

    isso não, caro LR. São políticas colonialistas, do género que o Salazar praticava. ehehheheehehh

    Não ao imperialismo!

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  16. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 21:34

    “Eu como bancário, um desprezível especulador como é sabido, estou a pensar criar uma Associação com o objectivo de fazer pedagogia em prol da especulação, essa actividade de enorme benefício social (não estou a ser irónico!)”

    Vc. era acusado logo de ser vendido ao grande capital. Ou ser judeu! 😉

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  17. 5 Maio, 2008 21:39

    “Vc. era acusado logo de ser vendido ao grande capital. Ou ser judeu! ;-)”

    Mas eu já estou vendido ao grande capital. Quem julga que me paga o salário?

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  18. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 21:42

    “Mas eu já estou vendido ao grande capital. Quem julga que me paga o salário?”

    Pois é. Já não escapa!

    Olhe, entretanto o pitroil já chegou aos 120. Culpa de quem? Dos especuladores!

    Vc. vai ter muito que moirar para nos convencer do contrário. 😉

    A má notícia para os europeus é que o euro deixou de acompanhar as subidas do pitroil e vai começar a pesar a sério nos bolsos dos portugueses…

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  19. 5 Maio, 2008 21:46

    “Olhe, entretanto o pitroil já chegou aos 120. Culpa de quem? Dos especuladores!”

    Conseguisse eu financiar-me às taxas do FED e já teria aberto uns contratos…

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  20. balde-de-cal permalink
    5 Maio, 2008 21:49

    o combate à fome passa pela produção e distribuição de alimentos baratos. in illo tempore ofereci-me para implementar receitas baratas para uma alimentação saudável.olharam para mim, riram e pensaram que fugira de rilhafoles.intensificou-se a crise para milhões de portugueses
    PQP para o lixo humano da politica

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  21. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 21:51

    “Conseguisse eu financiar-me às taxas do FED e já teria aberto uns contratos…”

    Yenes, caro LR. Yenes…

    O problema é se o mercado inverte. Aí seriam os especuladores acusados de shortar o mercado e asfixiar os preços. Tal como o fizeram durante anos, os agricultores americanos, que entertanto pediam subsídios ao governo.

    Por exemplo. Quanto custa um litro de sumo de laranja produzido no Brasil? E nos States? Lá está. Existe um imposto especial para o sumo brazuca para não gerar o tal capitalismo selvagem. Mesmo que o sumo brasileiro seja mais barato e permita mais pessoas sairem da pobreza. Mas isso seria praticar o capitalismo selvagem e não pode ser…

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  22. 5 Maio, 2008 21:51

    “o combate à fome passa pela produção e distribuição de alimentos baratos.”

    Exactamente o que proponho na posta.

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  23. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 21:57

    Imaginemos que se acabava com a PAC. O que aconteceria? Os produtos agrícolas seriam mais baratos e havia um aumento da produtividade global, em especial nos países mais pobres, que poderiam subir mais uns pontos no seu desenvolvimento. Mas era capitalismo selvagem. Não pode ser.

    O ideal é os srs. da CE dizer o que produzir, quanto produzir e depois receber para destruir. Aí sim, é que é bom.

    Vejamos. Há menos leite no mercado internacional. Mas a UE proibiu os agricultores açorianos de produzir o seu bom leite, que se chegou ao cúmulo de o deitar aos porcos.

    Os preços subiram do leite. E agora? Lá virão os burrocratas explicar que o melhor é começar a abandonar o ananaz e voltar ao leitinho…

    Tudo em nome da luta contra o capitalismo selvagem!

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  24. 5 Maio, 2008 21:57

    “Por exemplo. Quanto custa um litro de sumo de laranja produzido no Brasil? E nos States? Lá está. Existe um imposto especial para o sumo brazuca para não gerar o tal capitalismo selvagem. Mesmo que o sumo brasileiro seja mais barato e permita mais pessoas sairem da pobreza. Mas isso seria praticar o capitalismo selvagem e não pode ser…”

    Eu ainda estou para perceber como é que menos de 3% da população consegue fazer lobby sobre os governos americano e europeu e obter aquela enormidade de subsídios.

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  25. PimPamPum permalink
    5 Maio, 2008 21:58

    A pobreza mundial não acaba porque ninguém está interessado nisso.

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  26. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 22:01

    “Eu ainda estou para perceber como é que menos de 3% da população consegue fazer lobby sobre os governos americano e europeu e obter aquela enormidade de subsídios.”

    Porque é chique. A psique humana, daqueles citadinos, que talvez com saudades do cheiro a estrume, sentem um carinho especial por qualquer pessoa em cima de um tractor a pedir subsídios e a lutar contra o Grã Satã capitalista americano. 😉

    Veja lá a coisa. Mas depois, estes mesmos betinhos citadinos, andam a destruir culturas que permitem elevar a produtividade agrícola e baixar os preços, como aqueles selvagens no Algarve.

    Isto de nascer-se num berço de ouro e ser-se anti-capitalisa é fácil. O pior…

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  27. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 22:04

    Na Koreia do Norte não há capitalismo selvagem. Lá a fome existe há muitos anos. Imagine agora com os preços a subirem, porque nunca se investiu na abertura dos mercados agrícolas. E para mais, quando há países que proibem a exportação de cereal.

    E no entanto, no mundo rico ocidental, deixa-se que 50% do Orçamento Europeu vá parar aos bolsos de uma minoria.

    É o progresso!

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  28. Pi-Erre permalink
    5 Maio, 2008 22:07

    Pois eu, se me chateiam muito, vou cultivar a minha horta, criar as minhas galinhas, os meus coelhos, o meu porco (com sua licença), pastar as minhas ovelhas, comer a minha merenda, dormir a minha sesta, fornicar a minha Maria e o resto que se lixe.

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  29. 5 Maio, 2008 22:11

    “E no entanto, no mundo rico ocidental, deixa-se que 50% do Orçamento Europeu vá parar aos bolsos de uma minoria.”

    O meu espanto é que isto acontece há décadas (conjuntamente com a imposição de quotas e a destruição de excedentes) e todos aceitamos bovinamente esta situação escabrosa e criminosa.

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  30. Luis Moreira permalink
    5 Maio, 2008 22:17

    Mas quem é que acredita que podendo os investidores retirar o máximo de lucro,não o fazem, para manterem a oferta e a procura equilibrada?

    Lê-se e não se acredita.A regulação (manipulada por ínvios agricultores,sem poder,que só querem sobreviver)manipulam o mercado,contra os miseráveis com fome.Mas os especuladores, os que investem aqui e ali conforme sacam mais ou menos dinheiro,esses não manipulam nada, nem exercem pressão nenhuma!

    Então o que aconteceria?Deixem o mercado funcionar livremente (com os especuladores a sacarem tudo quanto podem) e por milagre das rosas,os preços baixam até a fome ser extinta!

    Nada prova isso, a realidade é bem diferente, mas como há aqui quem ache que não se compra cereais em trânsito,tambem podem dizer o que quiserem.É tudo uma questão de fé!

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  31. Joseph permalink
    5 Maio, 2008 22:19

    Pi-Erre Diz:
    5 Maio, 2008 às 10:07 pm
    “Pois eu, se me chateiam muito, vou cultivar a minha horta, criar as minhas galinhas, os meus coelhos, o meu porco (com sua licença), pastar as minhas ovelhas, comer a minha merenda, dormir a minha sesta, fornicar a minha Maria e o resto que se lixe.”

    E mai nada, pá!

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  32. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 22:23

    Sabe qual o problema? É que a PAC não serve para gerir e incentivar a abertura do mercado agrícola. Serve para que 3 países mantenham a “independência” alimentar à custa dos restantes países. Em nome da Seguerança Externa e Interna. Porque têm medo que um dia haja uma guerra e fiquem dependentes dos demais.

    Países como Portugal embadeiram nesta brincadeira, porque recebe subsídios para deixar de produzir. E vende-se ao país que é para ajudar os pobres agricultores. E no entanto…

    Claro que esta crise alimentar terá tendência para piorar. Porque o mundo não abriu os mercadoas agrícolas e existe má produtividade por esse mundo fora. Mas como os níveis de vida subiram nos países mais pobres, esses novos consumidores têm mais poder de compra e querem consumir como nós. Mas como existe uma maior forte procura e a oferta está toda nas mãos dos governos, é claro que eles nunca iriam prever esta crise alimentar porque não colhem dos mercados a informação mais relevante: o preço.

    É o que faz armarem-se em planeadores do mercado. Tarde ou cedo, iriamos assistir aos resultados da falta de liberdade económica nos mercados agrícolas.

    E o pior pode bem para estar para vir. Como ou sem Guterradas, o aumento da procura é imparável.

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  33. Luis Moreira permalink
    5 Maio, 2008 22:26

    Ou então é chique!Grande argumento! E já vai na Koreia do Norte!Daqui a pouco sou “Luis o Comuna”!

    Se gritasse menos e escutasse mais, talvez argumentasse por forma a percebermos porque é que homens sem rosto,com enorme poder,que investem única e exclusivamente por razões lucrativas,obedeceriam a regras do mercado que limitassem o que ganham.

    E para não haver dúvidas grande parte da minha vida trabalhei em multinacionais!E ganhei muito e bem!

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  34. 5 Maio, 2008 22:27

    Acabar com a PAC, com os subsídios à produção americana e aos biocombustíveis, são ideias que começam a ter algum consenso.

    Facilitar a produção de OGM, parece ter consequências opostas ao que se pretende, já que permite concentrar o controlo da produção (produção de sementes) num número restrito de grupos económicos, limitando a liberdade do agricultor.

    A abertura dos mercados aos produtos dos países menos desenvolvidos, já é feito. O problema está em quem controla a produção desses países, privilegiando a exportação às necessidades internas.

    Por último, quanto à ideia de “deslocalizar” os agricultores europeus e americanos para os países do 3º mundo, apetece dizer que cada um come do que gosta. Por mim, opto por produtos com tempos de viagem curtos, poucos conservantes e pouca câmara frigorífica.

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  35. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 22:29

    “Então o que aconteceria?Deixem o mercado funcionar livremente (com os especuladores a sacarem tudo quanto podem) e por milagre das rosas,os preços baixam até a fome ser extinta!”

    O nosso amigo Moreira está equivocado. Os especuladores seguem os fundamentais dos mercados e os preços. Se houvesse muita oferta, os especuladores eram atropelados pela oferta.

    Nos últimos 30 anos o preço dos produtos agrícolas estiveram nos mínimos históricos. E o que se dizia é que era culpa dos especuladores, que vendiam sem ter. Ou seja, a culpa é sempre dos especuladores. Não dos fundamentais do mercado.

    Os especuladores podem fazer subir ou descer os preços, mas sempre por períodos limitados de tempo. Senão, nem sequer havia crise do subprime, já que os especuladores conseguiriam artificialmente subir os preços das casas.

    Claro que quem não conhece os fundamentos de um mercado em funcionamento, atira sempre as culpas para os especuladores. Mas estes só conseguem manipular durante um período de tempo limitado.

    Mas, enfim, se calhar estar a explicar-lhe isto é perder tempo. Quer quer saber aprende, quem não quer usa os caminhos mais fáceis para explicar determinados fenómenos.

    Os mercados são uma chatice. Não se consegue “controlar”, que é sonho de todos e mais alguns. Também eu gostava! 😉

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  36. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 22:31

    “E para não haver dúvidas grande parte da minha vida trabalhei em multinacionais!E ganhei muito e bem!”

    E até poderia ser o Papa. Para mim é igual ao litro. Convence-me com argumentos não com a autoridade.

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  37. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 22:33

    “Facilitar a produção de OGM, parece ter consequências opostas ao que se pretende, já que permite concentrar o controlo da produção (produção de sementes) num número restrito de grupos económicos, limitando a liberdade do agricultor.”

    Mas o agricultor é obrigado a comprar as sementes às multinacionais? Não. Logo, se escolhe essas sementes, que eu saiba, é porque lhe deve dar vantagens.

    Mas isso sou eu a pensar alto.

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  38. Luis Moreira permalink
    5 Maio, 2008 22:39

    LR

    Mas acredita que o mercado alguma vez funciona livremente?Lei da oferta e da procura? A oferta não é manipulada por quem tem poder para isso?aqui no burgo as principais empresas públicas,ou com capital público, não são elas todas manipuladoras do mercado?Não é isso que dizemos aqui todos os dias?

    O que faz a PT nas comunicações?A Galp nos combustíveis? O BCP o que fez nos últimos anos?

    Acredita mesmo que bastaria deixar os mercados ficarem nas mãos de quem tem poder e tudo se resolveria?

    Ou de outra forma.Todos concordamos que quando há alguma forma de poder sobre os outros agentes do mercado,há abusos,com a honrosa excepção de quem tem por função sacar o máximo possível no mais curto espaço de tempo!
    Estes são os únicos que respeitam a Lei da oferta e da procura!

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  39. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 22:43

    Pessos como o Luis Moreira, se calhar por preguiça, deviam saber que cerca de 20% da população mundial está a ter um aumento de rendimentos na casa dos 10% ao ano e que este aumento elevado do nível de vida implica um consumo maior. Saberá o Luis Moreira que na China as vendas a retalho crescem na casa dos 20% ao ano?

    É claro que o Luis Moreira sabe isto tudo. Tanto sabe, que sabe também que a produtividade agrícola mundial não está a crescer à velocidade que cresce os rendimentos médios do mundo. E se não cresce a oferta mas a procura cresce, é natural que os preços subam.

    Mas é melhor ser preguiçoso e acusar os especuladores, em vez de estudar do porquê que os preços sobem.

    Saberá o Luis Moreira que os biofueis são subsidiados pelo Estado e que estes são quase todos produzidos por cereais? Claro que sabe, mas é melhor ser preguiçoso e acusar os especuladores.

    Sabe o Luis Moreira que o ano passado tivemos dos piores agrícolas devido ao frio anormal? Que milhares e milhares de agricultores por esse mundo fora tiveram enormes quedas na produção agrícola devido ao frio? E à seca?

    Claro que sabe. Mas é mais fácil ser preguiçoso e acusar os especuladores por esta quebra na oferta de produtos agrícolas. Ou invocar que trabalhou para multinacionais, como se isso fosse argumento sério num debate destes.

    Enfim, eu até lhe perdoo a preguiça mental. Mas não argumentos de autoridade. 😉

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  40. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 22:46

    “Ou de outra forma.Todos concordamos que quando há alguma forma de poder sobre os outros agentes do mercado,há abusos,com a honrosa excepção de quem tem por função sacar o máximo possível no mais curto espaço de tempo!”

    E Vc. quer comparar oligopólios portugueses com o mercado agrícola mundial? Santa paciência…

    Esbraceje lá contra os mercados condicionados mas não delire, por favor.

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  41. Luis Moreira permalink
    5 Maio, 2008 22:51

    Você grita muito mas escuta pouco.E os livros que você lê tambem eu os leio.Deixe-se de peneiras.Estou muito bem acompanhado nos meus argumentos.

    E tirei economia há muitos anos!Os seus argumentos ouço-os todos os dias e não é por isso que tem mais ou menos razão.E respeite a sua inteligência e a dos outros e deixe de apresentar argumentos como “ser chique”É melhor dizer que não sabe.

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  42. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 23:01

    Já percebemos, caro Moreira.

    Mas olhe que não é um canudo que o faz perceber de mercados. É a humildade para tentar compreender os fenómenos.

    Mas olhe que essa do Chique não era para si mas pelos vistos enfiou a carapuça. 😉

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  43. Luis Moreira permalink
    5 Maio, 2008 23:03

    Você que sabe tanto há 3 meses atras nem fazia ideia que tipo de crise é que aí vinha.Nem sabe como se trata desta.Não sabe você nem sabe ninguem.Exactamente porque é preciso que tudo rode em roda livre.A globalização,esse conceito modernaço,não é mais que desinvestir onde há um mínimo de decência e investir onde se tira o máximo de lucro em menos tempo.

    O poder que os Estados exercem sobre as economias é rigorosamente igual ao que é exercido pelos especuladores.Torcem o mercado para o porem a jeito.E não estou a confundir com quem investe e retira as mais valias legítimas do seu negócio.

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  44. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 23:09

    “Você que sabe tanto há 3 meses atras nem fazia ideia que tipo de crise é que aí vinha”

    Infelizmente eu adivinhei esta crise, caro amigo. Se me lesse há mais tempo sabia disso. Mas enfim, também não vale a pena gastar tanta cera com tão ruim defunto. Guarde lá a bicicleta que eu vou de patins.

    Tenha uma boa noite.

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  45. anti-comuna permalink
    5 Maio, 2008 23:12

    Olhe, Vc. faz-me lembrar uma pessoa que aqui nos comentários gozava com os meus prognósticos pessimistas. Até dizia que eu era um profeta da desgraça.

    Mas enfim, ter adivinhado o que se está a passar até nem era díficil. Muitos outros o previram e avisaram. Mas como hoje em dia o que conta é ser optimista, mesmo que se esteja frente a um abismo…

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  46. Luis Moreira permalink
    5 Maio, 2008 23:23

    A crise todos adivinhamos, mas não com os contornos desta.Os que defendiam a economia que se sobrepôs nos últimos anos, andam agora a gritar que esta crise, não é consequência das medidas que eles próprios defendiam !

    É feio não assumir as consequências do que fazemos.Teve efeitos positivos ao nível da desregulação dos mercados mas muito más consequências ao nível especulativo financeiro e imobiliário.E só estou a olhar para as consequências, nem sequer as estou a explicar.

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  47. Luis Moreira permalink
    5 Maio, 2008 23:25

    Durma bem que eu vou dar o passo em frente…

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  48. 5 Maio, 2008 23:29

    “Mas o agricultor é obrigado a comprar as sementes às multinacionais? Não”.

    Então a quem é que as compra? Como consegue ele furar o bloqueio das patentes?

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  49. Luis Moreira permalink
    5 Maio, 2008 23:43

    Não consegue.Mas o que querem dizer com isso, é que se não quiserem comprar, não comprem,deixem de ser agricultores.

    Se reparar estas pessoas aceitam para as multinacionais e especuladores o que criticam (Bem) aos governos.A manipulação dos mercados!

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  50. 5 Maio, 2008 23:48

    Posso concordar com as outras propostas mas não com esta

    «Acabar com as restrições aos organismos geneticamente modificados;>»

    Está-se a mexer com o ecossistema sem se ter a menor ideia do impacto que isso eventualmente possa trazer.

    Além das questões ambientais, também as há relacionadas com o mercado. Sabem o que já se passa com o mercado das sementes de soja, por exemplo?

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  51. Luis Moreira permalink
    5 Maio, 2008 23:51

    Veja as listas de espera para as cirúrgias.Há doentes,há dinheiro,há equipamentos,há know How .Então porque há listas de espera?Porque não funciona o mercado?

    E isto é assim há dezenas de anos,com pessoas a sofrer.O mercado não se ajusta porquê? Porque há um poder, o da corporação dos médicos,que exerce pressão sobre as restantes forças do mercado.

    Não é por acaso que impediram milhares de brilhantes alunos de aceder ao curso de Medicina.

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  52. Luis Moreira permalink
    5 Maio, 2008 23:59

    RV

    A ideia é sempre a mesma.Mas os nossos amigos,acham que todo o poder que regule o mercado deve ser combatido,com excepção do poder dos especuladores e
    das multinacionais.

    Ora estes manipulam tanto o mercado a seu favor quanto os governos!

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  53. 6 Maio, 2008 00:03

    Luis Moreira, mas isso de especuladores lá existe no límpido mercado liberalizado?

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  54. 6 Maio, 2008 00:24

    “Abertura completa dos países do 3º Mundo ao investimento estrangeiro, permitindo deslocalizar para eles os agricultores europeus e americanos e todo o respectivo know-how.”

    Pois, o problema é exactamente o “respectivo know-how”. É por causa da generalização dos métodos produtivos ocidentais, baseados em grandes “inputs” energéticos (agricultura industrial, mecanizada, hiper-adubada), aos países em explosão económica (China, India e seus satélites) que se gerou a alta de preços do petróleo e, por consequência, da produção agrícola que está na sua completa dependência.

    “Acabar com as restrições aos organismos geneticamente modificados;”

    Para lhe explicar todos os perigos porvenientes desta “solução, teria que escrever um longo texto e não tenho tempo nem paciência. Abreviando, imagine um mundo em que duas ou três multinacionais detêm toda a produção de sementes “autorizadas”, cujos preço e distribuição podem manipular à vontade…
    Evitar-se-iam muitos males se os economistas tivessem formação obrigatória em Ecologia. Porquê? Se outra razão não houvesse, porque a Economia é apenas uma disciplina da ciência chamada Ecologia. Informem-se bem e verão que isto que escrevo corresponde à verdade.

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  55. josé permalink
    6 Maio, 2008 01:38

    post mais ridículo — parece uma virginal religiosa a acreditar piamente no mercado mas simultaneamente a qual iluminado ditador centralista a deslocar agricultores para áfrica a encontrar em mugabes sensatos no 3º mundo. Quando se escreve sobre teorias e se esquece a realidade tá-se bem aqui num blog …. é tudo virtual

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  56. anti-comuna permalink
    6 Maio, 2008 07:40

    Eh pá!

    Os portugueses vão inventar uma agricultura superprodutiva e eficiente que não precisa de um mercado aberto e livre. Somos os maiores. Mas a nossa produção agrícola…

    Dizem mal das sementes das multinacionais, mas depois queixam-se que são patenteadas. Então é para comprar sementes a essas empresas ou não? Estão patenteadas? Também sem as patentes não teria havido investigação que se chegasse a essas sementes. Ou não?

    Depois lê-se pérolas como esta:

    “É por causa da generalização dos métodos produtivos ocidentais, baseados em grandes “inputs” energéticos (agricultura industrial, mecanizada, hiper-adubada), aos países em explosão económica (China, India e seus satélites) que se gerou a alta de preços do petróleo e, por consequência, da produção”.

    Há 50 anos atrás acusavam os países ricos de não exportarem as suas tecnologias e know-how para os países pobres, que assim não tinham a mesma produtividade e produção dos países ricos. Mas agora já somos os culpados, que não o deviamos ter feito, pois estamos a elevar a produtiviade com mais intensidade energética. Mas eu alguma vez irei entender estas ideias? Ora a culpa é dos ocidentais porque são egoístas e não partilham os seus métodos de produção. Esses países que agora conseguem elevar a produtividade usando métodos alheios já não deviam os tais métodos, por causa do uso da energia. Faltou acrescentar a água, não foi? 😉

    “Abreviando, imagine um mundo em que duas ou três multinacionais detêm toda a produção de sementes “autorizadas”, cujos preço e distribuição podem manipular à vontade…”

    A sério? Não diga? É mesmo isso? Sim? Sim?

    “Porquê? Se outra razão não houvesse, porque a Economia é apenas uma disciplina da ciência chamada Ecologia. Informem-se bem e verão que isto que escrevo corresponde à verdade.”

    Já o percebemos. Muito bem dito! E daqui a pouco vem aí um ecologista explicar que é o fim do mundo, pois não há pitroil que sustente a actual produção agrícola mundial, que lança CO2 na atmosfera e, com jeitinho, ainda há-de falar no problema da água, nos refugiados do Guterres, e, pois claro, da monocultura.

    Hello! Acordem! Nem na Koreia se Safaram, quanto mais no resto do mundo!

    E depois só faltava a conclusão:

    “post mais ridículo — parece uma virginal religiosa a acreditar piamente no mercado mas simultaneamente a qual iluminado ditador centralista a deslocar agricultores para áfrica a encontrar em mugabes sensatos no 3º mundo. Quando se escreve sobre teorias e se esquece a realidade tá-se bem aqui num blog …. é tudo virtual”

    Claro, é muito melhor acreditar no comunismo e na economia planificada. Tipo Cuba, Koreia do Norte, Zimbabwe, etc.

    Algum dia haverá em Portugal um país rico, desenvolvido e excelente para viver se ninguém acredita nos mercados livres?

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  57. 6 Maio, 2008 12:11

    Passei para reler o comentário que redigi ontem, dispondo de pouco tempo, e eventuais reacções. Aproveito para corrigir a grafia lapsada de “porvenientes” em “provenientes”. Quanto às reacções, como só tenho por hábito responder a textos que apresentam ideias, apresentadas com algum fundamento cultural, científico, ou que demonstrem pelo menos alguma inteligência), nada tenho a acrescentar ao escrito anteriormente. 😉

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  58. 6 Maio, 2008 12:42

    anti-comuna,

    «Dizem mal das sementes das multinacionais, mas depois queixam-se que são patenteadas. Então é para comprar sementes a essas empresas ou não? Estão patenteadas? Também sem as patentes não teria havido investigação que se chegasse a essas sementes. Ou não?»

    Talvez não esteja a ver a questão do ponto de vista certo. Acabando-se a disponibilidade de sementes “livres” de patentes fica criado um monopólio das sementes. Deixe-se lá dessa treta ecologia=vermelhos. A situação é radicalmente nova. Até aqui, qualquer um com um pedaço de terra, água e milho podia criar uma seara, mesmo que não fosse a mais produtiva. Actualmente isso já é difícil – e certamente será impossível um dia – pelo facto de quase todas as sementes “patenteadas” serem *intencionalmente* estéreis ao fim de algumas gerações (ou pelo menos de rendimento muito inferior ao das sementes “normais”).

    A questão nisto é simplesmente como não tornar a agricultura uma subsidiária dos “donos” das sementes. Já há uma espécie de museu da semente, onde se guardam variedades de espécies que estão a ser canibalizadas pela industrialização agrícola. É preciso chegarmos a tanto?

    Não sei como se resolve isto mas é fácil notar que nada fazendo, daqui a alguns anos (décadas?) será impossível a agricultura, mesmo a de subsistência, que não dependa dessas sementes patenteadas. Simplesmente, porque desapareceram as sementes como as conhecemos: as que se obtêm duma colheita e se usam para voltar a semear na estação seguinte.

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  59. 6 Maio, 2008 12:52

    Ah, faltou explicar porque se acabam as sementes não patenteadas. Penso que é óbvio mas cá vai. Num mercado competitivo, há que produzir mais e ao menor preço. Portanto, os agricultores optam por comprar essas sementes patenteadas, deixando de semear as variedades tradicionais. Perdem autonomia a favor da vantagem competitiva. Admitindo que ninguém quer trabalhar para aquecer, todos optarão pelas sementes patenteadas e, em algumas sementeiras, lá se acaba a variedade não patenteada. E tendo esta acabado, não há going back, pois não?

    Não pretendo emitir juízos de valor; apenas realçar este facto. Deixo este desafio a quem discordar: que procure neste momento semear soja ou até milho sem ser derivado de sementes patenteadas.

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  60. Gabriel Silva permalink*
    6 Maio, 2008 13:05

    «A questão nisto é simplesmente como não tornar a agricultura uma subsidiária dos “donos” das sementes. »

    fácil: procurar sementes não patenteadas, criar viveiros, reproduzir e proceder á sua venda mais barata.

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  61. Gabriel Silva permalink*
    6 Maio, 2008 13:10

    «Está-se a mexer com o ecossistema sem se ter a menor ideia do impacto que isso eventualmente possa trazer.»

    Exacto.
    Quando se introduziu o milho, o tomate, os perus, as laranjas, a batata, o kiwi, as avestruzes…. na Europa, ninguém teve cuidado com o ecossistema nem com o impacto que isso poderia eventualmente ter e agora veêm-se os efeitos…..

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  62. anti-comuna permalink
    6 Maio, 2008 13:18

    “Ah, faltou explicar porque se acabam as sementes não patenteadas. Penso que é óbvio mas cá vai. Num mercado competitivo, há que produzir mais e ao menor preço. Portanto, os agricultores optam por comprar essas sementes patenteadas, deixando de semear as variedades tradicionais. Perdem autonomia a favor da vantagem competitiva.”

    Mas os agricultores não querem mais vantagens competitivas? Se querem, escolhem as sementes que lhe mais servem. Não gostam das das multinacionais podem sempre optar pelas velhas sementes. Onde está o problema?

    Eu também não tenho autonomia. Tento sempre comprar ao melhor preço, de acordo com os meus desejos. Azar do caraças. Compro a maioria dos produtos a multinacionais. Perdi autonomia? Se a quisse eu plantava as minhas batatas, cozia o meu pão, costurava as minhas roupas e, com calma, até fazia o meu computador. 😉

    Se me dissesse que os agricultores não tinham opção de escolha, ainda vá que não vá. Mas se eles têm milhentas de sementes à escolha…

    Francamento. Não lhe percebo as ideias.

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  63. anti-comuna permalink
    6 Maio, 2008 13:25

    Boas, boas, são as sementes originais, no caso do milho, que vieram do méxico. Essas é que eram boas. Ou essas ou as do Perú. Todas as outras foram modificadas, através da selecção e cruzamento, logo não prestam. E o agricultor, hoje em dia, não tem acesso a essas velhinhas sementes, não é verdade?

    Um dia destes até vão pedir o retorno à velhas sementes dos ínicios da agricultura. Essas é que eram boas! Praticamente vindas do estado selvagem! 😉

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  64. 6 Maio, 2008 14:37

    Gabriel Silva,

    «Exacto.
    Quando se introduziu o milho, o tomate, os perus, as laranjas, a batata, o kiwi, as avestruzes…. na Europa, ninguém teve cuidado com o ecossistema nem com o impacto que isso poderia eventualmente ter e agora veêm-se os efeitos…..»

    Ou por exemplo, como quando se introduziram os coelhos na Austrália, por essa ordem de ideias.

    Mas o ponto não é esse mas sim o facto de se estarem a introduzir sementes potencialmente estéreis ao fim de algumas gerações, reduzindo (exterminando?) as existências das sementes não patenteadas. Isso em nada é comparável com o levar espécies para locais onde não são autóctones.

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  65. 6 Maio, 2008 14:44

    Anti-comuna, talvez não tenha lido e entendido o que escrevi…

    «Boas, boas, são as sementes originais, no caso do milho, que vieram do méxico.»

    c.f. comentário 6 Maio, 2008 às 2:37 pm

    «Mas os agricultores não querem mais vantagens competitivas?»

    E a produção industrial não sairia mais barata se a indústria não fosse obrigada a tratar efluentes?

    Repare, não estou a defender que não se deva usar sementes patenteadas. Realço, sim, essa realidade de não termos outra alternativa daqui a alguns anos. Todos nós sabemos o que acontece quando não existem alternativas, não sabemos? Creio que esse não é propriamente um princípio liberal, certo?

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  66. Jorge permalink
    6 Maio, 2008 15:01

    As sementes, as flores, foram cruzadas ao longo de séculos, mas nunca modificaram artificalmente o ADN. Foi sempre o mesmo. O mesmo com os cães e os cavalos. Já modificar as sementes geneticamente é modificar o seu ADN, e não se sabe nem o que faz as pessoas, nem no ecossistema.
    Uma espiga de trigo do peru ou de Portugal é basicamente o mesma mas se for moficida geneticamente eu não quero comer. Um dia quando for a comprar tenho que pagar o triplo para ter trigo não genetico.

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  67. 6 Maio, 2008 15:29

    «Abrir por completo os mercados do ocidente aos produtos agrícolas do 3º Mundo;»

    Já agora, creio que falta isto:

    Abrir por completo os mercados do ocidente aos produtos agrícolas do 3º Mundo, usando as mesmas regras de produção do ocidente.

    Vem isto a propósito da inexistência de controlo quanto ao uso de pesticidas na agricultura chinesa, por exemplo. Agora vêem-se por aí à venda maças chinesas. Sabiam que geralmente não são respeitados os períodos de defeso entre a última aplicação de pesticidas e a apanha da fruta?

    E ainda sobre esta abertura: garantir que isso é feito desde que as pessoas que lá trabalhem o façam nas mesmas condições que no ocidente. Ou vamos ter aqui maçã, por exemplo, ao mesmo preço daquela produzida na Europa mas com mão-de-obra a custo quase zero?

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  68. Anónimo permalink
    6 Maio, 2008 17:02

    Os argumentos liberais irão dizer que para nós Ocidentais não interessam as condições em que é produzido … desde que cá chegue a bons preços, isso a longo prazo irá melhorar a vida dos cidadãos dos paises pobres, ainda que presentemente sejam explorados … trata-se da questão “Amarela” que já gerou ampla discussão e até divisão entre os membros deste blogue. Ora o mesmo argumento pode ser usado ao contrário … se a PAC e os subsidios dos EUA aos seus agricultores permitem que estes sejam “o agricultor abastado europeu (3% da população?)” porque não implemental esses países também uma PAC e passam a subsidiar os seus agricultores ? E porque não criam barreiras alfandegárias e fiscais aos produtos Europeus e Americanos ? Se a ausência de regras é benéfica para os consumidores Ocidentais de produtos baratos de paises sub-desenvolvidos então as regras que permitem aos abastados serem-no que sejam exportadas para outros serem também abastados …

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  69. anti-comuna permalink
    6 Maio, 2008 18:05

    “Mas o ponto não é esse mas sim o facto de se estarem a introduzir sementes potencialmente estéreis ao fim de algumas gerações, reduzindo (exterminando?) as existências das sementes não patenteadas.”

    Mas as existências das sementes não patenteadas podem cair mas não desaparecem. Esse é o cerne da questão. Porque, ainda a semana passada consegui sementes de uma dada planta rara em estado selvagem. E consegui-a de uma forma que antes nunca o conseguiria fácilmente a menos que viajasse milhares de kms. Por causa da net e deste mundo globalizado, pude comprar as 300 sementinhas.

    Vc. pode argumentar que o uso das velhas sementes vai cair em desuso. É verdade. Mas não desaparecerão. E daqui as uns anos, até essas sementes patenteadas tornar-se-ão pertença do domínio público.

    Quer dizer. Eu admito que possa ser um bocado “maroto” esterilizar as sementes, mas o agricutor está consciente disso. Ou julga que ele o ignora? Ou melhor, os agricultores empresários, que esses é o que mais contam no mundo desenvolvido.

    “Já modificar as sementes geneticamente é modificar o seu ADN, e não se sabe nem o que faz as pessoas, nem no ecossistema.”

    Desculpe. Mas aqui cabe a si provar que são prejudiciais ao ser humano e não o contrário. Essa é a premissa habitual que nos leva a assumir determinados produtos, tecnologias, etc.

    “Vem isto a propósito da inexistência de controlo quanto ao uso de pesticidas na agricultura chinesa, por exemplo. Agora vêem-se por aí à venda maças chinesas. Sabiam que geralmente não são respeitados os períodos de defeso entre a última aplicação de pesticidas e a apanha da fruta?”

    Aplique-se as mesmas regras que aos produtos europeus. Nada de especial. As regras desde que sejam aplicadas a todos os produtos agrícolas, nada a obstar.

    Vc. tem razão na má qualidade da maioria dos produtos chinocas, mas olhe que alguns europeus não lhes fica atrás. Infelizmente. Aliás, o pós-Chernobil não nos ensinou nada.

    O que não apoio é que se use regras especiais para os produtos importados. Sejam eles chinocas, bielorrussos ou brasileiros. De resto, ninguém pede que se aplique regras especiais aos produtos importados.

    “Ora o mesmo argumento pode ser usado ao contrário … se a PAC e os subsidios dos EUA aos seus agricultores permitem que estes sejam “o agricultor abastado europeu (3% da população?)” porque não implemental esses países também uma PAC e passam a subsidiar os seus agricultores ?”

    Porque torna a alimentação mais cara, cria a ineficiência produtiva e empobrece a sociedade a médio-longo prazo. Tão simples como isto.

    “E porque não criam barreiras alfandegárias e fiscais aos produtos Europeus e Americanos ? ”

    E quem lhe disse que não aplicam? Aplicar, aplicam, sempre que podem. Mas como estes países não têm a mesma produtividade e níveis de produção que os nossos, eles acabam por ter que gramar com a desigualdade das regras.

    Depois, é claro, existem as milhentas formas de chantagear esses países, que pretendendo subir na cadeia de valor das suas exportações, a começar pela produção têxtil, são sujeitos a regras desiguais. Porque nós temos capital, temos o poder e estamos em posição de força.

    O que a generalidade das pessoas não compreende é que é impossível ter auto-suficiência alimentar por país e, simultaneamente não ter produção mais cara e insuficiência produtiva noutras variedades de produtos. Além disso, o proteccionismo não beneficia a industria agro-alimentar mais eficiente e produtiva, logo de venda de produtos a preços mais baixos, porque não conseguem economias de escala, por exemplo.

    Num mundo utópico, eramos produtores e consumidores simultaneamente. Mas sabemos que isso é impossível. E para nos especializarmos e conseguirmos elevar a capacidade de produzirmos elevadas quantidades ao mais baixo preço e acessível à generalidade da população, temos que perder essa mania de pensarmos em auto-suficiência.

    E até por questões ecológicas, é importante que se abra fronteiras e se liberalize os mercados, para que a gestão dos recursos seja mais eficiente e com menos custos ambientais.

    Um exemplo simbólico, era pedirmos que países sem as condições ideais para a produção de leite que sacrificassem as suas terras para produzirem outro tipo de produção que não a ideal. Geraria um desperdício de recursos que acabaria por prejudicar a Humanidade como um todo.

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  70. Jorge permalink
    6 Maio, 2008 20:03

    “Já modificar as sementes geneticamente é modificar o seu ADN, e não se sabe nem o que faz as pessoas, nem no ecossistema.”

    anti-comuna “Desculpe. Mas aqui cabe a si provar que são prejudiciais ao ser humano e não o contrário. Essa é a premissa habitual que nos leva a assumir determinados produtos, tecnologias, etc.”

    A mim? Uma coisa é vendermos farinha ou maças, que são produtos habituais. Outra é vender produtos quimicos e para consumo humano que são tão novos que tem patentes.
    A ser assim olhe como seria a industria farmaceutica: punha-se os remédios à venda e depois os consumidores que os testem. Cada empresa faz os testes que achar bem e chega. Ora não é assim.

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  71. Jorge permalink
    6 Maio, 2008 20:09

    “Aplique-se as mesmas regras que aos produtos europeus. Nada de especial. As regras desde que sejam aplicadas a todos os produtos agrícolas, nada a obstar.”

    Mas o problema é precisamente esse. Não aplicam. E nem os chineses melhoram nem nós. Eu também posso dizer “deviam aplicar isto e aquilo no Botwzana”, mas como sabe não ligam nenhuma. Arranje lá argumento real que esses não convencem, e entrentanto quem se lixa é o mexilhão.

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  72. Jorge permalink
    6 Maio, 2008 20:15

    “E até por questões ecológicas, é importante que se abra fronteiras e se liberalize os mercados, para que a gestão dos recursos seja mais eficiente e com menos custos ambientais.”

    É isso que tem sido feito cá e os resultados estão a vista de toda a gente.

    “E para nos especializarmos e conseguirmos elevar a capacidade de produzirmos elevadas quantidades ao mais baixo preço e acessível à generalidade da população, temos que perder essa mania de pensarmos em auto-suficiência.”

    Isso não está lá muito a funcionar pois não. Mas “Nós” é que somos maníacos.

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  73. anti-comuna permalink
    6 Maio, 2008 20:38

    “A ser assim olhe como seria a industria farmaceutica: punha-se os remédios à venda e depois os consumidores que os testem. Cada empresa faz os testes que achar bem e chega. Ora não é assim.”

    Mas Vc. está a confundir as coisas. As sementes não têm que provar que curam maleitas. Os medicamentos sim. eheheheheh

    ““Aplique-se as mesmas regras que aos produtos europeus. Nada de especial. As regras desde que sejam aplicadas a todos os produtos agrícolas, nada a obstar.”

    Mas o problema é precisamente esse. Não aplicam.”

    Aplicam, aplicam. Periodicamente os alimentos provindos da China são inspeccionados pelas autoridades alimentares. Ou é suposto que o façam. A menos que em Portugal o Estado seja tão competente que não o faz.

    Se os alimentos deles passarem nos testes, qual o problema?

    ““E até por questões ecológicas, é importante que se abra fronteiras e se liberalize os mercados, para que a gestão dos recursos seja mais eficiente e com menos custos ambientais.”

    É isso que tem sido feito cá e os resultados estão a vista de toda a gente. ”

    Nem as fronteiras abriram-se verdadeiramente, nem os resultados são maus quando se abrem. Ou acha que a relativa baixa inflação portuguesa de alimentos processados se deve apenas à fraca procura?

    É fácil atirar bojardas para o ar, mas se não fossem as importações a fome era ainda mais dura em Portugal. Valha-nos os cereais importados, a carne, fruta, etc.

    É claro que é mais fácil dizer: os resultados estão à vista, como se eles fossem muito maus. Não o são e Vc. não consegue provar o contrário. ahahhahaha

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  74. anti-comuna permalink
    6 Maio, 2008 20:39

    ““E para nos especializarmos e conseguirmos elevar a capacidade de produzirmos elevadas quantidades ao mais baixo preço e acessível à generalidade da população, temos que perder essa mania de pensarmos em auto-suficiência.”

    Isso não está lá muito a funcionar pois não. Mas “Nós” é que somos maníacos.”

    O que é que está a funcionar mal? Os preços agrícolas em Portugal subiram menos que no resto do mundo. Não sabia?

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  75. Anónimo permalink
    19 Novembro, 2008 12:56

    São muitas poucas medidas

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  76. 19 Novembro, 2008 12:59

    Adoro fast food e acho maravilhoso comer

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