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Causas do atraso português

5 Junho, 2008

A polémica à volta do preço dos combustíveis serviu para ilustrar uma das causas do atraso da economia portuguesa. Os portugueses são visceralmente contra qualquer forma de mercado. E eu nem sequer estou a falar dos membros do PCP. Até os não socialistas pensam o mercado como socialistas. Pensam, por exemplo, que a função do mercado é produzir preços baixos (quando não é). Quando julgam que o mercado não produz preços baixos, defendem que o mercado deve ser dirigido no sentido de produzir preços baixos. A regulação torna-se uma actividade de direcção e planeamento económico em que o regulador desempenha o mesmo papel que costumava ser atribuído ao responsável pelos planos quinquenais. O regulador, supostamente para garantir a concorrência, acaba a decidir como devem ser alocados os recursos num dado sector (o método preferido é a dispersão dos meios de produção pelo maior número de empresas possível) e quais as empresas que podem expandir a produção (o líder de mercado normalmente está proibido de o fazer). A função do regulador é a de penalizar o sucesso e os ganhos de eficiência e de escala com o objectivo de reduzir os preços. Como é evidente, não resulta.

43 comentários leave one →
  1. 5 Junho, 2008 08:43

    Que o Estado intervenha e regule os aspectos mais íntimos da vida cidadão parece normal, agora no mercado é que não!

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  2. somage permalink
    5 Junho, 2008 08:58

    E eu tenho que os portugueses são tendencialmente favoráveis ao bom mercado. Tão certo que das cercanias das fronteiras se deslocam, periodicamente, à Espanha, em busca de melhor mercado de gasolineiras e de outros bens aí menos taxados.

    E não se deslocam a mais fronteiras, como os luxemburgueses e suíços e austríacos, para exemplo, porque não têm assim a cercar-nos de todos os lados, mas só o terrível mar, imenso mar, que nos deixa assim desamparados e sós, longe das companhias.

    Mas portugas gostam de mercado, oh, levados por este governo da bolsa, capitalista, sem mais ideias, apostam diariamente na bolsa de Lisboa um montante acima da maioria das praças dessa Oropa, desde Paris a Londres, Genebra, Berlim ou Roma.

    E os mesmos Nasdak e parceiro ficam a perder com esta portuga com manias de grandeza mais vezes que o reparo do que menos.

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  3. balde-de-cal permalink
    5 Junho, 2008 09:14

    o socialismo é como a coca-cola
    «1º estranha-se, depois entranha-se»

    não há instrução pública capaz
    os técicos ou emigram ou estagnam

    a burocracia desencoraja
    o laxismo ou nacional-porreismo idem, ibidem

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  4. 5 Junho, 2008 09:32

    Mas João nem todas as criticas feitas contestam o mercado. As minhas por exemplo contestam exactamente a falta de concorrência e nesse caso e apenas nesse caso deve a autoridade reguladora intervir. Coisa que não fez e se manifestou incapaz de fazer. Concordo inteiramente com a necessidade de abolição de quotas, limites, … Só assim pode exisitir incentivo à concorrência. Mas tal como esses limites muitos outros teriam de ser abolidos por forma a garantir que realmente existe mercado e isso teria de ir muito mais longe do que o simples negócio da distribuição. Até lá parece-me um pouco ingénuo assumir que existe possibilidade de mercado e que as criticas demonstram qualquer coisa para além da suspeição (legitima) de que o mercado não vai funcionar como é suposto, pela simples razão que não existem condições criadas para isso.

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  5. 5 Junho, 2008 09:40

    Brilhante meu caro,
    .

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  6. 5 Junho, 2008 09:57

    Caro JM,

    1. Antes de mais, concordo com o princípio. Em Portugal, não há tradição de Liberalismo e também não há de mercado. Abril é um pouco melhor (neste aspecto, não na Liberdade), do que o Estado Novo, mas não muito melhor.

    2. A função reguladora tem sempre que haver, se não, para quê que existem Bancos Centrais, FMI, FDA, etc? Repare, a situação oposta pode ser nefasta no curto prazo, veja-se o monopólio Microsoft, em que práticamente escolhe o Windows ou o Windows….e chega a custar quase tanto um software como um computador/harware! E o “efeito de imitação” e as economias de escala podem fazer o resto, isto é, criar um monopólio eterno….que normalmente só leva ao benefício de um dos lados da cadeia.

    3. A principal contestação da minha parte, não vai contra ao esperado aumento do barril de petróleo, mas vai antes contra quem não produz 1 litro de petróleo, mas cobra mais de metade do valor da gasolina, neste caso o Estado português! É que apesar da OPEC ser um cartel, só controla cerca de 50% da produção mundial. E é preciso não esquecer que em 1998, o preço do barril era de 10 dolares. Agora, a produção diária é de 85 milhões de barris e a procura é de 86,5 milhões, e vai daí, os Chavez, os Sauditas e os Noruegueses….aproveitam-se, naturalmente. Agora, os Estados que querem viver anafados à custa de uma “dependencia” dos cidadãos, é que são quase criminosos.

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  7. Anónimo permalink
    5 Junho, 2008 09:57

    As pessoas organizam-se na sociedade, escolhem governos, planeiam e regulam coisas em beneficio de todos, co o objectivo de beneficiar toda a comunidade. Se nao fosse assim era um por um e todos contra todos. Nem na idade da pedra isso acontecia, pois morriam.

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  8. anti-comuna permalink
    5 Junho, 2008 10:06

    Excelente, caro JM. Excelente.

    Sobretudo para aqueles que usam a fiscalidade para “alisar” preços gerados no mercado.

    O pitroil anda a cair. A culpa já não é dos especuladores? lololololololololol

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  9. Miucha permalink
    5 Junho, 2008 10:21

    São muitas décadas de intervencionismo estatal – temos todos os tiques maus de quem foi sempre governado por socialistas – Salazar ERA um socialista. Em diálogo recente com um provecto senhor de 70 anos, completamente lúcido e activo na política do seu círculo autárquico, onde foi no passado Presidente de Câmara, nunca consegui que deixasse de atribuir demasiada responsabilidade ao Estado; acabei por lhe pedir – a título de brincadeira – que tentasse nunca usar a palavra Estado ou instituiçao(s) estata, que raciocinasse sempre pondo de fora esse suposto actor. Fica tudo muito difícil quando se tenta fazer esse exercício para quase todos nós. Eu já me vou habituando.As responsabilidades são sempre nossas, deixam de ser atribuidas a “outro”, mas é assim que se cresce como cidadão. Se queremos deixar de ser tratados como atrasados mentais, temos de banir da nossa vida o director do manicómio.Quando menos lhe pedirmos mais lhe podemos fazer frente.

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  10. Anónimo permalink
    5 Junho, 2008 10:25

    O curioso é que o intervencionismo estatal por cá nao é maior do queem nenhum lado do mundo, mas enfim. Continuem a pensar o mesmo. O mundo a continuar assim vai acabar em guerra, pois é impossível 1% das pessoas terem 50 vezes mais riqueza do que mais de 50% do mundo. Se os estados nao intervissem entao a guerra já teria acontecido. Se calhar o melhor é deixar de intervir e acabar com a coisa de vez.

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  11. Raskolnikov permalink
    5 Junho, 2008 10:30

    Há um fundo cultural católico que abomina o mercado: talvez isso explique muito da nossa maneira de ser! Se fossemos calvinistas, luteranos ou judeus, seria provavelmente diferente.

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  12. Anónimo permalink
    5 Junho, 2008 10:31

    ..por exemplo, crieo que muitos olham para o modelo americano e dizem que lá é que é que o estado é pouco intervencionista. Está bem o estado… mas os estados unidos sao estados nao sao estados, e cada estado é mais intervencionista na vida dos cidadaos e economia do que qualquer país da europa. Tansos!

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  13. Anónimo permalink
    5 Junho, 2008 10:32

    Deixem-se é de tretas e usem os neurónios. A economia do mercado está a morrer. O tempo de mudança já começou. O mercado pifou.

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  14. 5 Junho, 2008 10:41

    “A principal contestação da minha parte, não vai contra ao esperado aumento do barril de petróleo, mas vai antes contra quem não produz 1 litro de petróleo, mas cobra mais de metade do valor da gasolina, neste caso o Estado português!”
    .
    E para onde vai esse valor cobrado? Esse valor cobrado é a contrapartida para sustentar o estado pesado e ineficiente que temos. E, o engraçado, é que os mesmos que protestam contra o ISP são os mesmos que querem ter sol na eira e chuva no nabal, não estando dispostos a abdicar de uma diminuição do peso do estado.
    .
    Infelizmente os funcionários públicos, e os fornecedores do estado, não aceitam poesia como forma de pagamento querem o vil metal, e o vil metal é a tradução da riqueza gerada por uma comunidade. Ora o estado não gera riqueza, administra riqueza, e se ela não existe…
    .

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  15. Nuspirit permalink
    5 Junho, 2008 10:42

    O João Miranda lá acabou por dar razão a Pedro Arroja. Custou, é verdade. No princípio Pedro Arroja estava completamente errado. Agora, JMiranda já reconhece que os portugueses são visceralmente contra qualquer forma de mercado. Não tarda nada e temos JMiranda a dividir os países em católicos/protestantes e advogar uma autoridade pessoalizada para Portugal.

    João Miranda, não tenhas receio de ainda mudar mais de opinião. Afinal de contas quem é que não muda!?

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  16. Mialgia de Esforço permalink
    5 Junho, 2008 10:44

    “…defendem que o mercado deve ser dirigido no sentido de produzir preços baixos.”

    Não defendo nada disso, meu caro. O que é preocupante é quando o mercado é cartelizado, o que pelos vistos é uma ficção, e se entra no domínio da especulação ou da usura. A este propósito, ainda estou à espera (sentado, bem entendido!) que o CAA explique onde acaba uma e começa a outra.

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  17. honni soit qui mal y pense permalink
    5 Junho, 2008 10:57

    Os portugueses são é visceralmente avessos a “considerar” que há mérito em qq coisa que outrém e português faça com sucesso.
    Ou foi por roubo, especulação, cunha, protecção do estado, favor do autarca , compadrio, trafico de influências,abuso de posição dominante …
    E DIGAMOS QUE TÊM RAZÃO … PORQUE SE CONHECEM BEM DEMAIS.
    Se o País era, e é miserável, sem recursos , e a malta queria estar bem montada em sedas, porcelanas, isto no passado, e agora em Audis e Mercedes … que é que haveria de se fazer ??? ROUBAR !!!!!!!
    Roubar Africa, India , Brasil , UE , e os contribuintes , e o que se chegar á frente.Afinal nada que os Impérios desde tempos imemoriais não fizessem …Assirios, Romanos , Arabes , Rule Britannia , La Belle France, Sacro imperio, Espanha ,ianques, Chineses …
    Em Africa tb se roubavam uns aos outros , na Asia tb …
    Afinal admiram-se do que ? a PT não rouba , a EDP tb , a EDP Renovável cuja CEO já não é , a galp , e mais o quê ?
    teoria marxista !!! será ? afinal evoluimos assim tanto como isso desde a mesopotânea ? há leis … o minimo … para não se andar tudo a esgadanhar … pavões , guerras e evoluções no caos, triste não é … animais pois então

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  18. 5 Junho, 2008 11:00

    Caro João Miranda, esta posta do Pedro arroja assenta-lhe que nem uma luva:

    I must admit that I sometimes despair with some young Portuguese economists in whom I see great potential, such as André Azevedo Alves of O Insurgente. He is so much enchanted with the Protestant kind of liberalism with its emphasis on the benefits of the market that he does not care for evidence (v.g., that the market has never been a source of innovation in Portugal).

    I believe intellectually good people like AAA run the risk of ending up as cynicals like so many good Portuguese intellectuals before him (Eça de Queirós being a great symbol; Vasco Pulido Valente being another case). First, he will be waiting for the free market process to produce in his country the same benefits he sees it producing in Protestant countries. He will wait and wait and the results will not show up. He will then resort to blame the Portuguese people for being stupid or ignorant. With time, he will become resentful and cynical.

    What the evidence under our eyes is telling us as economists is that the benefits brought about by the market process in Protestant countries can only be brought about in our own country by authority. If we shift the focus of our analysis from the market to authority we gain a clearer understanding of the inner workings of Portuguese society. It is only then, when we base our thought on reality, not in abstract reasoning, that we can make a contribution that is really of true value.

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  19. 5 Junho, 2008 11:20

    “E para onde vai esse valor cobrado? Esse valor cobrado é a contrapartida para sustentar o estado pesado e ineficiente que temos. E, o engraçado, é que os mesmos que protestam contra o ISP são os mesmos que querem ter sol na eira e chuva no nabal, não estando dispostos a abdicar de uma diminuição do peso do estado”.

    Não consigo enfiar esse “barrete”. Ao contrário das teorias oficiais, dos “poderes nacionais”, preferia que os portugueses conrolassem menos riqueza, do que ser o estado a preencher esse “vazio”. Isto é, contra golden share”, na EDP, na PT e afins. Contra o mastodonte CGD e afins.

    Porque é que não existe uma marca global portuguesa reconhecida a nível mundial? Porque os empresários nacionais têm sempre o “condicionamento interno” que o Estado lhe permite, tal como no Estado Novo, e não arriscam a sair daqui. Pior, para o “empresário” portuguÊs, o mercado-alvo é Angola, Moçambique e São Tomém e não, a Espanha, a França ou os Estados Unidos!

    Porquê que serão estas escolhas?

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  20. Raskolnikov permalink
    5 Junho, 2008 11:26

    Aquele que para mim foi, um dos maiores juristas portugueses dos séculos XVIII e XIX, certa vez escreveu:

    “A pompa e a escravidão à Corte deixa,
    E aos Filósofos vãos, que debatem,
    Sua louca ignominia e seu orgulho:
    Deixa ao avaro o oiro que amontoa
    No seio de huma casa sem tumulto,
    Sem requerente, sem credor à porta
    Sem mor cuidado do futuro incerto,
    Que poucas provisões da vida pede:
    Vive no trato dos fieis amigos:
    Na lição dos bons livros, bons Poetas
    Sem fausto, mas sem mingoa e sem cuidados.
    Se isto tiveres, és hum Deos na terra.
    Eu desejo estes bens e t’os desejo”.

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  21. Fernando S permalink
    5 Junho, 2008 11:48

    Em maré de citações, e a proposito da perspectiva weberiana de Pedro Arroja a que faz alusão o comentario 18. do Pedro Gomes, talvez seja interessante citar uma frase de Francis Fukuyama, no seu livro de 1995, “Thrust …” :

    “[No] entanto, o final da segunda metade do século XX assistiu a uma grande transformação da cultura catolica. (…) []Em varios periodos dos anos 60, 70 e 80, paises catolicos como a Espanha, Portugal, Italia, Chile e Argentina, cresceram mais rapidamente do que os seus parceiros protestantes, como a grã-Bretanha e os Estados Unidos. A reconciliação entre a cultura catolica e a democracia ou o capitalismo esta longe de finalizada ; assistiu-se, no entanto, a uma <> da cultura catolica, que reduziu substancialmente as diferenças entre as sociedades protestantes e as catolicas.”

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  22. Fernando S permalink
    5 Junho, 2008 11:51

    ERRATA ao comentario 21. :
    Onde esta :
    ” da cultura catolica”
    deveria estar :
    “protestantização da cultura catolica”

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  23. 5 Junho, 2008 12:19

    Miucha Diz:

    “Quando menos lhe pedirmos mais lhe podemos fazer frente.”

    Concordo plenamente, a independência do indivíduo é o primeiro passo para a liberdade. As pessoas querem liberdade mas não estão dispostas a abdicar do eterno seio do Estado.
    Enquanto existir um Estado-Paternal que impeça a responsabilização dos indivíduos e forneça uma conjunctura favorável à desculpabilização pelo insucesso, jamais os portugueses serão verdadeiramente livres…

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  24. Francisco permalink
    5 Junho, 2008 12:25

    Há aqui qualquer coisa que me intriga: bem ou mal o mercado existe, mas baseia-se justamente na moeda (podia ser também na troca directa de produtos como Portugal está a tentar fazer com a Venezuela, mas creio que esse é um caso excepcional). Ora a moeda, por sua vez, também é um produto com o seu próprio mercado, dependente de uma infinidade de variáveis (M1, M2, etc.), ou seja um mercado encerrado dentro dos próprios mecanismos clássicos do mercado. E eu pergunto, não será isto um factor que distorce violentamente os eventuais méritos do mercado em geral? Tem isto que ver, por exemplo, com o facto do preço do petróleo subir sempre que a cotação internacional do USD baixa? Alguém me quer esclarecer?

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  25. a. verneuil permalink
    5 Junho, 2008 12:46

    O texto é sábio. O atrazo vem de longe e está a acentuar-se. O país deixou de facto de ter sustentabilidade. Mesmo à nossa frente está a ser recortado aos pedaços, os bons ficam na mão da ganância global, os maus ficam para os portugueses que não emigram. A história prega partidas mesmo a países com 900 anos.

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  26. Dói muito? Isso passa permalink
    5 Junho, 2008 13:36

    Mercado? Mas qual mercado? Em Portugal está tudo entregue aos monopólios da GALP, EDP, PT, BRISA, TAP e ANA,… Onde é esse mercado livre que temos que não estou a ver…????

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  27. 5 Junho, 2008 13:41

    Caro JM,

    está-se a “esquecer” da função anti-trust de muitas dessas medidas.

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  28. 5 Junho, 2008 13:46

    “troca directa de produtos como Portugal está a tentar fazer com a Venezuela”

    Este é só mias um embuste do Pinócrates!

    Trocar petróleo por leite em pó? Get lost.

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  29. toni permalink
    5 Junho, 2008 13:52

    Nunca ninguem pensou no porquê de no ensino basico portugues existirem disciplinas de todas as areas cientificas e de humanidades e nao existir uma unica disciplina de Economia?

    Será que tem alguma coisa a ver com a ignorancia economica da populaçao?

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  30. Cruzado permalink
    5 Junho, 2008 14:05

    http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1331338&idCanal=57

    o preço do barril de Brent está a baixar… não são os artistas da Golp que apregoam o reflexo dos preços do petróleo nos mercados internacionais?

    Já sei… é só quando os preços sobem

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  31. toni permalink
    5 Junho, 2008 15:15

    Cruzado, as variaçoes dos preços de petroleo tem um lag de cerca de 3 meses, segundo o que disse um senhor velhote na televisao no outro dia. Suponho que seja esse o tempo que dura um stock da Galp. Se o preço baixa hoje e assumindo que a Galp compra stock hoje, essa variaçao de custo só tem efeito la para Setembro.

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  32. 5 Junho, 2008 18:32

    Talvez a conclusão a tirar de todo o debate que por aqui tem havido, seja bem mais simples. Os “portugueses” (ai, estas generalizações…), já perceberam que:
    1º) o princípio do “mercado livre” não passa de uma utopia;
    2º) a iniciativa privada, em Portugal, não tem… iniciativa alguma (pois eu sei, a culpa é do “estado”, como já foi do pacto mfa-partidos, do conselho da revolução, da constituição e de mais não sei quantas…desculpas);
    3º) um “modelo económico” baseado na economia virtual e nos serviços, sem nada produzir, cria situações de fragilidade que acabam sempre em situações sociais graves;
    4º) são os sistemas que devem servir as pessoas e não o contrário (esta conclusão, mais do que percebida, foi sempre- ao longo da História- intuida em situações de crise do modelo social).

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  33. Luis Moreira permalink
    5 Junho, 2008 18:51

    O preço do petróleo está a descer.Deve ser porque o consumo diminuiu a semana passada.Outra hipótese, são os poços recentemente descobertos a jorrar á fartazana!

    Aqui, o meu vizinho, já não anda de carro.E em Aljubarrota tiram um barril/dia de petróleo.Outras hipóteses igualmente credíveis!

    Realmente este contínuo sob e desce não tem nada a ver com a especulação!

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  34. Luis Moreira permalink
    5 Junho, 2008 19:00

    Este JM vai passar a chamar-se João Contradição.

    Começa por dizer que o mercado não tem como objectivo baixar os preços.Termina dizendo que o Regulador tem como objectivo impedir que o mercado atinja o grau de eficiência e ganhos de escala que o possibilita baixar os preços!

    … a eficiência e os ganhos de escala ( que baixam os preços,digo,eu!) …mas que o regulador impede para baixar os preços…o que não resulta!

    Bem sei que o mercado é seu,diz o que quer!

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  35. Luis Moreira permalink
    5 Junho, 2008 19:04

    Zé Bonito

    Leia com atenção o artigo do JM!Os empreendedores cá do sítio com o dinheiro da CGD e com os negócios do Estado! Vai sempre dar ao mesmo!Criação de riquesa,zero ou próximo disso!

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  36. Justiça de Fafe permalink
    5 Junho, 2008 19:50

    Os grandes produtores e exportadores de crude são os maiores beneficiários dos preços altos.
    E como as empresas são públicas/privadas dos emires, sheiks, ayatollahs,Hugos,dos Santos…estes é que estão a encher os cofres.
    Claro que os media não referem os lucros desta malta: só das grandes empresas multinacionais.
    Porque será?

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  37. Luis Moreira permalink
    5 Junho, 2008 20:22

    O Oliveira da Galp acaba de dizer que os preços só descerão a curto prazo se a bolha especulativa rebentar.São as compras financeiras que estão a fazer subir o preço do crude!

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  38. toni permalink
    5 Junho, 2008 21:48

    O luis moreira é atrasado mental. Ou isso ou nao saber ler. As duas coisas se calhar.

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  39. Luis Moreira permalink
    5 Junho, 2008 22:16

    As duas coisas Toni.Mas disse na RTP1 ! Não deve ser dificil comprovar!

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  40. antonio m p permalink
    6 Junho, 2008 05:47

    Não se preocupem. Afinal não é verdade que o mercado resolve por natureza os seus próprios problemas? Ou o que é verdade é a teoria das crises cíclicas e agravadas do capitalismo? Não pode ser…, não “queremos” que seja…

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  41. toni permalink
    6 Junho, 2008 15:59

    luis moreira, estava a falar em relaçao ao post numero 34.

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  42. curiosamente permalink
    6 Junho, 2008 20:09

    anti-comuna Diz: “Excelente, caro JM. Excelente. ”

    Sim, excelente por dizer que o Mercado não traz felicidade aos pobres, mas sim também miséria e preços caros.
    Qual a diferença entre o Mercado (Livre) e o Stalinismo? Nenhum.
    Excelente , Anti-Comuna e F Vasconcelos, Excelente.
    Não tarda nada estamos em Cuba. Com uma única diferença.
    Lá não se pode vender certas coisas.
    Com o neo-liberalismo , pode-se, mas é e será cada vez para menos. Tudo será artigos de luxo. Até o lixo, segundo consta em algumas galerias.
    Excelente, JMiranda.

    “O pitroil anda a cair. A culpa já não é dos especuladores? lololololololololol”

    Erro crasso de anti-comuna. Confundir os preços no produtor (onde caem) com a gasolina (onde continuam a subir.
    Não acredito que Anti_Comuna não saiba que o petróleo desceu, mas a gasolina continua a subir.
    Então se Anti-Comuna sabe isto, porque finge não saber ? Lá por ser um dos pequenos investidores em papéis, ninguém lhe leva a mal. Mas o resto é que não.
    E depois critica uns e outros, Anti-C ? Com que moral , curiosamente ? Nenhuma.

    Mais : se o preço do petróleo nos produtores desceu, e no consumidor continua a subir, bem que pode guardar os seus “lololol”.
    Pois o preço no produtor descer e no consumidor subir, curiosamente prova que É O MERCADO E A ESPECULAÇÃO QUE ESTÁ A FAZER AUMENTAR OS PREÇOS.

    Agora, diga lá lololol, anti-c.

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  43. curiosamente permalink
    6 Junho, 2008 20:17

    por JoaoMiranda em 5 Junho, 2008
    “A polémica à volta do preço dos combustíveis serviu para ilustrar uma das causas do atraso da economia portuguesa. Os portugueses são visceralmente contra qualquer forma de mercado. ”

    1- JMiranda apesar do seu mirandês, é português, e curiosamente, já se percebeu que é contra o mercado.

    2- JMiranda, é por isso , contra a economia portuguesa. Porque é português, e porque é contra o mercado.

    3- JMiranda como português e como sendo anti-mercado livre , acha que o petróleo mais caro (gasolina, etc) que faz o pescado e transportes e outros, mais caros, é tudo bom para os portugueses.
    Como é bom para os portugueses, é bom a economia portuguesa.

    4- JMiranda acha que salários baixos é bom para a economia portuguesa (como? se ninguém terá dinheiro para comprar? ) mas acha que preços altos é bom a economia .
    Nem stalin destruiria um país tao depressa e sem um unico tiro.

    Tudo isto, saido das racionalizações (pseudo ones) de JMiranda.

    5- Depois de se baixar os salários todos, e aumentarem-se os preços todos via petróleo e logo a seguir os alimentos, vira a celébre frase “os portugueses não querem é trabalhar”.
    É esperar, que JMiranda ou outros lá chegaram.
    E culpar o Sócrates, o Santana, o Comunismo, etc, pela miséria de Portugal.

    E ainda tem adeptos, toda esta salganhada miserabilista que nos aproxima de Cuba, e nalguns aspectos da Coreia do Norte. Tudo em nome do Mercado.
    (note-se que JMiranda já nem diz “Mercado livre” nem “Mercado de Livbre Iniciativa”. Tudo isso foi, curiosamente, abandonado, lentamente, cada vez mais ao encontro
    do “Comunismo Empresarial” ou “Neo-Liberalismo”.

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