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Só marketing

15 Março, 2009

Não apreciando o lambebotismo generalizado dos políticos e partidos portugueses face ao regime e aos governantes angolanos, a atitude do Bloco de Esquerda de faltar ao encontro dos deputados portugueses com Eduardo dos Santos foi  uma má opção, pouco democrática e na prática politicamente cobarde.

O encontro era na A.R., casa dos deputados e dos portugueses, pelo que julgo que não se deve deixar entregue o que é nosso a quem nos visita, ainda para mais sendo tal visita um chefe de quadrilha. Pelo contrário, tal encontro seria uma excelente oportunidade para, cara-a-cara, confrontar o PR angolano  com, por exemplo, um pedido de informação sobre algum preso político ou vítima de tortura, envergar uma t-shirt alusiva a campanha de direitos humanos, entregar em mãos uma petição, ou dossier sobre corrupção, etc. etc. Estando presentes, poderiam agir, nunca correndo o risco de serem acusados de colaboração em quaisquer «boas-vindas» indesejadas. Ausentes, deixaram espaço aos sorrisos cúmplices, aos apertos de mão e costas curvadas, apenas conseguindo mais 3 ou 4 notícias sobre si mesmos. Maus motivos, é só mesmo «activismo para o vistaço».

9 comentários leave one →
  1. helenafmatos permalink
    15 Março, 2009 15:18

    Tendo em conta o empolgamento com os jornalistas lançadores de sapatos causa-me espanto que ninguém atire sapatos a José Eduardo dos Santos. Não concordo que os tenham atirado a Bush e também não via como positivo que o fizessem ao presidente de Angola mas o BE tão entusiasmadao que andou com a sapataria voadora bem podia ter ousado esse passo. Ou pelo menos a t shirt com mensagem, quiçá porem-se com títeres diante da polícia como fizeram quando o 1º ministro de Espanha era Aznar. Enfim esta fixação em só adoptarem uma postura aguerrida diante daqueles que respeitam as regras do jogo democrático é uma coisa tão misteriosa como a fortuna de José Eduardos dos Santos.

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  2. Anónimo permalink
    15 Março, 2009 15:41

    #1 teve a sua oportunidade e desperdiçou-a. não culpe os outros.

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  3. 15 Março, 2009 16:00

    Claro que mesmo que o eduardo dos Santos fosse o hITLER SERIA D BOM TOM RECEBÊ-LO E TECER-LHE LOAS…SE O FIZERAM AO mUGABE…O QUE CONTA MEUS SENHORESÉ O DINHEIRO..QUERO LÁ SABER QUE VENHA DA DROGA DA PEDOFILIA DA EXPLORAÇÃO DAS PESSSOAS, DOS ASSASSINOS, DA LAVAgem de dinheiro…dinheiro é dinheiro ..ponto..pragmatismo acima de tudo…ou vocês acham que se os grandes países produtores de petróleo -com excepção da Noruega- são democracias…?

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  4. 15 Março, 2009 18:19

    Bem, mas empre foi uma atitude mais digna, do que a tiveram o PS, o PSD, o PCP, ou o CDS. Estes, sorriram com evidente ansia pelo “momento dos Santos”, a pensar num eventual negóciozinho com o Dono de Angola!

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  5. 15 Março, 2009 19:08

    “atitude do Bloco de Esquerda de faltar ao encontro dos deputados portugueses com Eduardo dos Santos foi uma má opção, pouco democrática e na prática politicamente cobarde.”

    Portanto, os lambebotas é que estiveram bem!

    Caso o BE fizesse espalhafato no Parlamento. Era o bom e o bonito, teríamos da extrema-direita parlamentar aos marxistas – leninistas todos em uníssono a chamar terroristas ao BE!

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  6. Pi-Erre permalink
    15 Março, 2009 19:25

    “…ainda para mais sendo tal visita um chefe de quadrilha.”…

    … coisa que não existe cá na Europa e muito menos neste jardim de virtudes à beira-mar plantado.

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  7. 15 Março, 2009 19:30

    Nuno Brederode Santos aborda o assunto (com a lucidez e humor que lhe são habituais) numa crónica publicada no «DN» de hoje que pode ser comentada no blogue onde escreve.

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  8. olhão permalink
    15 Março, 2009 19:58

    Num dos seus artigos o jornalista brasileiro Millôr Fernandes lançou um
    desafio através de uma pergunta: Qual é a diferença entre um Político e um
    Ladrão?

    Um leitor chamado Fábio Viltrakis, de Santos – São Paulo, responde todo
    orgulhoso:
    -“Caro Millôr, acho que descobri a resposta para o seu enigma; após uma
    longa pesquisa cheguei a esta conclusão:
    “A diferença entre um político e um ladrão é que, o primeiro eu escolho, e
    o segundo escolhe-me. Acertei?”

    Eis a réplica do Millôr:
    “Puxa, Fábio, você é um génio… Conseguiu achar UMA diferença entre um
    político e um ladrão! Parabéns!”

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