Ai Público, Público…
Num artigo hoje publicado no suplemento “Cidades”, sob o título “Mania das Grandezas”, Victor Ferreira adjectiva o Centro Comercial das Amoreiras como “megassímbolo do cavaquismo original”. Basta ler a página seguinte para vermos o disparate da alusão. Quando o projecto foi aprovado, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa era o socialista da velha guarda Aquilino Ribeiro, o primeiro-ministro era Mário Soares e a Presidência da República estava ocupada pelo sorumbático Ramalho Eanes. Quando se iniciou a construção, o primeiro-ministro era Francisco Pinto Balsemão e tinha sido eleito presidente da câmara Nuno Abecassis, do CDS. O Centro Comercial foi inaugurado em 27 de Setembro de 1985 (completa amanhã 25 anos). Abecassis e Eanes mantinham-se em funções e o primeiro-ministro era novamente Mário Soares.
Isto dos símbolos tem muito que se lhe diga.
Os símbolos não se religam à cronologia para significarem coisas. O Amoreiras surgiu, ou seja, desenvolveu-se como centro comercial, na altura em que Cavaco apareceu com maioria absoluta e isso sucedeu logo após a adesão à CEE e a abertura de facilidades na aquisição de produtos importados. Até aí, o contrabando escuro era rei, na ALmirante Reis e na Rua Escura, no Porto. Tomás Taveira, o autor do projecto, é um símbolo desse tempo, também. Foi então que apareceu um freelancer da comunicação social sem grandes escrúpulos deontológicos e se lançou na edição de uma espécie de Interviú ( a espanhola, não a do Wharol) portuguesa. Isto aconteceu no final da década de oitenta, em 89.
Um ano antes, o ministro Cadilhe, do governo de Cavaco ( lá está…) comprou apartamento nas Amoreiras e provocou escândalo político porque o jornal Independente, entretanto aparecido como um modelo de semanário nunca visto em Portugal ( outro símbolo da época cavaquista), denunciou um caso que não era caso e cujo jornalismo na época era patrocinado por Paulo Portas e MEC.
De resto quem assentou praça nos apartamentos das Amoreiras eram os yuppies, por assim dizer, que surgiam com o advento do cavaquismo versão original, como diz o Público.
Por mim, chamo-lhe antes “devorismo”, citando VPV noutro contexto.
Foi essa época que nos estourou moralmente e nos afundou estruturalmente. A época de Cavaco, Loureiro, Ferreiras do Amaral e afins.
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Estaline até personagens não gratas mandou apagar de fotografias.
Um dos ónus que pode ser atribuído aos países que enveredaram pelos caminhos de esquerda/socialismo, é a tentativa de reescrita da história segundo as conveniências ideológicas.
Porque é que havia de ser diferente aqui?
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José Posted 26 Setembro, 2010 at 10:54
Foi essa época que nos estourou moralmente e nos afundou estruturalmente.
Estes socialistas têm cá um desplante para dizerem coisas destas depois do que fizeram a este país nos últimos 5 anos.
Cambada de anormais.
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Ou seja, o Amoreiras não é símbolo algum da pinderiquice do PS ou da insignificância do CDS.
É de facto um símbolo dessa época, de final dos anos oitenta e das maiorias absolutas de Cavaco ( 87 e 91).
É um símbolo de uma época de ouro em que se chegou a pensar em objectivos estratégicos para Portugal, tendo chamado a pronunciar-se um guru como Michael Porter, na altura em que esse tipo de gurus estava na moda. Alvitrou-nos a hipótese de apostarmos em “clusters”. E por isso levou uma pipa de massa ( outro símbolo do cavaquismo são as pipas de massa para esse tipo de coisas e que agora até figuram no Orçamento de Estado, com mais de um bilião de euros para essas extravagâncias).
Por isso, simbolicamente, o Amoreiras é o retrato do cavaquismo.
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Nunes: vá chamar socialista a quem conhece.
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De onde se vê que aplicar rótulos , MESMO INDEVIDOS,
vem a ser desporto próprio dos SABICHÕES . . .
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as Amoreiras inauguradas em 85 foram pensadas nos finais de 70 e quem as fez estará (ou estaria) mais próximo do PS do que de outros
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Ignorantes.
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Público, Jn, DN, Jornal de Negócios e Diário Económico acabarão por encerrar por falta de leitores. Os cidadãos não são completamente estúpidos. É pena porque há por lá alguns excelentes jornalistas que não têm culpa de os jornais portugueses, com excepção do CM, se terem colocado ao serviço do projecto socialista.
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Confrade: símbolo! A ideia é Símbolo! Coisa tratada por Umberto Eco, em tempos.
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Tomás Taveira estava mais próximo do PS, segundo parece. E daí? Taveira poderia simbolizar o PS?
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O novo- riquismo, o devorismo e a ganância por mais e mais, são símbolos do PS de finais dos anos oitenta ou são mais típicos dos Loureiros que acabaram nos BPN e em sociedades lusas de negócios depois de terem nascido e vivido na pinderiquice?
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Querem ver que a referência moral boa é o Mário Soares e a má é o Rui Mateus?
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Há algum símbolo do PSD ou do PS? Enquanto houver fanatismos e partidarismos, não vamos sair da cepa torta.
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Vejamos então o assunto ao contrário: o cavaquismo não tem símbolos? É vazio de sentido semiológico?
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José,
Tenha lá paciencia, mas o Cavaco, e o cavaquismo, seja lá isso o que for, não tiveram nada a ver com o complexo das Amoreiras. E os simbolos como refere, a 25 anos de distancia, são o que nós quisermos.
Nas Amoreiras instalaram-se pessoas e empresas que não tinham necessariamente nem de ser ricas, nem grandes empresas, p. ex. era e é possivel alugar apenas uma sala para instalar um escritorio, e o centro comercial era e é frequentado por gente de todos os estractos sociais.
No entanto aceito que queiram associar as Amoreiras ao desenvolvimento economico sustentado que se viveu na decada 85-95, e que os socialistas destruiram em 15 anos de má governação.
Lembro tambem a polemica levantada à volta do projecto de arquitectura do celebre Arqto. Taveira, sendo que a esquerda do politicamente correcto abominou o conceito, porque era demasiado “à americana”.
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Alexandre:
Tocou no ponto essencial da simbologia: “desenvolvimento economico sustentado que se viveu na decada 85-95”. É só isso.
Mas sustentado em quê? Nos dinheiros da CEE, em boa parte. E isso é obra de quem e quem é que definiu as estratégias por parte do Estado?
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Também me lembro da polémica com a construção do edifício e julgo, se a memória não me atraiçoa ( e por vezes acontece, como no caso da Palla) que o assunto foi capa do Expresso , com projecções que criticavam a volumetria etc etc.
Será que o arquitecto Saraiva teve algo a ver com o assunto?
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Acho que as Amoreiras vão ficar mais ligadas ao Taveira que ao Cavaco.
Mas isto sou eu que dou mais valor ao autor da obra do que ao rei na época.
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José, eu gosto imenso de lê-lo, não venha meter o Lipovetski ao barulho.
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Ou seja e em resumo: não me parece disparate algum classificar o Amoreiras como UM dos símbolo do cavaquismo.
Só um, porque há outros , para alguns bem piores e que também foram objecto de crítica no Expresso. Por exemplo o CCB. E esse não é do PS…
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Lipovetski? Acho que o Amoreiras entrou na moda nos anos noventa…e cheguei a lá ir muitas vezes comprar discos na On-OFF que não havia em mais lado nenhum. Os Lp´s que chegavam via importação e que nessa altura era às carradas. Grateful Dead que nunca tinha ouvido, por exemplo.
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Já se viu que quem escreveu o artigo foi o José.
Simpatizante do BE e tal e coisa…este José não engana ninguém, é sim produto do meio jornalístico português, que quando não sabem inventam e quando querem atacar alguém inventam ainda mais.
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Podemos encontrar muitos símbolos do cavaquismo: as auto-estradas, a ponte Vasco da Gama, o CCB, a reforma fiscal, a recuperação do escudo, as televisões privadas, os anos de crescimento económico, ou até mesmo o Alqueva, que tal como a PVG foram inaugurados já nos tempos Guterristas.
Agora as Amoreiras, é um absurdo. Toda a discussão à volta das Amoreiras ocorreu antes da Cavaco, foi inaugurada antes de Cavaco, foi aprovada por gente do PS, era um negócio em que participavam empresas públicas e até o arquitecto era próximo do PS. A única coisa que pode ligar as Amoreiras ao cavaquismo é a história da casa do ministro Cadilhe – que nem sequer foi um caso.
Dizer que as Amoreiras são um símbolo do cavaquismo é como dizer que a Ponte Vasco da Gama é um símbolo do guterrismo – uma vez que foi inaugurada mal Guterres chegou ao poder, foi o governo de Guterres que fez a desastrosa renegociação com a Lusoponte e começou a ser usada durante o seu governo – mas apesar disso não é, nem nunca será, associada aos socialistas.
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Então, SCUT’s é um símbolo do PS…
Não é assim que penso. O Cavaco, o Loureiro, ou outro qualquer não são o PSD. O Soares, o Sócrates ou outro qualquer não são o PS.
PSD e PS são muito mais do que esses dirigentes que tiveram o seu tempo. PSD E PS são partidos de muita gente boa e de menos gente que nem tanto.
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Isso de andar à procura de que partido é uma obra, dá um bom serão com apostas.
E se a ideia inicial é de um gajo apartidário, não vale.
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José,
Parace-me um bocado enviesado discutir-se os 10 anos de governo Cavaco Silva a proposito das Amoreiras, mas enfim. Dando razão a JCD, é um facto que Cavaco deixou aos socialistas um país em rota ascendente, com a economia em cima dos carris, e se Cavaco tivesse concorrido às legislativas de 95, tinha ganho. Lembro-lhe que após dez anos de desgaste governativo do PSD, Guterres nem conseguiu um maioria absoluta contra F. Nogueira, a quem até o Pato Donald ganhava.
Mas a maior herança que Cavaco deixou aos socialistas, foram quase 50 mil milhões de euros ( dez biliões de contos, em dinheiro antigo) de privatizações, que foram delapidados entre 96-97 e 2001, em vez de terem sido usados em investimentos produtivos, e que é a verdadeira genese da crise que nos caiu em cima.
Como sabe melhor que eu, a crise internacional foi o euromilhões do Socrates, porque veio mascarar o que fatalmente nos iria acontecer mais ano menos ano.
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One Off, José, One Off, que eu tb lá ia!
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Já agora, qual é o problema que esta gente de esquerda tem com as Amoreiras?
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ahahhaha
O José acertou em cheio e trocou-lhes as voltas.
Estes palermas julgam que o o PSD é qualquer coisa de muito diferente do oportunismo xuxa e quem fala do novo-riquismo cavaquista tinha logo de ser apoiante xuxa.
“:O))))
Quem foi o padrinho do menino de Ouro?
heinnn? Quem criou o monstro estatal?
quem desbaratou os dinheiros da CEE/UE?
Quem criou as grandes máfias que depois dão estes “imprevistos” à BPN?
Devem ter sido esses puros do centrão.
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E o outro palerma ainda insiste em chamar gente de esquerda a quem conta que as Amoreiras são símbolo cavaquista.
Pois são. E nunca o PSD foi direita em parte alguma, a não ser nas cabecinhas tontas de quem precisa de inventar 2 barricadas para a caça aos votos.
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http://markets.ft.com/markets/bonds.asp
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O CCB e a aquele palácio assírio babilónico da CGD são o quê?
ahhahaha
São as grandes obras de propaganda que até podem anteceder o reinado do faraó mas que fazem parte do espírito de quem se vai entronizar com ele.
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«Aqueles que controlam o passado, controlam o futuro. Aqueles que controlam o presente, controlam o passado.»
George Orwell
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Este José, em tudo o que se mete, dá com os burrinhos na água.
É pior que sarna, da-se!
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Refiro-me, claro, ao caga-sentenças, soit-disant especialista em questões de justiça (até tem um blogue!!!), que dispara necedades com tanta abundância como as vírgulas que põe fora do lugar.
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Continuo a não entender o que tem de mal o Amoreiras. Dá emprego a milhares de pessoas e até o “Ti Castro” geronte está a pensar em obras destas.
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jcd:
Insisto e apenas na minha opinião, claro. O Amoreiras começou a ser pensado, como quando e onde? Em que contexto socio-económico?
Vejamos:
A AD teve maioria no fim dos 70 e prolongou-se durante uns anos, poucos.
Vejam a cronologia histórica
Até 1983 o Governo era PSD desde os tempos da AD. Desde então até 1985 foi o tal bloco central do PS e o FMI parece que veio cá por ordem nas contas. O PS contou para nada nesse interregno. Em 1985 apareceu Cavaco.
O Amoreiras é de Setembro de 1985 mas foi fruto de concepção , financiamento e realização anteriores. De quem? Do PS ou de alguém financeiramente a ele ligado?
A Mundicenter é de quem? Do Grupo Alves Ribeiro, segundo julgo. E o grupo tem o banco Invest
Que antes era o Banco Alves Ribeiro.
Acha que tem alguma coisa a ver com o PS?
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Olha! Já temos outra vez a sarna pegajosa do ferreira.
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Ferreira é a tua tia.
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E prontos, tudo que tem alguma importância popular tem de estar ligado a um Governo qualquer…Mono-cultura politico- jornalista é assim.
Neste país nada existe nem pode existir de importante fora do Estado e do Regime.
Se um arquitecto desenha um penico de vidro mesmo que tenha sido tudo privado pertence a um Político qualquer se for popular,os prós e contras degladiam-se pela sua posse ou a recusa conforme o penico tem boa ou má reputação, uma ironia ao “gosto”, a palavra que o Taveira dizia que não existia para valorizar arte…
Que tal as Amoreiras não pertencerem a Político algum?
Pertencia aos clientes como eu que ia lá comprar musica, revistas e jornais na altura em que os comprava. Deu jeito.
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Enganei-me no ferreira. Este é mais um ferreira II porque sabe escrever necedades e está muito preocupado com vírgulas. Agora, essa deve ser do lado dos abrantes.
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agora também vem a sede da CGD como símbolo do cavaquismo! LOL!
“Após a autorização pela resolução do Conselho de Ministros n.º 185/81, de 13 de Agosto, iniciou-se a procura de um terreno bem localizado na malha urbana de Lisboa, com fáceis acessos, bons serviços de transportes e com uma área que permitisse um volume de construção suficiente para a nova Sede da CGD.
A escolha recai, então, num terreno, entre o Campo Pequeno e a Praça de Londres, onde até finais dos anos cinquenta tinha funcionado a Companhia das Fábricas de Cerâmica Lusitana e que apresentava todas as características necessárias.
Em 1985, foi lançado um concurso ao qual concorreram 54 Gabinetes de Projectos, tendo, numa primeira fase, sido seleccionados dez, cujas respectivas maquetas se encontram hoje expostas na Agência Central Sede.
O projecto seleccionado, de autoria do Arquitecto Arsénio Cordeiro, foi então iniciado, tendo sofrido, em finais de 1989, diversas alterações, em virtude da política de modernização e regionalização e consequente racionalização de efectivos.
As alterações urbanísticas e arquitectónicas traduziram-se numa redução da área construída em 14.500 m2 (7,25%), que permitiu um acréscimo de zonas verdes e a criação de um novo arruamento ligando as Avenidas João XXI e Marconi, proporcionando uma maior fluidez do tráfego local.
Preocupações de carácter socio-cultural foram tidas em consideração, nomeadamente ao disponibilizar novos espaços públicos e ao criar uma zona cultural em parte do Edifício.
A primeira empreitada – de movimentação e contenção de terras – iniciou-se em Outubro de 1987, e a ocupação do complexo começou a partir de meados de 1993.”
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Dói ler um idiota a referir que o país afundou entre 1985 e 1995. Estamos em 2010 e desde aí temos 13 anos de PS e biliões de EUR a entrarem dados pela UE… Há gente muito tapada que trata estes assuntos como se o assunto fosse de clubes de futebol… faz lembrar um dos idiotas desta casa quando se pões a escrever sobre futebol… também lhe desaparece a inteligência…
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Quanto à questão do Público, o menino ou menina que escreveu esta m#rda devia andar de fraldas quando o Centro Comercial foi construído e como deve ter estudado numa escola do género daquela espelunca de esquerda da Av. Berna deu nesta baboseira.
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Este Bruno é o “inteligente”. Chegou e disse, tirou o chapéu e foi-se.
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