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Argumento da vitimização

12 Outubro, 2010

O argumento da vitimização diz qualquer coisa como: se o orçamento não for aprovado, o governo demite-se e Sócrates vitimiza-se, atribui as culpas da crise ao PSD e depois ganha as próximas eleições. Pode ser lido aqui e aqui.

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Mas, claro, este é um argumento que é válido hoje e daqui a 6 meses, daqui a 1 ano ou daqui a 2. Em qualquer momento em que Sócrates seja derrubado, ele pode sempre vitimizar-se e atirar as culpas para o PSD. E como em qualquer momento dos próximos 2 ou 3 anos haverá crise, Sócrates poderá sempre culpar o PSD pela crise. Logo, a simples ameaça de vitimização é suficiente para garantir a Sócrates um mandato completo como PM. Sócrates só tem que manter o país no limiar da crise e de ameaçar entrar em histeria sempre que não lhe fizerem as vontades.

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Este argumento, frequentemente usado pela direita, revela uma direita permanentemente sob a tutela da esquerda. Uma direita que não afirma as suas ideias com medo do que a esquerda vai pensar e fazer. Uma direita que não se afirma perante o eleitorado porque teme que este só queira ouvir coisas de esquerda. Ora, esta direita que não se afirma perante o eleitorado, que não se demarca da esquerda antes das eleições, também não o conseguirá fazer no governo. Quando e se chegarem ao governo estarão cheios de medo do que pensará o PS, do que fará o PS e de como reagirá um eleitorado que aprendeu a ver o PSD como uma versão do PS. Quando e se chegarem ao governo terão que governar com o programa do PS.

39 comentários leave one →
  1. Lopes permalink
    12 Outubro, 2010 09:26

    Bem observado, sim senhor, gostei.

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  2. Confrade permalink
    12 Outubro, 2010 10:02

    Enquanto um politico não reconhecer que em determinados momentos pode elogiar o trabalho, as ideias, de um politico de outra “cor” não sairemos deste estado de coisas. Pouco importa se aqui estamos PS vs PSD, ou Sócrates vs PCoelho.
    Num futuro teremos um, sei lá, Silva vs Sousa e continuaremos na mesma: lutas partidárias, mesquinhices, invejas, conversas de corredor e, enquanto isso, o povo paga a crise e alguns oportunistas ganham uns milhares. Que Povo triste que somos.

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  3. 12 Outubro, 2010 10:03

    Mas o ponto é que nos tempos que correm as pessoas queriam sobretudo solidariedade e coesão social e nem PS nem PSD estão em condições de as oferecer. Com a diferença que o PS ainda a promete e o PSD nem isso. Obviamente toda a gente teme que o PSD no poder faça ainda pior do que o PS. E o próprio PSD actual sabe que se chegar a eleições vai propor piorar ainda mais as condições de vida da maioria dos portugueses a troco de uns amanhãs que cantam. Por isso o PSD não sai da cepa torta nas sondagens e está tão vulnerável a um golpe de asa de Sócrates.

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  4. 12 Outubro, 2010 10:03

    A excisão do Sócrates é uma necessidade nacional.
    Qualquer decisão sobre o Orçamento devia partir desse princípio.

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  5. henrique pereira dos santos permalink
    12 Outubro, 2010 10:16

    João Miranda continua (estranhamente) a evitar reconhecer a diferença entre haver mecanismos de resolução da crise política que garantam legitimidade daqui a alguns meses, e não haver esses mecanismos agora.
    E já agora, convém não esquecer que, dependendo da campanha que cavaco fizer, ele próprio terá uma legitimidade acrescida daqui a alguns meses para intervir em caso de impasse político.
    O argumento da vitimização tem uma importância agora porque Sócrates controla totalmente o tempo após a decisão do orçamento, e terá outra importância quando o tempo político for controlado por outros.
    Sun tzu (mesmo numa versão bera mais à mão) talvez seja útil: “se o comandante deseja que o inimigo se movimente, ele se mostra: o inimigo certamente o seguirá. Se ele quer atrair o inimigo, ele ilude, apresentando algo lucrativo para o inimigo, e o inimigo por certo acreditará. Assim, o comandante oferece ao inimigo pequenas vantagens, mas o espera armado e com toda a sua força.”
    henrique pereira dos santos

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  6. Lorpa permalink
    12 Outubro, 2010 10:28

    A questão é que tanto o PS como o PSD têm vivido do saque do erário público. Não há políticas de esquerda ou de direita que consigam vingar numa situação destas, porque à partida todo o debate ideológico possível está contaminado. E infelizmente tudo o que sobra para lá destes dois partidos continua a ser irrelevante e sem hipótese de afirmação plena que se concretize em alternativas credíveis. Solução? Pois…

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  7. Bartolomeu permalink
    12 Outubro, 2010 10:37

    Ontem foi um dia histórico…
    Pedro Passos Coelho, afirmou que se não fosse a proximidade das eleições, apresentaria uma moção de sensura ao governo…
    E ainda o debate televisivo, sobre o estado da nação…
    Dou de barato a cena da retirada do PGR… (chamam-lhe “suspensão” até o meu carripano tem 3, duas independentes à frente… e uma atrás).
    O debate televisivo inquietou-me.
    Mal apareceu no meu televisor o eclético painel de convidados, lembrei-me imediatamente da frase do fradinho Ventura, ao evocar Bordalo Pinheiro, colocando-o a pintar a cena pitoresca do barraco, com o submarino à porta.
    No decorrer das explanações opinativas de cada ex-presidente, ao chegar a vez do reitor da universidade, percebi porque motivo me tinha saltado à memória a frase do fradinho…. e pensei, se Alexandre Dumas fosse vivo, encontraria naquele painel as personagens ideais para reescrever o seu romance histórico; da esquerda para a direita; Athos, Porthos, Aramis e por último D’Artagnan…
    O Cerco de La Rochelle continua a ser o cenário actual, Athos, a quem não sobrou outra alternativa que entrar para o exército, espadeira à esquerda e à direita, com evidente dificuldade em identificar o verdadeiro inimigo…
    Porthos, não perdendo as características que o identificam; alegre,vaidoso, divertido, sempre a fazer lembrar a anedota dos tempos em que foi 1º ministro do reino, quando uma jornalista mais atrevidota lhe perguntou, “dizem que o Sr. tem cara de cu” ele responde “pfhh… pfhh… t’oumacagar”…
    Aramis; delicado, elegante, cavalheiro, repleto de contradições, sem vocação, mas… temerário, não descurando por um segundo a posição de “pernas fechadas” (não vá o pensinho deslocar-se)…
    Por fim o jovem e inteligente e cauteloso D’Artagnan…
    Resumo do argumento; afinal Portugal é uma opera buffa com 10 milhões de actores, que antes do último acto, da apoteose final e do correr do pano, se atiram todos ao Tejo, comandados por uma voz misteriosa com sotaque Algarvio que lhes martela o cérebro repetindo “atira-te ó mar e diz que t’empurrarem… bêja-me da boca e chamame Tarzan”!!!

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  8. 12 Outubro, 2010 10:59

    Será que o momento de crise por que estamos a passar, nós a Europa e o Mundo, é igual a outros momentos dificeis? Claro que não!… e é por isso que hoje se deve evitar uma crise política interna. Podemos não gostar do Sócrates até porque ele mexeu com os interesses de algumas corporações bem “gordinhas”, mas não se vislumbra uma alternatica credível e com a força suficiente para aplicar medidas inconvenintes a “gentes” bem instaladas. Isto é, estamos metidos numa grave crise financeira e, por culpa própria, metíamos gasolina nessa fogueira ao arranjar uma crise política. Nada disto era grave numa situação normal, porém como o mundo está de olhos em nós e quem todos os dias põe cá dinheiro para nos alimentar não perceberá a nossa aventura rumo ao abismo pelo que fechará a torneira e/ou obriga-nos a pagar um preço impossível pelos euros que nos emprestam.
    Tal como afirmam pessoas “importantes” e de relevo na vida do PSD, neste momento, e em nome dos interesses do país, o orçamento deve ser viabilizado. Contudo, a outra parte dos laranjas, aqueles que estão na bicha à espera de um lugar, por tática meramente pessoal, são defensores do escuro, do amanhã veremos como isto fica. Para estes é o tudo ou nada, isto é ou agarram desde já um tacho ou o seu tempo demorará uma eternidade a chegar.
    Sou favorável a, neste momento, não se correrem riscos.

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  9. Eleutério Viegas permalink
    12 Outubro, 2010 11:14

    O Passos ou se afirma agora pela diferença ou está condenado a ser mais um badameco como aqueles que nos têm passado pela frente.

    É verdade que o Cavaco é de outra estirpe (em termos de princípios), mas esvaziou de tal maneira as funções de Presidente que nem vale a pena pensar nesta eleição… É como um concurso de “misses” sem a parte agradável (as misses).

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  10. anti-comuna permalink
    12 Outubro, 2010 11:26

    Totalmente de acordo com o seu comentário, JM. Totalmente de acordo.

    A questão da chantagem política é apenas uma arma do governo para conseguir a manutenção do poder, pois não tem como objectivo acalmar os investidores internacionis e os mercados.. O objectivo do governo é aprovar más medidas, que não são ainda as desejáveis, e levar o PSD com ele, assumindo parte das culpas pela situação dramática a que o próprio governo colocou o país.

    Os mercados não reagirão bem a um eventual chumbo do OE e eventual crise política. Mas também não reagirão muito melhor se estas medidas preconizadas forem aprovados. Apenas Portugal ganha um balão de oxigénio. Ao contrário, em Maio era mesmo todo o sistema financeiro europeu que estava sob risco. E um risco de uma implosão do próprio Euro e da própria UE. Hoje não é assim. Hoje os mercados já acreditam mais no euro, pois os americanos não conseguiram destruir o euro e o dólar vive ele próprio um risco de colapso.

    Os mercados não reagiram muito entusiasmados às medidas preconizadas pelo governo. Porque a verdade é esta. Estas medidas poderão atirar Portugal para uma grave recessão económica sem resolver o problema de fundo do país. Que é ter uma despesa corrente estatal muito acima da receita corrente. Ou seja, estas medidas atirarão Portugal para uma recessão mas não tocam quase no essencial: excessiva despesa pública. Elevado peso do Estado na nossa economia. Elevado endividamento estatal.

    O PSD se aprovar estas medidas preconizadas no tal OE, apenas estará a adiar para mais tarde, e com mais dor e prejuízo, o que realmente terá que ser feito: cortar a sério na despesa pública e não meros remendos e mais um forte arrastão fiscal. O PSD se aceitar este OE está a dizer aos portugueses: não há outro caminho que aquele que o governo decidiu percorrer. Portanto, na prática está a aceitar adiar as verdadeiras medidas necessárias para restaurar a credibilidade de Portugal junto dos investidores internacionais e dos mercados. E quanto tempo se adiarem as medidas a sério e necessárias para acabar de vez este problema estrutural, que é o descontrolo das despesas estatais, mais duras terão que ser as medidas para evitar o colapso completo de Portugal.

    Os mercados já começam a interiorizar que o novo fundo europeu de resgate de países se irá aplicar a Portugal. Porque este governo é incapaz de tomar medidas a sério e estruturais que resolvem o problema do despesismo crónico. Portanto, o PSD e o seu líder estão a ter um comportamento verdadeiramente sério e responsável. Que é negar um cheque em branco a um Primeiro-Ministro completamente tresloucado, que meteu Portugal na bancarrota. E, pior ainda, a receita é sempre a mesma: imponham-se sacrifícios aos portugueses e não ao próprio Estado e a próprio governo.

    Esperemos que Passos Coelho se mantenha firme em apresentar uma alternativa a estas medidas erradas, que só conduzirão Portugal para uma recessão e que apenas adiará o inevitável: resgate de Portugal pela UE e/ou FMI e respectiva perda de soberania nacional e, mais ainda, a saída da própria Zona €uro.

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  11. PMP permalink
    12 Outubro, 2010 11:43

    Os mercados não acreditam num governo e num primeiro ministro que é o único na europa que aumenta a despesa pública em 4,6% e a divida pública em mais de 8% só em 2010.
    Os mercados só acreditarão num orçamento que reduza a despesa so sector público alargado, tal como foi feito na Espanha, pois um aumento de imposto trará a recessão.
    Veja-se que os juros da divida em Espanha baixaram a partir de Maio e em Portugal subiram, devido à diferença na competência dos governos, apesar de em Espanha o défice previsto para 2011 ser maior (6%) que em Portugal (4,8%). Como explica isto o nosso P.M.?

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  12. lucklucky permalink
    12 Outubro, 2010 11:46

    Foi por outras palavras o que disse aqui:http://oinsurgente.org/2010/10/11/versoes-do-interesse-nacional/#comments



    Alguém que à partida tem medo da vitimização do adversário nunca fará coisa alguma. Terá medo de tudo.

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  13. Arnaldo Madureira permalink
    12 Outubro, 2010 12:04

    PMP
    Tem algum relatório escrito por algum agente do “mercado” onde esteja escrito diminuição da despesa pública em vez de consolidação orçamental?

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  14. Arnaldo Madureira permalink
    12 Outubro, 2010 12:06

    Mas quem é que é da direita e quer que o PSD viabilize o orçamento?

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  15. 12 Outubro, 2010 12:17

    João
    Você ignora que actualmente quem controla o tempo político é Sócrates. Após a reeleição de Cavaco, o controlo do tempo político passa para a direita. Interessa ao PSD esperar mais seis meses. Interessa ao PS e ao poeta precipitar agora a crise política.

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  16. anti-comuna permalink
    12 Outubro, 2010 12:18

    Caro Arnaldo Madureira, explique aqui a um mero investidor, como Vc. consolida as contas públicas sem reduzir a sério na despesa pública corrente estatal.

    Explique e com argumentos sérios, que eu compro certificados estatais para ajudar Portugal.

    Ou pensa que os investidores são otários?

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  17. 12 Outubro, 2010 12:35

    henrique pereira dos santos
    Posted 12 Outubro, 2010 at 10:16
    Sun tzu (mesmo numa versão bera mais à mão) talvez seja útil

    O medo que esta gente tem de um sócrates completamente desacreditado e de um ps à beira de uma convulsão interna grave. Para vencer a “guerra”, qualquer guerra, não basta a inteligência: é preciso também coragem. Os cobardes não vencem. Os cobardes não podem entender a linguagem dos senhores da guerra, dos samurais, daqueles que prosseguem o bushido (o caminho do guerreiro). Quem não entende uma linguagem, não deve usá-la, pois estará a enganar-se e a enganar os seus interlocutores.

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  18. PLus permalink
    12 Outubro, 2010 12:49

    Como e’ óbvio JM . Que isto não seja entendido como o beaba’ e’ que ainda me espanta.

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  19. anti-comuna permalink
    12 Outubro, 2010 12:58

    Para se entender o desastre completo a que este governo, em especial o Primeiro-Ministro e o seu ministro das contas públicas, colocaram Portugal, basta atentar a estes números publicados pela DGO, correspondente a 2/3 do ano, respectivamente, Janeiro a Agosto, inclusivé:

    Despesa 30 053 milhões de euros;

    Receitas 22 286 milhões de euros.

    Ou seja, as receitas apenas cobrem 3/4 das despesas, sem contar com o serviço da dívida, que cresce a alta velocidade.

    Quem é o estúpido que vai acreditar e meter o seu dinheiro num país, em que toma 3 planos especiais de combate ao défice e ainda tem a despesa a crescer e que as receitas só cobrem 3/4 da sua actual despesa? Quando ainda por cima tem uma dívida gigantesca e cara para pagar? Quem é o investidor que mete o seu dinheiro num país assim, para ganhar apenas 6% e se sujeita a perder 20 ou 30% do seu capital, caso o país declare incapacidade de pagar as suas dívidas? Só um maluco ou um que disponha de informação privilegiada, a que nem o nosso governo tem acesso.

    A loucura deste governo e deste ministro das finanças é de tal ordem que nem com todo o mundo a mostrar-lhes que estão completamente esgotados eles se demovem. E para cereja no bolo, ainda andam alguns cromos a pedir ao líder da oposição que subscreva a mesma receita que levou o país à beira da catástrofe. E andam caquéticos como o Mário Soares, que ainda não faz un ano, dizia que o país podia muito bem viver em duodécimos, que não vinha mal ao mundo. Ou outro indigente, que dizia que há mais vida para além do défice.

    Este país é tão anedótico que andaram alguns na imprensa a dizer que este governo tinha decidido medidas das mais duras da Europa. O que revela o quanto de ignorantes campeia em Portugal, tanto a decidir como a opinar. Só devem conhecer a Europa até Vilar Formoso.

    A situação é esta: o país ainda mal acordou para o que vai ter que sofrer. E quanto mais tarde o fizer, como sempre fizeram questão de o fazer, mais vai doer. Portugal vai passar a ser uma espécie de Albánia da UE, em que será o Bundesbank a decidir os destinos da chafarica pestilenta que reina em Portugal.

    É por isso que não se entende como os nortenhos não peçam a Independência do Norte, quando os seus principais problemas começam e acabam na Praça do Comércio. No famoso Terreiro do Paço alfacinha, verdadeiro cancro nacional.

    Mas enfim, talvez o futuro mostre Portugal acabou. Acabou porque é incapaz de viver em Democracia e seguir uma respeitável disciplina orçamental. Vive de ilusões e um centro politico-económico próximo do fascismo económico italiano, da primeira metade do século XX.

    Como cada vez aprecio mais ser cínico, estou como o outro: deixar estoirar e vir uma revolta popular. Até que o Norte peça a Independência e deixe os parasitas a sul a viver do Alqueva e da Auto-Europa.

    Portugal? RIP

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  20. PLus permalink
    12 Outubro, 2010 13:07

    “Você ignora que actualmente quem controla o tempo político é Sócrates. Após a reeleição de Cavaco, o controlo do tempo político passa para a direita. Interessa ao PSD esperar mais seis meses. Interessa ao PS e ao poeta precipitar agora a crise política.”

    Meu caro ramiro marques , isso personifica bem o que o Psd tem andado a fazer ha pelo menos 5anos.
    Ainda ontem ao comentar um post aqui no blasfémias dizia que -no entender de alguns -dava a ideia que Portugal esta’ em constantes momentos únicos e absolutamente excepcionais.

    Vejamos -e salvo um ou outro pormenor – o PSD neste ‘ultimo ano:
    -depois das eleições esteve 3meses parado porque vinha a’i o orçamento e haver eleições internas prejudicava imenso o pai’s
    -Veio o orçamento e a MFL -a que tem sempre razao – la’ deixou passar o orçamento porque naquela altura parece q tbm havia um momento de pânico igual ao de agora nos mercados(!? se nao foi isto foi outra coisa qq)
    -No PEC original la aceitou porque dizia-se que Portugal numa altura daquelas nao poderia enviar para Bruxelas um documento que nao tivesse o consenso do parlamento.
    -No PEC II chegou o PPC e com uma melhoria ou outra aceitou um acordo com Sócrates por causa disto e daquilo ( as famosas desculpas aos portugueses).

    Aquilo que PPC esta’ agora a fazer parece-me elementar.

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  21. PLus permalink
    12 Outubro, 2010 13:15

    Os defensores do argumento do presente politico ser invariavelmente sempre único e totalmente excepcional descobrem sempre um singularidade qualquer para se agarrarem ao seu argumento.

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  22. lucklucky permalink
    12 Outubro, 2010 13:46

    “Tem algum relatório escrito por algum agente do “mercado” onde esteja escrito diminuição da despesa pública em vez de consolidação orçamental?”

    Com a economia a “crescer” a 1% quando o Estado se endivida a 9% ao ano…
    Portugal vai ter de ter vários anos com superavit.

    Há quem queira dar ao PS e a Sócrates um aliado: o FMI/BCE.
    Coisa extraordinária.

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  23. Confrade permalink
    12 Outubro, 2010 13:51

    Cavaco não se recandidatará, quer descanso, problemas de saúde, parece. De qualquer maneira um PR pouca diferença faz, a cor dele pouco importa. o PCoelho é um rapaz novo, não tem carisma, não faz parte do grupo dos barões. O PPortas, talvez fosse opção, mas não tem votos que cheguem, e enquanto isto quem nos leva para a frente?

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  24. maurio permalink
    12 Outubro, 2010 14:35

    A historia do Coelho MAU

    Era uma vez um país
    Que se chamava Portugau
    Onde vivia um coelho muitíssimo mau
    Que com bruxarias de coelho mau
    Fez com que o governo governasse mal
    Com a crise que o coelho mau armou
    Ficou dependente Portugau
    De um orçamento viabilizado pelo coelho mau
    O socas. Valente tentou chamar á atenção, do coelho mau
    Gritando desesperadamente
    Anda cá coelho! Anda cá coelho!
    Com uma bandeira branca numa mão e um tubo de vaselina na outra mão, gritava o valente socas enchendo de ar os pulmões!!!
    Anda cá coelho! Anda cá coelho!
    Mas o coelho era mesmo muito mau
    Foi então que se juntaram três ex-presidentes que com o presidente em exercício, formaram uma tetra- presidência. E deram com um pau ao coelho mau até ele não fazer mais mal a Portugau.
    E o povo deu por muito bem gasto o dinheiro exaurido do erário público para manter quatro presidentes.
    E depois viveram remediados para sempre, nunca precisando de spreads superiores a cinco por cento para os seus empréstimos

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  25. Mariana permalink
    12 Outubro, 2010 16:04

    Olhe lá, ó caramelo, as legislaturas não são de 4 anos? Então, porque raio é que o governo tem de cair antes de 2013?

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  26. Arnaldo Madureira permalink
    12 Outubro, 2010 16:27

    anti-comuna 12:18
    1º Quer dizer que os investidores que investem em países que têm cargas fiscais superiores a Portugal são otários?
    2º Consolidação fiscal faz-se com diminuição da despesa ou com aumento da receita.

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  27. Arnaldo Madureira permalink
    12 Outubro, 2010 16:29

    Só se fala da dívida pública, porquê? A privada é maior, não é?

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  28. 12 Outubro, 2010 16:54

    «[E]ste é um argumento que é válido hoje e daqui a 6 meses, daqui a 1 ano ou daqui a 2»
    Não julgo que esta argumentação valha para a situação concreta em que vivemos. Hoje, caindo o governo, eleições só lá para Maio, e as demonstradas inabilidades e “anjices” sucessivas de PPC condenam-no a ser o “culpado” de todos os males e da instabilidade futura (ver as três últimas sondagens). Ao invés, fazendo Sócrates beber o cálice até ao fim(*) e após a (provável) reeleição de Cavaco que o relegitima para intervir decisivamente em caso de “estado de necessidade”, a balança acabará por pender contra o PS, nomeadamente se, como é muito provável (diria mesmo inevitável), necessário se torne vir a aparecer um PEC IV já em 2011.

    (*) – O mesmo se diga dos portugueses que reelegeram Sócrates e que ainda o apoiam.

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  29. Fernando S permalink
    12 Outubro, 2010 17:02

    O anti-socratismo “sem concessões” é muito bonito e de bom tom num momento como este …
    .
    Mas ainda não vi ninguém explicar o que é que leva a supor que um governo de gestão saido do chumbo do orçamento, para um periodo de um maximo de 6 a 9 meses, certamente sem legimidade, sem programa e sem maioria parlamentar, permitiria por em pratica um verdadeiro orçamento de rigor e ganhar a confiança do pais e dos mercados internacionais !…
    .
    O chumbo do orçamento não é solução para coisa nenhuma … a situação politica seria ainda mais instavel, não haveria nenhuma alteração significativa na situação das contas publicas, a desconfiança dos mercados aumentaria,…
    Além de que faria o jogo do PS e de Socrates e dar-lhes ia uma virgindade e uma forte probabilidade de ganhar as proximas eleições …
    .
    Claro que é importante evitar que o pais se afunde ainda mais na crise financeira. E para tal o mais sensato é não abrir uma crise politica inviabilizando o orçamento do PS.
    .
    Mas, ainda mais importante do que saber como é que o pais vai ultrapassar a actual situação de crise (com ou sem o BCE e o FMI), é criar desde agora condições politicas para que o governo do PS seja substituido através de eleições regulares por uma maioria de direita que não apareça como arrivista mas que tenha entretanto mostrado que é possivel criticar a politica actual sem agravar ainda mais a situação abrindo um crise politica, e que tenha um programa que não se limita ao reestabelecimento do equilibrio das contas publicasa curto prazo mas que consiste sobretudo numa série de reformas de fundo (redução do peso do Estado na economia, liberalização do mercado de trabalho, privatização progressiva do sistema de segurança social, etc).

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  30. PMP permalink
    12 Outubro, 2010 18:24

    O problema que se põe é porque os cavaquistas e outros estão a pressionar tanto o PSD e o PPC a viabilizar o orçamento antes do tempo, em vez de aguardarem pela sua apresentação e pelas propostas de PPC ?
    Então há algum problema do PPC apresentar cortes no monstro despesista do sector público alargado num valor igual ao aumento do IVA e aguardar pela reação do Sócrates e responsabiliza-lo ainda mais ?
    Assim estão a querer tirar espaço estratégico ao PPC a troco de nada, como foi com o PEC I e PEC II.

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  31. Arnaldo Madureira permalink
    12 Outubro, 2010 18:59

    porque os cavaquistas e outros estão a pressionar tanto o PSD e o PPC a viabilizar o orçamento antes do tempo, em vez de aguardarem pela sua apresentação e pelas propostas de PPC ?

    a Manuel Ferreira Leite explicou porquê.

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  32. Fernando S permalink
    12 Outubro, 2010 20:37

    PMP,
    “Então há algum problema do PPC apresentar cortes no monstro despesista do sector público alargado num valor igual ao aumento do IVA e aguardar pela reação do Sócrates e responsabiliza-lo ainda mais ?”
    .
    Acho que não, que pode e deve faze-lo,…
    .
    Pode faze-lo ameaçando com o voto contra … Mas com que eficiencia ?… Eu não acredito que impressione Socrates … como de resto se tem vindo a perceber … Porque ninguém acredita que o PSD vai inviabilizar o orçamento … E porque Sócrates seria o que teria menos a perder com isso … ele sabe disso … e sabe que os outros sabem que ele sabe …
    .
    Pode faze-lo anunciando que, de qualquer modo, mesmo que o PS não acomode as suas propostas, por sentido de responsabilidade, para não abrir uma crise política num momento como este, viabilizará sempre o orçamento pela abstenção … Eu penso que é a tática política mais inteligente … Porque liberta a atenção geral e dos médias da questão “taboo” de saber se sim ou não o PSD viabilizará o orçamento … e coloca os holofotes nas medidas em confronto, nas críticas e nas propostas alternativas do PSD … Perante a opinião o PS aparece como responsável pela recusa intransigente de propostas feitas por um partido que não inviabiliza o orçamento, como o único responsável por um orçamento sectário … Até pode ser que o PS se sinta obrigado a fazer algumas cedências e a integrar algumas das propostas do PSD … O PS estaria então na defensiva …

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  33. anti-comuna permalink
    12 Outubro, 2010 22:52

    O sr. Arnaldo Madureira apenas respondeu tretas, caro amigo. Nos dois pontos:

    “1º Quer dizer que os investidores que investem em países que têm cargas fiscais superiores a Portugal são otários?
    2º Consolidação fiscal faz-se com diminuição da despesa ou com aumento da receita.”

    Ver acima.

    Os investidores que investem em países com cargas fiscais maiores que Portugal não são otários se apenas tiverem conta a fiscalidade interna dos países. Mas eles têm em conta, não apenas a carga fiscal mas a capacidade dos agentes económicos em a suportar. O colapso das economias nórdicas de há cerca de 20 anos demonstrou que as cargas fiscais elevadas não são sustentáveis e penalizam o crescimento económico. Daí que, face à perda de competitividade devido aos elevados défices, despesa pública e endividamento público, eles inverteram completamente as sua spolíticas no que toca a níveis de dívida pública e fiscalidade. E, para mais, Vc. confunde taxas nominais de fiscalidade com eficácia fiscal, que tem a ver com o que os agentes obtêm de retorno por cada unidade monetária paga em fiscalidade. Um IVA a 25% na Dinamarca não tem os mesmos efeitos devastadores para os tecido que um IVA a 23% de Portugal, devido à completa incomnpetência do Estado português face ao seu congénere dinamarquês.

    No segundo ponto, Vc. volta a dizer asneiras, quando confunde capacidade de um tecido produtivo em pagar uma dada receita fiscal versus sua despesa. O nível de desenvolvimento e capacidade competitiva de uma Dinamarca, por exemplo, não tem comparação com Portugal mesmo suportando em termos nominais uma fiscalidade superior, devido precisamente a um tecido produtivo mais competitivo e criador de valor.

    Os seus comentários são típicos da mentalidade do economista que pensa que todas as receitas produzem os mesmos efeitos em todas as economias, como se as economias fossem iguais, os seus agentes económicos iguais e até a cultura desses agentes económicos são iguais. É a mentalidade do pensamento económico que esta crise veio deitar abaixo e mandar para o caixote do lixo.

    Portugal não tem uma sociedade, uma cultura, um tecido produtivo e nem sequer uma cultura de serviço pública como o nórdico, para sustentar cargas fiscais o mesmo nível, pois os limites da Curva da Laffer são muito mais baixos que nos países nórdicos, onde existe uma cultura completamente diferente da dos restantes países europeus, e sobretudo dos paises católicos do sul da Europa, no caso em apreço, Portugal.

    Vc. pensa que um IVA a 30%, taxas de IRS a 80% no topo dos escalões iria alguma vez permitir que uma consolidação das contas públicas sejam realidade? Se o pensa o amigo sabe muito pouco sobre o comportamento dos agentes económicos portugueses, conhece mal a nossa estrutura produtiva e, pior ainda, não faz a mínima ideia do porquê e como são ainda possíveis alguns níveis de fiscalidade nos países nórdicos.

    É o pensamento típico do importa-soluções-chave-na-mão, tipo leitor da revista da moda propagadora de buzzwords, onde tentam aplicar chapa 5 a toda e qualquer sociedade, empresa, organização ou até mesmo unidade micro económicas de baixa dimensão. É o típico comportamento o leitor da Revista Exame, para a Gestão, mas neste caso no pensamento económico. É o pensamento falido de quem pensa que alguma vez as especificidades nórdicas serão generalizadas pelo mundo fora, em especial em Portugal, uma sociedade bastante diferente dos países nórdicos.

    O que o Arnaldo Madureira preconiza é o que este governo anda a fazer há mais de 5 anos: importar soluções do exterior, ora é o modelo Finlandês ora é o Dinamarquês, mas destruindo o nosso tecido produtivo com uma carga fiscal cada vez maior, um Estado cada vez mais interventivo e ineficiente e uma classe política bastante corrupta e até analfabeta.

    Ora, a solução para os problemas portugueses é tentar criar um modelo português, tipicamente português, que apenas atenta aos casos do exterior como benchmark e até inspiração. Mas nunca haverá em Portugal uma sociedade como a nórdica. Quem o pensa tem demasiada teoria na cabeça e poucos neurónios para a processar e regurgitar algo de valioso e verdadeiramente criador de valor acrescentado.

    Os meus cumprimentos, caro Madureira, pela sua douta sabedoria. Amanhã vou comprar algumas obrigações nórdicas. hehehehhheheheh

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  34. José Barros permalink
    12 Outubro, 2010 23:21

    Como se refere em cima (penso que o comentador Carlos Albuquerque), os eleitores não votarão no PSD porque já interiorizaram que com o governo social-democrata as medidas seriam iguais ou piores. Donde, o chumbo do orçamento não adiante grande coisa, a não ser uma vingança que tem tanto de atraente quanto de temerária. Para que eu acreditasse nas hipóteses de Passos Coelho e na justificação política de um chumbo do orçamento era necessário que o actual do PSD soubesse dizer o que vai fazer se for governo. Ora se houve coisa que a discussão constitucional provou é que Passos Coelho não faz a mínima ideia do que pretende para o país. Assim sendo, o impensável é possível e até provável: Sócrates poder ser reeleito.

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  35. JoaoMiranda permalink*
    13 Outubro, 2010 10:55

    José Barros,

    É óbvio que se o PSD for para o governo terá que tomar medidas ainda mais duras. Mas é mesmo isso que deve ser feito. Se o eleitor vota num partido, qualquer que ele seja, à espera de facilidades vai ter uma decepção.

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  36. JoaoMiranda permalink*
    13 Outubro, 2010 10:57

    ««Ora se houve coisa que a discussão constitucional provou é que Passos Coelho não faz a mínima ideia do que pretende para o país.»»
    .
    Por acaso até ficou claro. Ficou ainda claro que a maior parte das elites prefere o statu quo.

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  37. Fernando S permalink
    13 Outubro, 2010 12:57

    O chumbo do orçamento agora não implica um governo do PSD nos proximos meses e diminui as possibilidades de o PSD ganhar as proximas eleições.
    O PSD pode muito bem dizer que o orçamento que o PS propoe é mau e não serve, dizer o que faria se fosse governo, agora e mais tarde, e abster-se em nome do interesse do pais, para não abrir uma crise politica, que não permitiria um governo legitimado e estavel, que aumentaria ainda mais a desconfiança dos mercados, que não resolveria o problema financeiro imediato.

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  38. Arnaldo Madureira permalink
    13 Outubro, 2010 15:03

    Não vale a pena repetir argumentos. O ódio fala mais alto. Ditados populares: “o ódio cega”, “o ódio tolda os espíritos”.

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