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a fé move montanhas, mas não paga a credores

1 Dezembro, 2010
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Nuno Santos Silva acha que basta um pouco de “boa fé” para acreditar que a crise em que vivemos é “uma consequência da loucura neoliberal que se espalhou nas nossas economias”. Sucede que a fé move montanhas, ao ponto de muita gente acreditar nisto, mas, infelizmente, não paga a credores. Os mesmos credores perante os quais os governos socialistas portugueses e de muitos outros estados europeus se endividaram nos últimos anos para sustentarem os resultados da sua ideologia e da sua demagogia eleitoraleira do estado social. É por essa loucura muito concreta e com números, nomes e responsáveis à vista – e não por essa abstração aldrabona da responsabilidade dos “mercados” – que todos teremos que pagar.

25 comentários leave one →
  1. Fincapé permalink
    1 Dezembro, 2010 14:38

    Eu gostava que alguém me explicasse o que é um Estado não social. É um Estado que não sente qualquer responsabilidade no que diz respeito aos cidadão que o constituem? É um Estado que responde apenas ao interesse dos milionários que fogem aos impostos? É um Estado que cumpre apenas os objectivos da classe rica, construindo as estradas que lhes são necessárias, apoiando as instituições de saúde privadas que utilizam, que regulamentam o espaço aéreo onde circulam com os seus aviões particulares, etc? É um Estado que tem forças de segurança para proteger os ricos dos abandonados que pretendem dar os merecidos açoites a quem os despreza?É um Estado que deixa as pessoas mais humildes entregues à sua sorte, como tantas vezes se vê em filas para a sopa nos EUA?
    Se é assim, o Estado interessa a que percentagem da população?
    Tendo eu a noção de que o Estado serve para organizar e proteger os seus cidadãos, gostava que alguém me expolicasse o que é um Estado não social.

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  2. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 14:41

    A asneira neo-liberal é não perceber que o mercado por si só não é capaz de sair de uma recessão.
    Após 75 anos ainda não percebeu que numa recessão económica, o paradoxo da poupança agrava a recessão e que por outro lado a produtividade aumenta o desemprego, pelo que as recessões são inevitáveis, mas podem ser minimizadas com a expansão dos deficits do estado de forma a manter a procura a um nivel razoavel, para que o desemprego não suba para niveis insuportáveis.
    Vejam o caso dos EUA e do UK.
    O caso europeu é diferente pois o euro é uma moeda quase rigida, e o BCE não pode controlar os juros, ficando os paises mais fracos sujeitos à fuga de capitais para a Alemanha.

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  3. balde-de-cal permalink
    1 Dezembro, 2010 14:44

    refere-se à loja Montanha da maçonaria do seminarista do Bairro Alto.
    nas horas vagas podiam alugar as lojas ‘à hora’ para dar umas quecas

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  4. Manolo Heredia permalink
    1 Dezembro, 2010 15:02

    UM MILHÃO DE CONTOS POR DIA, foi quanto o primeiro-ministro cavaco recebeu, para renovar a nossa frota pesqueira (virados para o mar), modernizar a nossa agricultura e indústria, para deixarmos de ser tão dependentes dos bens essenciais que importavamos… Em vez disso mandou construir tapetes-rolantes para receber esses bens do estrangeiro e destruiu pescas, agricultura, indústria… (não fossem os tapetes insuficientes). Assim se financiou a demagogia eleitoralista da “democracia de sucesso”.

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  5. 1 Dezembro, 2010 15:13

    Aqui está uma boa notícia que interessava valorizar:
    “As obrigações do Tesouro a 10 anos de Portugal estão a valorizar no mercado, levando os juros a baixar mais de 30 pontos base, para os 6,660%”

    Contudo, como para alguns interessam mais as más notícias não interessa fazer referência às boas notícias.

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  6. Tiradentes permalink
    1 Dezembro, 2010 16:23

    Fincapé.
    Vc teve muitos exemplos de “estados sociais”.
    No aspecto económico já faliram.No aspecto social não criaram nenhuma justiça e tinham a quase totalidade da população em fila para comprar um pão. Era exactamente um estado em que “certa classe” estava acima de tudo e de todos.
    E quando os ditos cujos “estados sociais puros” faliram e implodiram criou-se a URSE (a união dos estados socialistas europeus) que estão na mesma “onda” de falência.

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  7. 1 Dezembro, 2010 16:25

    “Fé” e “boa fé” são 2 coisas completamente distintas.
    A Fé que move montanhas não é a fé de “fazer fé”, isto é, acreditar ou dar crédito a alguém.
    Que os lampiões façam trocadilhos imbecis usando o apelido do treinador deles, é desculpável na medida da sua ignorância (“Perdoa-lhes Pai, porque eles não sabem o que fazem. O Rui, não sendo ignorante, não tem desculpa e podia/devia ter arranjado outro trocadilho. Ora pense lá bem se tenho ou não razão, por favor.

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  8. lucklucky permalink
    1 Dezembro, 2010 16:30

    “Eu gostava que alguém me explicasse o que é um Estado não social.”
    É um Estado que não Corrompe os seus cidadãos.
    .
    “Aqui está uma boa notícia que interessava valorizar”
    Uma frase que diz tudo da inconsciência que grassa.
    .
    PMP continua a delirar. Então qual foi o crescimento devido aos défices constantes da Republica Portuguesa nestes últimos 10 anos?
    .
    Alguns nos mercados foram burros , emprestaram dinheiro aos Estados Sociais.
    Ou seja gente incompetente e da pior qualidade.
    Agora já estão a começar a aceitar o “aircut”.

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  9. 1 Dezembro, 2010 16:37

    Para o D das 15:13, obrigações do Tesouro a 10 anos com juros a 6,6% são boas notícias.
    Este é tão sabido como aquele tipo a quem roubaram a carteira com 750 euros lá dentro – pensava ele – mas que, afinal, depois de fazer contas concluiu só(!) lá ter 660 euros. Porreiro, pá! :)))

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  10. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 16:48

    LL,
    Você continua ignorante e a defender a tontice neo-liberal, que é matematicamente errada.
    Os deficits em Portugal mantiveram o PIB nos niveis actuais.
    Com um deficit menor o PIB diminuiria, é uma conta de somar, veja se consegue fazer essa conta.
    Claro que quando a economia estava a crescer em 2006 e 2007, o peso do sector publico devia ter sido reduzido por exemplo vendendo a RTP, cortando nas consultadorias e pareceres juridicos, nos acessores, aumentando o preço dos bilhetes do Metro de Lisboa, acabando com as PPP’s na saúde, etc.
    Mas quando uma economia ou bloco económico está em recessão, medidas restritivas podem ter um efeito muito grave criando um ciclo vicioso recessivo crónico.
    Se não estivessemos no euro o escudo já tinha desvalorizado de forma a que a produção local fosse mais competitiva, as importações diminuiriam e o emprego poderia aumentar.

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  11. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 17:37

    Eu devia ter viajado para Cancun, para combater o aquecimento global…
    .
    http://www.telegraph.co.uk/topics/weather/8172687/UK-snow-Arctic-conditions-hit-travel-networks.html
    .
    .
    As ilhas estão a viver temperaturas do tempo da… Pequena Idade do Gelo. lololololololol

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  12. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 17:42

    Pois é , apesar de 2010 ser um dos anos mais quentes dos últimos 100 anos.

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  13. Bloody Mary permalink
    1 Dezembro, 2010 17:59

    Morram os mercados! Pim!

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  14. Beirão permalink
    1 Dezembro, 2010 18:14

    ‘Estado não-social’ é o Estado em que quem não trabuca não manduca. É o Estado ém que não há lugar para parasitas encherem a mula à custa do suor de quem trabalha e produz; nem para toda essa canalha que gravita à volta do poder político, sem fazer a ponta d’um corno – os ruis pedros soares deste triste regime – mas que vivem à grande e à francesa. Esta é a maneira simples como o povo que geme vê/sente a m… do Estado-social.

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  15. lucklucky permalink
    1 Dezembro, 2010 18:29

    “Os deficits em Portugal mantiveram o PIB nos niveis actuais.”
    .
    Heheheh!
    Então não espera pagar a Dívida?

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  16. rui a. permalink*
    1 Dezembro, 2010 18:30

    Zedeportugal,
    O “fazer fé”, ou acreditar em alguma coisa a ponto de lhe transmitir a garantia do crédito (público, como no reconhecimento documental, ou privado, como nos contratos de empréstimo bancário), tem a mesma origem da “fé que move montanhas”, esta entendida como a profunda convicção em algo (de origem religiosa, Deus, ou de origem humana e laica, a honradez, a palavra, por exemplo) que nos leva a adquirir uma força de tal modo prodigiosa com a qual removemos do caminho qualquer obstáculo. Significa, em ambos os casos, “acreditar” em algo. É essa a mesma fé – “boa fé” – que o autor do comentário sobre a suposta “má fé” dos liberais em não reconhecerem as suas “evidências” denunciou.
    Peço, por isso, pesadas desculpas por não lhe dar nenhuma razão na crítica que me faz ao trocadilho imbecil que me julga ter visto fazer.
    Cumps.

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  17. maurio permalink
    1 Dezembro, 2010 18:57

    O tempo de vida de um estado, não depende se o estado é social ou não.
    Qualquer sistema forma uma panelinha, que funciona como uma panela de pressão, controlando os diversos tipos de pressões/interesses. Panela essa que com o passar dos anos acabará sempre por arrebentar.
    De qualquer forma todos os estados, assim como todas as empresas, acabam por falir.
    Retomando depois os gestores das nações/massas falidas a exploração do território com a mesma designação ou não.
    No entanto os neoliberais com uma visão extremamente curricular do mundo, só conseguem pensar que as coisas andam graças ao dinheiro, pensam que o mundo acabará quando o euro e o dólar desaparecerem. Se estudassem um bocadito de teologia poderiam ficar a saber que o dinheiro não é DEUS e muito menos o DIABO.
    Mesmo de negócios percebem pouco. Vejam só o sentido de estado e o jeito para o negócio do grande Guterres, esse homem que só não se formou com mais de vinte valores por estupidez do sistema de avaliação então vigente, revelou ser um magnífico interprete dos mercados globais. Um grande visionário, um verdadeiro Júlio Verme do Século XX.
    Então vejamos, o negócio das scut, tão criticado pelos acanhados mentais do neoliberalismo revelam-se agora um excelente negócio. Com a táctica da desorçamentação, habilmente seguida nas parcerias Publico/privadas pelo Socas, Portugal está a poupar milhões de euros, enquanto as empresas privadas se financiam a três por cento para construir essas grandes obras que vão colocar Portugal na rota do desenvolvimento a divida pública paga mais de sete por cento.
    Ora se o neoliberal pegar numa “calculadeira” ou em alternativa utilizar o Excel , verificará que com as scuts e as PP o pais já está a poupar mais de 4000milhoes de euros ano.
    As contas feitas pecam apenas por defeito, pois se os 100 mil milhões de euros das scut e das PP estivessem reflectidos na divida publica os juros já andariam nos doze por cento logo estaremos a poupar graças à brilhante estratégia da desorçamentação entre 4000 a 11000 milhões de euros por ano.
    Quem sabe, sabe, e quem não sabe devia ficar calado.

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  18. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 19:03

    LL,
    Repare que se deixarmos a economia entrar numa espiral recessiva/depressiva destruiremos a capacidade produtiva e de consumo instalada e depois então é que as dividas não seriam pagas.
    Já lhe disse que nos anos 30 de sec. XX alguns economistas perceberam o paradoxo da poupança que aumenta a recessão cada vez mais, há medida que o desemprego aumenta.
    É espantoso como os neo-liberais ainda não perceberam uma coisa tão simples.
    Só a intervenção de uma força exterior, que são os deficits publicos podem parar uma recessão, devido a este paradoxo e a outros factores como o paradoxo da produtividade.
    Repare que mesmo a Alemanha mantém deficts publicos e a China também, se contar com os gastos das regiões e dos municipios.
    São esses deficits em quase todos os países do mundo que mantêm a procura total a um nivel elevado, o que conseguiu estancar a recessão.

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  19. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 19:12

    Sr.Maurio,
    Um estado só vai à falência se contrair divida numa moeda estrangeira.
    Um estado é diferente de uma empresa, pois é o emissor de moeda e tem capacidade de cobrar impostos sobre transações comerciais ou sobre activos de qualquer tipo.
    Como emissor de moeda pode recompensar/pagar ao sector privado com essa moeda, que depois a utiliza para desenvolver actividades puramente privadas.
    Mas numa economia monetária o processo inicia-se no estado. Isto não é uma questão ideológica, é simplesmente o processo como ele é.

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  20. lucklucky permalink
    1 Dezembro, 2010 19:22

    @PMP
    Não respondeu à pergunta.
    Você ao mesmo tempo critica bolha e quer manter a bolha.

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  21. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 19:30

    LL,
    Se for um estado com moeda própria nunca paga a divida, pois ela é simplesmente uma convenção sem significado económico prático, pois paga a divida com mais divida ou o banco central compra a divida. O que conta nesse caso é o poder de compra dessa moeda. Esse estado simplesmente tem de manter o deficit ou superavit de forma a ter uma inflação baixa e um nivel de desemprego baixo (dual mandate do FED, UK, Australia, etc,)
    No caso Português, para pagar a divida publica é necessário manter a economia a funcionar, reduzir as despesas começando no topo (reduzir 1/3 nas chefias , entidades, pareceres juridicos, consultadorias) e berrar com o BCE para que compre divida portuguesa (e já agora espanhola, belgica, italiana) de forma a manter os juros abaixo dos 5% e dar tempo a uma redução do deficit gradual, para não matar o doente da cura e não engrossar o desemprego e aumentar a probreza.

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  22. Fincapé permalink
    1 Dezembro, 2010 20:46

    O Beirão não gosta do Estado social porque o Rui Pedro Soares recebia imenso dinheiro que não deveria receber. Suponho que a isto se deverá chamar um não raciocínio. Poderia eu pensar que que esta grande preocupação, fortemente generalizada aos portugueses, definiria a sua preocupação com a sociedade. Mas isso é coisa que os ultraliberais não demonstram.
    Aliás, como fica demonstrado na frase “quem não trabuca, não manduca”. Esta frase quer dizer mais ou menos o seguinte: todos os idosos, crianças, portadores de deficiência muito ou pouco grave , doentes terminais e os outros, reformados, desempregados que não consigam arranjar emprego (e repare-se que os economistas ultraliberais, sabem e exigem que haja desemprego para manter os salários o mais baixos possível), mulheres grávidas ou pós-parto e muitos outros ou trabalham ou não comem. Bom, mas então eu pergunto: um Estado é isto? Então serve para quê?
    Lucklucky, diz:
    “É um Estado que não Corrompe os seus cidadãos”. Acha que os Estados ultraliberais não corrompem os cidadãos? Quais? Os sem-abrigo?
    Tiradentes
    Isso não eram Estados sociais. Estados sociais eram (são) aqueles para quem as pessoas contam. E sabe porquê? Porque a definição de Estado é mesmo essa. Existe para organizar e dar resposta aos problemas das pessoas. Quer dizer que lhe compete também reduzir o efeito da sorte e do azar, de um cidadão ter ou não, por razões que não lhe sejam imputadas, mais ou menos oportunidades do que os outros. Repare: se você nascesse menos dotado ou com alguma deficiência, ou se necessitar de um ou vários transplantes durante a sua vida, acha que o Estado o deve abandonar? Mesmo que tenha um seguro, acha que quando adoecer e começar a dar prejuízos, que eles o mantém com humanidade como segurado? E se não puder pagar o seguro? E, supondo que o mantinham, num gesto de humanidade, quem acha que pagaria isso? Não seriam os outros segurados, ainda com saúde, a pagar essa solidariedade? E esse papel não deveria caber aos Estados?

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  23. 1 Dezembro, 2010 21:50

    Com a táctica da desorçamentação, habilmente seguida nas parcerias Publico/privadas pelo Socas, Portugal está a poupar milhões de euros
    essas grandes obras que vão colocar Portugal na rota do desenvolvimento

    (maurio 18:57)

    Só a intervenção de uma força exterior, que são os deficits publicos podem parar uma recessão
    São esses deficits em quase todos os países do mundo que mantêm a procura total a um nivel elevado, o que conseguiu estancar a recessão

    (PMP 19:03)

    Tive que me rir… mas a coisa até não tem graça nenhuma.
    Poderá classificar-se isto assim como uma espécie de opinião económica latina?

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  24. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 21:58

    zzp,
    Não é uma opinião económica latina é anglo-saxonica com algumas décadas.
    Ora pense lá um bocadinho em vez de ter nessa cabecinha fantasias tontas dos mercados perfeitos, que só existem nos contos de fadas e nos mitos.

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