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Notícias Sábado, 26.II.2011

27 Fevereiro, 2011
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O Procurador que nunca largou a futebolice

O permanecente PGR, Pinto Monteiro, gosta muito de dar entrevistas. No fim-de-semana passado, julgou assisado competir pelo espaço mediático com o ministro da Justiça, Alberto Martins: no mesmo dia, foram ambos entrevistados, o PGR no DN e o ministro no JN. Li as duas e fiquei perplexo. Parecia que aludiam a países e a ordens jurídicas diferentes. Ou, pelo menos, que teriam sido produzidas em momentos cronologicamente desfasados tal a discrepância das visões que delas brotavam. Alberto Martins optou por uma análise institucional. Abordou alguns apuros sem os dramatizar e defendeu as suas medidas mais recentes com solidez. Ao contrário, Pinto Monteiro preferiu falar de si e daquilo que os outros sobre si aludem, abusando de uma deplorável narrativa autojustificativa, isentando-se, perdoando-se e ilibando-se, de todos os incontáveis azares em que o seu nome tem sido envolvido. Já se disse escutado, agora insinua-se intensamente perseguido pelos que se recusam a perfilhar a sua tão auto-apregoada isenção face ao poder político. À medida que os meus olhos percorriam as pungentes confissões em que o ainda PGR se parecia regalar, não pude deixar de pensar na existência de misteriosas antipatias materiais entre o exercício de altos cargos na Justiça e no futebol – o estilo de Pinto Monteiro assemelha-se demasiado ao de um ex-presidente do Conselho de Justiça da FPF, função que exerceu e que o parece ter cunhado, revelando-se bastante menos à altura, tragicamente, daquilo que se esperaria de um Procurador-Geral num Estado de Direito civilizado.

O Estado em nossa casa


Qualquer esboço de pretexto serve ao Estado para limitar o já exíguo espaço de liberdade que ainda subsiste na esfera privada dos cidadãos. Pode ser através do fisco, dos identificadores electrónicos que vigiam por onde circulamos, das bases de dados que compilam toda a nossa vida ou de qualquer outro subterfúgio que a tirania do politicamente correcto consiga engendrar.

Agora, em Espanha, para disfarçar a má governação que assola os nossos vizinhos (também), lembraram-se de extremar a proibição de fumar em toda a parte. Mas não se ficaram à porta da casa de cada um – estenderam a interdição até ao âmago do lar, determinando que o cidadão não é livre de fumar na sua própria casa se nela trabalhar uma empregada. Em vez de protegerem as funcionárias domésticas são muito bem capazes de terem ocasionado mais desemprego. O pior é terem-se quebrado os últimos limites que impediam o Estado de regular o quotidiano existencial dos cidadãos dentro das suas casas – o que, até aqui, só era concebível em matéria criminal.

Já estou mesmo a ver o futuro da servidão que nos aguarda: o Estado-decorador que decidirá onde colocaremos os móveis que o Estado designou e nós pagamos, o Estado-costureiro que nos dirá como e o que vestir e o Estado-sexólogo que nos sentenciará os figurinos mais adequados para desempenharmos tudo aquilo em que o Estado nunca se deveria incluir.

 

Tudo pela Pátria…

 

Berlusconi parece um personagem burlesco de um filme chocarreiro de terceira categoria… italiano, claro está. Mas a virtude que lhe não falta é o humor – no caso da stripper marroquina menor de idade, Ruby, a sua justificação é inaudita: fez o que fez porque julgava que a miúda era sobrinha de Moubarak, o então líder do Egipto, e pretendia assegurar as boas relações entre essa nação e a Itália. Portanto, para Berlusconi, o melhor modo de alguém cair nas boas graças de um tio é embrulhar-se com a sua sobrinha menor…

O azar de Berlusconi é existirem em Itália magistrados que pensam a sua função de modo radicalmente distinto daquelas hierarquias judiciárias que tanto gostam de se aconchegar ao poder (de que é que estarei a falar?).

11 comentários leave one →
  1. lica permalink
    27 Fevereiro, 2011 23:07

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  2. Arlindo da Costa permalink
    27 Fevereiro, 2011 23:07

    Em Portugal, está em curso um golpe de estádio…

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  3. certo permalink
    27 Fevereiro, 2011 23:13

    Quem ? O beirão inútil, igual ao ex-de-Portugal-constâncio, que lá vai?
    E bem se safam, por direito, entretanto, os dois, se não são menos do que quaisquer dos outros boys.

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  4. Arlindo da Costa permalink
    27 Fevereiro, 2011 23:34

    O Sócrates também tem culpa da má-gistratura portuguesa?
    Pensava que a responsabilidade dele não ia mais além do que está acontecendo na Líbia…..

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  5. 27 Fevereiro, 2011 23:52

    Já disse, vou repetir. P’ró procurador estou-me a borrifar, ele que procure o que que que não encontra,
    Em relação ao Alberto Martins, eu já cá estava quando «brochelências» não passavam de espermatozóide e óvulo e quando ele era presidente da AAC, e quando desafiava o anormal presidente da República fascista (o almirante Américo Tomás) e quando uma pessoa se arriscava a levar nas trombas ou eventualmente morrer… ou ser incorporado na tropa e ir pr’á(s) guerra(s).
    Tudo o que vcs. meninada sabem fazer é falar, «criticar» , ou digitar, não arriscam/nunca arriscaram um centímetro de pele… vão-se abardinar e ficar mais gordos em frente à TiVú ou ao computador, é o vosso destino.
    😦

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  6. Botas permalink
    28 Fevereiro, 2011 01:03

    Tema próprio de um tótó…

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  7. Pi-Erre permalink
    28 Fevereiro, 2011 11:33

    Ó James, olha que o Adolfo também se arriscou a levar nas trombas e até a morrer, nas cervejarias de Munique. Até foi preso e tudo.
    Arriscou. não apenas um centímetro, mas a pele toda.
    O Alberto Martins também arriscou? Muito bem, e daí, que conclusões tiras? O gajo é fixe? Votas nele, é?
    Eu não.

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  8. giestabrava permalink
    28 Fevereiro, 2011 13:26

    Este CAA está ao nível de um “fungagá da macacada”. Será que não tem inteligência para, ao menos, olhar a sua sombra?…

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  9. Mosca Morta permalink
    28 Fevereiro, 2011 14:31

    Volta SOUTO MOURA, estás perdoado…

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  10. Mosca Morta permalink
    28 Fevereiro, 2011 14:35

    Quanto ao Alberto Martins, convém recordar que foi Ministro da Reforma Administrativa durante os seis anos do consulado Guterres e não consta que tenha reformado coisa nenhuma! Com competências destas até e era capaz de fazer melhor.

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  11. silva permalink
    6 Setembro, 2011 12:11

    ESTA É DAS MAIORES FACES OCULTAS bem investigado descobria-se a careca de muita gente que se intitula como honesta e com participação na sociedade. “O irregular e promíscuo funcionamento dos poderes públicos é a causa primeira de todas as outras desordens que assolam o país.
    A DGERT tem por missão apoiar a concepção das políticas relativas ao emprego e formação profissional e às relações profissionais, incluindo as condições de trabalho e de segurança saúde e bem-estar no trabalho, cabendo-lhe ainda o acompanhamento e fomento da contratação colectiva e da prevenção de conflitos colectivos de trabalho e promover a acreditação das entidades formadoras.
    Tudo uma grande mentira, as provas são dadas com o despedimento colectivo de 112 pessoas do CASINO ESTORIL
    “Para Os Trabalhadores da empresa casino estoril no final se fará justiça, reconhecendo a insustentabilidade de um despedimento Colectivo oportunista promovido por uma empresa que, para além do incumprimento de diversas disposições legais, apresenta elevados lucros e que declara querer substituir os trabalhadores que despede por outros contratados em regime de outsoursing”.
    Independentemente do valor dos homens e das suas intenções, os partidos, as facções e os grupos políticos supõem ser, por direito, os representantes da democracia. Exercendo de facto a soberania nacional, simultaneamente conspiram e criam entre si estranhas alianças de que apenas os beneficiários são os seus militantes mais activos.
    CASINO ESTORIL
    Quem investiga esta triste noticia para o Concelho de Cascais. Porque é que o estado não quer saber que a empresa Estoril-Sol despediu ilegalmente 112 funcionários do Casino Estoril em substituição de precários o que significa mais desempregados e desempregadas e postos de trabalho perdidos no Concelho de Cascais. Já não basta haver milhares de desempregados e desempregadas no nosso concelho agora vão juntar-se a este drama mais 112 trabalhadores.
    A comissão de trabalhadores diz que a Estoril-Sol já fechou ao longo dos últimos 6 anos um total de 681 postos de trabalho. Muitas empresas em nome do lucro e camufladas pela crise vão despedindo indiscriminadamente não querendo saber das suas responsabilidades sociais.
    A Presidência da Republica não tem força nem estabilidade.
    CASINO ESTORIL
    Despedimento colectivo de 112 trabalhadores no Casino Estoril
    Nestas condições não constituirá um escândalo e uma imoralidade proceder-se à destruição da expectativa de vida de tanta gente ? Para mais quando a média de idades das mulheres e homens despedidos se situa nos 49,7 anos ?
    Infelizmente, a notícia de mais um despedimento colectivo tem-se vindo a tornar no nosso país numa situação de banalidade, à qual os órgãos de comunicação social atribuem cada vez menos relevância, deixando por isso escondidos os verdadeiros dramas humanos que sempre estão associados à perda do ganha-pão de um homem, de uma mulher ou de uma família.
    Mas, para além do quase silêncio da comunicação social, o que mais choca os cidadãos atingidos por este flagelo é a impassibilidade do Estado a quem compete, através dos organismos criados para o efeito, vigiar e fazer cumprir os imperativos Constitucionais e legais de protecção ao emprego.
    E o que mais choca ainda é a própria participação do Estado, quer por omissão do cumprimento de deveres quer, sobretudo, por cumplicidade activa no cometimento de actos que objectivamente favorecem o despedimento de trabalhadores.
    Referimo-nos, Senhores Deputados da República, à impassibilidade de organismos como a ACT-Autoridade para as Condições do Trabalho e DGERT (serviço específico do Ministério do Trabalho) que, solicitados a fiscalizar as condições substantivas do despedimento, nada fizeram mediante as provas que presenciaram.
    Não gosto de ver o caos em que puseram este país, por irresponsabilidade, por falta de respeito, pelo cidadão nos casos da justiça que a civilização criou como valores para a igualdade.
    Muitas das vezes, os nossos governantes não têm a capacidade de perceber para onde nos estão a conduzir ou não têm a coragem de assumir. Isso custa-me, porque há vítimas que estão a sofrer imenso.
    Por má gestão, por causa de carreiras meteóricas.
    Não posso deixar de condenar, todo o governante ou político, que pôs o seu trajecto individual e social acima do trajecto colectivo.
    Podem não se importar com as palavras, mas o certo é que não deixa de ser egoísmo, egocentrismo, quase tirania.
    Quem com responsabilidades está por detrás deste despedimento ilegal, que leva o estado a suportar o subsidio destes 112 trabalhadores.
    O Parlamento oferece constantemente o espectáculo do desacordo, do tumulto, da incapacidade legislativa ou do obstrucionismo, escandalizando o país com o seu procedimento e, a inferior qualidade do seu trabalho.
    Aos Ministérios falta coesão, autoridade e uma linha de rumo, não podendo assim governar, mesmo que alguns mais bem-intencionados o pretendam fazer.
    A Administração pública, incluindo as autarquias, em vez de representar a unidade, a acção progressiva do estado e a vontade popular é um símbolo vivo da falta de colaboração geral, da irregularidade, da desorganização e do despesismo que gera, até nos melhores espíritos o cepticismo, a indiferença e o pessimismo.
    A corrupção não existe, agora chama-se: Ciência Politica Utilitária
    Directamente ligada a esta desordem instalada, a desordem financeira e económica agrava a desordem Política, num ciclo vicioso de males nacionais. Ambas as situações somadas conduziram fatalmente à corrupção generalizada que se instalou…”
    A sociedade está podre, mas a esperança de que o povo acorde de vez sem medo de olhar para o empresário ou politico e dizer-lhes a vida neste planeta a todos pertence.
    A maior pobreza existe no meio dos empresários e políticos que massacram um povo em prol de uns míseros euros que não são eternos pois todos morremos e os euros para além da morte não fazem falta.
    POR MAIS QUE OS TUBARÕES TENTEM ABAFAR O CASO DO DESPEDIMENTO COLECTIVO DO CASINO ESTORIL EU IREI SEMPRE LEMBRAR A TODOS QUE SOU ALÉRGICO A INJUSTIÇAS E CORRUPÇÃO.

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