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E se trocássemos umas ideias sobre cortes nas despesas do Estado?

5 Outubro, 2012
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Hoje, no Público, defendi que temos de ser sérios: quando falamos de cortar as despesas do Estado falamos de milhares de milhões de euros, pelo que invocar apenas as “gorduras” é demagogia hoje como foi demagogia no passado:

Portugal gosta de viver de ilusões. Quem ler os jornais ou vir as televisões, descobrirá que tudo se vai resolver neste rectângulo à beira-mar plantado no dia em que se cortar nas despesas do Estado. Dos mais sisudos “senadores” aos mais azougados repórteres, passando por atarantados deputados, tudo se resolve com um Estado mais pequeno. Ou seja, parece existir em Portugal um enorme consenso “neoliberal”.
Nada mais enganador. Primeiro, porque já se está a cortar imenso na despesa do Estado mas isso não tem chegado. Depois porque a esmagadora maioria dos que exigem cortes discordam de todo e qualquer um dos cortes em concreto.
Na semana passada, o presidente do BPI, Fernando Ulrich, surpreendeu muita gente ao declarar que devia ser motivo de orgulho para Portugal “que a despesa primária, sem juros, e sem medidas extraordinárias, tenha passado de 83,5 mil milhões de euros em 2010, para pouco mais de 70 mil milhões de euros” em 2012. O banqueiro citou aqueles números para responder ao Financial Times, mas, na verdade, estava a dirigir-se à cacofonia que parece ocupar todo o nosso espaço público. Sem surpresa, a generalidade dos órgãos de informação dedicou-lhe uma breve nota de rodapé: convém não estragar a narrativa estabelecida.
No entanto, estamos a falar de números impressionantes. O corte na despesa pública, sem juros da dívida, foi de 13,5 mil milhões de euros em dois anos. Desses, 5,7 mil milhões foram em despesas de investimento e o restante, 7,8 mil milhões, foi na chamada despesa corrente primária. 7,8 mil milhões é quase quatro vezes o valor do corte dos dois subsídios aos funcionários públicos. 7,8 mil milhões é também mais do que todos os juros que vamos pagar este ano (7,5 mil milhões) e é quase tanto quanto o que se gastou em educação em 2011 (8,2 mil milhões).
Muitos destes cortes afectaram já a vida dos portugueses. O corte no investimento, por exemplo, levou à paragem de muitas obras públicas – e ainda bem, digo eu -, e isso está a ter importantes consequências nesse sector da economia. Mas não só. Vejamos também o que aconteceu entre 2011 e 2012 nos principais ministérios comparando a execução orçamental até Agosto. O Ministério da Defesa cortou mais de 200 milhões de euros – a consequência vimo-la na manifestação de sábado passado, com as associações de militares a marcharem ao lado da CGTP. O Ministério da Saúde gastou menos 500 milhões de euros, apesar de ter pago dívidas em atraso – mas todos sabemos como a redução de custos neste sector tem gerado protestos e manifestações. E o Ministério da Educação já tinha conseguido cortar, nesses oito meses, 750 milhões de euros. Até os encargos líquidos do Estado com as PPP caíram 52 por cento no primeiro semestre, uma poupança de 586 milhões de euros.
É claro que, para conseguir estes cortes, foi necessário reduzir os salários dos funcionários públicos, fechar serviços de saúde que eram redundantes e escolas com poucos alunos, tal como dispensar professores que ficaram sem turmas para dar aulas, bloquear as progressões nas carreiras, acabar com os subsídios às empresas, tudo medidas que afectaram corporações específicas e suscitaram a habitual onda de críticas contra os “cortes cegos”. Mais: sempre que se anuncia alguma racionalização, mesmo que tímida, mesmo que mal feita e insuficiente, como a que foi anunciada para as fundações, salta logo um coro de protestos a justificar o carácter indispensável do respectivo gasto público.
Mesmo assim, estamos longe dos objectivos. Este ano estão a ser cortados mais de quatro mil milhões de euros na despesa corrente primária, para o ano o ministro das Finanças já anunciou que será necessário cortar outros quatro mil milhões. Se alguém souber como se cortam sete mil milhões em vez de quatro, que avance: assim evitaremos o assalto fiscal via IRS.
Portugal tem vivido na ilusão de que todos estes cortes ainda não ocorreram e que, portanto, basta realizá-los para resolvermos os nossos problemas. E também na ilusão – que, de resto, foi alimentada pela actual maioria durante a última campanha eleitoral – de que tudo se pode fazer tocando apenas nas gorduras do Estado, nas PPP ou nas fundações. Não era verdade e não é verdade, pois tudo o que se fizer nessa área, sendo muitíssimo importante (até por razões políticas), pesa relativamente pouco quando olhamos para os grandes números. Basta pensarmos que, dos quase 74 mil milhões de euros que o Estado gastou em 2010 (sem juros nem investimento), mais de 80 por cento foram para pagar os salários dos funcionários e as pensões sociais.
Todos estes números são públicos, mas mesmo assim há quem insista em ignorá-los e, sobretudo, quem continue a negar o essencial. Isto é, que os níveis de despesa públicos atingidos em 2009 e 2010 – mais de 88 mil milhões de euros – não só eram incomportáveis para uma economia como a nossa, como só foram possíveis por décadas de políticas erradas, muito populismo e uma enorme falta de coragem.
Em Portugal, ganharam-se muitas eleições a aumentar desmesuradamente os funcionários públicos – ganhou-as Cavaco, ganhou-as Guterres, ganhou-as Sócrates. Poucos na altura se incomodaram com isso, quase todos os “senadores” que hoje saltitam de estúdio de televisão em estúdio de televisão colaboraram activamente com isso.
Em Portugal, vamos quase em quatro décadas sem alterar devidamente a lei das rendas, por endémica falta de coragem política, e isso contribuiu muito para distorcer as prioridades do sistema financeiro, que se especializou numa actividade não produtiva – o crédito à habitação – e nunca financiou devidamente a economia. Quantos “senadores” não foram cúmplices desta inacção?
Em Portugal, nunca nenhum governante deixou de sonhar ser uma espécie de Fontes Pereira de Melo moderno, espalhando auto-estradas ou semeando rotundas, criando dívida directa ou dívida através de PPP, assim contribuindo para que, só em 2007, cerca de 70 por cento do crédito bancário total concedido a empresas e a particulares fossem destinados ao cluster da construção civil e imobiliário. Não surpreende que, com estes comportamentos e distorções, a dívida tenha crescido e a economia estagnado.
Em Portugal, os governantes sempre gostaram de subsidiar as empresas, e estas de ser subsidiadas, e, em Portugal, são raros os “senadores” que não tiveram sinecuras em alguma das grandes empresas do regime, ou em alguma das instituições públicas ou semipúblicas onde os salários não estão limitados pelo desagradável tecto imposto aos ministros.
É por todas estas e muitas outras que tenho cada vez menos tolerância para os conselhos de sapiência de “senadores” que no passado criaram rendas e hoje dizem que temos de acabar com elas; que querem cortar nas despesas públicas mas não só nunca o fizeram como, nalguns casos, beneficiam de pensões superiores a 10 mil euros mensais; que foram incapazes de fazer reformas decentes, do arrendamento à lei do trabalho, e agora continuam a criticar as reformas; que inventaram e encheram o país de PPP mas agora estão muito preocupados com a corrupção; que pedem cortes na despesa mas só sabem referir as viagens e as ajudas de custo.
Portugal não chegou onde chegou por ser uma barca que navegou sem piloto: houve pilotos, houve responsáveis, houve muita gente que contribuiu, por acção ou omissão, para chegarmos aos intoleráveis 88 mil milhões de despesa pública (e 7,5 mil milhões de despesas anuais com os juros da dívida). Muita dessa gente tem hoje cabelos brancos e continua a achar que devia estar no Governo, como se esse fosse um qualquer direito divino que lhe assistisse. Até o vai dizer a programas de televisão.
Mas para pior já basta assim. Para esbulho fiscal já chega o anunciado, não precisamos ainda de mais impostos para pagar ainda menos cortes nas despesas. Por isso só desejo que a providência nos livre de quem nos trouxe até aqui e nem isso é capaz de admitir.

65 comentários leave one →
  1. trotil constipal permalink
    5 Outubro, 2012 20:23

    ena tanta dibida… e o triunfal constitupional já se prepurciou sobre a coisa? náo é equinidade na coisa: 78 não é tão rechonchudo como 88. tem bicos e os velhos custa a engurgitar.

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  2. Guillaume Tell permalink
    5 Outubro, 2012 20:23

    Eu bem vos avisei por email que hei de insistir:

    1) Privatização de todas as escolas e hospitais do país, oferecendo em contrapartida um cheque-ensino e saúde a cada português de um valor equivalente no minímo ao que se gasta por pessoa em prestações sociais na Educação e Saúde. Além disso deve ser possível a prazo a cada cidadão de decidir quais prestações quer usufruir, por exemplo se o Ministério da Saúde comparticipar 100% dos custos em caso de crise cardiáca, 50% em caso de cancro dos pulões e 0% para aspirinas mas alguém querer ter o cancro dos pulmões comparticipado por inteiro e as aspirinas a 50% deverá pagar mais (e para quem quiser menos também poderá pagar menos) > poupança estimada 18 mil milhões de euros, 11% do PIB, 22% da despesa pública

    2) Criação de um fundo de solidariedade social alimentado e gerido pelos fregueses. Ou seja cada ano o eleitorado de cada freguesia seria chamado a votar o orçamento do seu fundo, decidir quanto é que seria de acordo de contribuir, que montantes alocarem e a quem (nota se alguém quiser só dar 100 euros então o fundo só receberá 100 euros de essa pessoa, e obviamente ele só poderá ter prestações correspondentes a esse valor). Para evitar descriminizações poderiamos guardar o RSI alargado ou subsídio de desemprego reduzido que poderia ser pedido por toda mas que seria considerado como uma dívida a pagar a longo prazo, ou desde que a situação do beneficiário se tenha ameliorado. A rapidez com o qual a dívida deveria ser reembolsada ou a taxa de juro seria decidida democraticamente pelos fregueses > poupança difícil de estimar (podemos dizer 20 milhões que é o valor do funcionamento no sentido estrito)

    3) Redução de metade do financiamento dos 70 maiores insititutos e organismos públicos portugueses (a lista está no último livro do ministro da Economia) > poupança estimada 3,2 mil milhões de euros, 2% do PIB, 4% da despesa pública

    4) Corte de metade dos encargos gerais do Estado (os « políticos ») > poupança estimada 1,3 mil milhões de euros, 0,8% do PIB, 1,6% da despesa pública

    5) Extinção dos Ministérios da Agricultura, Assuntos Parlamentares e Economia > poupança estimada 1 mil milhões de euros, 0,6% do PIB, 1,2% da despesa pública

    6) Proibição de dar mais de 1500 euros de reforma por mês > poupança estimada 910 milhões de euros (só na CGA), 0,5% do PIB, 1% da despesa pública.

    7) Privatização do grupo RTP > poupança estimada 360 milhões de euros, 0,2% do PIB, 0,4% da despesa pública

    8) Proibição dos subsídios económicos > poupança estimada 304 milhões, 0,2% do PIB, 0,4% da despesa pública


    Total: 25 mil milhões de euros de poupança estimada.

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  3. JEM permalink
    5 Outubro, 2012 20:31

    Artigo muito bom, como é costume.

    Mas é possível cortar mais na despesa e a sério. Temos 1 professor por cada 9 alunos, face à média europeia de 15! Em 3 ou 4 anos deveríamos convergir para esta média.

    A lei das reformas é absolutamente injusta, porque privilegia de forma descarada os reformados contra os activos, que irão receber muitíssimo menos. Deveria haver uma regra de cálculo igual para todos, o que implicaria poupanças imediatas na seg social.

    O plano de privatizações está-se a atrasar de forma perigosa, com os custos adicionais que isso irá comportar para o estado.

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  4. Tortulho no escroto permalink
    5 Outubro, 2012 20:35

    Ó meu grande barbudo, então um FP que ganha 500 euros líquidos foi objeto de aumentos brutais pelos sucessivos governos? E um enfermeiro com 20 anos de serviço que traz para casa 1200 euros líquidos é um gajo que ganha muito? Ou um prof. que ganha 1300 euros ao fim de 20 anos de serviço também é um exagero?

    Quanto ao Tell, gostava de saber qual é a ganza que o gajo mama, pois é mesmo da boa. O sujeito já deve estar a planar perto de Júpiter. É pena, pois eu propunha-o já para PM desta exterqueira.

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  5. Tortulho no escroto permalink
    5 Outubro, 2012 20:36

    Perdão: «esterqueira.

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  6. Patusco permalink
    5 Outubro, 2012 20:48

    Ao sr. ulrich interessa tudo isto.
    Pede a 0,75 e vende a 5 (dívida).
    Os bancos que paguem a crise!

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  7. Buiça permalink
    5 Outubro, 2012 20:50

    Se o argumento é de que não são precisos necessariamente mais impostos, só ser eficaz a cobrar os que são justos, estou inteiramente de acordo.

    Mas onde está a lei do enriquecimento ilícito?
    E quando acaba a pouca vergonha do financiamento dos partidos que assegura sempre que no essencial nada mude em décadas e décadas de governo?
    E quando é que o primeiro corrupto vai preso neste país?
    E como é que um país que entrou em bancarrota ainda tem sigilo bancário perante o fisco?!?
    E se apanham um banqueiro privado com clientes residentes no país que têm mais de 8 mil milhões de euros em dinheiro na Suiça que nunca pagou imposto, porque é que esses senhores pagam 7.5% e fica tudo bem e do salário de quem trabalha vão tirar até 60% no próximo ano?

    Ou acham que somos assim tão diferentes da Grécia nestes aspectos?
    http://www.publico.pt/Mundo/a-historia-de-uma-lista-de-1991-devedores-gregos-ao-fisco-que-venizelos-guardou-e-sobre-a-qual-nada-disse-1566027?all=1

    Passos, Relvas, Portas, Macedo e uma quantidade muito grande de secretários de estados deste e de TODOS os governos, estão lá para assegurar que por mais que tudo mude, este enorme saque de uns sobre os outros por intermédio da ferramenta “Estado” possa continuar num futuro próximo ou pelo menos evitar que percam fortunas. Há sempre (ou quase) um punhado de ministros sérios, ingénuos, que querem e dão o seu melhor pelo país, mas no essencial não se pode tocar.
    Funciona assim:
    O Estado gasta em projectos ou “obra” que benficia uns quantos senhores, endivida-se até ao pescoço para o fazer e no final, tarde ou cedo, o contribuinte paga sempre. Depois parte do dinheiro compra os candidatos políticos elegíveis e, ganhe um partido ou outro, fica tudo na mesma. É aliás por isso que acabámos entregues a jotinhas imberbes: SÃO BARATOS!
    Enquanto isto não mudar andamos a brincar aos países.

    Ainda a propósito disto, a chamada “lei dos Compromissos” se cumprida à risca é uma revolução muito mais importante do que o 25 de Abril. E limita-se a perguntar algo básico: quer gastar? De qual dinheiro? Onde o vai arranjar?
    Isto em 8 séculos nunca existiu. Entende-se a indignação generalizada. É aliás evidente que toda e qualquer pessoa que protesta contra isto faz parte do “sistema” que nos suga desde sempre.
    Depois só falta o salto quântico de o gastar exclusivamente em algo que tenha retorno. E ser responsabilizado se não conseguir demonstrar qual retorno pretende e quanto dele atingiu.
    Portugal tem que acordar um dia, mas é preciso que entenda isto! Senão o “acordar” serve de pouco e não alcança mais do que a habitual troca de partido ou de “regime” seja ele de “esquerda” ou militar.
    Cumps
    Buiça

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  8. 5 Outubro, 2012 20:54

    Mas como ha-de o povo saber destes dados se a imprensa, com destaque para a sic e expresso, ou melhor grupo impresa,não os relatam ou quando o fazem distorcem os dados objectivos.

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  9. Plinio permalink
    5 Outubro, 2012 20:57

    Eu gostava de conhecer as fontes de onde resultam os números indicados. Era bom que nos dissesse para confirmarmos. Caso contrário sono paroles.

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  10. Anti-gatunagem permalink
    5 Outubro, 2012 21:07

    A Providência ou cordas e árvores, mesmo que algumas sejam em paris e bruxelas.

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  11. Hélio Souza permalink
    5 Outubro, 2012 21:10

    Um Rei não deve ter medo do seu povo, disse D. Carlos nas vésperas do regicidio. E não teve.
    104 anos depois do seu assassinato as comemorações da República fazem-se quase às escondidas, num páteo.
    Cobardes!

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  12. Fartodeles permalink
    5 Outubro, 2012 21:34

    E continuam a insistir nos 80% da despesa ser com salários da FP… Irra…

    Já para não falar da colossal distracção que a afirmação “aumentar desmesuradamente os funcionários públicos” encerra, quiçá por desconhecimento, quiçá por outra justificação surreal:
    “Toda a gente fala em Portugal que é preciso que o peso do Estado na Economia desapareça… Ora bem, 80% da despesa do Estado são vencimentos de funcionários públicos, portanto, ou bem que nós resolvemos esse problema, ou tudo o resto é para esquecer”, afirmou no primeiro Fórum Empresarial do Algarve, em Vilamoura, mostrou a RTP.

    No entanto, o peso dos vencimentos nunca poderá ser de 80%, nem sequer um valor aproximado. Dados relativos a 2011, inscritos no Orçamento do Estado para 2012, mostram que, seja qual for o critério seguido, a despesa com salários será sempre muito inferior. As remunerações cercas e permanentes no Estado tem um peso de 20% face à despesa corrente primária total ou de 16% (face à despesa efetiva total.

    Considerando a rubrica mais alargada da despesa com pessoal, que inclui bónus e prémios salariais e os descontos para a CGA/Segurança Social, o peso dos referidos gastos sobe para 26% e 21%, respetivamente.

    Analisando todo o universo do sector público (Estado, institutos, empresas públicas, Segurança Social, regiões e câmaras), a despesa com pessoal assume um peso de 23% na despesa corrente e de 21% nos gastos totais. Bem abaixo dos 80% referidos por Borges.

    Estes cálculos mantém-se válidos para os valores relativos a 2012 e a anos anteriores.

    Em termos absolutos, significa que António Borges está a argumentar que o Estado gasta 32 mil milhões de euros em remunerações certas quando na realidade gasta oito mil milhões (erro de 204%); ou que as Administrações Públicas despendem em termos correntes cerca de 58,6 mil milhões de euros com o pessoal quando na verdade esse gasto ronda os 17 mil milhões de euros.”

    Fonte: http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO062481.html?page=0
    Há que ser intelectualmente coerente…

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  13. Eleutério Viegas permalink
    5 Outubro, 2012 21:35

    Apareceu aqui mais um fp sindicalista com o nome de “saco dos tomates” a espumar. Caro “saco”, vais mesmo espumar mais… Não vai haver dinheiro. Ou vocês ganham menos ou uma parte de vocês vai para o chamado “olho da rua”. Escolham… Pois, eu sei que não vão escolher. Alguém vai ter que escolher. Mas vai ser assim.

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  14. 5 Outubro, 2012 21:39

    “mais de 80 por cento foram para pagar os salários dos funcionários e as pensões sociais”

    Eu digo mais: excluindo todas as despesas além dos salários, 100% das despesas do estado foram todas gastas com salários!

    Já agora, em 2010 os salários representaram 24% das despesas totais do estado.

    Dados aqui:
    http://www.ine.pt/ngt_server/attachfileu.jsp?look_parentBoui=106286948&att_display=n&att_download=y

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  15. caçador de coelhos permalink
    5 Outubro, 2012 21:47

    Tudo muito bonito mas… o que pode o Povo fazer por Portugal? A única maneira é mesmo uma revolução potencialmente violenta? Ou poderá a sociedade civil exigir um papel determinante na criação dos orçamentos de estado e na renegociação do acordo da troika com extensão do prazo para mais de 20 anos com um juro igual ou inferior a 0,5% ? Ou seremos no fim de tudo escorraçados com os Gregos para fora do Euro, depois de termos pago 34 mil milhões de euros em Juros? Porque no fim, o problema acaba sempre por ser os juros dos empréstimos que pedimos ao longo de séculos…

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  16. 5 Outubro, 2012 22:01

    Compreende erradamente as criticas que são feitas quando o povo reclama de o estado não atacar as gorduras ou não reduzir os seus próprios gastos.

    O que o povo quer dizer é o seguinte:
    O Governo e deputados entre outros politicos…
    – Tem carros topo de gama
    – Beneficios de telemoveis, carro, ajudas de custos com casa em Lisboa ou outros locais, ajudas de custo com viagens
    – Redução de custos ou isentos de pagar água e electricidade.
    – Boas refeições.
    – Tem uma comitiva de secretários(as) ao lado para qualquer coisinha.
    – Motorista para enquanto pensam no carro alguém se preocupa em conduzir.

    E todos estes benificios não ajudaram ou impediram que aceitassem subornos facilitassem ajustes directos entre outras coisas como negócios esquisos e o benificiar empresas em detrimento de um mercado aberto. Com tantas facilidades e beneficios não poderiam ter tido mais cuidado com o que faziam?
    E agora sou eu o “Zé Povinho” que é o filho da “#$”#$ que não sabe ler o relatório de contas ou ver e analisar o car$#$% dos gastos anuais e futuros do meu país?

    Ainda me lembro das palavras do actual ministro das finanças (Vitor Gaspar) quando lhe perguntaram na televisão sobre algo que estava escrito no acordo da troika ele disse indirectamente “O que está escrito podem lá ir ler.”.
    Mas então eu agora além do meu trabalho tenho de fazer o do governo?! Tenho de perceber de economia, finanças, Defesa entre outros tópicos…
    Entretanto alguém pode vir fazer o meu trabalho de 8 horas diárias sem contar com as horas extra?! Tipo aquele trabalho braçal que cansa e exige um racicinio para manter a qualidade do produto como o patrão cá exige.

    Se realmente querem que eu comece a ler os relatórios financeiros do país analise a perda e proveito de tudo e vislumbre se aquilo vai ser útil ou não, porque é que eu preciso de governantes no país?! Se calhar em vez de se reduzir para 180 o número de deputados reduz-se a zero e realizam-se referendos sobre todos os tópicos e leis que surgirem… Em vez de ajustes directos realizam-se votações no facebook pela melhor proposta.

    Vá é uma sugestão!

    PS: Não quero denegrir ou neglegenciar as vitórias que conseguimos neste ano ou nos que virão, apenas quero exarcebar a incompetência dos governantes que tivemos e vamos tendo e o facto de que quem faz $#$% no governo safa-se sempre enquanto eu no meu trabalho tenho de a resolver e sou penalizado se não a resolver.

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  17. 5 Outubro, 2012 22:02

    Compreende erradamente as criticas que são feitas quando o povo reclama de o estado não atacar as gorduras ou não reduzir os seus próprios gastos.

    O que o povo quer dizer é o seguinte:
    O Governo e deputados entre outros politicos…
    – Tem carros topo de gama
    – Beneficios de telemoveis, carro, ajudas de custos com casa em Lisboa ou outros locais, ajudas de custo com viagens
    – Redução de custos ou isentos de pagar água e electricidade.
    – Boas refeições.
    – Tem uma comitiva de secretários(as) ao lado para qualquer coisinha.
    – Motorista para enquanto pensam no carro alguém se preocupa em conduzir.

    E todos estes benificios não ajudaram ou impediram que aceitassem subornos facilitassem ajustes directos entre outras coisas como negócios esquisos e o benificiar empresas em detrimento de um mercado aberto. Com tantas facilidades e beneficios não poderiam ter tido mais cuidado com o que faziam?
    E agora sou eu o “Zé Povinho” que é o filho da “#$”#$ que não sabe ler o relatório de contas ou ver e analisar o car$#$% dos gastos anuais e futuros do meu país?

    Ainda me lembro das palavras do actual ministro das finanças (Vitor Gaspar) quando lhe perguntaram na televisão sobre algo que estava escrito no acordo da troika ele disse indirectamente “O que está escrito podem lá ir ler.”.
    Mas então eu agora além do meu trabalho tenho de fazer o do governo?! Tenho de perceber de economia, finanças, Defesa entre outros tópicos…
    Entretanto alguém pode vir fazer o meu trabalho de 8 horas diárias sem contar com as horas extra?! Tipo aquele trabalho braçal que cansa e exige um racicinio para manter a qualidade do produto como o patrão cá exige.

    Se realmente querem que eu comece a ler os relatórios financeiros do país analise a perda e proveito de tudo e vislumbre se aquilo vai ser útil ou não, porque é que eu preciso de governantes no país?! Se calhar em vez de se reduzir para 180 o número de deputados reduz-se a zero e realizam-se referendos sobre todos os tópicos e leis que surgirem… Em vez de ajustes directos realizam-se votações no facebook pela melhor proposta.

    Vá é uma sugestão!

    PS: Não quero denegrir ou neglegenciar as vitórias que conseguimos neste ano ou nos que virão, apenas quero exarcebar a incompetência dos governantes que tivemos e vamos tendo e o facto de que quem faz $#$% no governo safa-se sempre enquanto eu no meu trabalho tenho de a resolver e sou penalizado se não a resolver.

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  18. Fernando S permalink
    5 Outubro, 2012 22:46

    Bom post do JMF. Analise lucida e posição corajosa em tempos de desnorte e demagogia.

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  19. Ana C permalink
    5 Outubro, 2012 22:56

    Bom post JMF

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  20. Ana C permalink
    5 Outubro, 2012 23:00

    Guillaume Tell ao Govereno! Já !

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  21. Tortulho no escroto permalink
    5 Outubro, 2012 23:03

    O Eleutério, quando tu criares riqueza e postos de trabalho como eu, vem cá falar.

    Até lá, vai para o caralhinho!

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  22. Ana C permalink
    5 Outubro, 2012 23:05

    # Governo!

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  23. Portela Menos 1 permalink
    5 Outubro, 2012 23:12

    o Eleutério está engasgado 🙂

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  24. Francisco Colaço permalink
    5 Outubro, 2012 23:18

    Tortulho no escroto,
    .
    Cruzando a sua linguagem e a mensagem sobre funcionários públicos com o que disse acerca da sua actividade, só pode ser jotinha: cria riqueza e postos de trabalho vários unicamente para os seus correligionários.
    .
    Acertei?

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  25. Ricciardi.b permalink
    5 Outubro, 2012 23:19

    O Post é bonito, mas é pena não ser correcto. Os salarios e benenficios sociais NAO representam 80% da despesa:

    (fonte:INE)
    84.373,8 Total expenditure
    77.540,2 Current expenditure
    37.623,9 Social benefits
    19.425,7 Compensation of employees
    6.862,4 Interest
    8.019,1 Intermediate consumption
    1.198,9 Subsidies
    4.410,2 Other current expenditure
    6.833,6 Capital expenditure
    4.402,5 Gross fixed capital formation
    2.431,1 Other capital expenditure
    -7.506,2 Balance
    .
    RB

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  26. Tortulho no escroto permalink
    5 Outubro, 2012 23:30

    Não, Francisco, não!

    Aqui, a 600 kms de Lisboa, onde Judas perdeu as botas, a agricultura não é atrativa para jotinhas.

    P.S. Há quatro / cinco anos, nas vindimas, por exemplo, pagava 50 euros por dia aos homens e 35 às mulheres. Hoje, são 35 para os homens e 25 para as mulheres. Para o ano, talvez reflita e alugue maquinaria para executar a colheita. Esta gente – às centenas na região – depende destas ocupações periódicas para viver, ora aqui, ora em Espanha.

    Espero que o governo – este ou o que vier a seguir – siga a ideologia do Guillaume. Esta gente dará conta das portagens que o homem quer nos jardins.

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  27. trill permalink
    5 Outubro, 2012 23:33

    Um exemplo de empresário tuga (“chapeu” ao que não ajem desta maneira):

    “Confraria das Bifanas” – Anuncia num grande “banner” 2.5 euros por uma bifana (da espessura de uma fatia de fiambre) e uma imperial (20 ml). Quando se paga verifica-se que se pagou 3 euros e tal e só então, porque se vai ler a minúsculas no papel (porque no “banner” não aparece ou se aparece é tão minúsculo que ninguém repara) 2.5 euros das 10am até ás 18h. Nem que ofereçam bifanas e imperiais à borla, aliás, mesmo que me pagassem para ir lá comer uma bifana e tomar uma imperial, a mim nunca mais me apanharão. Aliás, eu não como bifanas habitualmente mas como a publicidade rezava blá blá blá, as melhores do lugar e arredores, e face ao anunciado preço de 2.5 com imperial (por este preço não custa nada experimentar, pensei eu) caí na armadilha. Foi este tipo de chico-espertismo (sacar por todos os meios, fazendo dos outros idiotas, em vez de ganharem as pessoas pela clareza e a qualidade) que conduziram o comércio e os serviços portugueses ao ponto onde se encontram.

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  28. trill permalink
    5 Outubro, 2012 23:38

    devem ser empresários destes que andam sempre a queixar-se dos funcionários públicos…

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  29. trill permalink
    5 Outubro, 2012 23:46

    é curioso como o Gillaume Taul se “esqueçe” dos 3.3 mil milhões de gastos anuais com as “instituições políticas” (a parte de leão deve ir para a AR), mais 2.5 MM com as autarquias e regiões autónomas…

    Quanto à privatização da educação e saúde só se fôr lá no pais dele que só pode ser muito, muito longe da Europa… (eu sei que está cá, no lugar, mas o país “real” dele é outro: aquele onde o Parlamento e os gabinetes dos ministros gastam traquilamente 3.3MM/ano – na verdade muito mais porque os boys dos IP’s, Fundações e EP’s não entram nestes 3.3MM – e onde o Estado serve só e somente para isso, ou seja, o Estado é a “máquina” e seus boys, com os contribuintes a pagarem para eles – um lugar curioso esse…)

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  30. trill permalink
    5 Outubro, 2012 23:48

    quanto ao teto das reformas pagas pela SS de 1500 euros, isso é o que acontece na Suíça (1750 euros).

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  31. Portela Menos 1 permalink
    5 Outubro, 2012 23:48

    “Negar a existência de alternativas é negar a política em democracia”, afirmou Carvalho da Silva, citando depois não Marx, mas Max Weber: “O ser humano não teria alcançado o possível, se repetidas vezes não tivesse tentado o impossível”.

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  32. trill permalink
    5 Outubro, 2012 23:54

    aqui está:

    “3) Redução de metade do financiamento dos 70 maiores insititutos e organismos públicos portugueses”

    O Guilhaume taull nem sequer pensa extinguir IP’s porque sabe que é lá que se alojam os boys e então há sempre que manter metade dos lugares senão os boys não têm onde ser encaixados. Esqueceu-se é dessas sumidades pardas que são as “entidade reguladores”, onde se encaixam os boys mais obscuros e ex-governantes reconhecidamente mediocres.

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  33. trill permalink
    5 Outubro, 2012 23:59

    afinal ele sempre propôe uns cortes nas “instituições políticas”:

    4) Corte de metade dos encargos gerais do Estado (os « políticos ») > poupança estimada 1,3 mil milhões de euros, 0,8% do PIB, 1,6% da despesa pública

    5) Extinção dos Ministérios da Agricultura, Assuntos Parlamentares e Economia > poupança estimada 1 mil milhões de euros, 0,6% do PIB, 1,2% da despesa pública

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  34. tric permalink
    6 Outubro, 2012 00:01

    (…)Na semana passada, o presidente do BPI, Fernando Ulrich, surpreendeu muita gente ao declarar que devia ser motivo de orgulho para Portugal “que a despesa primária, sem juros, e sem medidas extraordinárias, tenha passado de 83,5 mil milhões de euros em 2010, para pouco mais de 70 mil milhões de euros” em 2012. O banqueiro citou aqueles números para responder ao Financial Times, mas, na verdade, estava a dirigir-se à cacofonia que parece ocupar todo o nosso espaço público. Sem surpresa, a generalidade dos órgãos de informação dedicou-lhe uma breve nota de rodapé: convém não estragar a narrativa estabelecida.
    No entanto, estamos a falar de números impressionantes. O corte na despesa pública, sem juros da dívida, foi de 13,5 mil milhões de euros em dois anos. Desses, 5,7 mil milhões foram em despesas de investimento e o restante, 7,8 mil milhões, foi na chamada despesa corrente primária. 7,8 mil milhões é quase quatro vezes o valor do corte dos dois subsídios aos funcionários públicos. 7,8 mil milhões é também mais do que todos os juros que vamos pagar este ano (7,5 mil milhões) e é quase tanto quanto o que se gastou em educação em 2011 (8,2 mil milhões).(…)”
    .
    primeiro foi 16%, agora já é 16,4%…isto é, 16% —>16,4%—-> surpresa…

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  35. trill permalink
    6 Outubro, 2012 00:01

    alguém levantou algumas questões pertinentes nos tempos que correm:

    “Mas onde está a lei do enriquecimento ilícito?
    E quando acaba a pouca vergonha do financiamento dos partidos que assegura sempre que no essencial nada mude em décadas e décadas de governo?
    E quando é que o primeiro corrupto vai preso neste país?
    E como é que um país que entrou em bancarrota ainda tem sigilo bancário perante o fisco?!?
    E se apanham um banqueiro privado com clientes residentes no país que têm mais de 8 mil milhões de euros em dinheiro na Suiça que nunca pagou impostos…”

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  36. Cáustico permalink
    6 Outubro, 2012 00:03

    Essa de um tecto de 1750 € de reforma na Suíça, leva-me a concluir que além de jornalistas burros, temos comentadores asisinos. Conhecem o sistema suiço de reformas?

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  37. Tortulho no escroto permalink
    6 Outubro, 2012 00:21

    Então a mulher do Colaço é funcionária pública?
    .
    Suponho que seria a primeira dos 250 mil FP a ir para o olho da rua!
    .
    Gerir a Educação, a SS ou a Saúde como uma empresa é de mestre.
    .
    Já o outro imbecil emigrante na Suíça defende a extinção do Ministério da Agricultura. Numa coisa, dou-lhe razão: como a cambada de labregos que tem ocupado o ministério não passa disso mesmo, um bando de labregos que não conhece uma alface do assunto, não faria grande falta a sua extinção… não fosse o caso de o MA servir, essencialmente, para gerir os dinheiros comunitários. É preciso dizer mais?
    .
    Depois aparecem as figuras patéticas da Cristas, que ainda há semanas passou perto daqui, montada em tratores e imbecilidades do género. Com ela, veio uma criatura que perguntou se não se poderia aproveitar as margens do Douro para o cultivo do arroz. LABREGOS DE MERDA!
    .
    Vêm para aqui vomitar soluções radicais sem perceber um pintelho do Catroga do que estão a falar e das consequências dessa diarreia. Sabem o que me disse ontem um dos trabalhadores? «Meta lá que só me paga 20 ou 25 euros e dê-me o resto por baixo da mesa por causa dessa coisa dos impostos.»
    .
    Outro queria à viva força que eu aceitasse o filho de 15 anos em trabalho sazonal. E a escola? Resposta: «Que se f*da! Aquilo não dá nada e o catraio não gosta nada de lá andar.». Uma mãe anda toda desesperada porque a filha anda no 6.º ano, numa turma de 31 alunos, e os miúdos são endiabrados, é só barulho e indisciplina e ninguém aprende nada. Há dias, a direção da escola castigou um dos colegas, um cigano de 13 ou 14 anos, e os pais foram lá e armaram um arraial.
    .
    Outro faltou-me a manhã toda para marcar uma consulta no centro de saúde, isto depois de ter ido para lá às duas ou três da madrugada e mesmo assim já tinha uma série de gente à frente na fila.
    .
    Perante tudo isto, bem longe e esquecido da betice lisboeta, andam V. Exas. a discutir o quê? Esta gente não come democracia, nem estatização, nem liberalismo, nem socialismo. Come o que cultiva nas suas hortas e pouco mais.
    .
    Enquanto as empresas de transportes dão milhares de milhões de prejuízo, sobre as quais ninguém se pronuncia, os meus colaboradores, como agora a malta queque diz, se quiserem ir a Bragança, Coimbra ou Viseu e não têm automóvel próprio ou já não estão em condições de conduzir, têm uma lata velha que sai ás seis da manhã e regressa às sete da tarde. Ou então o táxi. Só que não há guito para pagar.

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  38. tric permalink
    6 Outubro, 2012 00:37

    O Relvas ainda é Ministro de Portugal…o Borges ainda decide sobre os interesses estratégicos de Portugal…Passos Coelho, prepara-se para apresentar um Orçamento de 2013, com o apoio entusiasmado das nossas magnânimas Universidade Económicas Portuguesas e pelo Banco de Portugal…um orçamento que prevê a estagnação do desemprego em 2013…todos os modelos económicos do Governo, do FMI e do BCE prevêm tal milagre económico!! mas para enfatizar mais ainda o milagre, a genialidade do modelo económico, é que se vai conseguir tudo isso, quando ao mesmo tempo…o Estado se prepara para se armar em Xerife de Nottingham…
    .

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  39. Special_one permalink
    6 Outubro, 2012 00:37

    Exemplos como a presidente da assembleia tem de acabar de vez toda gente se reforma com a mesma idade ou com os mesmos aos de desconto ou seja 40 anos de desconto ou 65 anos principalmente para qualquer classe partidária.

    Segundo acabar com centenas de comissões, institutos, observatórios que não passam de tachos renumerados, fazer uma lei que proibir qualquer autarquia ou câmara de constituir fundações e acabar com todas as que são financiadas pelas mesmas senão todas as que não são auto-suficiente e com esse dinheiro apoiar realmente a cultura em menor escala.

    Terceiro acabar com todos os carros comprados ou alugados que não sejam para serviço do estado juntamente com motorista, acabar com o cargo de assessor que foi uma desvario para justificar tachos de amigos de famia e partidos sem fazer nada e bem renumerados.

    Quarto acabar com todos os cargos renumerados com presenças semanais ou mensais como existe por esses institutos, comissões , observatórios e fundações.

    Fechar todos as entidades publicas que não sejam estritamente necessárias porque não acredito que precisemos de 13740 entidades do estado que não seja metade para tachos .

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  40. piscoiso permalink
    6 Outubro, 2012 07:52

    Quanto às “gorduras do Estado”, discordo da expressão.
    O que conta é o peso do dito.
    E pesa p’ra carais.
    Se é gordura, bifana ou osso, pouco interessa.
    Espremido até ao tutano anda o povoléu.
    E vem este trocar ideias.

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  41. Trinta e três permalink
    6 Outubro, 2012 08:01

    Os portugueses têm sentido que todos estes cortes ainda não foram feitos, porque sabem que o desperdício clientelar (os cargos para alimentar os fieis) continua. Também sentem que temos um país totalmente desorganizado, em que as poupanças são feitas no pressuposto de que vai ser o cidadão a resolver o mau funcionamento dos sectores. Por exemplo, fala-se nos gastos com os transportes mas, saiam de Lisboa e do Porto e vão ver a miséria de serviços que têm, na maioria dos casos… privados.

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  42. Basto_eu permalink
    6 Outubro, 2012 08:53

    Desengane-se quem pensa que este Governo, ou qualquer outro que estivesse no seu lugar, deixou cair a TSU.
    A TSU é imprescindível.
    A TSU não afectava os trabalhadores de 700 euros.
    A TSU prromove o emprego.
    A TSU evita o desemprego e as falências das empresas.
    A TSU atrai investimentos, estrangeiros ou não.
    A TSU cria empresas.
    A TSU só prejudica trabalhadores caros.
    A TSU beneficia as empresas pobres.
    A TSU promove a competitividade.

    Os trabalhadores receberam dinheiro a mais sem TSU, em relação à riqueza que produziram.
    Por via disso, os trabalhadores vão ter que devolver com TSU aquilo que receberam a mais.
    É INCONTORNÁVEL
    Os trabalhadores têm, temporariamente, de perder, não sete, mas 10% de massa salarial.
    As empresas têm, de ganhar não sete mas 10% de “músculo”.

    Paralelamente, os políticos e as instituições políticas têm de perder as mordomias a que estavam habituados, como se Portugal fosse um País rico.
    Só depois, isso sim, só depois, quando o País tiver acumulado riqueza de base se pode respirar fundo e, lentamente, começar a distribuir a riqueza amealhada.
    A não fazer isto é chover no molhado…é mergulhar no caos, como pretendem os partidos de esquerda, para depois serem eles a fazer aquilo que nunca conseguiram fazer.

    A concentração do poder tem de estar no sector privado, não no sector público.
    Só não consegue ver isto quem não tiver dois dedos de testa.
    Portugal tem parasitas a mais, subsídios a mais, funções e funcionários a mais.
    Não é possível que três milhões de trabalhadores consigam sustentar os restantes sete milhões.
    Somos um País viciado em despesas excessivas e dívidas.
    Quase 40 anos de Constituição de esquerda foi ao que chegamos, à subsidiodependência daquilo que os outros querem…

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  43. Basto_eu permalink
    6 Outubro, 2012 09:41

    Somos um País viciado nas despesas excessivas e dívidas, há quase 40 anos que é assim.
    Divida Direta do Estado, 188.021 milhões de euros
    da responsabilidade dos PR
    Ramalho Eanes
    Mário Soares
    Jorge Sampaio
    Cavaco Silva
    e da responsabilidade dos 1ºs ministros
    Mário Soares
    Nobre da Costa
    Mota Pinto
    Lurdes Pintassilgo
    Sá Carneiro
    Freitas do Amaral
    Pinto Balsemão
    Mário Soares
    Cavaco Silva
    António Guterres
    Durão Barroso
    Santana Lopes
    José Sócrates, este foi o pior de todos, posso prová-lo…
    Passos coelho
    e da responsabilidade dos ministros das finanças
    Medina Carreira
    Vitor Constâncio
    Silva Lopes
    Sousa Franco
    Cavaco Silva
    Morais Leitão
    João Salgueiro
    Ernâni Lopes
    Miguel Cadilhe
    Miguel Beleza
    Braga de Macedo
    Eduardo Catroga
    Sousa Franco
    Pina Moura
    Oliveira Martins
    Ferreira Leite
    Bagão Félix
    Campos e Cunha
    Teixeira dos Santos, este também foi o pior de todos, também posso prová-lo
    Vitor Gaspar
    E da responsabilidade de todo o povo português que colocou esta tropa toda nesses lugares…

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  44. Daniel Nunes permalink
    6 Outubro, 2012 11:43

    Onde retirou a informação que 80% da despesa do Estado em 2010 são salários e prestações sociais?
    O peso dos salários em 2010 é de 20%. Basta ver a página 3 deste relatório:

    Click to access 0112-SinteseExecucaoOrcamental.pdf

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    • 6 Outubro, 2012 21:25

      Daniel Nunes

      Esse é o valor directo pago em salários aos funcionários públicos, mas depois há as pensões e as transferências que basicamente servem para as instituições que os recebem paguem salários. Tanto quanto sei (posso confirmar mais tarde) salários e pensões representam directa e indirectamente cerca de 3/4 da despesa total do estado.

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      • Tob permalink
        21 Janeiro, 2015 23:36

        Bem, 3/4 corresponde a 75%, não a 80% (ou a 90%, como se diz nalguma propaganda).
        Façam lá um esforço de objetividade nos cálculos e na pesquisa, vão ver que ainda descem mais o número.
        De toda a forma, o Estado é essencialmente serviços, educação, saúde, transportes, segurança social, defesa e segurança, administração.
        Os serviços são feitos por pessoas, não por máquinas ou robôs. Queriam que o dinheiro gasto no Estado fosse para quê, para comparar robôs? Isso seria mais numa fábrica de automóveis, talvez.

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  45. Ricardo permalink
    6 Outubro, 2012 13:14

    Eu digo-vos como reduzem drasticamente a factura do SNS, ensinem as crianças na escola a comer, em vez de ensinarem algumas porcarias que não servem para nada, ensinem coisas que são efectivamente úteis para a vida de um ser humano, saber cuidar do seu próprio corpo parece-me fundamental, nesta sociedade actual as coisas fundamentais parece que já não interessam a ninguém. Alguns alimentos que se encontram à venda nos supermercados são verdadeiros venenos e as pessoas não têm a minima noção do que estão a comprar porque não foram educadas correctamente.

    Se forem à rua falar com as pessoas e lhes fizerem perguntas básicas sobre nutrição verificam imediatamente que elas não percebem nada do assunto, não sabem sequer ler os rótulos dos produtos e interpreta-los, obviamente o resultado só pode ser mau.

    Será que deixámos a lógica para trás ? Será que ninguém percebe que quem consistentemente executa maus procedimentos acaba obtendo maus resultados ? Será que ninguém percebe que os problemas devem ser resolvidos na raíz ? Tratando apenas os sintomas o problema vai voltar a chatear-nos ‘noutro lado’, não?. Não se esqueçam que as pessoas adoentadas são pessoas que deixam de ser activas, para além de deixarem de contribuir positivamente acabam por ser mais um custo no orçamento do estado o que se traduz num efeito duplamente negativo.

    Naturalmente medidas para atacar este problema só atingiriam o seu resultado máximo a médio/longo prazo mas se há coisa que tem faltado aos nossos governantes é visão. Mais vale começar hoje do que amanhã.

    Aos interessados, usem o google, pesquisem no youtube por documentários sobre o assunto, etc. Não… não são documentários/artigos elaborados por idiotas, são médicos/cientistas bastante conceituados a falar de assuntos que vos deixarão bastante surpreendidos.

    Aqui deixo um link por onde podem começar,
    http://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/

    Não me vão dizer que a ‘Harvard School of Public Health’ é constituída por idiotas, pois não ?

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  46. Francisco Colaço permalink
    6 Outubro, 2012 14:08

    Caro Escroto,
    .
    A mulher do Francisco Colaço não é funcionária pública.

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  47. Francisco Colaço permalink
    6 Outubro, 2012 14:10

    Trill,
    .
    As siglas, permita-me o reparo, pois também já fui reparado, não fazem plural. Uma PME, duas PME, um OE, dois OE, um CLAP, dois CLOP.

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  48. Francisco Colaço permalink
    6 Outubro, 2012 14:12

    Basto_eu,
    .
    «Quase 40 anos de Constituição de esquerda foi ao que chegamos, à subsidiodependência daquilo que os outros querem…»
    .
    Permita-me discordar. Dois terços da Constituição é letra morta, e o outro é para ser ignorado quando dá jeito ao emperreiteiro e aplicado quando interessa ao desfuncionário.

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  49. Francisco Colaço permalink
    6 Outubro, 2012 14:15

    Trinta e três,
    .
    Meu caro 33 (permita-me a cardinalidade), tem razão no que disse, excepto numa coisa muito simples: os transportes públicos na minha terra são pagos por mim, seu utilizador. Os transportes públicos em Lisboa e no Porto são pagos por si e por mim, pobre espoliado eufemisticamente chamado contribuinte.

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  50. singularis alentejan permalink
    6 Outubro, 2012 14:58

    Gorduras do Estado?
    Um fiscal do INFARMED, pago po todos nós, tem direiro a motorista!

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  51. esmeralda permalink
    6 Outubro, 2012 16:01

    A SIC focou-o muito na conferência de Vitor Gaspar! Contrato à vista amigo José Manuel Fernandes… E no fim: o que é que conversou com o senhor ministro??? Olhe que eu vi!

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  52. AAA permalink
    6 Outubro, 2012 16:31

    Bom artigo, como é hábito.
    JMF reflecte e escreve pela sua própria cabeça. Como poucos!
    O facto dos «senadores» pelos vistos continuarem a ser chamados pelas televisões para comentar a nossas opções significa porque não vamos conseguir sair disto tão depressa. Os poderes que nos governam não querem.

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  53. votoembranco permalink
    6 Outubro, 2012 16:41

    Já agora, jmf 1957, podia dizer cá ao pessoal qual é o peso da energia vendida pelo monopólio da EDP no custo das empresas.
    E se não fosse pedir muito qual o peso que tem o “pitróil” cartelizado e vendido pela privilegiada Galp nessas mesmas empresas e nos transporte nos bens por elas produzidas – pode acrescentar os custos das portagens das tais PPPś que referiu “en passant”.
    E como está com a mão na massa falemos na dominante PT e dos custos que cobra a essas mesmas empresas.
    Com a facilidade que tem em analisar o país não irá ter qualquer dificuldade em dizer-nos quantos empregos é que estas “irmãs” estão a roubar à economia nacional com preços muito acima da média europeia!

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  54. Daniel Nunes permalink
    6 Outubro, 2012 22:04

    Caro JCD,
    O calculo que fiz resulta das contas consolidadas das Administrações Públicas que inclui, segundo penso, os gastos da Administração Central e da Segurança Social sendo que a Administração Central engloba o subsector Estado e os respectivos Fundos Autónomos.
    Acho que é esta classificação que serve para cálculo do défice e para as negociações com a Troika!
    Aguardo então que me mostrem os cálculos que permitem dizer que 80% da despesa do Estado é salários e pensões.

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  55. albarran permalink
    7 Outubro, 2012 07:03

    O que me irrita neste post, nem são os numeros apresentados, muitos correctos e outros exagerados como vários comentadores já destacaram (não é verdade que os FP tenham sido escandalosamente aumentados, houve excessos como Sócrates em 2009, mas não podemos esquecer que uma grande parte dos quadros são licenciados/doutorados, logo isso atira as médias mais para cima). Mas irrita-me a análise, que podendo ser objectiva, não o é, principalmente porque destila fel, é visceralmente CONTRA, não se percebe bem contra quem, quem são os senadores de cabelos brancos ? o Mário Soares, o Cavaco, o Catroga ex-mentor do Passos Coelho? Nunca prestei muita atenção aos escritos de JMF até vir para este Blog, mas agora de cada vez que o leio, noto que é alguém [opinião minha, subjectiva] que expõe sempre pela negativa, com uma carga emocional nas palavras elevada e retirando muito do contexto (até Histórico) para o vestir de acordo com as suas opiniões, enviesadas, e isto mostra um grau de extremismo elevado. Se algum dia chegasse a primeiro ministro, ao Poder em geral que faria, teriamos execuções em praça pública? Por contraste, só para deixar uma nota final positiva, diga-se que leio o Pacheco Pereira, que pode ser igualmente ácido ou até catastrofista, mas não deixa este género de emoção. Definitivamente, não gostei do post!

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  56. Zé Carioca permalink
    7 Outubro, 2012 07:29

    Ó Tortulho, então e tu não resolves essas merdas todas (da agricultura) numa folha de Excel? É que lá em Lisboa aqueles gajos conseguem fazer tudo no excel, e tu não? Ó pá tenta, olha que “aquilo” fica mesmo bonito. Já agora, então e tu não aproveitaste essa do arroz para meter um Proder? Quanto aos FPúblicos têm bom remédio, toca a dar corda aos sapatos e procurar um trabalhinho “cá fora”, assim acabam-se as queixas. É F#$”&%do ? Pois é.

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  57. Gasel permalink
    7 Outubro, 2012 11:15

    o que é correcto afirmar é que:
    salários + reformas + prestações sociais representam cerca de 75% da despesa corrente primária (sem juros da dívida).
    tudo o resto são nuances que só servem para confundir ou para fazer valer determindos pontos de vista!

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  58. Gasel permalink
    7 Outubro, 2012 12:35

    o que é correcto afirmar é:
    Salários + Reformas + prestações sociais representam cerca de 70% da despesa corrente primária (sem juros da dívida).

    Tudo o resto, é só tentar confundir, com ou sem intenção!

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  59. Gasel permalink
    7 Outubro, 2012 16:30

    vvv

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  60. Guillaume Tell permalink
    7 Outubro, 2012 20:50

    Caro trill,

    as minhas propostas não são exhaustivas. São mais uma espécie de guião geral para termos ao mesmo tempo cortes visivéis rapidamente, inciarmos uma verdadeira reforma do regime e termos um descriptivo de etapas a seguir. Na verdade eu gostaria elaborar uma espécie de “Orçamento de Estado” alternativo, de tal modo rigoroso, com metas e objectivos claros, e com uma descrição de tal forma precisa que deverá ser impossível ao Governo dizer que o que é feito é “irrealista”, “demasiado difícil de aplicar”. Agora obviamente que isto é insuficiente, mas é por essa razão que eu andou a tentar juntar um máximo de gente para elaborarmos todos um “OE alternativo” e para depois fazermos pressão para que, a defeito de ser aplicado, ser discutido a nível nacional. Aproveito assim de o convidar a participar, e se tiver interessado pode enviar-me o seu email para o meu endereço, andre.pg91@gmail.com, assim poderá ser informado do que está a ser feito e poderá dar as suas sugestões.

    Quanto as suas ideias e reparos:

    “é curioso como o Gillaume Taul se “esqueçe” dos 3.3 mil milhões de gastos anuais com as “instituições políticas” (a parte de leão deve ir para a AR), mais 2.5 MM com as autarquias e regiões autónomas… ”
    7,7 mil milhões para as instituições políticas, confesso que não sabia. Mas se poder comunicar-me o detalhe de essa despesa agradecia (é que eu tinha andado a ver de esse lado mas como reparou só cheguei a 2,3 mil milhões de mais ou menos realizáveis rapidamente, por isso se houver ainda mais será com todo o gosto que gostaria conhecer mais ainda os detalhes).


    “Quanto à privatização da educação e saúde só se fôr lá no pais dele que só pode ser muito, muito longe da Europa… (eu sei que está cá, no lugar, mas o país “real” dele é outro: aquele onde o Parlamento e os gabinetes dos ministros gastam traquilamente 3.3MM/ano – na verdade muito mais porque os boys dos IP’s, Fundações e EP’s não entram nestes 3.3MM – e onde o Estado serve só e somente para isso, ou seja, o Estado é a “máquina” e seus boys, com os contribuintes a pagarem para eles – um lugar curioso esse…)”
    Pois mas se queremos acabar com a corrupção e o desperdício a que começar por alguma coisa. Pensar que para o sistema se tornar bom basta mudar as pessoas, os dirigentes é ser muito ingénuo e demasiado incerto (eu por vezes pregunto-me se não somos um povo corrupto. É que quando eu digo às pessoas que sou militante PSD muita gente pregunta-me se não lhes podia arranjar um trabalhinho caso viesse a ser primeirp-ministro. Eu sei que é no tom da brincadeira, e que é demasiado parcial para dar uma análise séria, mas mesmo assim… questiono-me)

    “quanto ao teto das reformas pagas pela SS de 1500 euros, isso é o que acontece na Suíça (1750 euros).”
    E então? Eles são ricos, tem pouco desemprego e miséria, tem instituições sociais que funcionam melhor que as nossas e que custam menos, porquê que não haveriamos dos imitar nas coisas boas?


    “O Guilhaume taull nem sequer pensa extinguir IP’s porque sabe que é lá que se alojam os boys e então há sempre que manter metade dos lugares senão os boys não têm onde ser encaixados. Esqueceu-se é dessas sumidades pardas que são as “entidade reguladores”, onde se encaixam os boys mais obscuros e ex-governantes reconhecidamente mediocres.”
    A lista sob a qual me baseio provem do livro “Portugal na Hora da Verdade”, do actual ministro da Economia Álvaro Santos Pereira. Ele conseguiu contabilizar alguns deles (e deve reconhecer que é bastante difícil termos uma ideia concreta da teia desses buracos negros), e se eu propus um corte de 50% no seu financiamento é por várias razões, umas mais plausiveis que outras, e que na verdade são o fruto de um pensamento com vários passos:

    1) De esse bolo, 4 institutos e uma fundação eram responsáveis em 2010 de quase metade das transferências para os 65 outros organismos. Ora admitindo que estes têm uma “utilidade”superior aos outros, poderiamos os guardar e acabar com os outros assim teriamos um início de verdadeira reforma de regime, devido à grande simplificação legislativa e organizacional que uma medida assim obrigaria (só que entre aquilo tudo há por exemplo o Gabinete de SG e Estruturas Comuns ao SIED e SIS, a ERSE, o Instituto Português de Qualidade entre outros. Para mim não há problema em acabar com tudo mas como sabemos há as tais razões “políticas” ou “civilizacionais” que podem ser um obstáculo para uns) > os tais são o IPEF (998,4 milhões), IFAP (869,8), IGFIJ (575,3), Fundação para a Ciência e Tecnologia (469), Turismo de Portugal (335,9)

    2) Não conhecendo a utilização concreta daquele dinheiro todo, eu admiti que aquele dinheiro não devia ser gasto de uma maneira muito diferente de como ele é gasto foi gasto no OE 2010, a saber 45% em prestações sociais, 23% despesa de pessoal, 10% consumo intermédios, 6% juros, 9% outra despesa corrente, 7% despesa capital. Ora admitindo que há alguma rigidez para tudo que não sejam prestações sociais e depesa de pessoal, eu disse-me que não deve ser bem complicado despedir o pessoal e diminuir as prestações até acabarmos com eles de vez (a dia seria dos “secar”, ou seja de os tornar totalemente inúteis, isto se admitimos que eles têm alguma utilidade hoje em dia).

    3) Por experência própria eu sei que alguns institutos gastam cerca de metade do seu orçamento em salários, e que aquela gente consegue encontrar todas as desculpas do mundo mesmo encontrar dispositivos legais que poderia impedir o Governo de acabar com eles (porque se dizemos que eles têm de cortar nos ordenados vão dizer-me que é inconstitucional, se tocou no resto queixam-se que não podem “preencher a sua missão”… enfim eu desconfio de tal modo deles que prefiro imaginar que vão encontrar maneira de se esquivarem e continuarem a gastar mesmo se decretar a sua extinção). Logo eu disse-me que se a extinção ou o corte foram impossibilitados eu disse-me que o melhor é deixá-los gerirem o orçamento dizendo-lhes que recebem para o ano metade do que tinham no ano passado. Assim sem mais nem menos. Como eu sei que aqueles malandros vão cortar em tudo menos nos ordenados deles, e que em breve haverá de aparecer o coro dos choramingões (“o Governo está a impedir ao Instituto de Apoio aos Deficientes de ajudar os deficientes porque dá-nos metade menos”) bastará responder “eu tirei-vos metade do dinheiro é verdade, mas então porquê que não o gastais nas pessoas?”. Ora o aquilo implode ou serão obrigados a pararem de pagar salários para dar tudo à pessoas. De uma maneira ou de outra acabarão por secumbir dia menos dia.

    Agora como está a ver as minhas razões são de um calculismo e um pragmatismo exacerbados, não sei se é possível decretar uma extinção pura e dura (por mim seria o melho), e vejo demasiados incognitas à minha frente, logo prefiro chegar ao objectivo por piruetas.

    Como lhe disse nada de isso é definitivo, oobjectivo é mesmo de ter um plano credível e detalhado a apresentar ao país, e para isso é necessário haver muita gente, muita discussão. Uma vez que o trabalho será finalizado o objectivo será de “assediarmos” todos por email as nossas instituições, ao enviarmos todos uma vez por dia o nosso plano à mesma instituição até teremos uma resposta nacional.

    Assim convido todos os que tiverem interessados a contactar-me ao endereço andre.pg91@gmail.com.

    É tempo de paramos de nos queixarmos, de nos satisfazermos com a mediocridade ambiente e de esperamos serenamente o declínio do nosso país. Os nossos antepassados nunca haverão de nos perdoar, nem os nossos filhos e netos, nem nos próprios não nos podemos contentar com isto. Poderemos nunca sermos ricos, mas infelizes já o somos demasiado!

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  61. Luis Miguel Costa permalink
    7 Outubro, 2012 21:57

    Finalmente, alguém diz e documenta algumas verdades. Só falta o essencial – 70% da despesa pública é para pagar salários. neo-liberalismo ou teimosia em nao querer olhar o que acontece na Europa e sobretudo no mundo. É simplesmente insustentável. Ninguém se preocupa com a liberalização dos despedimentos no sector privado, mas no público continua a ser tabu. Até o Tribunal de Contas compara o que não é comparável. Para que serviu o simplex ? Pois, eu acho que era muito mais importante manter e até aumentar certo tipo de investimentos do que manter funcionários que até acham que não têm o dever de ser avaliados no exercício das suas funções, como se no público só houvesse bons “empregados”. Quem fala em beo-liberalismo confunde a histeria e especulação bolsista e “tapa” os verdadeiros problemas. Assim, o problema da dependência do Estado, nunca se resolverá. Não deveria haver parcerias “Público-Privadas”, mas “Privadas-Públicas”. Insisto: neo-liberalismo, não é a mesma coisa que liberalismo. Assim como “ditadura” de supostos iluminados, alguns referidos no artigo, nada tem a ver com “democracia”.

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  62. DSC permalink
    8 Outubro, 2012 07:59

    Nada, rigorasamente nada trará resultados se não se mexer nessa vaca sagrada, podre, corrupta e instrumentalizada que é a Justiça em Portugal.

    Resolvam a Justiça em Portugal e resolvem muita coisa.

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  1. Anónimo

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