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I come in peace

27 Julho, 2014

I-come-in-peaceToda a gente aponta o ingrediente em falta, o Santo Graal que permitiria transformar o país num portento europeu através de um modelo de desenvolvimento que, tal como com os Descobrimentos, abriria as portas à era dourada para o menino e para menina portadores de cartão de cidadão. Uns apontam a justiça, outros o combate à corrupção, outros ainda – normalmente típicos parolos urbanos indignados por terem nascido, uma espécie de adolescentes tardios My Chemical Romance – a formação e qualificação, com as inevitáveis cultura e ciência na dianteira. Há um eventual Pedro Nunes em potência em cada candidato a bolseiro nos pós-doutoramentos de indivíduos cujo único emprego foi o de registar produtos na caixa do hipermercado, isto na versão optimista. Há um Miró em cada criança diagnosticada como hiperactiva aos 18 dias, uma espécie de teste do pezinho à lassidão patarata dos papás urbanos que adoram as férias em Cabo Verde.

Ninguém ou quase ninguém propõe o inverso. São poucos os que sugerem ser o excessivo peso do bedelho estatal a causa das próprias deficiências que, em conversa de taberneiro habituado a manter clientela, com caridosa “sensibilidade social” pretende apaticamente fingir colmatar.

O estado-alcoviteira tem dessas coisas: não faltam candidatos à Brízida Vaz do momento, com as suas questões estruturais, substituindo a promessa de vida eterna pela arquitectura social do “agora é que é”. E enquanto assim for, é garantido que assim será, para a remissão dos pecados, a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há-de vir, agora e sempre.

20 comentários leave one →
  1. 27 Julho, 2014 20:35

    Caro Blasfemo –

    Entendo os argumentos e a sua indignação, mas temo que por vezes generalize demasiado. “Há um eventual Pedro Nunes em potência em cada candidato a bolseiro nos pós-doutoramentos de indivíduos cujo único emprego foi o de registar produtos na caixa do hipermercado, isto na versão optimista.” Isto é um pouco exagerado, não acha? Os nossos candidatos a pós-doutoramento são de bom nível, geralmente, especialmente nas Ciências. Portanto, eu diria que, de certo modo, há um Pedro Nunes em cada português, sendo muito optimista num dia de verão bem passado 😉

    Saudações, A.F.

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    • Euro2cent permalink
      27 Julho, 2014 21:55

      É uma ferroada no “investimento” na educação que não rende patacas, nem a curto nem a longo prazo, sem uma economia e empresas que o aproveitem. Assim é só “cargo cult”, como construir pistas para fazer aterrar aviões cheios de Coca-Cola.

      De momento estamos a exportar jovens educados à custa dos portugueses para o estrangeiro. São de boa qualidade, como diz, mas o investimento é ruinoso. Mas os ingleses e alemães agradecem.

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      • Abre-latas permalink
        28 Julho, 2014 00:05

        Gosto sempre de teorias tipo: “os ingleses e alemães aproveitam os jovens portugueses formados em Portugal”.
        O que seria dos ingleses e alemães sem nós! Coitados!

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      • joaquim permalink
        28 Julho, 2014 09:20

        De acordo consigo euro2cent .

        A educação em Portugal como está é dos investimentos mais ruinosos que temos . A escola não dá o que precisamos e o que dá sai caríssimo. Confesso que me preocupa a situação .

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  2. lucklucky permalink
    27 Julho, 2014 21:19

    Alguém me explique…. Toda a Esquerda critica os empresários portugueses, dizendo que não querem empresas baratuchas, mas nada na Educação Socialista que temos, é feito para criar os empresários que a Esquerda diz querer…

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    • PiErre permalink
      27 Julho, 2014 21:53

      Os “empresários” que a Esquerda quer são aqueles que só arriscam o dinheiro que não é deles. Ou seja, são os políticos e quejandos (amigos, afilhados, apoiantes, etc.).

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      • nuno granja permalink
        28 Julho, 2014 08:05

        E eu a pensar que o Carvalho da Silva depois de anos a explicar como os empresários devem actuar iria formar uma empresa de sucesso depois de sair da CGTP…. mas não

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      • PiErre permalink
        28 Julho, 2014 09:24

        Empresa de sucesso?! Mas… a CGTP já é uma empresa de grande sucesso e sem risco nenhum! Para quê formar outra?

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  3. Eleutério Viegas permalink
    27 Julho, 2014 22:16

    Não há pachorra para endeusamento de “bronzeados” pelo pessoal da “cu-monicação” (sou disléxico)… Primeiro foi o Obama, agora este… O que é que os branquinhos têm de mal? Alguns, quando vão à praia aproximam-se disto… Outros não… E qual o problema? Não é “todos diferentes, todos iguais”?

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    • gastão permalink
      28 Julho, 2014 14:13

      Apoiante tipo do FN… perdão do Balsfémias.

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      • Eleutério Viegas permalink
        28 Julho, 2014 22:16

        Gastãozito, precisas de apanhar um escaldão… Ou não, se já és bronzeado.

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  4. Procópio permalink
    27 Julho, 2014 23:06

    A dívida de hoje é a dívida registada. O sr. costa quer voltar à não registada.
    Será que os credores e a maioria dos portugueses o vão deixar?
    Usa como ninguém os trampolins certos para cargos mais altos. Lisboa serve apenas para chegar a Primeiro-Ministro ou a candidato do PS a Belém.
    Da tática faz parte aparecer na Quadratura do Círculo muito moderado e aparentemente responsável, tirando partido da posição do amigo Pacheco sempre recalcitrante, inimigo fidagal do governo. Um apoio escandaloso e indisfarçável que, se as coisas correm de feição será bem retribuído. Mas atenção, haverá outros pesos pesados, só na aparência em quadrantes diversos:

    Mário Soares, João Soares, Armando Vara, Isaltino de Morais, Joaquim Raposo, Vasco Franco, Jorge Coelho, António Costa, Paulo Pedroso, Sousa Lara, Carlos Zorrinho, Henrique Neto, Ezequiel Lino, Rui Novo da Silva, Almeida Santos, Maria Belo, José Penedos, Paulo Penedos, Artur Penedos, José Sá Fernandes, Fernando Nobre, Jaime Gama, Ricardo Sá Fernandes, Luís Filipe Arnaut, Rui Pena, José Manuel Durão Barroso, António Reis, Rui Pedro Soares, Emídio Rangel, Maria Barroso, Maldonado Gonelha, Alberto Costa, Almerindo Marques, Augusto Santos Silva, Troufa Real, Arons de Carvalho, António Vitorino, Basílio Horta, Cândida Almeida, Noronha do Nascimento, Carlos Santos Ferreira, Paulo Moita de Macedo, José Cravinho, Miguel Júdice, Dias Loureiro, Edite Estrela, Ferro Rodrigues, António Mexia, Germano de Sousa, Jorge Sampaio, João Proença, Jorge Vasconcelos, José Magalhães, Mário Lino, Moita Flores, Murteira Nabo, Nuno Vasconcelos, Padre Melícias, Pedro Silva Pereira, Rui Pereira, Ricardo Rodrigues, Rui Paulo Figueiredo, Rui Vilar, Sérgio Sousa Pinto, Teixeira Santos, Strecht Monteiro, Vieira da Silva, Vítor Constâncio, Vítor Ramalho, Alberto Martins, Vasco Lourenço e José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.

    Daí que o ritual se vá processando com apoios fortes dos media conspurcados, de recursos fartos e de traições previsíveis. O Seguro bem pode precaver-se dos incensos.

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  5. Procópio permalink
    28 Julho, 2014 00:36

    O candidato às primárias do PS António José Seguro sugeriu hoje ao seu adversário, António Costa, que diga “qualquer coisa de diferente e de novo” e não ande a repetir as suas ideias.
    Ele já disse:
    “António Costa defendeu hoje que os atuais pensionistas vejam as suas pensões repostas, acabando com os cortes, alegando que não são as pensões que recebem que impedem a sustentabilidade da Segurança Social. Discursando em Buarcos, Figueira da Foz, num almoço com cerca de 150 apoiantes, fez menção de “estabilizar de uma vez por todas as pensões já formadas”, acabando com os cortes “porque as pessoas têm direito a ganhar a pensão que constituíram e que não lhes deve ser retirada”.
    Eh pá, porreiro, estamos como queremos! Este é o homem por quem esperávamos!
    Alguém tem dúvidas?

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  6. juniper permalink
    28 Julho, 2014 02:15

    Sugira uma única pessoa que não seja política capaz de gerir um banco como o BES.

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    • 28 Julho, 2014 08:01

      Medina Ferreira?
      José Gomes Ferreira?
      Nicolau Santos?
      Qualquer dos comentadores de economia das televisões?
      Eu?

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      • Churchill permalink
        28 Julho, 2014 10:20

        O 1º foi ministro das finanças na nacionalização do banco.
        O 2º agora tem a mania que sabe tudo, porque “umas fontes” lhe contam
        O 3º é palerma.

        O Fado ainda seria a melhor opção

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      • A.Lopes permalink
        28 Julho, 2014 15:01

        Quis dizer Medina CARREIRA?

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    • Churchill permalink
      28 Julho, 2014 10:17

      O que é isso de ser político?
      O Vitor Bento não é militante e pelo que consta nunca teve um cargo político, nem deputado municipal.
      O Moreira Rato fez a carreira (curta que tem 40 anos) no sector privado e estava no Instituto de gestão da divida.

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