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o choradinho do mercado

11 Agosto, 2014
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Um dos equívocos que resulta desta história do BES é a ideia de que, mais uma vez, o facto de uma empresa privada estoirar demonstra a ineficiência do mercado e a ausência de regulação estatal do mesmo. Ora, supondo, por absurdo, que o mercado financeiro prime pela ausência de regulação estatal, só isso não seria suficiente para considerar haver aí um mercado livre. Para haver mercado não basta que existam empresas privadas ou ausência de estado. Este é um erro comum em que incorrem, com insistência, os socialistas de todas as ideologias e partidos, fazendo-o quase sempre em proveito próprio, para esconderem as suas próprias ineficiências. Para haver mercado são necessárias, pelo menos, três condições cumulativas e não alternativas: propriedade privada, concorrências e ausência de estado. Ou seja, se um sector da economia tiver, por hipótese, duas ou três grandes empresas que o monopolizem, que estão no mercado sozinhas graças a licenciamentos e a decisões não dos consumidores mas dos decisores públicos, estaremos muito distantes de uma verdadeira economia de mercado, onde o jogo da oferta e da procura e a satisfação ou insatisfação directa dos consumidores determinam a produção. A isso poderá chamar-se nomes diversos: estatismo, socialismo, corporativismo, fascismo, social-democracia, etc. Não deixam de ser, entre si, coisas muito semelhantes em termos económicos. Mas economia de mercado é que não e confundir os conceitos não passa de um embuste para esconder as verdadeiras razões dos problemas. Tal e qual fez José Sócrates quando nos entregou um país em dobro endividado em relação ao que recebera seis anos antes.

24 comentários leave one →
  1. vortex permalink
    11 Agosto, 2014 11:34

    repetirei ad nausem, eu que nunca fui anti-nada e maçon tolerante do gol

    Desde 25.iv que vivo na casa ensombrada que o socialismo criou para instalar o MONSTRO que devora os contribuintes, mansão cheia de ratos vorazes reunidos ao som de várias flautas de Hamlim
    O americano Noël Carroll (born 1947) descreve em The Philosophy of Horror, or Paradoxes of the Heart (1990) que este desfaz em pedaços a condição humana.

    Apresenta várias máscaras como Drácula e Frankenstein

    Sisifo e Tântalo vigiam

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  2. 11 Agosto, 2014 11:36

    Já que sabe tão bem como se faz uma economia de mercado, diga-nos lá como tem concorrência se não existirem autoridades para a gerir?
    No mundo real, deixe-nos lá o ideal da Alice no País das Maravilhas.

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    • rui a. permalink*
      11 Agosto, 2014 11:47

      Como diz? Vc. pensa que só Portugal é que tem “economia” e que a economia é uma coisa que se “faça”? E pensa também que as coisas foram sempre como nas últimas décadas, ou que são todas iguais ao que aqui temos? E acha que as relações entre empresas e clientes e entre as empresas uma com as outras carecem de “autoridades” para as determinar? Ora diga-me lá a quem pede vc. autorização para tomar café todas as manhãs?

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      • 11 Agosto, 2014 11:53

        De manhã para beber café peço à minha carteira se tem fundos para isso.
        Mas se todos os cafés do concelho forem comprados pela Sonae e aumentarem o preço para o triplo vou fazer queixa à autoridade da concorrência.
        Todos os casos de economia que conheço tem regras anti-monopólio, e uma autoridade para as gerir. Se conhece alguma que assim não seja faça o favor de indicar.

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      • 11 Agosto, 2014 11:58

        Churchill, isso é uma falácia. O facto de existirem “regras anti-monopólio” ou autoridade não implica que tenham de existir. Num mercado sem barreiras à entrada, geralmente elevadas pelo benevolente Estado com regulações, regulamentações e derivações, a concorrência existe naturalmente, como sempre existiu.

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      • Eleutério Viegas permalink
        11 Agosto, 2014 12:01

        Este Churchill deve ser um neto desnaturado do outro… Muito menos neurónios…

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      • 11 Agosto, 2014 12:46

        Lopes
        Não é uma falácia obrigatória mas é a realidade.
        Em teoria gostava do liberalismo puro ou do socialismo puro, mas infelizmente isto é feito por pessoas e algumas só estão bem com o mal das outras.
        Até nesta coisa do BES e família ES, a grande Maria da comunicação social que durante anos sobreviveu com milhões em publicidade descobriu agora que não gosta deles, mas sempre recebeu e até como o Henrique Monteiro do Expresso numa altura em que não lhe deram mama se veio queixar.
        Deixar o mercado entregue a autoregulação não se conhece com bom resultado e lado nenhum. Se souber de algo diga.

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      • 11 Agosto, 2014 12:48

        Viegas
        É preferível ter poucos neurónios e usá-los do que grunhir alarvidades no meio de uma conversa de adultos.

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      • 11 Agosto, 2014 13:51

        “Mas se todos os cafés do concelho forem comprados pela Sonae e aumentarem o preço para o triplo vou fazer queixa à autoridade da concorrência.”

        Churchill,
        Se a Sonae aumentar o preco do cafe para o triplo, voce e muitos outros deixam de beber cafe e a Sonae e’ “obrigada” a baixar o preco, se quiser continuar a vender cafe’.
        Paralelamente, ja’ que a Sonae nao detem nenhuma licenca que lhes permite ser o unico vendedor de cafe, depressa surgirao outros vendedores de cafe, dispostos a vender-lhe o cafe a um preco mais baixo.

        O Churchill acredita que a Sonae aumentaria o cafe para o triplo e, para evitar isso, precisa da “autoridade da concorrencia”. Fica a pergunta: quando o governo aumenta os impostos para o triplo, a que “autoridade da concorrencia” vai o meu amigo queixar-se? Ja parou para pensar porque e’ que os seus impostos sao tao altos?

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    • 11 Agosto, 2014 11:52

      Desde os idos que existiam mercados, agregações onde as pessoas vendiam o que não lhes interessava e compravam o que pretendiam. E entre os romanos e os filisteus, tanto produtores como mercadores gozavam de liberdade (quase) total para praticar o “preço justo”, que era, sabiamente, o preço de mercado. Não existia qualquer intervenção do Estado, até que este decidiu banir a “usura” ou os preços elevados, por decreto canónico ou por interpretação falaciosa dos juristas de então.

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      • 11 Agosto, 2014 11:57

        Isso era no tempo da Alice, quando o objectivo era a subsistência.
        Infelizmente o homem ficou ganancioso e a praticar preços justos ninguém acumula o suficiente para trocar de Porsche de 4 em 4 anos.

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      • 11 Agosto, 2014 12:00

        Preço justo é o preço de mercado. Se o bem é escasso, é mais elevado. E é precisamente por existir gente gananciosa que se davam ao trabalho de levar bens de onde estes eram abundantes (logo, baratos) para sítios onde estes eram escassos (logo, caros). Não foi coincidência que um dos primeiros grandes mercados de comércio tenha sido numa zona onde a agricultura era quase inexistente, o Levante.

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      • 11 Agosto, 2014 15:33

        O mercado no Império Romano era fortemente regulado e não era concorrencial com o sentido que lhe damos hoje (já deve ter ouvido falar de colónias, da distribuição de pão à plebe e dos saques e tributos associados às conquistas).
        Quando não encontramos senão exemplos errados, devíamos desconfiar se haverá algum certo,

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      • 11 Agosto, 2014 22:04

        Confundirá porventura Vossa Excelência a noção de usura com a sua denominação como contrária ao credo? Entre o tempo que cita e S. Tomás de Aquino vão séculos. E nesse entretanto? A usura (e sua notação como excesso) supera qualquer dogma religioso e se não a tem como tal espera-se o seu ensaio histórico-filosófico.

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  3. 11 Agosto, 2014 12:22

    rui a, diga-me em que empresas está o estado neste momento? diga-me qual foi o contributo do privado para a “narrativa da bancarrota”, e já agora diga-me quem foi que na democracia portuguesa conseguiu um deficite abaixo dos 2.7% corrigindo o deficte de 6.8 herdado da direita. quem foi esse pm! diga ,diga não tenha vergonha, pois ela já é pouca. o ps é um partido social democrata,o socialismo tambem já foi defendido pelo psd no tempo do sa carneiro. o psd é uma especie de arco iris tem de todas as cores: ultra liberais,fascistas escondidos,alguns socias democratas e infelizmente tambem tem ladroes que agravaram o deficite e de que maneira.e até assassinos.tenha um pouco de pudor!

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    • rui a. permalink*
      11 Agosto, 2014 12:35

      Em todas e muito fortemente. Desde os impostos que pagam, até às regulamentações a que têm que obedecer, ou será que julga que o intervencionismo se manifesta somente quando o estado se apropria do capital das empresas? Isso tem outro nome: comunismo. É capaz de não lhe desagradar…

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      • 11 Agosto, 2014 16:57

        em todas,como assim! só se forem por pagar impostos.até os ctt foram à vida quando dava lucros fabulosos, e prestavam um serviço social que hoje não fazem,para prejuizo das populaçoes.outro dia fui lá levantar uma carta,para meu espanto,a senhora que me atendeu queria vender-me um bilhete da lotaria.o privado consegue muito dos seus lucros`a custa de uma maior exploraçao.o nosso amigo passos coelho em 2008 defendia a privatizaçao da cgd.anda muito caladinho! rui a, a blogosfera tem um defeito grave,é o não sabermos a idade de quem nos questiona.eu um homem com responsabilidades familiares há varios anos,posso estar a conversar,com um jotinha,que vai comer e dormir todos os dias à pala dos pais,e com esta boa vida boa, vem mandar bitaites !. para essa gente é tudo comunas. nota: quantas empresas o estado salvou da falencia? nã sabe foram muitas. diga quais sao as empresas publicas que o impedem de ser um verdadeiro social democrata.trabalhei numa empresa publica que produzia papel, e pasta de papel. vendia papel e pasta de pinho branqueada às papeleiras nacionais com 30% de desconto para as empresas poderem laborar.um gestão do psd,acabou com essa politica foram à falencia muitas dezenas de empresas e muitos milhares de trabalhadores no desemprego.ano de 1980/82 ficaram os grandes.esta politica não era comunista (ideologia que combato ferozmente) mas social que mantinha as empresas a laborar e os trabalhadores no activo.a direita andou a meter dinheiro nos texteis para os patroes derreteram dinheiro nos ferraris e depois fecharem a fabrica. .barcos destruidos na pesca e a agricultura destruida.está a renascer das cinzas graças á politica dos socialistas com a construçao da barragem do alqueva. boas.

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    • Alexandre Carvalho da Silveira permalink
      11 Agosto, 2014 14:06

      Ontem vi um filme de cobóis da série C muito mais credivel do que a narrativa dos défices de 6,8% e de 2,7%. Nem o défice de 2005 seria de 6,8% se tivessem tomado as medidas necessárias, nem os governos Sócrates tiveram défices abaixo dos 3%; nem em 2007, ano em que foi 3,2%.
      Quanto ao resto, é a conversa de latrina tipo “Porcorações”.

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    • 11 Agosto, 2014 16:13

      Com swaps, receitas extraordinarias, concessoes de barragens e PPPs ruinosas, e desorçamentaçao via empresas publicas ou sem isso? Estara a falar no governo que mesmo com as manifancias que referi deixou um defice de 10% em 2009 e 2010? E que estava a meter dinheiro em tudo que era empresa falida, para nao falar no BPN e na aquisicao do BCP? Ou que emprestou à Ongoing num plano de controlo da comunicacao social? Nesse caso so pode estar a falar do sr. Engenheiro tecnico Jose Socrates Pinto de Sousa!

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  4. neotonto permalink
    11 Agosto, 2014 13:02

    Não foi coincidência que um dos primeiros grandes mercados de comércio tenha sido numa zona onde a agricultura era quase inexistente, o Levante.

    .

    Um dia destes vamos levantarmos e descobrir ( quase com tuda certeza e mais pronto do que tarde) que o buraco do BES vem de inversoes mal realizadas em lugares onde há mercados doutro-tipo-que-nao-os- financieiros. Mas como havia a certeza de que tampouco havía por lá demasiados reguladores…
    Muito mais ao Sur do Levante, claro.

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  5. JCA permalink
    11 Agosto, 2014 16:18

    .
    Tanta conversa para nada. Quem cria nova ou mais massa monetária é que manda nisto tudo.
    .
    Se é legitimo ou ilegitimo é conversa para as infindaveis conversas e discussões de ‘alto novel inteletual’ de chacha das elites teoricas das universidades afogados em livralhadas e outros que tais declamadores de teorias, fantasias e poemas a cantarolarem nas comunicações sociais como repetidores sem nada de novo. Apenas imitadores.
    .
    A sopa não se compra com papeis voto mas com papeis dinheiro. É o drama desta III Republica, o seu sonho. Se se conseguir ainda ancorar a quem pensa que é preciso dar-lhe a volta sem teorias e cantorias salvar-se-á ou salvar-se-ia. Se não teimarem que a taça é deles, tudo bem a vida continua e o Tempo aliminá-los-à naturalmente. É a vida. Como queiram enquamto mandem.. mas que assim não vão longe, lá isso é. Nem é preciso ser muito esperto ou inteligente para vê-lo.
    .
    Como tal.
    .

    .

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  6. tripeiro permalink
    11 Agosto, 2014 16:31

    Os comunistas também achavam que cada projecto falhado de estado comunista tinha uma qualquer desculpa para nunca funcionar. Agora o problema do BES e similares é não ter tido “mercado” e ausência de estado suficiente? Poupem-me.

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    • joao lopes permalink
      11 Agosto, 2014 16:37

      a direita adepta do “capitalismo de casino” levou uma martelada tão grande com o caso BES que ficou choné de todo.temos pena,mas qual a parte da frase(nao ha dinheiro) voces nao percebem?

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  7. JCA permalink
    11 Agosto, 2014 16:36

    .
    Depois surgem por aí uns liricos convencidos ue o Mundo acaba ali em Badajoz a pregarem contra os offshores e tal e coisa e coisa e tal, tal qual zarolhos a quererem acertar no alvo ainda por cima com o raio da coronha da espingarda torta,
    .
    ou

    coitados dos banqueiros que à ganancia (mas estes safam-se bem) a trabalharem com eles vendendo a alma, o SACRO SEGREDO BANCÁRIO, e quando o desrespeitaram largo agora queixam-se que o feitiço se virou contra o feiticeiro,
    .
    a ironia é que com tanta ‘ciencia’ e ‘catedratismo’ espalharam-se todos. E é o salve-se quem puder:
    .
    os de cima roubam e roubarão com a ponta da caneta, os debaixo roubam ou roubarão com a ponta da fusca ou da naifa,
    .
    e assim não vamos muito mais longe. A Governança apenas aperfeiçoará o,
    .

    os de cima roubam e roubarão com a ponta da caneta, os debaixo roubam ou roubarão com a ponta da fusca ou da naifa,
    .
    é e será, continuará a ser, lindo de se ver pois nada de diferente há ou haverá com esta rapaziada nova de idade mas velha de ideias em poleiro.
    .
    A vida continua. Soma e segue inté.
    .

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