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Homofóbicos e homofóbico-fóbicos

20 Outubro, 2014

A grande maioria dos pais espera que os seus filhos sejam heterossexuais. Não é uma questão de fobia, como os que se refugiam em reductio ad brutus pretendem passar: é uma questão óbvia de descendência e expectativa razoável de que, através de convencional relação heterossexual, os filhos lhes providenciarão a oportunidade de se tornarem avós biológicos. Isto antecede qualquer outra consideração de conflito e aceitação social, por muito chanfrado que seja o argumentador progressista que vos tente contrariar (normalmente insultando a vossa mãe). No entanto, ter filhos homossexuais tem as suas vantagens, como Jenny McCarthy pode atestar: para a radialista, um filho gay permite partilhar o prazer pelas compras ou o pragmatismo de penteados partilhados.

Há aqui um pequeno conflito de pontos de vista. O progressista permanentemente irado – característica excessivamente abundante em activistas para ser mera coincidência – já estaria pronto para disparar, graças à frase dos avós, pelo estereotipo de família dita convencional que, na sua imbecilidade, determinou ser o ponto deste post, não fosse a apresentação imediata de um exemplo de estereotipo ligeiramente mais aceitável, a do gay que gosta de compras e com tiques de cabeleireiro. No fundo, o problema não é o estereotipo e sim a levemente articulada bondade de quem o emite.

Progressivamente, a homofobia – termo cuja utilização disparou em 2011 – passa a dar lugar ao homofóbico-fóbico, a fobia em segundo grau que caracteriza pessoas com fobia a quem diagnosticaram taxativamente e solitariamente como homofóbicos. Qualquer um pode diagnosticar o que quiser, por isso tudo isto é normal: o progressista vive obcecado com o que ele próprio sente, que é tão-tão-tão importante em relação ao que os outros sentem que é mais que óbvio ser obrigação da sociedade aceitar as premissas de candura nas pretensões que pretende impor. É a essência do socialismo, seja moderno, seja o que for.

Tendência de busca de 'homophobic'.

Tendência de busca de ‘homophobic’.

A questão é muito mais simples: a grande maioria das pessoas é banal. Por isso mesmo, a grande maioria das pessoas nem se lembra de comentar o quão interessante seria ter um filho gay ou, cruzes, o quão um prontamente diagnosticado homofóbico devia ter um filho gay, como se a homossexualidade do filho servisse o propósito de punição para o pai.

Roger Ebert disse-o melhor a propósito de uma questão relacionada com o filme Brüno: I didn’t use the word “stereotype” in my review, and Brüno in my opinion is not a stereotype of any human being living or dead. Anyone who thinks he is “an average gay man” is a below-average average idiot.

Seria extremamente interessante que o progressista que se queixa de estereótipos começasse por deixar de estereotipar quem dele discorda. No entanto, a grande maioria dos progressistas é demasiado idiota para o compreender.

36 comentários leave one →
  1. 20 Outubro, 2014 13:59

    É a Inquisição dos tempos modernos.

    Mas convinha saber quem é que tem conseguido fazer aprovar legislação na ONU e UE com estes ditos crimes de ódio.

    Porque isto é mais que moda. É lobby poderosíssimo.

    Só a título de exemplo: quem é que financia por cá o festival de cinema gay e lésbico?

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  2. manuel permalink
    20 Outubro, 2014 14:07

    Mas o VC agora é lebre do BE? Bem ,talvez porque estamos a chegar aos fiéis e temos de comprar as velas e as flores para os defuntos!

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  3. 20 Outubro, 2014 14:09

    Os artistas da 19 sabem onde ir:

    http://dezanove.pt/israelitas-nudistas-next-door-gay-men-675364

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  4. EMS permalink
    20 Outubro, 2014 14:41

    “A grande maioria dos pais espera que os seus filhos sejam heterossexuais.”

    A grande maioria dos pais espera que os seus filhos sejam felizes.

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    • 20 Outubro, 2014 14:44

      “Papá, eu sou feliz a amputar vacas”.

      Bom argumento pro-necrofilia.

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      • EMS permalink
        20 Outubro, 2014 14:55

        Nunca imaginei que o Vitor fosse contra uma nobre e antiga tradição cultural iberica.

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      • Pedro Paz permalink
        23 Outubro, 2014 11:31

        As vacas aqui não teriam uma palavra a dizer? Havia uma que queria casar-se comigo, credo. Ainda bem que a desfiz em bifes. Não sou bovinofóbico.

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      • 23 Outubro, 2014 13:56

        Pois eu não alinho em zooófilia. Sou vegetariano.

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    • Reclamemos Prostitutas permalink
      20 Outubro, 2014 15:05

      A grande maioria dos pais esperam que os filhos sejam heterosexuais felizes.

      Quer apostar?

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      • EMS permalink
        20 Outubro, 2014 15:32

        Talvez. Mas se os filhos não forem heterosexuais que sejam pelo menos felizes.
        A alternativa é infernizar-lhes a vida de forma a que não sejam nem heterosexuais nem felizes.

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      • 20 Outubro, 2014 15:33

        A alternativa a uma coisa é um número infinito de coisas num universo a cores.

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    • 20 Outubro, 2014 21:58

      Não me quero meter nesta animada discussão mas, um dia, uma grande amiga chamou-me à parte e com lágrimas nos olhos confessou-me que a filha era lésbica.
      A filha podia estar muito feliz, ela não o estava certamente.

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  5. Anti-gatunagem permalink
    20 Outubro, 2014 15:26

    Esses idiotas são as “BE-A-TAS” dessa seita.

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  6. Ana Vasconcelos permalink
    20 Outubro, 2014 15:57

    E proque é que perdemos tempo a discutir o sexo dos anjos?

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  7. vortex permalink
    20 Outubro, 2014 18:42

    o homem é o único animal que leva no cu

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    • EMS permalink
      20 Outubro, 2014 22:40

      As galinhas também.

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    • 20 Outubro, 2014 22:47

      Errado, quem leva no cú são os panascas, os homens não.

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    • 21 Outubro, 2014 10:46

      Vortex
      Há sempre alguém para estragar um excelente post como este e você é o exemplo acabado. É que vossemecê percebe imenso de cus, agora de homens e de animais não percebe nadinha!

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  8. 20 Outubro, 2014 20:44

    O que está agora na berra é a heterofobia. Não se pode mostrar preferência pelos heteros , cai o Carmo e a trindade em cima duma pessoa . acho que deviamos lutar seriamente contra a heterofobia que grassa nestes tempos pos pos pos modernos ♠ 🙂

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  9. vsantos permalink
    20 Outubro, 2014 21:29

    A homossexualidade é um comportamento que nenhuma família deseja para os seus descendentes. Quem disser o contrário mente. A tradição assenta nas coisas consideradas boas e morais que avós ensinam a filhos e estes por sua vez aos seus filhos. Quando atacam a igreja porque considera imoral a homossexualidade, também têm que atacar as famílias, pois estas também consideram imoral a homossexualidade. Imoral no sentido em que vai contra a normalidade social, vai contra tudo o que nos foi ensinado e contra a própria natureza humana e o seu sentido biológico. É verdade que toda a regra tem a sua excepção e nesse caso todos devemos ser tolerantes. Mas daí a promover o comportamento homossexual vai uma grande distância. E promove-lo nas escolas, nas novelas, nos filmes, através dos tribunais ( caso EUA/ versus voto popular), ou seja à força, é uma forma ditatorial de impor à maioria da sociedade aquilo que ela não quer.

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    • Pedro Paz permalink
      21 Outubro, 2014 17:08

      a homossexualidade é um comportamento que ninguém quer para os seus descendentes porque há demasiada gente que acha que isso é indecente. logo ninguém quer que os filhos sejam discriminados por serem indecentes. mude-se a sociedade então.
      deus criou, cria e criará pessoas homossexuais. imoral é um rótulo dado por muitas pessoas, não por deus – ou não os criaria. ou você quer corrigir deus?

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      • vsantos permalink
        21 Outubro, 2014 18:28

        Pedro, Deus criou o homem e a mulher e criou tb o livre-arbítrio. Mas tb criou um código moral com consequências. Pelo seu prisma, teríamos que ´tolerar e promover a pedofilia ( pq D. os criou assim), o incesto, a poligamia, o bestialismo, o assassínio etc…..Tal com eu tenho o dever de tolerar (mas não promover ou aplaudir ) tb o Pedro tem o dever de tolerar que a maioria da sociedade se mova de acordo com códigos de moralidade que podem não coincidir com os seus.

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  10. 20 Outubro, 2014 21:51

    A maioria dos filhos não sabe o que quer.
    E os pais também – nem para si próprios, quanto mais para os filhos.

    Como dizia o pragmático: “um gajo quer é vir-se, rir-se, dar ao cu – e sacudir-se”.

    Desculpem lá: nem todos podem ser einsteins e freuds…

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  11. ingenuo permalink
    21 Outubro, 2014 09:00

    qualquer dia é obrigatório…

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  12. 21 Outubro, 2014 19:04

    Em tempos interroguei os filólogos sobre a formação do termo homofobia.
    Recomendo a leitura desta ligação extremamente pertinente:
    http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=29159

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    • 23 Outubro, 2014 14:02

      è pá, qualquer pessoa com o antigo 7º ano sabia. Fobos- medo- homo- semelhante.

      O labrego que traduziu o étimo homo por homossexual é um analfa.

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    • 23 Outubro, 2014 14:04

      Pela lógica do retardado as palavras homónimas e homófonas também eram todas homossexuais de nome ou da boca para fora.

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  13. Joao M permalink
    26 Outubro, 2014 08:33

    vsantos, refere que “teríamos que tolerar e promover a pedofilia ( pq D. os criou assim), o incesto, a poligamia, o bestialismo, o assassínio etc…”. Este argumento não é válido porque:
    – o incesto pode ser entre pessoas do mesmo e de sexo diferente, logo não é exemplo justificativo para condenar uma relação entre pessoas do mesmo sexo;
    – bestialismo e assassínio idem;
    Convém também denotar que assassínio não é sequer uma relação saudável entre duas pessoas, de livre vontade e que não prejudica terceiros. Não compreendo o argumento portanto.
    Bestialismo… Pode ser mais específico?
    Também refere para além de tolerar promover. Quem promove o quê? Nunca ouvi ninguém dizer a ninguém para deixar de ser heterossexual e para ser homossexual que isso é melhor. Eu chamar-lhe-ia visibilidade em vez de promoção. Se tiver dúvidas acerca da importância da visibilidade posso elaborar.
    Já agora, seria vantajoso referir em que é que uma relação entre pessoas do mesmo sexo prejudica terceiros.
    Na minha opinião não prejudica em absolutamente nada e as pessoas que condenam fazem-no com base em preconceito infundado que, lamento dizer, vai contra o que se consideram ser os valores humanos dos dias de hoje – em contraposição, por exemplo, aos valores digamos da idade média ou de outra altura qualquer – lembro-me agora a altura em que os valores sociais ditavam que as mulheres não podiam votar.

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