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Mandem dinheiro senão juro que me atiro da janela

5 Janeiro, 2015

Se o resgate à Grécia foi para “salvar a banca alemã”, se a “dívida pública é impagável e impede o crescimento”, daqui decorre que a Grécia, além do perdão da dívida, quer também não voltar a ter hipótese de se endividar desta forma (para não cair em situação de “dívida impagável”, que impede o crescimento e porque não é sua função salvar a banca alemã). Assim sendo, porque seria a saída da Grécia do euro uma “chantagem”? Na realidade, é exactamente o que eles dizem querer: não mais contribuir para “salvar a banca alemã”. Ou então, talvez não seja bem isso que querem, talvez só queiram mais uma moedinha, que só falta um bocadinho para o bilhete de comboio:

(…)we fight for a radical change in the role and the function of the ECB, so that it becomes
a lender of last resort and offer loans directly to over-indebted member-states.

A Grécia pode ter um “Banco Central Europeu” sem “salvar a banca alemã”: basta que o banco central grego não tenha qualquer relação com a banca alemã. Para tal é só abandonarem a ideia de partilhar a moeda com os bancos alemães. Onde está a chantagem? Agarrem-me que eu vou-lhe às trombas?

15 comentários leave one →
  1. 5 Janeiro, 2015 11:04

    A Grécia voltou a ser modelo. Quem diria? O tempo começa a voltar para trás, mas com muita força. Não havia necessidade!

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  2. lucklucky permalink
    5 Janeiro, 2015 11:19

    Basicamente a ideia dos Socialistas de Esquerda e Direita é:
    A Dívida coloca em causa o crescimento por isso devemos cancelar esta e fazer mais Dívida que vai colocar em causa o crescimento.

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  3. ferrão permalink
    5 Janeiro, 2015 12:13

    Peter Bofinger, asesor económico del gobierno alemán, lo expresó muy claramente: “Esta ayuda no es a estos países en problemas (como España), sino a nuestros propios bancos que poseen una gran cantidad de deuda privada en esos países.” (Pratap Chatterjee “Bailing out Germany: The Story Behind the European Financial Costs” [28/05/42]).

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  4. manuel permalink
    5 Janeiro, 2015 12:19

    É recomendável que seguremos as carteiras, só vai perder quem tem capital. Lá terá de ser um novo perdão de dívida, como alternativa, terramoto financeiro e lá se iam as poupanças do velhotes da europa, américa e japão. É inexorável o empobrecimento da europa, considerando crescimentos anémicos e deflação, por muitos euros que a rotativa do BCE ponha no mercado. E havemos de chegar ao anacronismo do Japão, que se prepara para dar vales para compras às pessoas!

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  5. BEIRAODOS SETECOSTADOS permalink
    5 Janeiro, 2015 15:09

    For Greece as for any Country that imposes Economic Austerity to the Population at Large,
    cutting Social Services etc. to repay Bad Bank Loans and Bonds doesn’t really heal the system, it is only an “arrangement” orchestrated by International Bankers & Insurers to get
    their Money back after making risky investments (ie USA). Look at the alternative that did
    Iceland, although is a very small population and poor country in resources and capital ( very
    similar to Greece) their plan is working better than Austerity, that is not an opinion but a fact.
    Private Banks make risky investments knowing that will be bailed out by the Government at
    expenses of the People should not even proposed, those who take High Risks should suffer
    the financial consequences of their actions, since they were not planning to share the potential profits with the Country. Concluding, Greece will be better of in the short and long term by Not repaying the bad Loans. It is as simple as that.

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    • 5 Janeiro, 2015 15:09

      Perfeitamente de acordo. Défice zero, já. Nada de novos empréstimos agiotas.

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      • Lúcia Moniz permalink
        7 Janeiro, 2015 17:07

        Isso do deficit zero não existe, pá.

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  6. BEIRAODOS SETECOSTADOS permalink
    5 Janeiro, 2015 15:15

    Hollande e Merkel divididos face à ascensão do Syriza na Grécia
    O Presidente francês mostra-se mais moderado do que a chanceler alemã em relação às eleições gregas.
    Bruxelas garante que pertença da Grécia à Zona Euro é irrevogável
    Afinal quem “comprou” a Grecia foi a Alemanha. Lamento informar os gregos que agora e so pagar e nao bufar! Nao ha mais discussoes!
    Estranha democracia! Estranhos tempos estes…valha-nos Deus e um burro carregado coices.

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  7. BEIRAODOS SETECOSTADOS permalink
    5 Janeiro, 2015 15:37

    “Portugal nao e a Grecia” Esta frase foi repetida vezes em conta mas Isso ja todos sabiamos. Um Portugal com pouquissimos recursos naturais e sem gente preparada como e que vao pagar dividas monumentais? Nao seria melhor uma saida (sem duvida dolorosa, a curto e meido prazos) do que uma escravidao eterna (E MUITO DOLOROSA, TAMBEM)
    There is little doubt that Spain and Portugal will end up the same way as Greece, though Italy may just stay in the Eurozone, but that’s touch and go. They’ll exit sooner rather than later if they’re smart, because they’re merely propping up the Euro for the benefit of the Germans, French and Italians right now, given that the Euro will lose a lot of value – at least in the short to middle term – if several member countries leave the union. The price is paid by their citizens, through stagnant incomes and massive unemployment from a construction and domestic production crash. Actually, now is a good time to exit, since oil prices are low, which will have the effect of financial aid for their economies.

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  8. Nuno permalink
    5 Janeiro, 2015 18:20

    A malta é estúpida ou faz-se, só pode.

    Pedidos de perdão de dívida e/ou de redução de juros só fazem sentido em economias que (fora os juros) se sustentam pelos seus próprios meios. Ou seja, que países com saldos primários equilibrados, positivos, ou a tender para lá.

    Portugal conseguiu alcançar isso em 2013-2014, com austeridade: cortes na despesa e aumentos de impostos. A Irlanda e Espanha, também, em momentos diferentes, com estratégias diferentes. A Islândia, idem aspas. A Grécia nunca o conseguiu de forma sustentada, mesmo depois dum perdão parcial.

    Se antes tinhamos 100 de receita, 105 de despesa mais 5 de juros.
    Agora temos 105 de receita, 103 de despesa mais 5 de juros.

    Baixar os juros dava jeito, mas mesmo com os juros a 0, isso não significa que possamos gastar mais que os 105 que cobramos (ou idealmente que os 100 que antes cobrávamos).

    Um perdão de dívida era fantástico, mas mesmo com a dívida a 0, não podemos gastar mais que o que cobramos sem pedir novamente emprestado. E vamos pedir emprestado a quem depois de não pagarmos?

    Não faz sentido pedir dinheiro emprestado para repôr/aumentar salários de funcionários públicos, pensões ou prestações sociais, porque não é a pagar salários de funcionários públicos, pensões e prestações sociais que o país cresce para pagar o empréstimo de volta.

    Mesmo um keynesiano devia ter a honestidade intelectual de reconhecer que só fazem sentidos déficits primários para financiar investimentos em infraestruturas potencialmente rentáveis.

    Logo, até a receita crescer, até a economia começar a pagar mais impostos, estamos condenados a viver com a austeridade que temos.

    E quanto a investimentos, é bom que sejam do tipo produtivo, e não do tipo que depois de construído e pago, dá prejuízo todos os anos.

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