Praça de Lisboa
Escreve o Tiago Barbosa Ribeiro:
COISAS FANTÁSTICAS. Aceitando receber uns notabilíssimos 0,5% das rendas, Rui Rio decidiu oferecer a Praça de Lisboa, no Porto, à Bragaparques. Há coisas fantásticas, não há?
A Bragaparques ganhou um concurso público. Ninguém ofereceu uma renda mais elevada. Não existe outra forma de se avaliar um bem do que um leilão competitivo. Ninguém ofereceu mais. Sinal de que a praça de Lisboa não vale muito mais do que aquilo que a Bragaparques ofereceu. O preço certo de um bem não é o que resulta da avaliação de quem não está disposto a pagar nada por ele. O preço certo é o que resulta da avaliação dos poucos que estão dispostos a comprá-lo.
Aliás, basta passar pela praça de Lisboa para perceber porque é que tão poucos estão interessados naquilo. O projecto anterior foi um fracasso. Aquela praça é actualmente um pesadelo urbanístico. Diga-se, no entanto, que a Bragaparques não se limitou a oferecer 0.5% de renda (4% se as receitas ultrapassarem 80% do projectado). Comprometeu-se a investir 6 milhões de euros e a ceder parte do espaço à FAP. Este investimento contribui por si só para a revitalização do centro da cidade e suspeito que a câmara sairia a ganhar mesmo que não cobrasse nada pela utilização do espaço. Mas quais seriam as alternativas para a Câmara do Porto? Dedicar-se ao imobiliário assumindo o risco respectivo? Com o dinheiro do contribuinte? Fixar uma renda superior correndo o risco de ter o espaço encalhado mais uns anos? Fixar uma renda mais alta aceitando ao mesmo tempo um investimento mais baixo? E que outra forma é que existe de se avaliar o negócio para além de um concurso público? O achismo dos munícipes?

Basta imaginar um edificio de 4 pisos naquela zona para se ficar espantado como é possível! lolol
My God.
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O que ficava bem ali como é obvio era um jardim. Ponto final, paragrafo.
Coisa que falta ao centro do Porto.
É tudo betao. Cinzento.
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Depois dos concursos, todos estão dispostos a dar mais.
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Como diz o Público de ontem, há 8 espaços 8, que Rio cede a privados:
Palácios do Freixo e de Cristal, Rivoli, Mercados do Bolhão, Ferreira Borges e Bom Sucesso, Casa das Glicínias e Praça de Lisboa.
Não faço ideia do que os liberais, desta praça do Blasfémias, pensam sobre a cedência a privados, do património da cidade.
Ainda vamos ter a torre dos Clérigos em leilão.
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Desde que nao se lembrem de tapar a torre dos Clérigos para ela deixar de ficar na fotografia e só se ver o edificio ..lol
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Pensei que a torre dos Clérigos já era privada, posse da igreja católica, mas posso estar enganado.
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O que se esperaria de um trabalho jornalístico era que também explicasse quem foi a “mãe” daquilo que ninguém quer, quanto é que a câmara na altura “investiu” “naquilo”, e finalmente, porque é que ninguém ofereceu 0,6%. Também se pode perguntar se aquilo tudo não está às moscas e como é que se revitaliza uma cidade que está no coração de uma zona em profunda crise e abandonada pelo governo central. Mais se pergunta, qual é a relação entre esta coisa e aquela coisa que deu pelo nome de “edifício transparente” cuja “mãe” mandou fazer sem saber para que se destinava? Já agora, aquela rede que está ao dependuro ao lado da casa transparente, já toda esburacada, custou 1,42 Milhões de USD pagos à senhora Echelman, conforme página web que entretanto desapareceu.
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É capaz. Desculpe a imprecisão. Arranjem aí outro edifío emblemático da cidade, carago.
Se calhar já não há nenhum da Câmara !
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Além de que alguém se lembrar de abrir a Byblos como a maior livraria do planeta em frente à Lello, até dói.
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Já pelo nome, mais não seja, a Praça de Lisboa, que é dizer, da central da corrupta roubalheira, lá não havia de valermais e, então, que deus abençoe a BragaParques, benfeitora desse país de Norte a Sul…
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Só complicam. Faziam ali um jardim e chegava. Podiam fazer como tema do jardim a arquitectura da Lello. Os equipamentos que ali vao ter que fossem feitos nas casas envolventes.
Nunca se lembram de fazer jardins.
É só betao.
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Devem ter ficado fascinados com a cobertura ondulada. Que cousa.. lol
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Vejam as imagens no site da CMP e digam qualquer coisa do que vos parece.
🙂
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Parece uma pista de esqui.
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eheh
se nevar até é capaz de ser interessante
Espero que nao se arrependam só depois da obra feita.
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O que se passa nos Açores é vergonhoso!!!
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http://subsidiados.blogdrive.com/
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PS?
NUNCA MAIS…
NUNCA MESMO…
JURO
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Bela merda! O pessoal do skate agradece.
Quem lança o concurso tem sempre a possibilidade de o anular, por ex: por falta de qualidade das propostas.
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Piscoiso,
«Palácios do Freixo e de Cristal, Rivoli, Mercados do Bolhão, Ferreira Borges e Bom Sucesso, Casa das Glicínias e Praça de Lisboa».
Ressalvando eventuais dúvidas sobre a legalidade dos processos de concessão, não vejo ao certo porque não devem ser entidades privadas a gerir os espaços acima indicados.
Como entendo que não cabe ás entidades públicas andar a utilizar verbas públicas para animar espaços culturais ou proporcionar espectáculos artísticos ou similares, prefiro que o risco de gestão desses espaços corra por parte de profissionais, pois que dessa forma o erário público não será afectado.
acrescento que haverá na cidade outros espaços que igualmente não farão grande sentido estarem a ser geridos pela câmara municipal.
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O João Miranda sabe como funcionam “as formas de pressão” para “desencorajar” a concorrência de inflacionar um concurso público ou um leilão?
A palavra cambão diz-lhe alguma coisa?
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Se o património da cidade for totalmente entregue a privados, para exploração lucrativa, será o mesmo que dizer, que o património só interessa se der lucro.
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Piscoiso Diz:
11 Fevereiro, 2008 às 2:19 pm
Piscoiso Diz:
11 Fevereiro, 2008 às 4:00 pm
O bom mesmo é vender por concurso público e mais barato, como as prisões não?
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Será que não podíamos levar Portugal inteiro a concurso público? Aposto que havia interessados.
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««Quem lança o concurso tem sempre a possibilidade de o anular, por ex: por falta de qualidade das propostas.»»
É uma excelente ideia. Tem passado na Praça de Lisboa?
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««O João Miranda sabe como funcionam “as formas de pressão” para “desencorajar” a concorrência de inflacionar um concurso público ou um leilão?
A palavra cambão diz-lhe alguma coisa?»»
Posso saber então qual é a alternativa ao concurso público que propõe?
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JoaoMiranda Diz:
11 Fevereiro, 2008 às 4:20 pm
««Quem lança o concurso tem sempre a possibilidade de o anular, por ex: por falta de qualidade das propostas.»»
É uma excelente ideia. Tem passado na Praça de Lisboa?
Folgo em saber que gostou.
Subentendo então é que não se importa de substituir merda por merda, desde que esta última seja mais fresquinha.
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João Miranda,
Deixe ver…talvez a CMP possa aceitar a responsabilidade de ser poder e tomar a iniciativa de se substituir à ganância natural dos privados.
Já imaginou que talvez não seja necessário privatizar o espaço e os bens públicos para assegurar serviços?
Com os ventos que correm, a expropriação do bem público a favor de privados, já está fora de moda.
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««Deixe ver…talvez a CMP possa aceitar a responsabilidade de ser poder e tomar a iniciativa de se substituir à ganância natural dos privados.»»
Boa ideia. A CMP que se transforme num promotor imobiliário, que arrisque e que invista. Já agora, com que dinheiro? E se correr mal? E quem trata da recolha do lixo e da limpeza das ruas?
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««Folgo em saber que gostou.»»
Não gostei nem deixei de gostar. Limito-me a constatar que existe por aí muita gente que acumula as qualidades de arquitecto e avaliador imobiliário. Não é o meu caso. Eu limito-me a olhar para os resultados de um concurso público e a tirar as conclusões óbvias.
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Piscoiso,
«será o mesmo que dizer, que o património só interessa se der lucro.»
Não.
Há muito património público que não tem necessáriamente de dar lucro: estradas, ruas, iluminação, jardins, segurança policial, esgotos, distribuição de água….é o tipo de património que se justifica que uma câmara administre com eficiência, e pelo qual se legitima que arrecade impostos aos cidadãos.
Os exemplos anteriores não se enquadram dentro daquilo que seja justificável que os cidadãos paguem: quem pretende usufruir de tais bens e/ou serviços deverá estar disposto a pagar por eles, pelo que não se justificará que os seus custos recaiam sobre todos, incluindo aquele que neles não estão interessados nem pretendem deles usufruir.
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“Eu limito-me a olhar para os resultados de um concurso público e a tirar as conclusões óbvias”.
Foi exactamente o que fiz. Julguei que era a conclusão lógica a extrair do meu primeiro comentário. É que a teoria do mal menor comigo não colhe.
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João Miranda,
E o que acontece quando as coisas correm mal com os privados (a crise bancária é um belo exemplo)? Não vão eles de mansinho aninhar-se na asa protectora do estado?
Quem disse que os lucros devem ser privados, e os prejuízos, devem ser públicos?
E qual é o problema da CMP investir na valorização da cidade? Havendo uma boa gestão porquê esse estigma da gestão pública?
Um economista ou um gestor profissional, desaprende quando trabalha num projecto de interesse público?
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Caro Zenóbio,
A solução que eu defendo para esse problema é conhecida: sempre que as coisas correm mal os privados devem falir.
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««E qual é o problema da CMP investir na valorização da cidade? »»
O primeiro problema é que não tem dinheiro. O segundo é que não tem vocação para actividades empresariais.
««Havendo uma boa gestão porquê esse estigma da gestão pública?»»
Não há estigma nenhum. O problema é que este não é um caso de gestão. É um caso de empreendedorismo. As câmaras municipais não têm vocação empreendedora. Devem focar-se naquilo para que têm vocação: gestão do espaço público.
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João Miranda,
Acolho com simpatia muito do que escreve, mas não posso estar mais em desacordo sobre a “vocação” das Câmaras Municipais. Recuso a ideia que só serve para inaugurar rotundas, fontanários e mijaretes.
No meu entender, deveria haver uma cultura de empreendorismo e proactividade nas C. Municipais.
Muito se evitaria em matéria de escândalos, amiguismos e degradação do espaço público.
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“Há muito património público que não tem necessáriamente de dar lucro: estradas, ruas, iluminação, jardins, segurança policial, esgotos, distribuição de água….é o tipo de património que se justifica que uma câmara administre …”
Gabriel
Património cultural… nickles !
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Já agora, “imagens virtuais” do projecto da Praça de Lisboa:
http://porto.taf.net/dp/node/3571
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««No meu entender, deveria haver uma cultura de empreendorismo e proactividade nas C. Municipais.»»
Empreendedorismo implica risco de falência. Está a defender que as câmaras devem poder falir como uma empresa?
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João Miranda,
“Empreendedorismo implica risco de falência. Está a defender que as câmaras devem poder falir como uma empresa?”
Para mim bastava que houvesse responsabilização dos gestores, ao contrário que acontece em muitos negócios privados.
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««Para mim bastava que houvesse responsabilização dos gestores, ao contrário que acontece em muitos negócios privados.»»
Para si. O problema é que o emprrendedorismo não funciona assim. O empreendedorismo implica um accionista disposto a falir. O gestor não arrisca nada, nem pode arriscar porque não tem capital para arriscar.
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E o Porto está carente de centros comerciais ou restaurantes para ocuparem aquela praça?
Nao era melhor encomendarem ar puro?
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«Anónimo Diz:
11 Fevereiro, 2008 às 2:04 pm
O que ficava bem ali como é obvio era um jardim. Ponto final, paragrafo.»
Jardim, é o que lá estava antes. Ocupado por vendedores ambulantes (muito defendidos então). E era um nojo que espero que não volte. Ponto final, paragrafo.
«Coisa que falta ao centro do Porto.»
Não deve conhecer o Porto. E a Cordoaria ali tão perto..
«É tudo betao. Cinzento.»
Betão no centro do Porto? Não estará a confundir com granito? Também é um tom de cinzento.
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“Jardim, é o que lá estava antes. ”
Estava antes do betao que lá colocaram. E era bem melhor, porque faliu. E este vai falir quando e depois? Quando é que colocam de novo o raio do jardim.
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João Miranda
“O gestor não arrisca nada”
O arquitecto não arrisca nada?
O engenheiro não arrisca nada?
O gestor deve arriscar o seu prestígio e carreira. Tal como um médico, um arquitecto ou um engenheiro podem ser processados por negligência profissional, também um gestor deveria ser igualmente passível de responsabilização.
Num ponto concordamos, João Miranda: No capitalismo de paróquia que nos atrofia, não há responsabilidade que afecte os gestores; não há, mas deveria haver.
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Já imaginaram o que seria Barcelona sem os vendedores ambulantes de Las Ramblas? Nao seriam Las Ramblas.
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e já agora, eu vou fazer o único comentário construtivo a este post depois da chuva de insanidades que para aqui se escreveram: mude-se o nome à praça; retorne-se ao anterior e legítimo nome do local: a Praça do Anjo!
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Antes de destruirem o que aquilo era existia vida. Depois veio o nada. E agora querem colocar aquilo às ondas para ficar interdito depois, com medo que os scaters se atirem para a estrada e encham a urgencia do santpo antónio.
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O ondulado se calhar é uma pista para deficientes em cadeira de rodas.
Deve ser fixe.
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“O arquitecto não arrisca nada?
O engenheiro não arrisca nada?
O gestor deve arriscar o seu prestígio e carreira. Tal como um médico, um arquitecto ou um engenheiro podem ser processados por negligência profissional, também um gestor deveria ser igualmente passível de responsabilização.”
Já são responsabilizados: sempre que houver gestão danosa.
Se se refere a algo para além disso, o seu conceito de empreendedorismo é um pouco estranho. Responsabilizar um gestor sempre que há uma falência é como responsabilizar o médico sempre que o paciente morre. E as empresas, tal como as pessoas, acabam sempre por morrer.
Empreendedorismo implica correr riscos. Risco de ganhar e de perder. O que está a propor é que um gestor use o nosso dinheiro para criar empresas. Se lhe correr bem, nós ficamos com o dinheiro. Se lhe correr mal, o gestor assume a perda a partir do seu bolso. Gestor que aceite este negócio é imbecil.
Além disso, por que motivo é que as câmaras deveriam ser empreendedoras? Não conheço uma pessoa empreendedora que quisesse empreender numa câmara. As câmaras só atraem falsos empreendedores. Pessoas que só implementam as suas ideias se for com o dinheiro dos outros…porque com o seu dinheiro nem pensar. “É muito arriscado”
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Zenóbio Diz:
A capacidade de endividamento das autarquias está esgotada. Onde é que iam meter mais estes milhões?
O orçamento da câmara do Porto para 2008 é de cerca de 210 milhões de euros. Cada imóvel destes custa 6 milhões a um privado. Com a capacidade de gestão das cãmaras, custaria 12 milhões se fosse feito directamente. Isto já vai para mais de 5% do orçamento da câmara.
E depois,
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“Havendo uma boa gestão porquê esse estigma da gestão pública?”
Se não fizer vento, qual é o problema dos tornados?
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PMS,
“Já são responsabilizados: sempre que houver gestão danosa.”
Pois, pois…vamos lá ver quanto tempo levará um antigo gestor do BCP a encontrar novo emprego compatível com o curriculum? Os gestores, na cabeça de alguns são uma casta à parte. Quanto mais asneiras fazem, mais sobem na carreira.
O problema não está na letra da lei, como deve saber, está na aplicação da lei. Quantos gestores de topo já foram condenados por gestão danosa? Se ao menos houvesse em Portugal a tradição do Seppuku…
“Responsabilizar um gestor sempre que há uma falência é como responsabilizar o médico sempre que o paciente morre. E as empresas, tal como as pessoas, acabam sempre por morrer.”
Claro que não é isso. Tal como no caso do médico que não é responsabilizado porque morre um doente, mas sim, quando se prova que não fez tudo o que estava ao seu alcance para salvar o doente, também o gestor deverá ser responsabilizado quando não cumpre aquilo que são os seus compromissos. Há objectivos para cumprir e penalizações para os que não cumprem. Meritocracia é uma via duma só faixa?
Sobre o endividamento das Câmaras, só tenho a dizer: que há muitas maneiras de se conseguir uma colaboração público-privado sem que seja o privado a ditar regras leoninas.
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As maior parte das câmaras são o caixote do lixo da tugolândia. Não quero dizer que o governo central seja melhor, só que não há espaço para o lixo fétido e descomunal que emana do governo central.
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Caro CAA:
Ora nem mais!
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Já agora de quem é a cave da Praça de Lisboa? Aonde se praticam assltos à mão desarmada todos os dias. 0.80€ por 15 min de estacionamento é roubar. Para quem tem de lá deixar o carro uma manhã nunca menos de 11-12€. E pensarmos que quando abriu ao Público (em 2001 ou será que foi 2002?)na nova versão unida até à Praça Carlos Alberto custava 50cent/hora.
Será que foi pelo aumento do petróleo que os parques aumentaram tanto de preço? E já agora, porque é que o Público (jornal) não denuncia esta situação?
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