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Turbulência nos céus (I): fusões, confusões e suas implicações

18 Fevereiro, 2008
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Vai uma enorme excitação pelos mercados americanos com a perspectiva de fusões entre as principais companhias aéreas, as chamadas major carriers. À conta de tais expectativas, as acções das transportadoras têm andado a contra-ciclo do sentimento bearish que se apoderou dos mercados no corrente ano e já vão com uma subida de cerca de 10%, vista pela evolução do Amex Airline Index desde 31 de Dezembro passado. No mesmo período, a Continental, Northwest, Delta e United, 4 majors envolvidas em negociações de fusão, subiram respectivamente 33%, 19%, 16% e 12%. Na Europa não se fala de fusões, mas de aquisições, sendo as principais visadas a Alitalia e a Iberia.

Custos estratosféricos do jet-fuel e concorrência das low-cost, são os principais argumentos utilizados pelos que defendem a chamada “consolidação”

do sector. Menos falados mas também relevantes, os acordos de Open Skies USA-UE e USA-Austrália, o primeiro já assinado e a entrar em vigor em Março próximo e o segundo com negociações finalizadas na passada semana e a aguardar assinatura dos governos. Também pouco ou nada falado, o objectivo de reduzir a oferta de lugares para assim ganhar maior capacidade de pricing

Para além de ainda não estarem concretamente acordadas as fusões/aquisições a efectuar, as negociações desenrolam-se em ritmo de contra-relógio, principalmente nos Estados Unidos, em que as empresas pretendem encerrar os processos ainda na vigência da Administração Bush, considerada mais “tolerante”

a este tipo de concentrações. Mas a guerra com os reguladores e com o Congresso adivinha-se dura e durável.

As implicações serão indubitavelmente de monta: desde o sacrifício de alguns milhares de postos de trabalho perante a hipotética redução de 6 para apenas 3 grandes companhias americanas, a factores condicionantes dos acordos das próprias empresas e passíveis de gerar pressões externas (políticas e não só), como sejam os locais das futuras sedes das empresas fusionadas e a desactivação de alguns grandes hubs, porque tornados redundantes com as fusões. Algo que pode ter também repercussões no malfadado investimento na Ota/Alcochete (oxalá!!!) se a Iberia vier a ser adquirida pela British Airways ou pela Lufthansa, como tem constado ultimamente.

3 comentários leave one →
  1. 18 Fevereiro, 2008 22:18

    Contraciclo.

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  2. rosie permalink
    18 Fevereiro, 2008 22:19

    É o que está a dar, parece, turbulência, segundo hoje o DN, a propósito de zeitgeist, the movie, de Peter Joseph, o documentário traduzido em 13 línguas, entre elas o Português, tornado já num fenómeno e a ser transmitido dia 15 de Março em várias cidades do País, depois de se ter tornado no top diário dos mais vistos nos quatro cantos do mundo, http://www.zeitgeistmovie.com, a ver se ficamos mais espertos, antes que a camarilha de cheneys e bushs e wolfowitz nos acorrentem num chip.

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  3. rosie permalink
    18 Fevereiro, 2008 22:33

    Oh, diz que não dá, e contudo eu venho de lá agora mesminho, oh, então é puxar “zetgeist, the movie” e tá franqueada a porta, que o 11/9 a maior conspiração do mundo, depois da de Cristo, segundo S. Paulo, que inventou o deus-homem, ganda peta…

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