Quem Mexeu No meu Queijo?
Para a grande maioria dos portugueses, os couverts não são nem nunca foram um problema. Come, paga, não come não paga. Até os meus filhos sabem isto, desde os 3 anos. O problema está nas minorias, q quem é necessário dar atenção. Por exemplo, temos que ser solidários com a malta do 5 dias, que é diariamente vigarizada nos restaurantes.
Tem que haver uma lei que impeça os donos de restaurantes de enganar pessoas como o Filipe. O Filipe, todos os dias é obrigado a pagar os couverts que consome, involuntariamente. É injusto.
Só há duas maneiras de resolver isto. Ambas envolvem o estado que, como todos sabemos, é o único instrumento disponível para proteger os cidadãos da malvadez gananciosa dos adoradores do lucro aproveitadores das fraquezas alimentares dos portugueses e das falhas de mercado. Ou, 1. O estado protege toda a gente do perigo dos couverts, aplicando a lei, ou, 2. O estado subsidia o Filipe para um curso de formação em Restaurant Behaviour onde lhe seriam ensinadas técnicas modernas inibidoras do consumo de couverts.
Uma terceira hipótese parece-me menos eficaz. O Filipe poderia Obamizar-se em frente à mesa do repasto, gritar “YES, WE CAN!” e não comer o couvert. É uma hipótese remota. Reconheça-se que o esforço seria sobrehumano.

Estes dois posts sobre a problemática do couvert estão divertidíssimos.
É pena que o assunto não valha uma linha!
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O que seria da minha barriga sem os couverts!
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Olha um novo verbo!! “Obamizar” por aí.
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O problema resolvia-se, limitando os couverts a tremoços e amendoins.
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Jcd, podemos fazer aqui um exercício teórico? Just for fun. Imagine que era dono de um restaurante. Eu ia lá, sentava-me, via as entradas em cima da mesa e papava-as. E no fim, dizia que as comi porque parti do princípio que eram oferta da casa. Não pago, pronto. Afinal, não tinha pedido nada daquilo. O que fazia?
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Vamos lá a ver se o direito privado resolve isto…
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Caramelo, podemos fazer aqui um exercício teórico? Just for fun. Imagine que era dono de um restaurante. Eu ia lá, sentava-me, via a sua mulher ao balcão e papava-a. E no fim, dizia que s comi porque parti do princípio que era oferta da casa. Não pago, pronto. Afinal, não tinha pedido nada daquilo. O que fazia?
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Não precisa ser num restaurante. Pode fazer o mesmo em qualquer loja. Tira um produto da prateleira e diz que pensava que era oferta. Ou no quiosque dos jornais. Tira um jornal, está ali à mão. Habitualmente, chama-se a segurança para resolver o problema.
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E quando comes um pão num restaurante e te cobram um “conjunto” que inclui pão, azeitonas, queijo e manteiga? Mandas vir o livro de reclamações ou sais de lá irritado e com a digestão meio estragada? Pois é.
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Luis
Quando me cobram a mais, protesto. Quando sou mal servido, nunca mais volto.O que não faço, certamente, é pedir ajuda ao estado para me resolver o problema da azeitona.
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“Vamos lá a ver se o direito privado resolve isto…”
Caramelo,
o direito privado resolveria isto com recurso ao tal critério do homem médio. Ou seja, se para o homem médio, naquelas circunstâncias fosse perceptível que teria que pagar, paga. Se não fosse, não paga.
No caso, parece que há uma lei (nunca tinha ouvido falar, mas há sempre uma lei para tudo) que diz que não tem que pagar. Portanto é mais simples.
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Bin laden,
Que exercício teórico tão borgesso!
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Bin, você não tinha qualquer hipótese de fazer isso. Não seria eu a resolver esse assunto, aliás, mas sim a minha mulher. Problema resolvido.
Jcd, a analogia é a seguinte: eu vou a quiosque dos jornais, peço o DN, e o dono dá-me o DN e o Público. Pago o Público e levo também o DN, enquanto agradeço a gentileza. Vá lá, esforce-se mais um bocadinho.
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Caramelo,
A sua analogia não está certa. Então pede o DN e paga o público? Isso equivale a pedir o prato principal, servirem-lhe as entradas e o amigo pagar só as entradas.
ai,ai, ai! assim é que enriquece…
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Lolozinha, eu estou ciente dessa jurisprudência do “homem médio”, sim senhor. Mas isso não resolve tudo. Imagina que eu sou estrangeiro. Estrago logo a média, não é? É que a média internacional, vamos lá, é que só se paga o que se pede. Ou então imagina que é a primeira vez que vou a um restaurante. É-me exigível que saiba que quando me colocam na mesa algo que não pedi, o tenha que pagar? Lá na minha terra, quando me colocam uma coisa à frente sem eu pedir, é para comer e agradecer… isto é, ou não é divertido, heim?
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A questão principal está ainda mais a montante: alguém obriga alguém a comer num restaurante? Há gente que tem mesmo muitos problemas em tomar opções e lidar com a responsabilidade individual…nada de mal vinha ao mundo por isso, se não tentassem também infantilizar o próximo…
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Lolozinha, o que eu queria dizer era “peço o Público”. N~´ao me estragues a teoria, que está tão fixe, ó rapariga!
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Caramelo,
Imagine que é um crente na amabilidade alheia e acha que lhe estão a oferecer o pratinho dos camarões… (se for o pão é mais complicado porque é mais crível). Segundo o critério do homem médio a sua ingenuidade seria um problema só seu, porque o direito presumiria que já tinha tido tempo para perceber que “não há almoços de graça”.
Agora imagine que o mesmo pratinho de camarões lhe era servido no mesmo restaurante onde esteve ontem e não lhe cobraram. Neste caso, o homem médio da nossa justiça já teria motivos para achar que era de borla.
A vida no mundo do direito é muita chata é quando não se é um homem médio! Mas isto já é assim, pelo menos, desde o direito romano. E depois ainda dizem que a globalização é um problema dos nossos dias…
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Depende.
Há duas hipóteses: Ou é o cliente que escolhe a mesa, ou é convidado a sentar-se nessa mesa onde está o couvert.
Se é convidado a sentar-se ali, subentende-se que o couvert é oferta.
Se é o cliente a escolher a mesa, pagará o que lá está. Porque senão, o cliente senta-se àquela mesa grande, tipo expositor, onde estão mariscos e presuntos, comia e desculpava-se julgando ser couvert.
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“alguém obriga alguém a comer num restaurante?”
CMF,
teoricamente, não. Mas isso leva-nos a outro assunto fundamental: A problemática do uso da marmita no local de trabalho.
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O Piscoiso é que apanhou o espírito da coisa!!
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Lolozinha, reparo que não respondes aos exemplos que dei. Naquelas circunstâncias, era capaz de apostar, nenhum juiz me condenaria a pagar o que quer que fosse. E o dono do restaurante seria até condenado como litigante de má fé. Vai uma apostinha? E claro que há almoços de graça. Já papei muitos. Não ligues ao que diz o outro.
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Os selfservice são a solução.
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Esta discussão sobre o “couvert” é bem definidora da actual realidade portuguesa. Todo o mundo discute e dá opinião sobre tudo e mais alguma coisa. Há muitos “tudólogos”, quer dizer especialistas em todas as matérias, mas as discussões que se justificam nunca são feitas a sério.
No caso das “couverts” qual é o verdadeiro problema? Quem quer, come e paga. Quem não quer, manda para trás. Tão simples quanto isto, mas parece-me que ainda vamos ver debate na AR com audição do ministro na comissão de “comes e bebes”, com debates acesos e transmitidos em directo pelos canais de TV.
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Piscoiso, normalmente, só depois de nos sentarmos à mesa é que vem o couvert. Fresquinho. Isso de estar o couvert à espera que venha um gajo, ali às moscas, é um bocado nojento.
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««teoricamente, não. Mas isso leva-nos a outro assunto fundamental: A problemática do uso da marmita no local de trabalho.»»
O que vocês querem é o MacDonalds. Não há couvert no MacDonalds nem na Pizza Hut nem naquelas lojas das praças da alimentação.
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Os HappyMeal parecem umas marmitas de cartão.
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Caramelo,
O teu caso prático é fácil de resolver porque parece que há uma lei que diz que as pessoas não têm que pagar nada que não peçam nos restaurantes.
Mas é mais giro tentar resolver sem a lei.
João Miranda,
Não sei se não há couvert na Pizza Hut. Não dão aqueles pauzinhos de pão italianos? Será que cobram isso?
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«pauzinhos de pão italiano»?
Grissinos, se faz favor!
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Ou isso, Gabriel!
Eu, de pão italiano só percebo de pomodoro.
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Aquilo é pão? Eu sempre pensei que fosse um tipo de bolacha.
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nem bolacha, nem pão. É grissino mesmo.
pomodoro, não é pão, é tomate…..
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Tem razão, eu estava a pensar no “Panetone”, aquele bolo que se come no Natal.
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Ó Lolozinha, eu não quero resolver nada sem a lei. Mas não é essa lei em que estás a pensar. A lei em que eu estou a pensar nos meus casos práticos chama-se actualmente “Código Civil”, na sua vertente de direito dos contratos, e é uma adaptação de leis antigas comó caraças. Esta coisa muito nova das actuais leis de protecção do consumidor, são apenas um prolongamento do direito civil. São apenas uma forma de desentupir os tribunais de litigâncias longas e desnecessárias. Se o Estado estivesse quietinho e não regulasse nada, a coisa resolvia-se em Tribunal de qualquer forma. A questão é saber-se como. É disso que eu estou a falar nos meus casos.
O João Miranda pensa que se os restaurantes acabarem com o hábito se colocar couverts nas mesas sem os clientes as pedirem, passam a servir só pizas e hamburgueres. Lá se vai assim o último reduto mundial da alta gastronomia: Portugal 😉
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O pomodoro não é tomate? Mas os italianos têm o melhor pão do Mundo. Depois do português, que é imbatível…
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“eu vou a quiosque dos jornais, peço o DN, e o dono dá-me o DN e o Público.”
Generoso. Eu devolvia logo o DN e ficava só com o oferecido.
E nos quiosques onde o cliente tira o jornal e paga à saída, podemos considerar os jornais como oferta.
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“Se o Estado estivesse quietinho e não regulasse nada, a coisa resolvia-se em Tribunal de qualquer forma. A questão é saber-se como.”
Sim, é verdade. temos que reconhecer que o caramelo marcou um ponto. Todos sabemos que os tribunais estão cheios de problemas de consumidores que pensavam que o couvert era oferecido.
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Ai, ai, jcd, mas eu disse que tirava alguma coisa a alguém?…
Jcd, os tribunais estão cheios das coisas mais ridículas. Esse do couvert seria até um caso bem chato, comparado com outros…
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Lololiazinha:
Pauzinhos de pão italiano, pomodoro, panetone… o melhor é não tocar no couvert.
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“Ai, ai, jcd, mas eu disse que tirava alguma coisa a alguém?…”
Foi um “suponhamos”.
Suponha que comia o couvert e não o pagava. Suponha que tirava o jornal duma prateleira e não o pagava.
Qual é a diferença?
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Isto está bonito, está…
Oh Miranda, até lhe dou razao no que está a defender. Mas essa de que a alternativa a restaurantes sem couverts nao pedidos é Pizza Hut e McDonalds é mais um sintoma da irresistível tendência que a malta liberal daqui tem para polarizar (e reduzir) todas as questoes. Se nao estás de acordo com o que eu digo, é porque és comuna. Se nao tem couvert, é porque é fast food. O mundo nao é coisa a duas cores, caramba… nem nestas mesquinhices sabe reprimir essa veia redutora…
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É assim: num caso, tenho de dizer “muito obrigado”. No outro caso, não.
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“É assim: num caso, tenho de dizer “muito obrigado”. No outro caso, não.”
Acho isso inaceitável. O caramelo tem capacidade de distinguir o que é oferta e o que não é, mas outros portugueses menos aptos podem confundir. temos que protegê-los. Imagine que alguém pensa que o jornal é uma oferta… O melhor seria fazer uma lei para proibir os press centers – não vá alguém enganar-se, e pensar que é oferta da casa, não é?
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Aqui concordamos inteiramente. Come paga. Não come, não paga. Não me parece necessário mais avisos ou leis. Não acho que isto seja liberal ou não liberal a menos que o liberalismo se queira apoderar do simples bom senso, o que aliás também não seria boa prática liberal. Ou será que o bom senso é um bem escasso ?
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o liberalismo É simples bom senso……
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“Não acho que isto seja liberal ou não liberal a menos que o liberalismo se queira apoderar do simples bom senso, o que aliás também não seria boa prática liberal.”
Será apenas a constatação que os liberais costumam ter bom senso.
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Nesta questão só vejo um prob1ema que é o vai vem dos a1imentos.Quando estou sozinho digo :pode 1evar.Se estou acompanhado fico nas covas.
Já estive 11 dias no hospita1 por causa da febre de ma1ta “servida” num queijinho fresco!
Dos tais que vão e vêm!
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Algo me diz que é melhor poupar as pessoas da exibição dos meus conhecimentos de gastronomia italiana.
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“Lololinhazinha Diz:
22 Fevereiro, 2008 às 5:02 pm
Tem razão, eu estava a pensar no “Panetone”, aquele bolo que se come no Natal.”
Ó Lololinhazinha,
se nesta resposta tivesse dito “Tem razão, eu estava a pensar no “Provolone”, teria sido hilariante!!
Juro que fiquei desapontado quando lá vi o Panetone e não o Provolone…
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E se em vez de um cestinho com pão, viver lá uma velinha para dar um ar romântico, ou um centro de mesa qualquer?
Também é oferta e pode-se meter ao bolso, ou tem que se pagar?
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viver=estiver, no comentário anterior…
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Para comer fora, em termos práticos, os restaurantes que mais gosto, e que são raros, são do tipo praticado nalguns hoteis. Preço único. Há dois ou três pratos principais à escolha, em que se pode comer do que se quiser na quantidade que se quiser, seja couvert, sobremesa, ou que for. Normalmente só o vinho é extra.
Em princípio é um self-service, com preço fixo por refeição.
Aqui, pode encher a barriga com várias doses de couvert, que paga o mesmo.
Não pode levar para casa, mas pode comer no local até rebentar.
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Até concordo que se deva pagar no caso em que os comemos (até porque se é verdade que não os pedimos, também não deixa de ser verdade que ninguém nos diz que os podemos comer).
O problema é que muitas vezes acabamos por pagar o que nos põem na mesa e não aquilo que consumimos, e isso já me parece um bocado de abuso.
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Aposto que apostaram qual o postador que fazia A POSTA MAIS NOJENTA SOBRE COUVERTS.
Com um blog assim, fico tão admirado com o número de pessoas que vêm aqui ler como fiquei com o número de pessoas que votaram no engenheiro!
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Como se traduz couvert para a nossa lingua?
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A tradução mais comum é “aperitivo”.
Diferente de “entrada”, escolhida na ementa e servida quando solicitada.
Na sua expressão mais simples, o couvert é um pão.
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A SEDES deve ter lido esta tertúlia para concluir que o país anda desanimado e sem rumo…
A ASAE terá tb anotado o vai-e-vem dos queijos “frescos”.
Os sinais estão por aí…
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E nos quiosques onde o cliente tira o jornal e paga à saída, podemos considerar os jornais como oferta.
Um quiosque com entrada e saída e já agora com WC e zona para fumadores!
Esta jcd quando embica para um assunto e depois vê que não tem defesa torna-se impagável.
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Aqui na Bélgica não são pagos, tamanho foi o espanto da minha esposa da primeira vez que foi a Portugal, ficou chocadíssima!
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“Um quiosque com entrada e saída e já agora com WC e zona para fumadores!”
Referia-me aos press centers. Como é se chama aquilo? Loja de jornais e revistas self-service?
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Este JCD vem-se aqui queixar que lhe mexeram no queijo e ainda quer que lhe paguem porque não considera que seja oferta.
O JCD é impagável!!!
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Como é se chama aquilo
Aquilo, antes da saída ao pé da caixa, tem um portãozinho para evitar que se leve seja o que for sem pagar, é um super-mercado de ideias que por acaso até tem couvert de borla.
São as revistas que se folheaim e se deixam no mesmo sitio.
Por azar o Playboy está normalmente envolto em papel celofane.
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“Aquilo, antes da saída ao pé da caixa, tem um portãozinho para evitar que se leve seja o que for sem pagar.”
Nem todos. O do Cascais Shopping não tem. Nesse, os jornais são oferta?
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Nem todos. O do Cascais Shopping não tem. Nesse, os jornais são oferta?
Nunca vou a sítios chiques. Fico-me pelo do Colombo, que tem portão e tudo o mais.
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No meio disto tudo e caido aqui de paraquedas a ideia com que fico é simples.
O Couvert tem de ser devidamente explicado na assembleia da Républica.
A liberalização do Couvert “Jamé” acontecerá, se come paga, se não come não paga, isto a não ser que seja encomendado um Estudo para avaliar as vantagens da possibilidade de incluir o Couvert no prato principal.
Ora vamos lá a ver se não dei uma ideia interessante para sermos enganados sem darmos conta de nada?
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