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Proteger até rebaixar *

24 Fevereiro, 2008
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Hoje começa a campanha eleitoral espanhola e o líder da Direita, Rajoy, fez uma promessa inaudita: se o PP vencer, as mulheres trabalhadoras terão uma redução de impostos. Diz querer compensá-las pelo nível mais baixo de remunerações.

Propósitos bondosos mas métodos assaz singulares: uma discriminação (positiva?) em razão do género!

Nas democracias actuais os que tomam conta do Estado acham que têm legitimidade para torcer as ferramentas do poder público dando-lhes o destino e o sentido que lhes apetece – a ser assim, os impostos pouco mais serão do que um tributo mafioso.
Aflige-me, também, que as mulheres sejam afogadas em tantos intuitos públicos de socorro como se fossem uma espécie protegida, menorizada – e não o são, por muito que o ‘politicamente correcto’ apregoe o contrário.
É o regresso do paternalismo de sempre agora em nova embalagem pós-moderna.

* Publicado no Correio da Manhã, dia 22.II.2008  

9 comentários leave one →
  1. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    24 Fevereiro, 2008 15:37

    Pode ser que a moda pegue por cá..lol

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  2. Desconhecida's avatar
    24 Fevereiro, 2008 16:05

    Não concordo. Goste-se ou não, o papel das mães é mais pesado em casa, quer por via das lides domésticas (com uma participação cada vez maior, mas ainda minoritária dos homens), quer pela maternidade.

    Rajoy tenta premiar os que mais peso têm.

    Há países que aceitam que determinadas regiões paguem menos impostos, como forma de as desenvolverem. Será isto também paternalismo?

    Paternalismo é pagar os Estádios do Euro-2004, e querer resolver a vergonha que é o futebol em Portugal, com a criação do Mundial 2018. Paternalismo é pagar os acessos aos estádios de futebol. Paternalismo é as negociatas das Camaras com os clubes de futebol.

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  3. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    24 Fevereiro, 2008 16:19

    Paternalismo seria diminuir os impostos aos homens; assim é maternalismo. Dizer paternalismo é uma discriminação em razão do género da linguagem!

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  4. Luis Moreira's avatar
    Luis Moreira permalink
    24 Fevereiro, 2008 17:33

    A mu1her -e o homem – se optarem por ficarem em casa a educar os fi1hos deveriam ser pagos como se de um norma1 emprego se tratasse.Isso poderia ser feito pe1os impostos,em deduções em sede de IRS do conjuge que traba1he fora de casa.

    Ou em a1ternativa pagar por fi1ho o que o Estado suporta nos AT1s,creches…

    Sem perda do direito á SS e protecção na doença.

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  5. frei de jesus's avatar
    frei de jesus permalink
    24 Fevereiro, 2008 17:59

    Que faixa de rendimentos “apanha” os nossos 42% de IRS ?
    As “classes médias” devem estar todas «dentro», não ?

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  6. Desconhecida's avatar
    Desempregado Homem permalink
    24 Fevereiro, 2008 20:34

    Que é isso de mulheres trabalhadoras ? São desempregadas ? Mais um ataque aos homens desempregados que ficam de mãos a abanar
    E se for um “stay at home dad”, fica de mãos a abanar também ? Ahh, pois.
    Enfim é chauvinismo ao contrário. Ou sexismo.

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  7. Desconhecida's avatar
    rita permalink
    24 Fevereiro, 2008 21:22

    “Aflige-me, também, que as mulheres sejam afogadas em tantos intuitos públicos de socorro como se fossem uma espécie protegida, menorizada”

    Aflige-me muito mais as mulheres que, em absoluta histeria, interpretam essas medidas como evidências e as vejam como óptimas! Serão as mesmas que quererão receber flores no próximo dia 8…
    é engraçado porque esta promessa acaba por tirar relevo às baixas remunerações… pior: é uma recompensa ou até um benefício perante as mesmas! e, por ser polémica, servirá para desviar muitas atenções! parece-me…

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  8. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    25 Fevereiro, 2008 02:20

    Curiosamente, a Hillary está danada porque nem todas as girls vão na conversa.

    52 nomes de girls

    ..

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  9. Pedro Sá's avatar
    25 Fevereiro, 2008 09:15

    Havia de ser bonito se fosse para a frente o que diz o Luís Moreira…para já antes de mais porque seria o Estado privilegiar uma opção de vida, o que é totalmente inadmissível.

    Depois – pior – porque a consequência disso era que em muito curto prazo voltaríamos à ideia de que o lugar da mulher na sociedade é como mãe e dona de casa. O que é absolutamente inadmissível.

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