A importação de modas educativas e o Culto da Carga
2 Abril, 2008
Este post do Luís Rainha fez-me lembrar o avião desta fotografia.

Tem asas como um avião, tem hélice como um avião, mas não voa.
20 comentários
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Este post do Luís Rainha fez-me lembrar o avião desta fotografia.

Tem asas como um avião, tem hélice como um avião, mas não voa.
Na Finlândia não há aviões ?
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ahahahaha, está de morrer a rir…
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Nao faz mal. É que depois de todo o país ficar especialista em aeroportos, agora é especialista em teorias educativas.
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O João Miranda tem toda a razão. O Eduquês só funciona em países de tradição protestante. Em países de tradição católica, como Portugal, uma escola sem reguadas para os alunos e sem cilícios para os professores está condenada ao fracasso.
O Luís Rainha é um básico.
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Reguadas não diria, mas um estalo de vez em quando era o que vinha mesmo a calhar!…
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Boa imagem que fala mais do que mil palavras. Temo que o exemplo não seja bem entendido…
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Não se trata do protestantismo e do catolicismo ou sulismo. Trata-se de uma coisa mais prosaica: inteligência colectiva e individual de quem governa em concreto e pensa as leis e as faz.
Em Portugal imita-se. Porque não se sabe como se há-de fazer. Tal como o avião…
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Imita-se tudo. Desde Eça de Queirós que o problema foi diagnosticado. É um caso grave, claro.
Em Portugal quem imita, julga que faz o que deve fazer. Diletantes, portanto, é o que temos. Em todos os domínios.
No Direito, imitamos os alemães. Na Saúde, lá vamos imitando e importando as novidades. Na Educação, não poderia ser diferente, porque aqueles que não percebem o que fazer noutros domínios são os mesmos que estão encarregados de resolver os problemas.
Tudo isso, resulta no desastre colectivo à vista. Desastre comparativo, é bom que se diga. Há pior do que nós: os africanos em geral, por exemplo.
O problema é que há gente por cá que se julga evoluída no conhecimento.
Vão saber se a Finlândia andou a imitar alguém!
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Aquele gajo (Luis Rainha) é que é mesmo um bonzo. Para começar que ambiente de aprendizagem é que existe numa escola problemática? Vê-se que não tem nenhuma noção de como a sociedade evoluiu, de como hoje em dia nas classes mais baixas os pais deixam os filhos entregues a si próprios, sem hábitos de disciplina, trabalho ou boas maneiras, que mais do que nunca a escola precisa de exercer essas funções para que haja um ambiente de aprendizagem na aula. É um lírico completo e ainda se põe a chamar bonzo aos outros. Palhaço.
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Hoje foi notícia que um professor e uma professora, terão aplicado correctivos menos ortodoxos a certos alunos, alguns dos quais deficientes por epilepsia.
Não se sabe em concreto como terá sido, embora se ponham já as notícias em alta rotação de gravidade acelerada.
Mesmo assim, o pai Albino já sentenciou e já resolveu o recurso: pelourinho público com os professores.
Há dias, tinha defendido o mesmo para os alunos do 9ºC da Carolina Michaelis.
Este Aníbal é um cromo, feito picareta faladora, para se distinguir do outro que era apenas falante.
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Deve ser um dragão
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“Trata-se de uma coisa mais prosaica: inteligência colectiva e individual de quem governa em concreto e pensa as leis e as faz.” José
A coisa até pode ser prosaica, mas enquanto não se perceber que o principal problema de uma sociedade de cultura católica é justamente o de encontrar um equilíbrio entre a liberdade e aquela outra instituição que lhe pode conter os excessos – a autoridade – não se percebe nada. É que enquanto a inteligência colectiva nos países de tradição protestante limita os excessos de liberdade, nos católicos corrompe-a. Por isso, o equilíbrio entre a liberdade e a autoridade, numa sociedade de cultura católica é melhor conseguido quando a autoridade política é pessoalizada num caudilho.
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O “equilíbrio entre a liberdade e aquela outra instituição que lhe pode conter os excessos – a autoridade”.
“a inteligência colectiva nos países de tradição protestante limita os excessos de liberdade, nos católicos corrompe-a. Por isso, o equilíbrio entre a liberdade e a autoridade, numa sociedade de cultura católica é melhor conseguido quando a autoridade política é pessoalizada num caudilho.”
No tempo de Salazar e Caetano, éramos um país sem liberdade de expressão plena, sem liberdde de associação plena ( com excepção, actualmente para o Mário Machado, claro). Mas tínhamos autoridade em pleno.
É isso que pretende dizer?
Mas isso, significa que em democracia não será possível, nos países de tradição católica ( Itália, Espanha e França , por exemplo) ter um ensino decente.
Não me parece grande exemplo, porque não me importava nada de termos por cá um sistema de ensino como o espanhol.
A minha explicação é outra e muito mais prosaica, continuo a dizer:
Perdemos em 30 anos, uma força de elite que tinha certos valores. Perdemo-la e não ganhamos outra equivalente em qualidade.
É só isso. O porquê, quanto a mim, reside noutro aspecto prosaico: demos prevalência às ideias ditas de Esquerda e que como agora, se vê não são de Esquerda nem são nada. Sâo apenas de bandalheira. Nem anarquistas, sequer.
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O avião africano não pode deslocar, mas nós, em Beja, estivemos a pagar anos e anos a uma “comissão” de instalação dum aeroporto civil, que por acaso é uma base aérea feita pelos alemães…
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De facto, em países de tradição católica jamais será possível ter um ensino decente se tiverem um regime democrático.
O sistema de ensino como o espanhol é uma bandalheira como o nosso. Filipe Gonzalez, e as suas ideias ditas de Esquerda, também massificou o ensino, como se todo o ser humano fosse capaz de desenvolver capacidades cognitivas que o elevem a um patamar mais elevado!! A verdade é que cada um é para o que nasce. Ponto.
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Nusprit:
Porque será que nesses países de tradição católica, são precisamente as instituições católicas quem ministra o ensino mais profícuo para a aprendizagem?
Porque não seguem as regras da democracia? Será? Mas o ensino não pode ser democrático e nunca é. Mesmo no público.
Então o problema não residirá nas ideias jacobinas?
Por mim estou tentado a acreditar…até porque o meu inimigo de estimação é um grande jacobino: VItal Moreira.
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É mais ou menos como o liberalismo.
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Excelente fotografia que exemplifica muito bem os “métodos inovadores” de ensino. Porque será que países mais evoluídos e com mais experiência e reconhecimento no ensino, não descobriram estes “métodos” de tão brilhantes resultados!!
Gostaria de assistir a algumas dessas aulas onde se metem alunos dentro duma aula e se espera que aprendam de modo próprio fazendo o professor somente papel de moderador (ou talvez de aluno, pois parece que aproveita para aprender…). Para que precisa este professor de ter conhecimentos e de os saber transmitir se são os alunos que irão “descobrir” esses conhecimentos ?
O experimentalismo e algumas teorias anarquistas muito difundidas no ensino português são responsáveis pelo estado actual. Fiquei admirado quando um responsável educativo disse públicamente num programa televisivo, que o aluno não deve ir para a escola adquirir conhecimentos que as empresas precisarão no mercado de emprego. Que ele deve ir para a escola para aprender o que quer, e o que o faz feliz, independentemente de no futuro alguém vir a utilizar e pagar essa mão-de-obra.
Programas abertos como o P&C fazem-nos pessimistas, pensando que com tantas vozes discordantes, sem rumo nem estratégia, teremos os próximos 30 anos também sem melhoras no Ensino.
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O grande problema do momento não reside na crónica mania de imitar. Essa, sempre a tivemos, e imitando melhor ou pior conseguimos criar instituições razoáveis.
O grande problema do momento é que em quase todos os sectores da vida social e económica têm vindo a ser destruídos os sistemas que efectivamente tínhamos a funcionar, a pretexto de uma ‘modernização’ que mais não é do que amadorismo do pior. Quem actualmente define o modo de funcionamento da Saúde, da Educação, da Justiça, são indivíduos que não têm qualquer conhecimento daquilo em que estão a mexer. A maior parte esteve em tempos associada às áreas que governa e delas saiu por notória incompetência. As ideias que impõem aos seus sectores são simples capricho pessoal, tidas durante um fim de semana ou outro.
Entretanto, cada sector se consola com a ilusão de que nos demais ‘se está a fazer algo’.
Fala-se muito de modernidade, ciência e tecnologia, para parecer que se sabe alguma coisa delas. Entretanto, a qualidade dos sectores cai dia a dia. Noutros locais, as pessoas sabem ver que as estão a enganar e chamam a isto ‘fuga para a frente’. Aqui, podem saber que estão a ser enganadas, mas já nem querem saber.
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O ‘P&C’ é um péssimo programa, que presta um péssimo serviço ao País. Com a aparência de local público onde as ‘Grandes Questões’ podem ser debatidas, trata-se quase sempre de um show de fatalização, em que se constrói a ideia que tudo é inevitável. Parece que há debate, mas não há, porque se entronizam as políticas oficiais à partida como ‘aquilo que está a ser feito porque tinha de ser, e que há de dar resultado mais cedo ou mais tarde’, e se coloca sobre o lado contrário o ónus de demonstrar sem sombra para dúvidas 1) que as políticas oficiais eram escusadas, 2) que há alternativas muito melhores, 3) que as políticas oficiais não vão ter sucesso a longo prazo. É que, incrivelmente, não basta saber-se que 1) havia coisas que estavam bem antes e foram estragadas, 2) as alternativas deram boas provas noutros casos, e 3) as políticas oficiais não estao a ter sucesso. Não, estes 3, que quase sempre se podem basear em factos verificáveis, ainda têm de lutar contra a ‘promessa’ de um ‘longo prazo’ melhor (que mais não é do que uma profissão de fé em quem admite publicamente não se importar com a verdade). Juntando-se a isto ser dado um tempo mínimo às opiniões de quem verdadeiramente conhece os problemas e lida com eles, não em abstracto mas na vida real.
É pior termos a ilusão de que há debate do que sabermos que não há.
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