Mas haverá alguem mais sistema que o Carrilho? É mais um que fala mas no essencial, não é capaz de dizer que o ME está a mais.Porque todos eles dependem do ME de uma maneira ou outra.Leiam o Editorial de hoje e a história do Pinho e está lá tudo.
Só uma escola autónoma, com professores a dependerem exclusivamente do mérito,é que mudará o sistema.
Ministério e Sindicatos já mostraram,nos últimos 30 anos,o que querem.Querem depender de regulamentos que os cobrem de previlégios e de poder!
O Santana Castilho é cronista do Público em matéria de educação. E podendo-se nem sempre gostar do que escreve, a verdade é que fá-lo com conhecimento de causa, o que é raro nos opinion-makers portugueses. Em poucas linhas desmonta todas as semanas as imbecilidades do Ministério da Educação e pôe a nu os seus verdadeiros objectivos.
Já não é possíverl perceber quem, defendendo a ministra, não enxergou entretanto que os únicos objectivos das propaladas reformas são a melhoria artificial das notas dos alunos e a centralização, ainda mais poderosa, do poder no Ministério. E que contestar a política deste ministério não é uma causa de esquerda ou de direita, mas de puro e simples bom senso.
Não gosto nem um bocadinho de Santana Castilho.
O artigo de hoje é soberbo.
Como não está disponível aqui vai ele:
Os acontecimentos da Carolina Michaëlis foram analisados sob os mais diversos ângulos. Ouvi os disparates do costume, teses controversas e complexas arrancadas às entranhas das ortodoxias pedagógicas, psicológicas e sociológicas, de que discordo, e opiniões alicerçadas no simples bom senso dos que procuram civilizar (entenda-se civilizar como preparar para a vida civil, imbuir os mais novos de civismo).
Assente o pó, a lógica de Lampedusa (é preciso que algo mude para que tudo fique na mesma) continuará a sua marcha. Porque o problema da Escola é, como no futebol, o sistema. O sistema que impera há décadas e que tem excluído os professores da sala de aula (expressão feliz de Mithá Ribeiro) das decisões congeminadas por elites de teóricos que não sabem o que é uma escola. E porque desta feita o mote foi o telemóvel, transcrevo uma pérola ilustrativa, extraída de um artigo de Carlos Zorrinho, coordenador nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico. Vem no Acção Socialista de 18 de Março e doutrina assim:
“… A vida é hoje cada vez mais multifuncional. Ao mesmo tempo vemos televisão, lemos, escrevemos, jogamos e falamos! É isso que os jovens estudantes fazem quando estudam com a música alta, o computador ligado e o telemóvel pronto a trocar mensagens. É assim que aprendem e é nesse ambiente que vão criar valor.
E a escola? A escola é cada vez mais isso nos intervalos, nas actividades lúdicas e complementares, mas não tem ainda condições para ser isso nos períodos formais de aulas…”
Ouviram bem? À vez, vemos televisão, lemos, escrevemos, jogamos e falamos. E esta balbúrdia, depreendo eu do que li, é o modelo desejado para a escola pelo professor universitário que coordena a Estratégia de Lisboa e o Plano Tecnológico. Para quem se interroga sobre o verdadeiro conceito de “eduquês”, aqui está um belo paradigma. O “eduquês” é a linguagem do sistema, entendido este como um pacto entre elites dominantes de académicos que abominam ensinar, de políticos incompetentes e burocratas de serviço.
Os acontecimentos da Carolina Michaëlis, a dar fé à imprensa, chocaram também Cavaco Silva, que resolveu convocar o procurador-geral da República. Foi a última iniciativa de uma série que “judicializou” um acontecimento lamentável (a vários títulos, que não só o do comportamento da aluna e colegas), mas que é de natureza estritamente disciplinar e escolar. Pena foi que o Presidente da República não se tenha chocado mais cedo com tantas iniciativas que, por acção ou omissão, promoveu e ajudaram a robustecer o sistema. Por todas, e como mero exemplo, lembro esse monumento ao “eduquês” (Lei nº23/2006, de 23 de Junho), que promulgou sem pestanejar. Segundo tal diploma legal, e cito o que na altura aqui escrevi, um grupo de jovens de seis anos de idade, seis, pode constituir-se em associação de estudantes. Se o fizer, tem direito a apoio financeiro, técnico, formativo e logístico por parte do Estado. Tem direito a tempo de antena no serviço público de rádio e de televisão. O Estado deverá remeter a esse grupo de jovens todos os projectos de actos legislativos que se refiram à definição, planeamento e financiamento do sistema educativo, à gestão das escolas, ao acesso ao ensino superior, à acção social escolar e aos planos de estudos, reestruturação e criação de novos agrupamentos e áreas curriculares ou disciplinas, para que eles emitam sobre o mesmo o seu parecer. Para além da audição obrigatória por parte do Estado, como referido, estes jovens de seis anos ainda têm o direito de ser consultados pelos órgãos de gestão das escolas que frequentem, quanto às seguintes matérias: projecto educativo da escola; regulamentos internos; planos de actividades e orçamento; projectos de combate ao insucesso escolar; avaliação; acção social escolar; organização de actividades de complemento curricular e do desporto escolar.
Querem melhor para voltar à Carolina Michaëlis? Para desviar os holofotes do que estava em marcha, isto é, a primeira contestação dos professores capaz de fazer mossa ao sistema?
Presumo que no têxto em apreço, «seis» anos esteja em vez de «dezasseis».
O que não retira muito à estupidez do contudo.
Os seus autores, deviam ir a um «Prós e Contras» de cara destapada, para explicarem o tempo dedicado à anomalia.
E perimitir-nos concuir pelos custos dos seus salários.
O Sítio, parece cada vez mais, ingovernável.
Até quando?
Ó..já no meu se estudava melhor no meio da balbúrdia. Nao se gosta de estar sozinho em tal actividade. Na altura nao havia sms’s nem internet. Assim estava-se sempre no meio de imensa gente, no café até fechar. Ó que saudades!
Mas haverá alguem mais sistema que o Carrilho? É mais um que fala mas no essencial, não é capaz de dizer que o ME está a mais.Porque todos eles dependem do ME de uma maneira ou outra.Leiam o Editorial de hoje e a história do Pinho e está lá tudo.
Só uma escola autónoma, com professores a dependerem exclusivamente do mérito,é que mudará o sistema.
Ministério e Sindicatos já mostraram,nos últimos 30 anos,o que querem.Querem depender de regulamentos que os cobrem de previlégios e de poder!
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Esse nao esteve no governo? Nao é um daquela lista que esteve aí com os nomes dos responsáveis do eduques e do nao sei que mais?
Ou é outro Santana Castilho?
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O Santana Castilho é cronista do Público em matéria de educação. E podendo-se nem sempre gostar do que escreve, a verdade é que fá-lo com conhecimento de causa, o que é raro nos opinion-makers portugueses. Em poucas linhas desmonta todas as semanas as imbecilidades do Ministério da Educação e pôe a nu os seus verdadeiros objectivos.
Já não é possíverl perceber quem, defendendo a ministra, não enxergou entretanto que os únicos objectivos das propaladas reformas são a melhoria artificial das notas dos alunos e a centralização, ainda mais poderosa, do poder no Ministério. E que contestar a política deste ministério não é uma causa de esquerda ou de direita, mas de puro e simples bom senso.
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Ainda se vai descobrir que o Castilho frequentou uma escola da ponte…
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Não gosto nem um bocadinho de Santana Castilho.
O artigo de hoje é soberbo.
Como não está disponível aqui vai ele:
Os acontecimentos da Carolina Michaëlis foram analisados sob os mais diversos ângulos. Ouvi os disparates do costume, teses controversas e complexas arrancadas às entranhas das ortodoxias pedagógicas, psicológicas e sociológicas, de que discordo, e opiniões alicerçadas no simples bom senso dos que procuram civilizar (entenda-se civilizar como preparar para a vida civil, imbuir os mais novos de civismo).
Assente o pó, a lógica de Lampedusa (é preciso que algo mude para que tudo fique na mesma) continuará a sua marcha. Porque o problema da Escola é, como no futebol, o sistema. O sistema que impera há décadas e que tem excluído os professores da sala de aula (expressão feliz de Mithá Ribeiro) das decisões congeminadas por elites de teóricos que não sabem o que é uma escola. E porque desta feita o mote foi o telemóvel, transcrevo uma pérola ilustrativa, extraída de um artigo de Carlos Zorrinho, coordenador nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico. Vem no Acção Socialista de 18 de Março e doutrina assim:
“… A vida é hoje cada vez mais multifuncional. Ao mesmo tempo vemos televisão, lemos, escrevemos, jogamos e falamos! É isso que os jovens estudantes fazem quando estudam com a música alta, o computador ligado e o telemóvel pronto a trocar mensagens. É assim que aprendem e é nesse ambiente que vão criar valor.
E a escola? A escola é cada vez mais isso nos intervalos, nas actividades lúdicas e complementares, mas não tem ainda condições para ser isso nos períodos formais de aulas…”
Ouviram bem? À vez, vemos televisão, lemos, escrevemos, jogamos e falamos. E esta balbúrdia, depreendo eu do que li, é o modelo desejado para a escola pelo professor universitário que coordena a Estratégia de Lisboa e o Plano Tecnológico. Para quem se interroga sobre o verdadeiro conceito de “eduquês”, aqui está um belo paradigma. O “eduquês” é a linguagem do sistema, entendido este como um pacto entre elites dominantes de académicos que abominam ensinar, de políticos incompetentes e burocratas de serviço.
Os acontecimentos da Carolina Michaëlis, a dar fé à imprensa, chocaram também Cavaco Silva, que resolveu convocar o procurador-geral da República. Foi a última iniciativa de uma série que “judicializou” um acontecimento lamentável (a vários títulos, que não só o do comportamento da aluna e colegas), mas que é de natureza estritamente disciplinar e escolar. Pena foi que o Presidente da República não se tenha chocado mais cedo com tantas iniciativas que, por acção ou omissão, promoveu e ajudaram a robustecer o sistema. Por todas, e como mero exemplo, lembro esse monumento ao “eduquês” (Lei nº23/2006, de 23 de Junho), que promulgou sem pestanejar. Segundo tal diploma legal, e cito o que na altura aqui escrevi, um grupo de jovens de seis anos de idade, seis, pode constituir-se em associação de estudantes. Se o fizer, tem direito a apoio financeiro, técnico, formativo e logístico por parte do Estado. Tem direito a tempo de antena no serviço público de rádio e de televisão. O Estado deverá remeter a esse grupo de jovens todos os projectos de actos legislativos que se refiram à definição, planeamento e financiamento do sistema educativo, à gestão das escolas, ao acesso ao ensino superior, à acção social escolar e aos planos de estudos, reestruturação e criação de novos agrupamentos e áreas curriculares ou disciplinas, para que eles emitam sobre o mesmo o seu parecer. Para além da audição obrigatória por parte do Estado, como referido, estes jovens de seis anos ainda têm o direito de ser consultados pelos órgãos de gestão das escolas que frequentem, quanto às seguintes matérias: projecto educativo da escola; regulamentos internos; planos de actividades e orçamento; projectos de combate ao insucesso escolar; avaliação; acção social escolar; organização de actividades de complemento curricular e do desporto escolar.
Querem melhor para voltar à Carolina Michaëlis? Para desviar os holofotes do que estava em marcha, isto é, a primeira contestação dos professores capaz de fazer mossa ao sistema?
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Presumo que no têxto em apreço, «seis» anos esteja em vez de «dezasseis».
O que não retira muito à estupidez do contudo.
Os seus autores, deviam ir a um «Prós e Contras» de cara destapada, para explicarem o tempo dedicado à anomalia.
E perimitir-nos concuir pelos custos dos seus salários.
O Sítio, parece cada vez mais, ingovernável.
Até quando?
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Ó..já no meu se estudava melhor no meio da balbúrdia. Nao se gosta de estar sozinho em tal actividade. Na altura nao havia sms’s nem internet. Assim estava-se sempre no meio de imensa gente, no café até fechar. Ó que saudades!
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Obrigado, Fado Alexandrino, pela publicação.
Não leio o Publico; muito menos subsidiá-lo…
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