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Ainda é Abril (3)

25 Abril, 2008

Uma das mais tristes (e idiotas) tradições que esta democracia foi criando ao longo dos tempos, é o facto de nas sessões solenes do parlamento, apenas os deputados que se designam de «esquerda» levarem um cravo na lapela. Os outros parecem fazer gala de se demarcarem de tal evento. Ok, é só um símbolo. Mas dá-me a ideia que é um símbolo de um dia que todos quantos apreciam a liberdade deveriam saudar. Esta triste tradição é sinal de uma outra, igualmente triste: a de que sempre que se fala do 25 de abril, quem não seja da dita «esquerda» como se sinta na obrigação de se demarcar dos «exageros», das tentativas de instauração de outras ditaduras, prefira realçar o «25 de novembro» e e demais nuances. A meu ver, fazem mal. Consolidam a entrega do 25 de abril a essa mesma dita «esquerda». O que é uma apropriação (e/ou renúncia) ilegítima.
Neste dia celebra-se o fim de um regime ditatorial. E quase não conheço ninguém (ok, um ou dois), que, independentemente de outras questões, defenda o regime anterior, ou que preferisse que o mesmo tivesse perdurado. Neste dia celebra-se o fim de um regime e o nascimento de outro: o actual, democrático e com liberdade. Nesse dia, o movimento responsável pelo golpe tinha, e assim o anunciou, um programa simples (forma única de congregar as normais divergências políticas): acabar com a ditadura, instaurar a democracia e acabar com a guerra colonial. Foi isso que a população compreendeu, festejou, celebrou e tomou como seu. É por isso um dia de todos, um dia que se festeja exactamente porque se deixou de ter alguém que dissesse o que se deveria fazer e nos limitasse a liberdade. Mas não é um dia de ninguém em especial. Nem sequer de quem o fez ou foi protagonista. É efectivamente o dia da liberdade.
O resto, a sequência e consequência, é já produto dessa liberdade, das disputas políticas, da saudável e desejável divergência de projectos de sociedade, das contingências internas e externas da época, dos episódios da luta entre quem queria novas ditaduras e todos quantos se lhes opunham. Mas que apesar de tudo, e por vontade da esmagadora maioria, veio a desembocar numa sociedade livre. Entregar o 25 de abril a essa esquerda (onde estão ainda alguns dos que quiseram acabar com essa liberdade), é não apenas triste, como também é entregar parte do exercício da liberdade, que é nossa e é de todos.

41 comentários leave one →
  1. PMF's avatar
    25 Abril, 2008 18:50

    “(…)Neste dia celebra-se o fim de um regime ditatorial. E quase não conheço ninguém (ok, um ou dois), que, independentemente de outras questões, defenda o regime anterior, ou que preferisse que o mesmo tivesse perdurado”.

    Infelizmente, caro Gabriel, não estou tão certo disso. Pelo menos, afectivamente, não serão só dois ou três…a avaliar pelo resultado daquele concurso televisivo que elegeu Salazar como o português mais ilustre, principal ou quaqluer coisa assim! Sim, o Dr. Salazar.

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  2. Piscoiso's avatar
    25 Abril, 2008 19:06

    É efectivamente o dia da liberdade.
    Exactamente.
    Pelas 09:00 de hoje, já andava pela rua, sem destino, de nikon em punho, fotografando a liberdade
    Ofereço-vos este especímen, ainda fresquinho, que até posou para ficar mais boneco:

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  3. Piscoiso's avatar
    25 Abril, 2008 19:07

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  4. Lutz's avatar
    25 Abril, 2008 19:13

    Muito bom, Gabriel! Mas o PMF tem razão. A questão é afectiva e, creio eu, biográfica. Não foram tão poucos os derrotados no 25 de Abril, e mesmo reconhecendo – há bloguistas conhecidos que nem reconhecem isto – que o regime que temos hoje é, apesar de todos os defeitos, incomparavelmente melhor do que o dantes, não conseguem festejar o evento que os despojou (ou as suas famílias) de propriedades e privilégios que tiveram como intocáveis.

    A analogia não é muito perfeita, mas o problema lembra-mo o que nós os alemães temosa com o 8 de Maio de 1945. Nenhum alemão no seu juízo pode deixar de dar graças que a Alemanha de Hitler foi derrotada. Mas daí para conseguir festejar a derrota é um caminho difícil.

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  5. Desconhecida's avatar
    fantas permalink
    25 Abril, 2008 19:46

    O caralh…
    oh, e cada um
    use o que quer,
    ó garby!

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  6. Desconhecida's avatar
    José Barros permalink
    25 Abril, 2008 20:10

    Também me parece patético aquelas pessoas à direita que dizem festejar o 25 de Novembro e não o 25 de Abril. Querem à viva força arranjar uma disputa ideológica em relação a uma data histórica que para quase todos os portugueses foi consensual.

    Dito isto, o argumento do Lutz tem toda a razão de ser. Há muitas pessoas efectivamente prejudicadas na sua propriedade e no seu emprego na sequência do 25 de Abril. Tenho algumas na família. Mas não são essas que “compraram” a suposta disputa ideológica e a divisão em relação à Revolução nos últimos anos. As que o têm feito ultimamente são bem mais novas.

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  7. Gabriel Silva's avatar
    25 Abril, 2008 20:13

    PMF,
    isso dos concursos tem muito que se diga. Em primeiro, era possível arregimentar meia dúzia de pessoas e manipular a coisa. Note-se que a mesma pessoa foi eleita, noutro concurso, o pior portugues de sempre. Concursos…… Acresce que estamos noutra geração, passaram 34 anos, e dois sentimentos conjuntos são naturais, faz parte do envelhecimento e do passar do tempo: a nostalgia mítica e artificial de uma certa «segurança» e «ordem» face ás dificuldades de aceitar um mundo em mudança (ver países de leste), e o espirito do «contra» dos nascidos entretanto, contra os caretas da velhada de punho serrado e cravo ao peito…..

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  8. Luis Moreira's avatar
    Luis Moreira permalink
    25 Abril, 2008 20:15

    Muito bem Gabriel!Sempre festejei o 25 de Abril e vou continuar porque é um dia em que terminou uma ditadura e se iniciou a Democracia.

    E há muita gente que não quer perceber que quem fez o 25 de Abril tambem fez o 25 de Novembro.

    Os mesmos!

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  9. O Psiquiatra de Serviço's avatar
    O Psiquiatra de Serviço permalink
    25 Abril, 2008 20:42

    Uma curiosidade interessante do 25 de Abril, foi o dia 26. A nacionalização hiperbólica de tudo e todos (leia-se na nomenclatura marxista “meios de produção”, sejam eles económicos ou culturais, não interessa), através da qual se pretendia tingir tudo de vermelho e fazer de Portugal mais um satélite da URSS! Outra curiosidade, porventura menos interessante, é que são os que hoje usam o cravo, quaze todos, terem sido esses paladinos de uma liberdade à bolchevique. O 25 de Novembro foi o retomar do espírito de Abril. E não vejo os seus mentores de cravo ao peito. Ainda bem!

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  10. josé manuel faria's avatar
    25 Abril, 2008 20:48

    Excelente post, Gabriel. A direita adora não colocar o cravo. Tontos. Há lugar na democracia para todos os democratas é há direitas democráticas.

    Nojo, é o canal do estado pago por todos nós não dar imagens das manifs sobre o 25 de abril no dia da Liberdade, pelo menos até às 20:48!

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  11. Desconhecida's avatar
    tina permalink
    25 Abril, 2008 20:58

    “Foi isso que a população compreendeu, festejou, celebrou e tomou como seu.”

    Para mim foi o dia mais horrivel da minha vida. Os cravos vermelhos deprimem-me. A data 25 de Abril deprime-me. Se bem que para muitos a vida se tornou melhor, também para outros se tornou bem pior, muitos morreram, muitos foram perseguidos, muitos ficaram na miséria, muitos passaram fome. Foi o que aconteceu em Africa e essa realidade é-me muito mais próxima do que aconteceu aqui na metrópole.

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  12. Desconhecida's avatar
    tina permalink
    25 Abril, 2008 21:12

    E muitos daqueles “democratas” que saudam o 25 de Abril são os primeiros a defender que há certos países que náo estáo preparados para a democracia. Por isso condenam a invasáo do Iraque e acham que seria melhor ainda lá haver a ditadura de Saddam. O facto das colónias também náo estarem preparadas para a democracia, e de terem levado mais de 20 anos a encontrar a paz, já náo é importante. Grandes oportunistas, como Mário Soares, náo acredito por um único instante que a liberdade e democracia lhe digam alguma coisa.

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  13. Piscoiso's avatar
    25 Abril, 2008 21:17

    Ó Tina, ninguém a obriga a festejar o 25 de Abril.
    Nem sequer o 25 de Dezembro.

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  14. Desconhecida's avatar
    tina permalink
    25 Abril, 2008 21:23

    Parece que sim, pelo menos o Gabriel quer que todos usem um cravo vermelho na lapela.

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  15. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    25 Abril, 2008 21:30

    Democracia à psd. Alberto Joao quer que os militantes se revoltem contra as outras candidaturas e parece que quer ir a votos, sozinho. Como é que Filipe Menezes apoiava este candidato é que nao entendo. Tem mesmo jeito para escolher pessoas. Primeiro Santana e agora Alberto Jardim.

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  16. Desconhecida's avatar
    25 Abril, 2008 21:37

    Não esquecer que alguns dos venerados pelos que renegam o cravo e não renegam o 25A apenas por vergonha, estavam do lado daqueles que foram derrotados no 25 de Novembro.

    Falo dos Durões Barrosos (MRPP, linha dura :-), dos Pachecos Pereiras (FEC-ML), etc, etc.

    Quando foi o célebre comício do CDS, no Palácio de Cristal, pelo menos um destes figurões estava do lado de fora a atirar pedras…

    Tenham lá vergonha

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  17. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    25 Abril, 2008 22:02

    Durante a minha vida o 25 de Abril foi USADO pela esquerda como alavanca para defender menos liberdade e mais controlo do Estado sobre as pessoas. Basta olhar para a Educação e a Saúde.
    Lamento mas a data por ter sido usada pela Esquerda dessa maneira deixou sempre um sabor muito amargo apesar de ter sido positiva, também podemos falar das consequèncias para Timor e África.

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  18. caodeguarda's avatar
    25 Abril, 2008 22:14

    Mas e depois de vermos o FP otelo na RTP ontem e hoje nas bancadas da AR, e há bocadinho na plateia do espetáculo que a RTP está a transmitir, ainda há alguém que ache que o 25 de abril ou a democracia estão credibilizados?

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  19. Piscoiso's avatar
    25 Abril, 2008 22:20

    Isso de a esquerda defender menos liberdade, será um preconceito seu, porque se haverá alguma esquerda assim, também alguma direita defende menos liberdade.
    Falar de liberdade em termos de esquerda e direita, parece muito redutor.
    Como pode haver liberdade, quando preso de chavões ?

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  20. Luis Moreira's avatar
    Luis Moreira permalink
    25 Abril, 2008 22:32

    Todos sabemos que o país não era um laboratório há 34 anos, onde tudo se podia controlar.Para aqueles que, para além de tudo, interessa a Democracia,só podem estar felizes por ter acontecido o 25 de Abril.

    Não foi perfeito? Pois não,mas hoje somos um pais democrático e estamos na UE!

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  21. Desconhecida's avatar
    Cãocio permalink
    25 Abril, 2008 22:48

    “Não foi perfeito? Pois não,mas hoje somos um pais democrático e estamos na UE!”

    eu diria “AINDA estamos na UE”

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  22. Desconhecida's avatar
    tina permalink
    25 Abril, 2008 22:54

    “Pois não,mas hoje somos um pais democrático e estamos na UE!”

    Graças a uns soldados e generais que estavam descontentes com os salários… é o que dizem. Também acho estranho que tenham mandado para a frente de combate uns soldados rasos e os generais tenham ficado a salvo em esconderijos. E também sei de uns generais que mandaram a família resguardar-se em casas ao pé da Nato, caso as coisas dessem para o torto…

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  23. Desconhecida's avatar
    tina permalink
    25 Abril, 2008 23:03

    Enquanto nós em Lourenço Marques tinhamos um helicóptero a sobrevoar a cidade com alguém a gritar por um altifalante a dizer para náo sairmos de casa. E a partir desse dia todos os dias adormeci ao som de metralhadoras. E depois tinhamos que ir para a embaixada as cinco da manhã para conseguirmos o passaporte portugues. Tivemos muita sorte, muitos ficaram lá porque não obedeciam aos requisitos necessários para serem portugueses. Por exemplo, se nenhum dos avós tivesse nascido em Portugal. Tanta traiçao que se cometeu em nome da liberdade e democracia.

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  24. LPedroMachado's avatar
    25 Abril, 2008 23:55

    Bom post. A direita liberal perde em demarcar-se do 25 de Abril. Assim este é aproveitado por gente que detesta a liberdade, subvertendo o conceito.

    Em pequeno, por influência dos meus pais, ainda cheguei a andar de cravo ao peito! He he. Agora já começo a achar todas estas celebrações muito ‘kitsch’… Enjoa… Vejam o que está a dar neste momento na rtp1 e o ar sério da Sílvia Alberto. Isto da liberdade requer muito respeitinho! He he.

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  25. libertas's avatar
    libertas permalink
    25 Abril, 2008 23:59

    «Neste dia celebra-se o fim de um regime e o nascimento de outro: o actual, democrático e com liberdade»

    MENTIRA! O novo regime nasceu do 25 de Novembro! O 25 de Abril deu na matança do Ultramar, nas nacionalizações, no país atrasado que Portugal é hoje face à Europa!

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  26. libertas's avatar
    libertas permalink
    26 Abril, 2008 00:08

    Taxas de crescimento do PIB português

    1960-4.7%
    1961-3.5%
    1962-10.5%
    1963-3.8%
    1964-6%
    1965-9.4%
    1966-4.5%
    1967-4.1%
    1968-5%
    1969-2.4%
    1970-8.4%
    1971-10.4%
    1972-10.3%
    1973-11.3%
    e se as coisas tivessemn continuado assim?

    Se calhar seríamos como a Irlanda e um dos países mais ricos do mundo…

    Não haveria miséria ou emigração… Pensemos nisto!

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  27. R.'s avatar
    Micas permalink
    26 Abril, 2008 00:39

    Muito bom post, Gabriel.

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  28. Carlos's avatar
    Carlos permalink
    26 Abril, 2008 00:49

    Recordemos aquilo que sobre o 25 de Abril escreveu há já 30 anos o falecido Professor José Antonio Saraiva, um dos maiores nomes da cultura portuguesa no seculo XX:

    «Os cravos do 25 de Abril fanaram-se sobre um monte de esterco… Os militares portugueses, sem nenhum motivo para isso, fugiram como pardais, largando armas e calçado, abandonando os portugueses e os africanos que confiavam neles. (…) Foi a maior vergonha de que há memória desde Alcácer Quibir (…) Era natural que os capitães quisessem voltar depressa para casa. Os agentes do MFA exploraram e deram cobertura ideológica a esse instinto das tripas, justificaram honrosamente a cobardia que se lhe seguiu. Um bando de lebres espantadas recebeu o nome respeitável de “revolucionários” (…) Com estes começos e fundamentos, falta ao regime que nasceu do 25 de Abril um mínimo de credibilidade moral. A cobardia, a traição, a irresponsabilidade, a confusão, foram as taras que presidiram ao seu parto e, com esses fundamentos, nada é possível edificar (…)»

    Prof. António José Saraiva
    (in Diário de Notícias, 26.01.1979)

    Como dizia o Professor Antonio José Saraiva não é de facto possivel
    edificar um regime partindo do endeusamento das taras da “cobardia, traição, irresponsabilidade e confusão”.

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  29. Desconhecida's avatar
    tina permalink
    26 Abril, 2008 01:05

    “Com estes começos e fundamentos, falta ao regime que nasceu do 25 de Abril um mínimo de credibilidade moral. A cobardia, a traição, a irresponsabilidade, a confusão, foram as taras que presidiram ao seu parto e, com esses fundamentos, nada é possível edificar (…)»

    Bem, agora já posso ir dormir. Boa noite.

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  30. Fernando Vasconcelos's avatar
    26 Abril, 2008 01:35

    Gabriel
    Concordo consigo a 100% quanto a esta análise. Acho que o 25 é de todos. Quanto às opiniões mais radicais aqui expressas é verdade que se cometeram muitos erros. É verdade que houve quem a seguir ao 25 de Abril tentasse transformar Portugal num outro tipo de ditadura. É verdade que isso terminou numa outra data tão importante desse ponto de vista como o 25 de Abril. É para mim ainda mais importante que tudo isto se tenha feito com relativamente pouca violência. É verdade que sobretudo em Angola e Moçambique muitas pessoas perderam injustamente todo o trabalho de uma vida. É verdade que sobretudo aí muitos erros foram cometidos. Duvido que por falta de coragem. Tudo isto é verdade. Mas a bem da verdade convirá também reflectirem sobre a responsabilidade de quem criou esse verdadeiro barril de pólvora que poderia, é verdade, ter sido mesmo nessa altura, tratado de forma muito mais responsável e corajosa. Mas que também poderia ter acabado de forma muitíssimo mais triste. Tudo resultou de um compromisso a que agora chamam cobardia. Talvez tenha sido. Sinceramente não sei, acho interessante quem pode a este respeito ter tanta certeza.

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  31. Luis Moreira's avatar
    Luis Moreira permalink
    26 Abril, 2008 02:15

    O barril de pólvora foi criado por Salazar e pelo seu regime.É falta de honestidade fazer de conta que havia outra saída, quando lutavamos há 16 anos em África sem que os políticos encontrassem uma saída para o problema.

    Esses é que são os verdadeiros culpados.Veja-se o que se passa nos outros países Africanos onde os europeus estiveram presentes.

    É claro que quem perdeu privilégios (lícitos ou ílicitos) não esteja contente.Mas não havia outra saída!

    Mas reafirmo.A Democracia vale tudo isso!

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  32. Spacek's avatar
    Spacek permalink
    26 Abril, 2008 11:47

    Grande posta. Parabéns.

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  33. Desconhecida's avatar
    tina permalink
    26 Abril, 2008 11:50

    “é verdade que se cometeram muitos erros”

    Cobardia e traição não são erros.

    “É para mim ainda mais importante que tudo isto se tenha feito com relativamente pouca violência.”

    Que estreiteza de vistas, só pensa no que se passou na Merópole e esquece-se do resto. Se tivesse visto a morgue a abarrotar de cadáveres como eu vi, já náo falava assim.

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  34. Desconhecida's avatar
    tina permalink
    26 Abril, 2008 11:55

    “É claro que quem perdeu privilégios (lícitos ou ílicitos) não esteja contente”

    E aqueles que perderam a vida, também não.

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  35. O Silva's avatar
    O Silva permalink
    26 Abril, 2008 12:09

    Ainda será necessaria uma revolução maior… aquela que vai acabar com Centralismo de um País que até nas comemorações de uma revolução, se acha que só aconteceu na capital do império!

    A mim mete-me nojo a comunicação social e este país em que vivo, pois parece que o resto do país está esquecido e só fala em Lisboa..Lisboa..Lisboa..Lisboa..Lisboa..

    Sobre a Exposição sobre o Saramago, dizia-se numa televisão: “… a exposição vem de Espanha para Lisboa…”,pois claro, não vem para Portugal, vem para Lisboa, porque o resto nao faz parte de Lisboa! Enquanto existirem estas mentalidades TACANHAS esta MERDA NÃO MUDA!

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  36. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    26 Abril, 2008 16:34

    Libertas

    «e se as coisas tivessemn continuado assim?»

    mas não podiam. O choque petrolifero foi em 73.

    A França, Alemanha, Itália e UK, nos mesmos anos tiveram taxas de crescimento semelhantes.
    A diferença está na pobreza das taxas de crescimento, ou mesmo depressão, na maior parte do tempo da ditadura (entre 26 e 60). Só quando o regime foi forçado a aderir á efta e se deixou do discurso da agriculturazinha pobreta, e nacional é que a coisa melhorou.

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  37. Desconhecida's avatar
    Armando permalink
    26 Abril, 2008 17:07

    “A diferença está na pobreza das taxas de crescimento, ou mesmo depressão, na maior parte do tempo da ditadura (entre 26 e 60)”

    As taxas de crescimento da economia portuguesa nos anos 50
    eram já bastante razoaveis.
    Em 1928, quando Salazar se tornou ministro das finanças, Portugal estava completamente em pantanas, após os 16 desastrosos e calamitosos anos da I Republica, periodo em que o país viveu em clima de quase guerra civil permanente, tendo progressivamente caido no mais absoluto ridiculo internacional.
    As primeiras duas decadas de governação de Salazar foram dedicadas principalmente a tentar estabilizar a situação politica em Portugal e a colmatar o enorme rombo provocado pela I Republica.

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  38. Desconhecida's avatar
    Tribunus permalink
    26 Abril, 2008 19:08

    Antes das eleições constitucionais, durante a campanha, vinha à televisão um comamdante Jesuino, que aliciava os cidadãos a votar em branco (dar um geito à esquerda). Ora isto passou-se depois da abrilada da liberdade. A RTP, deve ter imagens deste
    marinheiro, director da informação ao tempo, que actuava como qualquer aldrabão, que nas urnas saca ou mete votos de mortos!
    è por estas e outras que me enoja o 25 de Abril mudaram as moscas mas a merda continuou para pior! temos melhor nivel de vida, mas estamos a ficar tesos que nem carapaus! que dizem aqueles capitães que se babavam na assembleia! Não vi o Rosa Coutinho, mas tenho que o gramar todas as semanas, quando vai tomar banho! O Gabriel que perca (ganhe) uns dias na biblioteca
    nacional e tem muito material, para ler e ficar com vergonha do 25 de abril 1974 (não perdi fortunas nem tinha bens materiais
    para perder) agora não vou em milagres…….

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