Pois Jcd, até nisso você pega. Compare os prazos de pagamento de Portugal com os do primeiro mundo. Sim, porque nesta (e noutras) questão somos o Zimbabwe da Europa.
Sabe que eu já criei 2 empresas que tive que fechar neste país de merda por causa dos atrasos de pagamento cuja IVA tinha que adiantar ao Estado. Quem tem coragem de abrir um negócio em Portugal morre quase sempre desta forma e ficam no mercado as empresas do costume, mamutes fossilizados que não inovam nem se modernizam mas mantêm-se no mercado com salários mínimos e negócios com os amigos no Estado. Como eu são muitos outros que passaram ou passam diariamente por isto.
Acha mal tentar melhorar-se estes problemas ? Safa, que este blogue tá mesmo uma merda nesta questão.
Os prazos de pagamento são negociados entre as empresas livremente. Fazem parte do pacote comercial completo, que inclui preços, prazos de entrega, qualidade do transporte e garantias associadas. Se há empresas que estão dispostas a aceitar prazos de 60 ou 90 dias, o problema é delas. Se há clientes que ultrapassam os prazos estipulados, levam sempre preços mais altos, para compensar os atrasos. É também para isso que serve o factoring. O estado é, neste caso, sempre o pior, embora neste sector não seja um cliente tãio relevante. Vai ser lindo cobrar moras ao estado…
««Pois Jcd, até nisso você pega. Compare os prazos de pagamento de Portugal com os do primeiro mundo. »»
Mas então a solução para o problema dos prazos de pagamento das empresas privadas é um decreto do governo a fixar o prazo? Porque é que ninguém se lembrou disso antes?
««por causa dos atrasos de pagamento cuja IVA tinha que adiantar ao Estado. »»
Parece que os camionistas vão ter esse problema resolvido por decreto. Só pagam IVA depois de receberem. Mas é só os camionistas. As outras empresas não têm esse privilégio.
«Mas então a solução para o problema dos prazos de pagamento das empresas privadas é um decreto do governo a fixar o prazo? Porque é que ninguém se lembrou disso antes?»
Aí é que está a piada. A comissão lembrou-se disso há muito tempo e a lei portuguesa prevê, desde 2003, que nas transacções entre empresas (transportadores ou não, em qualquer actividade económica, desde que o cliente também seja uma empresa) as dívidas se vencem a 30 dias. A “cedência” do Governo nesta matéria não foi mais do que um aproveitamento da ignorância da outra parte.
ver aqui (artigo 4.º)
Os prazos de pagamento são negociados entre as empresas livremente.
Pois são. Mas depois lá vem o seu “You’re fired. Next.” E por causa das manias agora esperas mais uns meses para veres o dinheiro. Podes sempre recorrer à justiça. E esperares uns anos se não morreres primeiro ou a empresa entretanto falir e o cliente já ter criado mais 3 ou 4 novas.
Factoring ? Deixe-me rir…
Os prazos de pagamento são um pilar fundamental duma economia moderna e dinâmica. Em Portugal não é possível esperar que seja o mercado sozinho a melhorar essa questão, foram muitas décadas de maus h´+abitos a começar pelo próprio Estado.
Não existe inovação e empreendorismo numa economia com os prazos médios de pagamento que existem em Portugal. Olhe-se por exemplo para as contratações do próprio Estado. Só concorre quem tem capacidade financeira para aguentar os atrasos de pagamentos e não quem tem possibilidade de fornecer o melhor produto ou serviço. Isso ocorre em toda a economia numa escala gigantesca com repercussões enormes no tipo de produtos e serviços que produzimos.
Legislar nesta área é positivo, há coisas que não se podem esperar que aparecam sozinhas porque não aparecem, tem que ser mesmo ao pontapé.
Há 2 anos atrás farto de ganhar cabelos brancos e destruir a minha família com o stress dos atrasos nos pagamentos em Portugal consegui sair da pocilga ir 6 meses para a Australia fazer um trabalho. O 1º dia foi de apresentações do projecto e das pessoas, no 2º dia estavam-me a ligar da contabilidade a pedir a factura do primeiro mês. Eu atónito perguntei, factura ? Sim, era verdade, queriam a factura para proceder ao pagamento do primeiro mês, antes mesmo de começar a trabalhar.
««Os prazos de pagamento são um pilar fundamental duma economia moderna e dinâmica. Em Portugal não é possível esperar que seja o mercado sozinho a melhorar essa questão, foram muitas décadas de maus h´+abitos a começar pelo próprio Estado.»»
Mas então como é funiona? Decreta-se um prazo de pagamento? E depois, se as partes preferirem um prazo mais longo? E acha que o preço do serviço é o mesmo se o prazo de pagamento for mais curto?
Eu quando for grande gostava de ser assim. O tecido empresarial português vai passar pagar a 30 dias. Está na lei e é para cumprir. O Estado também.
Ouçam lá seus imberbes, nunca ouviram ou leram um relatório sobre a situação da actual economia portuguesa?
Isto está tudo na pior, a economia está parada, os licenciados ou tem pais ricos ou emigram. Os meninos não deviam jogar tanto com a playstation. Faz mal. 30 dias? 🙂
jcd Diz:
” É também para isso que serve o factoring.”
Factoring ? Isso tem alguma coisa a ver com o Pricing ? É que por aqui só se ouve falar na pseudo-lei do ” preço ser achado pela oferta e procura”. Nunca em Princing.
uns cobram,outros quebram
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Pois Jcd, até nisso você pega. Compare os prazos de pagamento de Portugal com os do primeiro mundo. Sim, porque nesta (e noutras) questão somos o Zimbabwe da Europa.
Sabe que eu já criei 2 empresas que tive que fechar neste país de merda por causa dos atrasos de pagamento cuja IVA tinha que adiantar ao Estado. Quem tem coragem de abrir um negócio em Portugal morre quase sempre desta forma e ficam no mercado as empresas do costume, mamutes fossilizados que não inovam nem se modernizam mas mantêm-se no mercado com salários mínimos e negócios com os amigos no Estado. Como eu são muitos outros que passaram ou passam diariamente por isto.
Acha mal tentar melhorar-se estes problemas ? Safa, que este blogue tá mesmo uma merda nesta questão.
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Os prazos de pagamento são negociados entre as empresas livremente. Fazem parte do pacote comercial completo, que inclui preços, prazos de entrega, qualidade do transporte e garantias associadas. Se há empresas que estão dispostas a aceitar prazos de 60 ou 90 dias, o problema é delas. Se há clientes que ultrapassam os prazos estipulados, levam sempre preços mais altos, para compensar os atrasos. É também para isso que serve o factoring. O estado é, neste caso, sempre o pior, embora neste sector não seja um cliente tãio relevante. Vai ser lindo cobrar moras ao estado…
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««Pois Jcd, até nisso você pega. Compare os prazos de pagamento de Portugal com os do primeiro mundo. »»
Mas então a solução para o problema dos prazos de pagamento das empresas privadas é um decreto do governo a fixar o prazo? Porque é que ninguém se lembrou disso antes?
««por causa dos atrasos de pagamento cuja IVA tinha que adiantar ao Estado. »»
Parece que os camionistas vão ter esse problema resolvido por decreto. Só pagam IVA depois de receberem. Mas é só os camionistas. As outras empresas não têm esse privilégio.
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«Mas então a solução para o problema dos prazos de pagamento das empresas privadas é um decreto do governo a fixar o prazo? Porque é que ninguém se lembrou disso antes?»
Aí é que está a piada. A comissão lembrou-se disso há muito tempo e a lei portuguesa prevê, desde 2003, que nas transacções entre empresas (transportadores ou não, em qualquer actividade económica, desde que o cliente também seja uma empresa) as dívidas se vencem a 30 dias. A “cedência” do Governo nesta matéria não foi mais do que um aproveitamento da ignorância da outra parte.
ver aqui (artigo 4.º)
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A “comissão” é a Comissão Europeia, que aprovou uma directiva que aquele decreto-lei se limitou a transpor.
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Os prazos de pagamento são negociados entre as empresas livremente.
Pois são. Mas depois lá vem o seu “You’re fired. Next.” E por causa das manias agora esperas mais uns meses para veres o dinheiro. Podes sempre recorrer à justiça. E esperares uns anos se não morreres primeiro ou a empresa entretanto falir e o cliente já ter criado mais 3 ou 4 novas.
Factoring ? Deixe-me rir…
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Os prazos de pagamento são um pilar fundamental duma economia moderna e dinâmica. Em Portugal não é possível esperar que seja o mercado sozinho a melhorar essa questão, foram muitas décadas de maus h´+abitos a começar pelo próprio Estado.
Não existe inovação e empreendorismo numa economia com os prazos médios de pagamento que existem em Portugal. Olhe-se por exemplo para as contratações do próprio Estado. Só concorre quem tem capacidade financeira para aguentar os atrasos de pagamentos e não quem tem possibilidade de fornecer o melhor produto ou serviço. Isso ocorre em toda a economia numa escala gigantesca com repercussões enormes no tipo de produtos e serviços que produzimos.
Legislar nesta área é positivo, há coisas que não se podem esperar que aparecam sozinhas porque não aparecem, tem que ser mesmo ao pontapé.
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Há 2 anos atrás farto de ganhar cabelos brancos e destruir a minha família com o stress dos atrasos nos pagamentos em Portugal consegui sair da pocilga ir 6 meses para a Australia fazer um trabalho. O 1º dia foi de apresentações do projecto e das pessoas, no 2º dia estavam-me a ligar da contabilidade a pedir a factura do primeiro mês. Eu atónito perguntei, factura ? Sim, era verdade, queriam a factura para proceder ao pagamento do primeiro mês, antes mesmo de começar a trabalhar.
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««Os prazos de pagamento são um pilar fundamental duma economia moderna e dinâmica. Em Portugal não é possível esperar que seja o mercado sozinho a melhorar essa questão, foram muitas décadas de maus h´+abitos a começar pelo próprio Estado.»»
Mas então como é funiona? Decreta-se um prazo de pagamento? E depois, se as partes preferirem um prazo mais longo? E acha que o preço do serviço é o mesmo se o prazo de pagamento for mais curto?
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««Legislar nesta área é positivo»»
Mas qual é o efeito da legislação? O que é que acontece se alguém não a cumprir?
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“queriam a factura para proceder ao pagamento do primeiro mês, antes mesmo de começar a trabalhar.”
Cá também é assim. Mas só nas empresas de lavagem de dinheiro.
Normalmente não conhecemos o empresário, mas quase sempre troca os Bês pelos Vês.
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Eu quando for grande gostava de ser assim. O tecido empresarial português vai passar pagar a 30 dias. Está na lei e é para cumprir. O Estado também.
Ouçam lá seus imberbes, nunca ouviram ou leram um relatório sobre a situação da actual economia portuguesa?
Isto está tudo na pior, a economia está parada, os licenciados ou tem pais ricos ou emigram. Os meninos não deviam jogar tanto com a playstation. Faz mal. 30 dias? 🙂
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jcd Diz:
” É também para isso que serve o factoring.”
Factoring ? Isso tem alguma coisa a ver com o Pricing ? É que por aqui só se ouve falar na pseudo-lei do ” preço ser achado pela oferta e procura”. Nunca em Princing.
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